Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESTATUTO VITIMA
Capítulo IV
Estatuto de vítima
Secção I
Atribuição, direitos e cessação do estatuto de vítima
Artigo 14.º
Atribuição do estatuto de vítima
1 - Apresentada a denúncia da prática do crime de violência doméstica, não existindo fortes
indícios de que a mesma é infundada, as autoridades judiciárias ou os órgãos de polícia
criminal competentes atribuem à vítima, para todos os efeitos legais, o estatuto de vítima.
2 - Sempre que existam filhos menores, o regime de visitas do agressor deve ser avaliado,
podendo ser suspenso ou condicionado, nos termos da lei aplicável.
3 - No mesmo ato é entregue à vítima documento comprovativo do referido estatuto, que
compreende os direitos e deveres estabelecidos na presente lei, além da cópia do respetivo
auto de notícia, ou da apresentação de queixa.
4 - Em situações excecionais e devidamente fundamentadas pode ser atribuído o estatuto
de vítima pelo organismo da Administração Pública responsável pela área da cidadania e
da igualdade de género, valendo este para os efeitos previstos na presente lei, com exceção
dos relativos aos procedimentos policiais e judiciários.
5 - A vítima e as autoridades competentes estão obrigadas a um dever especial de
cooperação, devendo agir sob os ditames da boa fé.
6 - Sempre que existam filhos menores, a atribuição de estatuto de vítima à criança e à
pessoa adulta é comunicada imediatamente pelas autoridades judiciárias ou pelos órgãos
de polícia criminal à comissão de proteção de crianças e jovens e ao tribunal de família e
menores territorialmente competentes.
7 - Sempre que a comunicação referida no número anterior tenha por destinatário o tribunal
de família e menores territorialmente competente, deve ser acompanhada de cópia do
respetivo auto de notícia ou da apresentação de denúncia, incluindo cópia da documentação
relativa a diligências complementares entretanto efetuadas.
(3) Portaria n.º 138-E/2021, de 1 de julho / Presidência do Conselho de Ministros,
Administração Interna e Justiça. - Nos termos conjugados do n.º 2 do artigo 20.º do Anexo
à Lei n.º 130/2015, de 4 de setembro, do n.º 2 do artigo 83.º da Lei n.º 112/2009, de 16 de
setembro, aprova os modelos dos documentos comprovativos da atribuição do estatuto de
vítima e do estatuto de vítima especialmente vulnerável, incluindo por crime de violência
doméstica. Diário da República. - Série I - n.º 126 - 1.º Suplemento (01-07-2021), p. 2 - 46.
Artigo 1.º
Objeto
A presente portaria aprova os modelos dos documentos comprovativos da atribuição do
estatuto de vítima e do estatuto de vítima especialmente vulnerável, incluindo por crime de
violência doméstica, de acordo com as disposições previstas no Anexo à Lei n.º 130/2015,
de 4 de setembro, e no n.º 1 do artigo 14.º, bem como o modelo do documento comprovativo
da atribuição do estatuto de vítima de violência doméstica previsto no n.º 4 do artigo 14.º,
ambos da Lei n.º 112/2009, de 16 de setembro, na sua redação atual.
Artigo 2.º
Âmbito de aplicação
1 - O modelo do documento comprovativo da atribuição do estatuto de vítima nos termos do
disposto nos capítulos i, ii e iii do Anexo à Lei n.º 130/2015, de 4 de setembro, aplica-se a
todas as vítimas de crime, com exceção das abrangidas pelo modelo do documento
comprovativo da atribuição do estatuto de vítima especialmente vulnerável, e consta no
anexo i à presente portaria, que dela faz parte integrante.
2 - O modelo do documento comprovativo da atribuição do estatuto de vítima especialmente
vulnerável nos termos do disposto no capítulo iv do Anexo à Lei n.º 130/2015, de 4 de
setembro, aplica-se nas seguintes situações, e consta no anexo ii à presente portaria, que
dela faz parte integrante:
a) Às vítimas de criminalidade violenta ou especialmente violenta, conforme previsto nas
alíneas j) e l) do artigo 1.º e nos n.os 3 e 4 do artigo 67.º-A, ambos do Código de Processo
Penal, na sua atual redação, nomeadamente, por crime de:
i) Violência doméstica;
ii) Tráfico de pessoas/auxílio à imigração ilegal;
iii) Terrorismo;
b) Às demais vítimas de crime, conforme previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 67.º-A do
Código de Processo Penal, após realização da avaliação individual a que alude o n.º 1 do
artigo 20.º da Lei n.º 130/2015, de 4 de setembro, por situação de particular fragilidade
resultante, nomeadamente, da idade, do seu estado de saúde ou de deficiência, bem como
do facto de o tipo, o grau e a duração da vitimização haver resultado em lesões com
consequências graves no seu equilíbrio psicológico ou nas condições da sua integração
social.
3 - O modelo do documento comprovativo da atribuição do estatuto de vítima de violência
doméstica, em situações excecionais e devidamente fundamentadas, pelo organismo da
Administração Pública responsável pela área da cidadania e da igualdade de género, nos
termos do disposto no n.º 4 do artigo 14.º da Lei n.º 112/2009, de 16 de setembro, na sua
redação atual, aplica-se às vítimas de violência doméstica, e consta no anexo iii à presente
portaria, que dela faz parte integrante.
4 - Nas situações previstas no n.º 2, o modelo do documento comprovativo da atribuição do
estatuto de vítima especialmente vulnerável tem uma configuração variável, incluindo, na
parte final, os direitos e deveres específicos do tipo de criminalidade em causa.
5 - Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, sempre que nos termos da lei sejam
criados ou constituídos novos direitos ou deveres, as entidades com competência para a
atribuição dos estatutos de vítima devem proceder à sua inserção no respetivo documento
comprovativo.
Artigo 6.º
Entrada em vigor
A presente portaria entra em vigor 60 dias após a sua publicação.
A Ministra de Estado e da Presidência, Mariana Guimarães Vieira da Silva, em 30 de junho
de 2021. - O Ministro da Administração Interna, Eduardo Arménio do Nascimento
Cabrita, em 29 de junho de 2021. - A Ministra da Justiça, Francisca Eugénia da Silva Dias
Van Dunem, em 30 de junho de 2021.
Anexo I
Modelo do documento comprovativo da atribuição do estatuto de vítima pelas autoridades
judiciárias e pelos órgãos de polícia criminal, a que se refere o n.º 1 do artigo 2.º da
presente portaria (ver documento original)
Anexo II
Modelo do documento comprovativo da atribuição do estatuto de vítima especialmente
vulnerável, incluindo por crime de violência doméstica, pelas autoridades judiciárias e
pelos órgãos de polícia criminal, a que se refere o n.º 2 do artigo 2.º da presente
portaria (ver documento original)
Anexo III
Modelo do documento comprovativo da atribuição do estatuto de vítima de violência
doméstica pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, a que se refere o n.º
3 do artigo 2.º da presente portaria (ver documento original)
114368059
16-09-2009