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Aula 02
Alexandre Vastella
Desde o início da história humana, devido a inúmeros fatores ambientais e sociais, a concentração
da população sempre ocorreu de forma bastante desigual, cujo fluxo foi, e ainda é, determinado pela fuga
dos ambientes dotados de más condições para locais mais favoráveis. A busca pela qualidade de vida, seja
ela, econômica, ambiental, cultural – ou simplesmente a luta pela sobrevivência – são razões que
movimentaram e ainda hoje movimentam as populações pelo globo.
Recursos hídricos abundantes, como vales e áreas úmidas, que para além
do consumo humano, também propiciem irrigação e dessedentação de
animais.
De forma geral, regiões de alta densidade demográfica1 são dotadas de facilidades antrópicas ou
ambientais. Por outro lado, áreas com características ambientais e sociais adversas tendem a expelir as
populações. Assim, países que convivam com guerras, conflitos civis/militares, economias em crise, falta de
empregos, fome, miséria, seca, ou mesmo temperaturas extremas, são fortes candidatos à sofrerem
êxodos populacionais.
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Densidade Demográfica é a relação entre a população e a superfície de um determinado território. Logo, Densidade
Demográfica (Dd) é igual a população (P) dividida pela área (A) (Dd = P/A)
Apesar de ter sido bastante relevante, atualmente a teoria malthusiana – após sofrer muitas críticas
– foi quase que totalmente deixada de lado, sendo pouco estudada nas instituições. As razões para tal
“esquecimento” foram basicamente duas: a) Malthus não previu os avanços tecnológicos no cenário
agrícola que iriam ocorrer século XX como a mecanização, a incorporação de fertilizantes, e o
desenvolvimento de transgênicos, que aumentaram exponencialmente a produtividade de alimentos; b)
Malthus não previu a queda de natalidade que iria acontecer nas próximas décadas devido
principalmente a fatores como urbanização, incorporação da mulher no mercado de trabalho, e adoção de
métodos contraceptivos. O malthusianismo, tornava-se assim, obsoleto face à nova realidade demográfica
do século XX.
Embora cause impactos ambientais, a agricultura mecanizada aumentou a produtividade agrícola, invalidando a teoria malthusiana.
Outra grande crítica à Malthus veio na segunda metade do século XX. Negando o princípio
malthusiano – de que a superpopulação gera pobreza – a Teoria Reformista vai afirmar que a pobreza é a
causa da superpopulação. De formação marxista, os reformistas vão alegar que o governo deveria
implantar reformas sociais para resolver problemas como distribuição de renda e sobrevivência humana;
afinal, nos países desenvolvidos a taxa de natalidade seria menor. Por esta linha de raciocínio, uma vez
resolvido o problema da pobreza, logo seria resolvido o problema da superpopulação.
Entendendo conceitos
Número de nascidos vivos em permilagem (número de crianças nascidas para cada
Taxa de natalidade
mil habitantes)
Taxa de Número de filhos que a mulher tem em sua vida (número médio de filhos por
fecundidade mulher)
Taxa de Número de falecimentos em permilagem (consistindo no número de mortes para
mortalidade cada mil habitantes)
Crescimento Diferença entre taxa de natalidade e taxa de mortalidade. Ou seja, qual é o
Vegetativo crescimento populacional.
Uma das melhores formas de visualizar as fases propostas por Warren é a análise de pirâmides
etárias, ou pirâmides demográficas, gráficos criados especialmente para a análise populacional, cujo
formato se altera com o decorrer do estágio ou fase da transição demográfica.
A pirâmide etária/demográfica é um gráfico em histograma contendo a distribuição da população por faixa etária e
gênero. Serve para termos uma ideia do contexto geral de uma determinada população.
Pirâmides etárias de cada faixa de transição demográfica. Calma que vamos entender estes formatos nas linhas abaixo, ok?
Agora que já entendemos o que são pirâmides etárias, vamos estudar as diferenças entre as cinco
fases da transição demográfica. Isso é muito importante! A Cespe adora cobrar Transição Demográfica!
