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Os códigos de Gregoriano e Emogeniano, foram códigos privados, por terem sido feitos por

iurisprudentes, e depois temos o código oficial, o de Teodósio.

O trabalho mandado fazer por Teodósio, não foi concluído, mas marca o início da primeira
codificação oficial. O próximo sistema de codificação é o sistema de Justiniano, e aqui já
estamos no império romano do oriente, Justiniano é imperador do Oriente, já na altura em
que o império já se encontrava dividido, já não temos o império romano do ocidente, pois já
havia caído, e este tem como grande objetivo fazer ressurgir o grande império na sua
totalidade, e por tanto pretendia reconquistar o império romano do ocidente e voltar a ter o
império romano no seu todo enquanto grande estrutura política, e implementar nele o direito
do oriente e desenvolver também a parte jurídica, este foi aquele que de facto marcou o nosso
pensamento até aos dias de hoje.

Do ponto de vista militar, consegue efetivamente chegar até a península itálica, onde mantém
por 6 anos, porém é derrotado e vê-se obrigado a recuar. Do ponto de vista jurídico Justiniano
vai encarregar um dos grandes juristas do seu tempo, Triboniano, para elaborar uma
compilação global do direito romano, que integrasse as constituições imperiais e ao mesmo
tempo a doutrina dos iurisprudentes com ius publice respondendi.

Em termos jurídicos Roma teve três grandes escolas: Roma; Constantinopla e Beirute, de onde
era Triboniano.

Triboniano, vai começar o processo de codificação, o código de justiniano, que se divide em 4


obras que são: códex, digesto, Institutas e novelas.

Códex
O códex é dividido em 12 livros e é uma compilação de constituições imperiais, este teve duas
edições, uma de 529, o chamado códex velho, e a segunda 534, o códex novo, este é direito
dos imperadores é uma obra muito importante, que por integrar constituições imperais, está-
nos a falar de leis que têm na sua génese o império do imperador, este continha constituições
imperiais até justiniano.

Digesto
Digesto, de 533, tem uma designação grega, que pode ser chamado digesto ou pandectas, este
é a obra magna do código de justiniano, é constituída por iura, ou seja, doutrina, a doutrina
dos iurisprudentes romanos, é a doutrina com ius publice respondendi, é através do digesto
que nós conhecemos a evolução direito romano, é através dele que sabemos o que são os
Moris Maiorum, que conhecemos as fontes de direito, é através do digesto que conhecemos
toda a evolução do direito romano, as opiniões dos iurisprudentes, apresenta-nos casos e o
que era feito em cada um deles

É através do digesto que se conhece as opiniões dos iurisprudentes, e por isso constituía a obra
mais utilizada na história até aos dias de hoje, isto porque tinha doutrina, direito propriamente
dito.

Digesto, estava divido em 50 livros, que continha a doutrina jurisprudencial

Institutas
Institutas, são o manual escolar do direito, e dividem o ensino do direito em quatro áreas, e
estas são, contratos, coisas, família e sucessões, a grande caraterística da Institutas é que têm
um preambulo, que contem duas grandes materiais, a interpretação da lei e a aplicação da lei
no tempo, e a este preambulo justiniano da força de lei, o que significa que é a partir do
preâmbulo que se conhecem as regras de interpretação da lei e da aplicação da lei no tempo.

Institutas, eram o livro para ensino do direito.

Novelas
Novelas, de 534, este é uma pequena compilação de constituições imperiais de justiniano que
não foram compiladas no códex, novelas, no sentido de novas leis.

Novelas, este é um livro de constituições imperiais

Este código de justiniano, dizem os romanistas, que continha apenas 30%, de todo o direito
que existiu em roma, o que significa que todos os outros 70% se perderam. Quando Justiniano
conquistar a península itálica, manda aplicar, através de uma constituição imperial, a chamada
pragmática sanção, manda a plicar o código de justiniano a península itálica, e é dessa forma
que as obras de justiniano feitas no oriente chegam ao ocidente.

