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Boerma T, Campbell OMR, Amouzou A, Blumenberg C, Blencowe H, Moran A,

Lawn JE, Ikilezi G. Maternal mortality, stillbirths, and neonatal mortality: a


transition model based on analyses of 151 countries. Lancet Glob Health. 2023
Jul;11(7):e1024-e1031. doi: 10.1016/S2214-109X(23)00195-X. PMID:
37349032; PMCID: PMC10299966.

A mortalidade materna, os natimortos e os neomortos são importantes


problemas de saúde globais, com uma estimativa de 0,3 milhões de mortes
maternas, 1,9 milhões de nados-mortos e 2,4 milhões de mortes neonatais em
2020.

WORLD HEALTH ORGANIZATION et al. Trends in maternal mortality 2000 to 2020: estimates
by WHO, UNICEF, UNFPA, World Bank Group and UNDESA/Population Division: executive
summary. 2023.

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Descobertas: Globalmente, em 2019, cerca de 2,0 milhões de bebés (intervalo


de incerteza [UI] 1,9-2,2 de 90%) nasceram mortos com 28 semanas ou mais de
gestação, com uma taxa global de nados-mortos de 13,9 nados-mortos (90% UI
13·5-15·4) por 1000 nascimentos totais. As taxas de nados-mortos em 2019
variaram amplamente entre as regiões, desde 22,8 nados-mortos (19,8-27,7) por
1000 nascimentos totais na África Ocidental e Central até 2,9 (2,7-3,0) na Europa
Ocidental. Depois da África Ocidental e Central, a África Oriental e Austral e o
Sul da Ásia tiveram a segunda e a terceira maiores taxas de nados-mortos em
2019. A taxa anual global de redução da taxa de nados-mortos foi estimada em
2,3% (90% UI 1·7-2· 7) de 2000 a 2019, que foi inferior à taxa anual de redução
da taxa de mortalidade neonatal de 2,9% (2,5-3,2) (para neonatos com idade
<28 dias) e de 4,3% (3 ·8-4·7) taxa anual de redução da taxa de mortalidade
entre crianças de 1 a 59 meses durante o mesmo período. Com base no limite
inferior dos IU de 90%, 114 países tiveram uma diminuição estimada na taxa de
nados-mortos desde 2000, com quatro países tendo uma diminuição de pelo
menos 50,0%, 28 tendo uma diminuição de 25,0-49,9% , 50 tendo uma
diminuição de 10,0-24,9% e 32 tendo uma diminuição inferior a 10,0%. Para os
restantes 81 países, não encontrámos qualquer diminuição na taxa de nados-
mortos desde 2000. Destes países, 34 estavam na África Subsariana, 16 estavam
na Ásia Oriental e no Pacífico, e 15 estavam na América Latina e nas Caraíbas.

Interpretação: O progresso na redução da taxa de nados-mortos tem sido


lento em comparação com a diminuição da taxa de mortalidade de crianças
com menos de 5 anos. As melhorias aceleradas são mais necessárias nas regiões
e países com elevadas taxas de nados-mortos, particularmente na África
Subsariana. A prevenção futura de nados-mortos necessita de maiores esforços
para sensibilizar o público, melhorar a recolha de dados, avaliar os progressos e
compreender as prioridades de saúde pública a nível local, todos os quais
requerem investimento.

Hug L, You D, Blencowe H, Mishra A, Wang Z, Fix MJ, Wakefield J, Moran AC, Gaigbe-
Togbe V, Suzuki E, Blau DM, Cousens S, Creanga A, Croft T, Hill K, Joseph KS, Maswime
S, McClure EM, Pattinson R, Pedersen J, Smith LK, Zeitlin J, Alkema L; UN Inter-agency
Group for Child Mortality Estimation and its Core Stillbirth Estimation Group. Global,
regional, and national estimates and trends in stillbirths from 2000 to 2019: a
systematic assessment. Lancet. 2021 Aug 28;398(10302):772-785. doi: 10.1016/S0140-
6736(21)01112-0. PMID: 34454675; PMCID: PMC8417352.