A a primeira fase – muito rara dos dias atuais – costumava ocorrer em sociedades rurais e/ou pré-
industriais, cuja ausência de métodos contraceptivos, as más condições econômicas, e as questões
culturais, acabavam acarretando em altas taxas de natalidade. Por outro lado, embora houvessem muitos
nascimentos, como as condições ambientais eram na maioria das vezes desfavoráveis, havia também uma
alta taxa de mortalidade; tendendo, portanto, ao equilíbrio populacional. Nesta(s) época(s), a alta taxa de
mortalidade podia ser explicada por alguns fatores como: a ausência de políticas médicas e sanitárias, as
precárias condições de higiene; a falta de proteção contra catástrofes naturais; as guerras e conflitos
armados; e ainda, a fome e a miséria dos povos que habitavam o campo. Nesta primeira fase, grosso modo,
nascia muita gente mas morria muita gente também.
2
Todas as pirâmides etárias utilizadas neste material foram extraídas do próprio site da ONU:
https://esa.un.org/unpd/wpp/Graphs/DemographicProfiles/
Quando Warren Thompson propôs a teoria da Transição Demográfica, provavelmente não imaginou
que a população pudesse diminuir, mas isto está acontecendo em diversas partes do mundo,
principalmente em países desenvolvidos como Alemanha, Itália e Japão.
Quando a Cespe disser que “um determinado país já realizou a transição demográfica”, a banca
pode se referir tanto ao final da quarta fase ou ao final da quinta fase. No geral, países desenvolvidos já
realizaram a transição demográfica. Isto é, já passaram por todas as fases previstas nesta teoria.
De acordo com dados da ONU, o Brasil é o quinto país mais populoso do mundo, contando
atualmente com 207 milhões de habitantes3. No entanto, ao decorrer do século XX, o país teve seu perfil
demográfico radicalmente alterado. De uma sociedade predominantemente rural, com famílias numerosas
e elevada taxa de mortalidade, passou-se a uma sociedade majoritariamente urbana, com múltiplos
arranjos familiares, com mais acesso aos serviços de saúde, e também contando com reduzida taxa de
mortalidade. Enfim, mesmo com todos os problemas internos, com o decorrer do tempo, o Brasil passou a
ter pirâmide etária semelhante aos países capitalistas centrais.
No primeiro Censo (1872), o Brasil tinha menos de 10 milhões de habitantes, Neste período, no qual
a população era majoritariamente rural, o país vivia a primeira fase da transição demográfica de Warren
Thompson, caracterizada por altas taxas de mortalidade e natalidade; tendência que se manteve até a
década de 1930. Apesar do grande crescimento no período (entre 1892 a 1990, por exemplo, a população
aumentou 44%), este acréscimo populacional pode ser explicado pela imigração europeia no Brasil, e não
pela alteração substancial nas taxas de natalidade e mortalidade; fato que veio se intensificar a partir da
segunda metade do século XX.
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No último Censo oficial estava com 190 milhões, no entanto, projeções do próprio IBGE para 2018 indicam este valor de 207
milhões.
A partir da década de 1930, com esforços privados e governamentais para industrializar o país e
com a migração de pessoas do campo para as cidades (urbanização), o Brasil iniciou a mudança no seu
contexto populacional; começando, a partir da década de 1950, a entrar na segunda fase de transição
demográfica, caracterizada pela diminuição das taxas de mortalidade e pelo grande crescimento
populacional. Assim, em apenas 30 anos – entre 1950 e 1980 – a população mais que dobrou de tamanho,
passando de 52 para 121 milhões de habitantes. Curiosamente, a população também dobrou de tamanho
entre 1960 e 1991, passando de 71 milhões para 147 milhões de habitantes em 1991.
