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Trabalho de Direito
Trabalho de Direito
que é dito: “em 2011 tinha havido uma revisão ordinária da Constituição”.
Ter havido, em 2011, uma revisão ordinária da Constituição, significa que
está dentro da normalidade, pois a última revisão constitucional foi em
2005 e que, de acordo com o Art.º 284.º, nº1, “A Assembleia da República
pode rever a Constituição decorridos cinco anos sobre a data da
publicação da última lei de revisão ordinária”, pelo que, em 2011, já se
pode fazer uma nova revisão ordinária da Constituição, não existindo,
desta forma, uma inconstitucionalidade.
Em segundo lugar, verifica-se uma inconstitucionalidade quando é
dito que a “07 de Janeiro de 2013, 2/3 dos deputados decidiram proceder
à revisão da CRP”. Neste caso, só se poderia proceder a uma revisão
extraordinária da Constituição por maioria de 4/5 dos Deputados,
conforme no disposto do Art.º 284, n.º 2, e não poderia ser de 2/3. E os
Deputados não poderiam proceder a uma revisão ordinária da
Constituição, pois em 2011 já tinha havido uma revisão ordinária da
Constituição e a próxima revisão só se realizava “decorridos cinco anos
sobre a data da publicação da última lei de revisão ordinária”, ou seja, em
2016. Pelo que, em 2013, só se poderia realizar uma revisão
extraordinária, e não ordinária, da Constituição por maioria de 4/5, e não
por 2/3, dos Deputados em efetividade de funções.
Em terceiro lugar, verifica-se uma inconstitucionalidade quando é
dito que “o grupo parlamentar do partido X apresentou um projeto de
revisão constitucional visando a alteração das normas referentes à
fiscalização da constitucionalidade das normas jurídicas.”, pois, mesmo
que o grupo parlamentar do partido X tenha apresentado um projeto de
revisão constitucional, constituindo um dos poderes dos Deputados,
conforme o disposto no Art.º 156, alínea a) – “Apresentar projetos de
revisão constitucional” -, tendo em conta o Art.º 288.º sobre os limites
matérias da revisão, esta lei de revisão constitucional não respeita a alínea
l) sobre “A fiscalização da constitucionalidade por ação ou por omissão de
normas jurídicas”, pois o grupo parlamentar apresentou um projeto de
revisão constitucional que visa alterar as normas jurídicas, contrariando a
matéria sobre os limites materiais da revisão, pois esta impõe uma
restrição na realização de qualquer proposta ou projeto de leis que visa a
sua alteração.
Em quarto lugar, verifica-se uma constitucionalidade quando é dito
que “Quinze dias depois, o Governo apresentou a sua proposta de
alteração da Constituição.”, pois a proposta de alteração da Constituição
apresentada pelo Governo está dentro do prazo estipulado de trinta dias,
de acordo com o Art.º 285.º, n.º 2, “Apresentado um projeto de revisão
constitucional, quaisquer outros terão de ser apresentados no prazo de
trinta dias”.
Por finalizar, esta revisão à CRP não aprovar-se-ia por existir
inconstitucionalidades, tanto ao nível da aprovação como ao nível do
projeto.