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--Os determinantes da mortalidade estã o interligados para as
mulheres grá vidas e os seus bebés, assim como as condiçõ es de
saú de subjacentes, as intervençõ es e as plataformas de prestaçã o
de serviços. Atualmente falta um modelo integrado de transiçã o
de mortalidade.7

Goldenberg RL, McClure EM. Maternal, fetal and neonatal mortality: lessons
learned from historical changes in high income countries and their potential
application to low-income countries. Matern Health Neonatol Perinatol. 2015 Jan
22;1:3. doi: 10.1186/s40748-014-0004-z. PMID: 27057321; PMCID:
PMC4772754.

A transiçã o epidemioló gica representa mudanças nas causas de


mortalidade e morbidade, passando de um predomínio de
doenças agudas transmissíveis para crô nicas nã o transmissíveis
condiçõ es, enquanto a mortalidade por todas as causas diminui.9,
sociedades progridem de um regime pré-moderno de alta fertilidade e alta
mortalidade para um regime pós-moderno de baixa fertilidade e baixa mortalidade. A
causa da transição tem sido procurada na redução da taxa de mortalidade através do
controlo de doenças epidémicas e contagiosas.
Kirk D. Demographic transition theory. Popul Stud (Camb). 1996 Nov;50(3):361-87. doi:
10.1080/0032472031000149536. PMID: 11618374.

Interpretaçã o

O modelo de transiçã o de cinco fases para mortalidade materna,


nado-morto e mortalidade neonatal pode ser usado para avaliar
os indicadores actuais em comparaçã o com padrõ es típicos na
transiçã o a nível nacional ou subnacional, identificar valores
atípicos para melhor avaliar os impulsionadores do progresso e
informar estratégias estratégicas. planejamento e investimentos
em direçã o à s metas dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentá vel. Pode também facilitar a programaçã o de estratégias
integradas para acabar com a mortalidade materna evitá vel, a
mortalidade neonatal e os nados-mortos.

7.969.168

912.115

As taxas de mortalidade materna estã o altamente correlacionadas


com as taxas de nado-morto18 e de mortalidade neonatal. A
proporçã o de natimortos e mortes neonatais em relaçã o à s mortes
maternas aumentou de menos de 20 para mais de 75, à medida
que a mortalidade diminuiu nos dados histó ricos e nas estimativas
da ONU

À medida que a mortalidade diminuiu, ocorreram reduçõ es na


participaçã o relativa de doenças infecciosas e complicaçõ es
periparto como causa de morte, e em adolescentes e a fertilidade
total e a solidez do sistema de saú de e a cobertura dos serviços
melhoraram, em geral e entre os quintis de riqueza mais pobres.
As características específicas das fases eram independentes do
tempo, uma vez que todos os padrõ es eram notavelmente
semelhantes em 2000 e 2020.
Quase todos os países que transitaram da fase 1 para a fase 2 e
para o início da fase 3, com grandes aumentos na cobertura de
serviços pré-natais e institucionais de parto em unidades de saú de
de nível inferior, necessitam de mais diá logo sobre estratégias de
prestaçã o de serviços para passarem à s fases subsequentes e
atingirem as metas de mortalidade globais e nacionais. .37, 38, 39

Boerma T, Campbell OMR, Amouzou A, Blumenberg C, Blencowe H, Moran A,


Lawn JE, Ikilezi G. Maternal mortality, stillbirths, and neonatal mortality: a
transition model based on analyses of 151 countries. Lancet Glob Health. 2023
Jul;11(7):e1024-e1031. doi: 10.1016/S2214-109X(23)00195-X. PMID:
37349032; PMCID: PMC10299966.