A partir dos anos 1960 – processo que se intensificou nos anos 1970 e 1980 – devido ao maior
acesso aos sistemas de saúde, à inclusão da mulher no mercado de trabalho, e à urbanização – que
naturalmente diminui a quantidade de filhos – a taxa de natalidade também entrou em queda, processo
que se mantém até os dias de hoje. Apesar desta queda gradativa nas taxas de natalidade e mortalidade,
a população brasileira continua crescendo até os dias de hoje. Tais dados revelam que o Brasil passou,
neste período, por uma transição da segunda fase para a terceira fase de transição demográfica
Ano Comentário
Nesta época, o Brasil estava saindo da primeira e entrando na segunda fase de transição. O
formato triangular (largo na base e estreito no topo) indica alta taxa de mortalidade. O
1950
alargamento da base (predominância da população infantil) denuncia a elevação da taxa de
natalidade.
A “barriga” convexa que se forma no meio da pirâmide indica a redução da taxa de natalidade
2015 (cada vez mais, a população infantil é menor, pois está nascendo menos gente). Assim, estamos
passando pela terceira fase de transição.
Em 2050 o Brasil deverá manter a queda na taxa de natalidade, aumentando assim, a
2050 proporção de idosos (alargamento do topo da pirâmide) e diminuindo a população jovem
(estreitamento da base da pirâmide)
O formato de “coluna” da pirâmide indica o Brasil deverá entrar na quarta fase de transição
2100 demográfica no final do século XXI ou início do século XXII. Como a taxa de natalidade é próxima
à de mortalidade, o gráfico parece um “paredão”.
Projeções para o século XXI indicam que a expectativa de vida continuará subindo no Brasil. Em 2100, o
brasileiro deverá viver próximo à faixa dos 90 anos. No entanto, a expectativa de vida feminina continuará
sendo maior que a masculina.
Ambas as taxas estão em queda desde pelo menos os anos 1950. Projeções para o século XXI também
mostram uma manutenção da queda das taxas de fecundidade (que deverão se estabilizar) e mortalidade
(que deverá continuar diminuindo). Isso significa que nascerão menos crianças, mas do mesmo modo,
também morrerão menos crianças.
O Brasil, tinha em 2010, 190 milhões de habitantes, sendo o quinto país mais populoso do mundo
– estima-se hoje, de acordo com o IBGE, que este valor já tenha chegado a casa dos 207 milhões. Deste
montante (medido em 2010), quase a metade (42%), está no Sudeste, sendo de longe, é a região mais
populosa do país, que concentrando 80 milhões de habitantes, possui mais de 40 milhões somente no
Estado de São Paulo, mais de 20 milhões em sua Região Metropolitana e aproximadamente 11 milhões
==146f25==
somente na capital São Paulo. Já as menos populosas são as regiões Norte e Centro-Oeste, cujas
populações somadas, apresentam valores inferiores, por exemplo, a do já citado Estado de São Paulo.
Interessante salientar que a população urbana é maioria absoluta em todas as regiões, no entanto, a
Região Nordeste possui a maior quantidade de habitantes residindo em área rural, totalizando mais de 14
milhões de habitantes.
Nestes mapas é possível observar estas disparidades. De forma geral, a população brasileira está
concentrada próxima ao litoral, a leste, nos estados do Sul, Sudeste, e Nordeste, como São Paulo, Rio de
Janeiro, Pernambuco, Bahia, e Rio Grande do Sul. Já o interior do país é pouco habitado, onde situam-se as
regiões Norte e Centro-Oeste, e estados como por exemplo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, e
Amazonas. Em suma, o Brasil é muito populoso, mas nem todas as áreas são povoadas.
Populoso ou Povoado?
País populoso País de grande população
País povoado País de alta densidade demográfica
Qual a diferença?
População absoluta Número absoluto de habitantes
Densidade demográfica Número relativo de habitantes: população dividida pela área (por exemplo,
(população relativa) X habitantes por quilômetro quadrado)
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Errata: a população do Piauí (gráfico ao lado) possui mais de 3 milhões de habitantes.
alemães, italianos, espanhóis, recebendo também, grande fluxo de imigrantes argentinos, uruguaios e
paraguaios; tendo atualmente, economia bastante dinâmica e diversificada, em destaque aos setores
agropecuário e industrial. Sua população está relativamente bem distribuída pelos três estados da região,
sendo Rio Grande do Sul o estado mais populoso, seguido de Paraná e Santa Catarina.