O código de justiniano, não é direito romano clássico, este era o direito eldorado no período da
república e no início do principado até o séc. 2º, este continha direito romano pós clássico, por
influência dos iurisprudentes com ius publice respondendi e por influência dos imperadores,
mas é direito romano interpolado, ou seja, tinha quer no códex quer nas Institutas tem
interpolações, isto eram pequenas alterações, e essas alterações eram feitas a questões
relativas a língua, a segunda interpolação/alterações, vem das situações concretas, há uma
adaptação do direito, muitas vezes até do direito pensado pelos iurisprudentes no período do
principado ou da republica, que é adaptado por Triboniano para se adequar a sua própria
época, e ainda um interpolação por força do cristianismo, através da introdução de alterações
no direito que justiniano, como imperador cristão, vai assumir .

O código de justiniano não é direito romano clássico, é um direito pós-clássico, mas com as
influências do cristianismo, das alterações linguísticas e da própria experiência do oriente;

O direito romano que vai se replicado ao longo dos seculos, a partir do séc. 6º d.C., é
essencialmente direito romano justinianeu, e por tanto muito daquilo que se aplicou e estudou
ao longo dos séculos, estuda-se através do código de Justiniano.

Triboniano, passou a história aquilo que ele quis passar, e por tanto, o direito romano é aquilo
que Triboniano nos decidiu passar, e ao mesmo tempo, o código de justiniano é uma
constituição imperial, que aprovado através de um constituição imperial com o nome de
Tanta, esta é a constituição que aprova o código de justiniano e que manda aplica-lo e portanto
este código está todo ele imbuído de império e potestas do imperador, e este poder vai fazer
com que ao longo da idade média quando se estuda o direito romano e os juristas utilizam
direito romano, utilizam porque é um direito com império, é um direito que dá poder a quem
impõe o direito.

O direito romano que se vai aplicar, até o séc. XVIII, o digesto foi a obra utilizada para ensinar o
direito em Portugal até a reforma do ensino de 1772; O códex é uma disciplina, antes ensinava-
se as constituições imperiais, e porquê? – porque os reis pela europa, entendiam que ao
mandar aplicar as constituições imperiais romanas era uma forma de partilhar o poder de
império, e por tanto, se as constituições imperiais fizeram dos imperadores fossem o que
fossem, e impusessem a sua vontade, então consideravam que ao aplicar a constituições
estavam a partilhar desse mesmo império.

Tudo isto era justificado através de situações do digesto ou do códex.

O código de justiniano, apesar de ser um direito interpolado, é uma obra do império romano
do oriente, o que significa que após a queda do império romano do ocidente, o direito romano
continua a ser desenvolvido no oriente, sendo que para nós ocidente só vem o código de
Justiniano.

Nesta fase, apos a queda do ocidente, passava-se a aplicar direito romano vulgar, e o direito
romano vulgar é o direito romano criado pelos romanos, mas alterado pelo cristianismo e
pelos povos que vão alterar os diversos territórios europeus, e por tanto, o direito romano que
se vai aplicar no Ocidente é um direito alterado, modificado por força das novas experiências
jurídicas trazidas pelos povos que vão constituir os novos reinos na europa ocidental, isto leva a
vulgarização do direito. E por tanto enquanto no Oriente se dá o direito romano pós-clássico,
direito justinianeu, no Oriente, o direito vulgariza-se porque é alterador pelos costumes, leis, e
direito dos povos do Oriente.

E por tanto, no ocidente, vamos ter uma aplicação de um direito romano vulgar, o melhor
exemplo disso é o direito visigótico.

Porque que podemos dizer que o digesto, foi mais do que o códex, a maior fonte de direita
europa a partir da idade média, porquê?

porque o digesto é doutrina, dos iurisprudentes, é direito pura, temos nele o pensamento dos
iuristas a partir do caso concreto, é a doutrina oficial, dos principais juristas com ius publice
respondendi, e apresentava efetivamente soluções +para situações concretas.

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