Vogel JP, Chawanpaiboon S, Moller AB, Watananirun K, Bonet M, Lumbiganon P. The


global epidemiology of preterm birth. Best Pract Res Clin Obstet Gynaecol. 2018
Oct;52:3-12. doi: 10.1016/j.bpobgyn.2018.04.003. Epub 2018 Apr 26. PMID: 29779863.

Abstrato

Este artigo faz parte de uma série que enfoca o estado atual das evidências e
práticas relacionadas à prevenção do parto prematuro. Fornecemos uma visão
geral do conhecimento atual (e limitações) sobre a epidemiologia global do
nascimento prematuro, particularmente sobre como o nascimento prematuro é
definido, medido e classificado, e o que se sabe sobre seus fatores de risco,
causas e resultados. Apesar das associações relatadas entre nascimento
prematuro e uma ampla gama de fatores sociodemográficos, médicos,
obstétricos, fetais e ambientais, aproximadamente dois terços dos nascimentos
prematuros ocorrem sem um fator de risco evidente. Os esforços para
padronizar as definições e comparar as taxas de natalidade prematura a nível
internacional produziram informações importantes sobre a epidemiologia do
nascimento prematuro e como este poderia ser evitado.

Palavras-chave: Epidemiologia; Prematuridade; Nascimento prematuro.

Por que ocorre o nascimento prematuro?


Embora muitos fatores sociodemográficos, nutricionais, médicos, obstétricos e
ambientais tenham demonstrado aumentar o risco de parto prematuro
espontâneo, sua etiologia permanece mal compreendida [23], [35]. Ao
considerar a literatura sobre fatores de risco prematuros, vale a pena ter em
mente algumas limitações gerais.
Apesar da infinidade de fatores de risco relatados, a maioria dos nascimentos
prematuros não apresenta nenhum fator de risco claro. Uma meta-análise de
dados de participantes individuais (IPD) de 4,1
As consequências do parto prematuro
Desde 1990, a taxa de mortalidade de menores de cinco anos caiu
drasticamente, de 93 mortes por 1.000 nascidos vivos em 1990 para 41 mortes
por 1.000 nascidos vivos em 2016 [92]. A mortalidade neonatal (morte nos
primeiros 28 dias de vida) também diminuiu de forma constante, embora a uma
taxa desproporcionalmente mais lenta do que a mortalidade de menores de
cinco anos. Consequentemente, os determinantes da mortalidade neonatal
(incluindo o nascimento prematuro) tornaram-se um maior contribuinte para a
taxa de mortalidade em crianças com menos de cinco anos de idade ao longo do
tempo.

Resumo
O nascimento prematuro continua a ser uma importante prioridade de saúde
pública em todo o mundo. São necessárias estratégias baseadas em evidências
para prevenir a ocorrência de prematuridade, bem como para mitigar os seus
efeitos nos recém-nascidos prematuros, especialmente em ambientes com
poucos recursos.
For the newborn, preterm birth is a risk factor that has an impact on health,
welfare, and development in adult life.

Figura 1: Cesarianas no Brasil


As linhas são dados dos sistemas de informação hospitalar (linha
vermelha=segurança social; linha azul=sistema de informação sobre nascidos
vivos) e os pontos são dados de inquéritos nacionais (pontos verdes claros=%
de todos os nascimentos; pontos verdes escuros=% de nascimentos
hospitalares).