Em relação à cor da pele, de acordo com o Censo Demográfico (2010), os brancos e os pardos são a
maioria no Brasil. O primeiro grupo corresponde à 47,7% do total (91 milhões de brasileiros); e o segundo,
à 43,1% (82 milhões de brasileiros) [fonte]. Somados, estes percentuais ultrapassam 90% da população.
Embora apresentem percentuais relativamente parecidos, brancos e pardos se distribuem de forma
diferente pelo território. Os brancos são maioria absoluta na região sul, especialmente nos estados de
Santa Catarina e Rio Grande do Sul, também sendo bastante expressivos em São Paulo e Paraná. Por outro
lado, os pardos são maioria em todo o eixo norte-nordeste do Brasil. Estados como Amazonas, Pará,
Maranhão, Tocantins, e Piauí apresentam vários municípios com mais de 75% de população parda. Estas
diferenças ocorrem devido aos diferentes tipos de ocupação do país: enquanto no sul, por exemplo,
predominou a imigração europeia, o nordeste do Brasil historicamente foi um grande polo receptor de
escravos do continente africano. Os mapas abaixo ilustram a distribuição geográfica destes dois grupos:
Embora esteja distribuída por todo o país, a população indígena concentra-se principalmente na
região norte (mapa abaixo), responsável por 37,4% do total nacional. Destacam-se, neste sentido,
principalmente Roraima e Amazonas, estados detentores de grandes reservas indígenas. Há também,
conforme mapa abaixo, um número bastante expressivo de indígenas declarados nas maiores
concentrações demográficas do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, e Zona da Mata nordestina. Isto
ocorre principalmente à migração interna de indivíduos das tribos para as grandes cidades.
Em relação à distribuição da
população por religião (mapa da
próxima página), é necessário saber
que nas últimas décadas, o Brasil
vem passando por uma grande
transformação em seu perfil. De
acordo com dados do Censo
Demográfico do IBGE (2010),
cristãos são 86,8% do país; sendo
64,6% de católicos e 22,2% de
evangélicos. Entre 2000 e 2010, no
entanto, a Igreja católica teve uma
redução da ordem de 1,7 milhão de
fiéis, um encolhimento de 12,2%
[fonte]. No Brasil atual, os católicos
continuam como o grupo
majoritário, mas perdem espaço
em termos absoluto e relativo.
Por outro lado, os evangélicos, em sua multiplicidade e diversidade, é o grupo que mais cresce. As
denominações não cristãs e o número de pessoas que se declaram sem religião também aumentou.
Contrastando com o domínio católico exercido desde o período colonial, com o declínio do catolicismo e o
aumento do protestantismo, o Brasil deverá ter maioria evangélica a partir da década de 2030 [fonte]. O
gráfico abaixo evidencia esta mudança de perfil:
Em 2000, 73,7% da população brasileira era católica; já em 2010, este número caiu para 65%. Em
contrapartida, a população de evangélicos saltou de 15% para 22%. Também aumentou a proporção de
outras religiões: o número de espíritas quase dobrou (de 1,3% para 2%); e a categoria “outras
religiosidades” pulou de 1,8% para 2,7%. Do ponto de vista espacial, o mapa abaixo indica que o número de
c pulou de 1,8% para 2,7%. Do ponto de vista espacial, o mapa abaixo indica que o número de católicos e
protestantes varia bastante de acordo com cada região:
A Igreja Católica Apostólica Romana, tradicional no país desde o período colonial, está concentrada
principalmente no sertão nordestino, no interior da região sul, e no interior do estado de Minas Gerais. Por
outro lado, a Evangélica Pentecostal predomina na Amazônia, nos interiores de Goiás e Tocantins, e no
Vale do Ribeira paulista (porção sul do estado).
