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WORLD HEALTH ORGANIZATION et al. Trends in maternal mortality 2000 to 2020: estimates
by WHO, UNICEF, UNFPA, World Bank Group and UNDESA/Population Division: executive
summary. 2023.
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Hug L, You D, Blencowe H, Mishra A, Wang Z, Fix MJ, Wakefield J, Moran AC, Gaigbe-
Togbe V, Suzuki E, Blau DM, Cousens S, Creanga A, Croft T, Hill K, Joseph KS, Maswime
S, McClure EM, Pattinson R, Pedersen J, Smith LK, Zeitlin J, Alkema L; UN Inter-agency
Group for Child Mortality Estimation and its Core Stillbirth Estimation Group. Global,
regional, and national estimates and trends in stillbirths from 2000 to 2019: a
systematic assessment. Lancet. 2021 Aug 28;398(10302):772-785. doi: 10.1016/S0140-
6736(21)01112-0. PMID: 34454675; PMCID: PMC8417352.
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--Os determinantes da mortalidade estã o interligados para as
mulheres grá vidas e os seus bebés, assim como as condiçõ es de
saú de subjacentes, as intervençõ es e as plataformas de prestaçã o
de serviços. Atualmente falta um modelo integrado de transiçã o
de mortalidade.7
Goldenberg RL, McClure EM. Maternal, fetal and neonatal mortality: lessons
learned from historical changes in high income countries and their potential
application to low-income countries. Matern Health Neonatol Perinatol. 2015 Jan
22;1:3. doi: 10.1186/s40748-014-0004-z. PMID: 27057321; PMCID:
PMC4772754.
Interpretaçã o
7.969.168
912.115
Abstrato
Este artigo faz parte de uma série que enfoca o estado atual das evidências e
práticas relacionadas à prevenção do parto prematuro. Fornecemos uma visão
geral do conhecimento atual (e limitações) sobre a epidemiologia global do
nascimento prematuro, particularmente sobre como o nascimento prematuro é
definido, medido e classificado, e o que se sabe sobre seus fatores de risco,
causas e resultados. Apesar das associações relatadas entre nascimento
prematuro e uma ampla gama de fatores sociodemográficos, médicos,
obstétricos, fetais e ambientais, aproximadamente dois terços dos nascimentos
prematuros ocorrem sem um fator de risco evidente. Os esforços para
padronizar as definições e comparar as taxas de natalidade prematura a nível
internacional produziram informações importantes sobre a epidemiologia do
nascimento prematuro e como este poderia ser evitado.
Resumo
O nascimento prematuro continua a ser uma importante prioridade de saúde
pública em todo o mundo. São necessárias estratégias baseadas em evidências
para prevenir a ocorrência de prematuridade, bem como para mitigar os seus
efeitos nos recém-nascidos prematuros, especialmente em ambientes com
poucos recursos.
For the newborn, preterm birth is a risk factor that has an impact on health,
welfare, and development in adult life.
Cesarianas
Cerca de 3 milhões de nascimentos ocorreram no Brasil em 2007 – 89% foram
realizados por médicos e 8% por enfermeiras obstétricas (principalmente nas
regiões Norte e Nordeste). Quase metade (47%) de todos os nascimentos
foram por cesariana – as cesarianas constituíram 35% dos partos no Sistema
Único de Saúde (SUS; onde ocorrem três quartos de todos os nascimentos) e
80% dos partos no setor privado. 48% das mulheres com primeira gravidez
deram à luz por cesariana. As taxas de cesarianas brasileiras são
substancialmente maiores que o limite superior recomendado pela OMS de
15%, e maiores do que tem sido relatado em qualquer outro país. Quase
metade (46%) de todos foram agendadas cesarianas, de acordo com as mães
entrevistadas no inquérito demográfico e de saúde de 2006. A Figura 1 mostra
as tendências da cesariana nas últimas quatro décadas. Embora tenham sido
utilizadas diferentes fontes de dados – o sistema de segurança social para
1970–80, o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos de 1995 em diante e
informações dos inquéritos nacionais de 1981, 1986, 1996 e 2006 – existe uma
clara tendência ascendente. Em apenas 8 anos (2001-2008) a taxa de
cesarianas aumentou de 38,0% para 48,4% e, em vários estados, os partos
vaginais são superados em número por cesarianas.
Os partos cesáreos são mais frequentes entre mulheres de grupos
socioeconômicos mais elevados, mulheres com maior escolaridade e mulheres
brancas. Até que ponto o aumento do número de cesarianas pode ser atribuído
à procura das mães ou à preferência médica é uma questão de muito debate.
Em estudos baseados em questionários, a maioria das mães relata uma
preferência pelo parto vaginal, mas entrevistas aprofundadas sugerem uma
crença generalizada de que as cesarianas são uma forma melhor de parto do
que o parto vaginal porque são menos doloroso.
Em dois hospitais privados do Rio de Janeiro, 70% das 437 mulheres
afirmaram no início da gestação que prefeririam o parto vaginal – no momento
do parto, porém, apenas 30% das mulheres mantiveram a preferência original e
apenas 10 % dos nascimentos ocorreram por via vaginal. Descobertas
semelhantes foram registradas em outros estados. As cesarianas são
frequentemente realizadas durante o dia durante a semana, o que sugere que
são convenientes para os médicos. (Barros AJD, não publicado).
As taxas crescentes de cesarianas nos últimos 40 anos preocuparam tanto os
profissionais de saúde pública como os grupos feministas. Na década de 1970,
quando a preferência pela cesariana se tornou mais comum, médicos e
hospitais ganhavam mais com a previdência sistema para uma cesariana do
que para um parto vaginal, o que contribuiu para o aumento da frequência de
cesarianas. Em reacção a esta tendência ascendente, a igualdade de
remuneração para todos os tipos de entrega foi instituída a partir de 1980, mas
isto levou apenas a uma suspensão temporária da aumento no número de
bebês nascidos por cesariana. Outras políticas governamentais foram lançadas
na tentativa de controlar o número crescente de partos cirúrgicos; em 1998, o
SUS estabeleceu um limite de 40% para a proporção de partos institucionais
que ocorreriam reembolsar, e esse limite foi gradativamente reduzido para 30%
até 2000. Em 2000, foi assinado um acordo entre as administrações estaduais
e o Ministério da Saúde (Pacto para Redução de Cesarianas) que visava
reduzir a frequência de cesarianas para 25%. de todos os nascimentos até
2007. Estas políticas tiveram um efeito notável porque a proporção de todas as
cesarianas que foram reembolsadas pelo SUS diminuiu de 32,0% em 1997
para 23,9% em 2000 (figura 1). Contudo, o efeito do Pacto durou pouco,
especialmente no sector privado, e as taxas aumentaram de forma constante
após 2002. Os movimentos de mulheres têm reagiu fortemente contra a
sobremedicalização, que levou a novas políticas, como o Programa Nacional
para a Humanização dos Cuidados Pré-natal, Parto e Pós-Parto, de 2000,40 e
a decisão de 2005 que incentiva a presença de uma doula (uma assistente que
fornece apoio físico e emocional). durante o trabalho de parto em hospitais
públicos. Apesar das evidências de que as cesarianas, mesmo que electivas,
estão associadas ao aumento da morbilidade e mortalidade materna, não há
sinais de que a actual tendência ascendente esteja a ser travada.