Cesarianas
Cerca de 3 milhões de nascimentos ocorreram no Brasil em 2007 – 89% foram
realizados por médicos e 8% por enfermeiras obstétricas (principalmente nas
regiões Norte e Nordeste). Quase metade (47%) de todos os nascimentos
foram por cesariana – as cesarianas constituíram 35% dos partos no Sistema
Único de Saúde (SUS; onde ocorrem três quartos de todos os nascimentos) e
80% dos partos no setor privado. 48% das mulheres com primeira gravidez
deram à luz por cesariana. As taxas de cesarianas brasileiras são
substancialmente maiores que o limite superior recomendado pela OMS de
15%, e maiores do que tem sido relatado em qualquer outro país. Quase
metade (46%) de todos foram agendadas cesarianas, de acordo com as mães
entrevistadas no inquérito demográfico e de saúde de 2006. A Figura 1 mostra
as tendências da cesariana nas últimas quatro décadas. Embora tenham sido
utilizadas diferentes fontes de dados – o sistema de segurança social para
1970–80, o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos de 1995 em diante e
informações dos inquéritos nacionais de 1981, 1986, 1996 e 2006 – existe uma
clara tendência ascendente. Em apenas 8 anos (2001-2008) a taxa de
cesarianas aumentou de 38,0% para 48,4% e, em vários estados, os partos
vaginais são superados em número por cesarianas.
Os partos cesáreos são mais frequentes entre mulheres de grupos
socioeconômicos mais elevados, mulheres com maior escolaridade e mulheres
brancas. Até que ponto o aumento do número de cesarianas pode ser atribuído
à procura das mães ou à preferência médica é uma questão de muito debate.
Em estudos baseados em questionários, a maioria das mães relata uma
preferência pelo parto vaginal, mas entrevistas aprofundadas sugerem uma
crença generalizada de que as cesarianas são uma forma melhor de parto do
que o parto vaginal porque são menos doloroso.
Em dois hospitais privados do Rio de Janeiro, 70% das 437 mulheres
afirmaram no início da gestação que prefeririam o parto vaginal – no momento
do parto, porém, apenas 30% das mulheres mantiveram a preferência original e
apenas 10 % dos nascimentos ocorreram por via vaginal. Descobertas
semelhantes foram registradas em outros estados. As cesarianas são
frequentemente realizadas durante o dia durante a semana, o que sugere que
são convenientes para os médicos. (Barros AJD, não publicado).
As taxas crescentes de cesarianas nos últimos 40 anos preocuparam tanto os
profissionais de saúde pública como os grupos feministas. Na década de 1970,
quando a preferência pela cesariana se tornou mais comum, médicos e
hospitais ganhavam mais com a previdência sistema para uma cesariana do
que para um parto vaginal, o que contribuiu para o aumento da frequência de
cesarianas. Em reacção a esta tendência ascendente, a igualdade de
remuneração para todos os tipos de entrega foi instituída a partir de 1980, mas
isto levou apenas a uma suspensão temporária da aumento no número de
bebês nascidos por cesariana. Outras políticas governamentais foram lançadas
na tentativa de controlar o número crescente de partos cirúrgicos; em 1998, o
SUS estabeleceu um limite de 40% para a proporção de partos institucionais
que ocorreriam reembolsar, e esse limite foi gradativamente reduzido para 30%
até 2000. Em 2000, foi assinado um acordo entre as administrações estaduais
e o Ministério da Saúde (Pacto para Redução de Cesarianas) que visava
reduzir a frequência de cesarianas para 25%. de todos os nascimentos até
2007. Estas políticas tiveram um efeito notável porque a proporção de todas as
cesarianas que foram reembolsadas pelo SUS diminuiu de 32,0% em 1997
para 23,9% em 2000 (figura 1). Contudo, o efeito do Pacto durou pouco,
especialmente no sector privado, e as taxas aumentaram de forma constante
após 2002. Os movimentos de mulheres têm reagiu fortemente contra a
sobremedicalização, que levou a novas políticas, como o Programa Nacional
para a Humanização dos Cuidados Pré-natal, Parto e Pós-Parto, de 2000,40 e
a decisão de 2005 que incentiva a presença de uma doula (uma assistente que
fornece apoio físico e emocional). durante o trabalho de parto em hospitais
públicos. Apesar das evidências de que as cesarianas, mesmo que electivas,
estão associadas ao aumento da morbilidade e mortalidade materna, não há
sinais de que a actual tendência ascendente esteja a ser travada.

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