A população mundial não está distribuída de forma homogênea pela superfície da Terra. Muito pelo
contrário, está em densamente concentrada em poucas regiões do globo. O mapa a seguir5, que é
bastante interessante, evidencia esta concentração. Neste, as vastas áreas azuis abrigam o mesmo número
de habitantes (5% do total) da pequena área vermelha (também 5% do total). 90% vivem nas áreas
brancas.
Concentração da população mundial no século XXI: todas as áreas em azul possuem o mesmo número de
habitantes da pequena área em vermelho.
5
Elaborado por IbisDigitalMedia <ibisdigitalmedia.com>
Além disso, é possível notar que conforme anteriormente mencionado, as regiões de alta latitudes
– isto é, próximas aos polos, são menos povoadas devido às baixas temperaturas. Isto inclui: o vasto norte
despovoado do Canadá – pais este, que apesar de ser o segundo maior em território, somente atrás da
Rússia, possui menos de 30 milhões de habitantes; a Groenlândia, possessão dinamarquesa com cerca de
50 mil habitantes; a região geográfica da Escandinávia (Noruega, Suécia e Finlândia) cuja população
concentra-se no sul menos sujeito às glaciações; e o imenso território da Rússia, povoado principalmente
na porção europeia e nas fronteiras meridionais. Por fim, apesar de não constar no mapa, a Antártica –
imenso continente coberto de gelo – não possui população fixa, abrigando somente bases científicas.Já no
mapa a seguir6, elaborado pela NASA, é possível observar, em vermelho, as regiões com maior densidade
populacional do mundo.
Densidade demográfica no século XXI – da baixa (branco) à alta densidade (vermelho) (NASA, 2015)
Ao visualizarmos o mapa, as primeiras áreas que se sobressaem são a Índia e a China, ambas em
vermelho escuro, com tons mais intensos que os demais, revelando altíssima densidade populacional. Na
Índia, além da porção meridional superpovoada voltada ao Oceano Índico, destaca-se o vale do Rio
Ganges, ocupado há mais de 10 mil anos, cuja foz está em Bangladesh, correspondendo até hoje a uma das
áreas mais povoadas e populosas do globo.
Logo a leste, na China, ocorre concentração populacional nas províncias orientais do país, onde
situam-se grandes cidades como Pequim, Xangai, e Guangzhou. Curiosamente, embora seja o país mais
populoso do mundo, não possui território totalmente povoado, ocorrendo vazios demográficos em regiões
interioranas como o Tibet. Outros países asiáticos como Filipinas, Indonésia e Japão também apresentam
elevada densidade demográfica em grande parte do território. Por fim, ainda no contexto asiático, ao longo
da antiga Rota da Seda, entre a Ásia Menor e a China, há uma linha relativamente constante de
povoamento, passando por países como Turquia, Irã, Afeganistão e demais ex-repúblicas soviéticas
6
Elaboração: NASA Earth Observations: < https://neo.sci.gsfc.nasa.gov/view.php?datasetId=SEDAC_POP>
islâmicas até atingir o interior chinês. Tais localidades foram ocupadas por mercadores há milhares de anos
e continuam povoadas até os dias atuais.
Na América do Norte, a população está concentrada principalmente nas regiões litorâneas dos
Estados Unidos – que com 300 milhões de habitantes, é o terceiro país mais populoso do mundo – em
destaque à face oeste banhada pelo Oceano Atlântico em cidades como Nova Iorque, Boston, Philadelphia
e Miami; e cidades próximas aos Grandes Lagos como Detroit e Chicago. Na Costa Leste, voltada ao
Oceano Pacífico, cidades como Los Angeles, San Diego e São Francisco também abrigam grande
contingente populacional. No imenso porém pouco habitado Canadá, a população está concentrada na
porção sudoeste – próxima aos Estados Unidos e ao Oceano Atlântico, em cidades como Montreal e
Toronto. Já no México, a população tende a se concentrar na porção central do país em metrópoles como
Cidade do México e Guadalajara.
Já na América do Sul, as áreas mais densamente povoadas estão no Brasil, cuja população,
conforme visto anteriormente, concentra-se principalmente na faixa litorânea compreendida pelas regiões
Sul, Sudeste, e Nordeste, e nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. Por outro
lado, no interior do continente, onde está localizada a Amazônia Legal que engloba o Brasil e países
vizinhos, a densidade demográfica é baixa devido principalmente à preservação desta floresta equatorial.
Outras regiões pouco habitadas da América do Sul são o Deserto da Patagônia – que engloba parte da
Argentina e do Chile, e as porções mais elevadas da cordilheira dos Andes, que permeia a porção ocidental
do continente.
• Magreb (extremo-norte)
• Sahel (centro) • Deserto do Saara
África (1,2 bilhões • África Ocidental (ex-repúblicas francesas e • Desertos de Namíbia e Kalahari
de hab) inglesas) • Florestas da Rep. Demogrática do
• Grandes Lagos (centro-leste) Congo
• Vale do Nilo (nordeste)
Independentemente da época, a migração sempre foi uma constante nas civilizações humanas:
desde o homem nômade – existente antes do surgimento da agricultura há milhares de anos, até o homem
contemporâneo que rege os fluxos migratórios atuais, seus objetivos são sempre os mesmos, no geral,
envolvendo a fuga de condições adversas e a busca de locais que propiciem melhor situação de bem estar
social. Assim, estes fluxos – que fazem parte do espaço geográfico – foram/são responsáveis por grande
parte das alterações demográficas de diversos países ao longo do globo.
Mesmo normalmente sendo indesejáveis – inclusive sofrendo repressão policial – em muitos casos,
imigrantes são bem vindos, principalmente nos países desenvolvidos que carecem de mão de obra, como
Canadá, Austrália e Japão. De tempos em tempos, e de forma bastante seletiva de acordo com as
necessidades locais, estes países abrem parcialmente suas fronteiras.
Além das correntes de migração internacional, é preciso destacar a grande relevância que os fluxos
locais exercem na remodelação do contexto demográfico de cada país, sendo até mais intensos do que os
internacionais. Apesar de terem origens e causas diversas, estes fluxos nacionais, de forma geral, partem
das áreas rurais para as áreas urbanas (êxodo rural), acentuando a urbanização nos países afetados.
Contando com populações altamente urbanizadas, a Europa e a América não sofrem tanto com estes
processos intra-migratórios no século XXI (embora tivessem sofrido nos séculos XIX e XX), sendo estes
fluxos mais intensos em nações subdesenvolvidas e em desenvolvimento, como a Índia e a China, onde a
população urbana cresce em ritmo exponencial.
Apesar de ser uma tendência principalmente europeia, alguns processos de ruralização podem ser
observados no território brasileiro. Em São Paulo – estado com o maior PIB da nação – multiplicam-se os
loteamentos e condomínios de classe média e classe média alta no interior, que “isolam” a população
residente da pobreza e dos problemas externos a estas realidades pontuais. Pela primeira vez na história
dos censos demográficos, em 2010 a Região Metropolitana de São Paulo – embora tenha aumentado sua
população – teve saldo migratório negativo: pelo menos em São Paulo, as pessoas estão saindo das áreas
metropolitanas e indo para o interior.
Migrações internacionais
De acordo com dados do documento International Migration Report (ONU, 2015), o número de
migrantes internacionais em todo o mundo cresceu rapidamente nos últimos quinze anos, atingindo 244
milhões em 2015, de 222 milhões em 2010 e 173 milhões em 2000. Em contexto global, quase a metade do
total de migrantes nasceu na Ásia (43% ou 104 milhões). A migração está crescendo, sendo assim, uma
realidade que os governos devem enfrentar com políticas adequadas. O gráfico ao lado esquerdo da
página, mostra o número de imigrantes residentes fora dos países de origem em 2015 em milhões de
unidades.
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Este mapa é da versão 2015 do Migration Reports. Na revisão mais recente de 2017, o mapa não foi atualizado.
Mongólia e países do sudeste asiático (Ásia). No geral, nações de pouca expressividade no contexto
internacional. Se os locais com maior atração populacional são os mais desenvolvidos, os países com maior
diáspora, são os que passam por crises, conflitos, ou que simplesmente, não possuem mercados que
abrigam suficientemente a mão de obra local, conforme evidencia o gráfico a seguir com dados de 2015.
Assim, de acordo com a ONU, nas maiores diásporas incluem-se Índia, México, Rússia, China,
Bangladesh, Paquistão, e Ucrânia, cujas razões são diversas. Por exemplo, a Índia, vive hoje, uma fuga de
cérebros: há milhões de indianos trabalhando nos Estados Unidos e na Europa, tanto em grandes empresas
quanto em startups de alta tecnologia, ou até mesmo, em serviços administrativos ou comando de
negócios próprios. Guardadas as devidas proporções, a mesma situação se repete na Rússia, onde, além da
migração para as ex-repúblicas soviéticas como Ucrânia, há uma migração em massa para países como
Estados Unidos e Alemanha. Também por motivos econômicos, migrantes da China saem do país em busca
de melhores condições nos Estados Unidos e em vizinhos como Tailândia, Malásia, Indonésia e Singapura.
Por fim, é importante destacar o caso do México, que possui 12 milhões de moradores fora do país de
origem.
Atualmente, no entanto,
a tradicional rota México para
Estados Unidos é apenas o
oitavo fluxo migratório que
mais cresce no globo. Entre
2010 e 2017, os dois fluxos
migratórios que mais
cresceram foram ocasionados
pela Guerra na Síria, mais
especificamente da Síria para a
Turquia, e da Síria para o
Líbano. Visto que o terceiro lugar foi ocupado pela fuga do Sudão do Sul para Uganda (reflexos do conflito
no país), podemos afirmar que há, no mundo atual, uma tendência de crescimento das migrações sul-sul;
ou seja, de país subdesenvolvido para outro país subdesenvolvido.
Tendo este cenário em vista, a seguir, vamos estudar os principais fluxos de imigração internacional
do século XXI:
Países em conflito no Oriente Médio (Síria, Afeganistão e Somália) para países vizinhos
Deste montante, a ONU estima que 19,5 milhões seja composta de refugiados de conflitos no
Oriente Médio, em destaque à Guerra da Síria, que de acordo com a mesma instituição, produziu o maior
fluxo de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial. Na Síria, potências como Estados Unidos e Rússia
discutem a legitimidade de poder do ditador Bashar al-Assad, que governa o país desde 2000. Assim, desde
a Primavera Árabe (2011), até o surgimento do Estado Islâmico (2013), o país vive um sangrento conflito
com mais de 200 mil mortos. Atualmente, mesmo com a derrota deste grupo extremista e a retomada de
territórios pelo governo, ainda permanecem os efeitos nocivos da guerra nos indicadores sociais.
O segundo país com maior saída de refugiados é o Afeganistão, que desde a ocupação americana,
em 2001, vive a chamada Segunda Guerra do Afeganistão; na qual, os Estados Unidos, após os ataques de
11 de setembro, invadiram o país na busca de Osama bin Laden e depuseram o regime talibã. Já a Somália,
no chifre africano, é internacionalmente conhecida pelas diferentes facções estarem em disputa de poder
há várias décadas. O país, inclusive, não possui atualmente um estado organizado que estabeleça controle
sob seu território. Neste contexto, os principais destinos de refugiados possuem estreita relação com a
origem dos mesmos. Assim como os refugiados sírios vão, em sua maioria, para a Turquia, para o Líbano e
para o Irã; refugiados da Guerra do Afeganistão migram para o vizinho Paquistão.
O aumento dos fluxos migratórios – sobretudo nas regiões de conflitos e tensões militares – faz
acirrar as polêmicas em torno da questão da xenofobia e dos direitos humanos. Assim, com a
intensificação do multiculturalismo e a entrada de imigrantes culturalmente distintos, aumentam também,
os debates sobre a legitimidade destes fluxos. Nos Estados Unidos, por exemplo, enquanto setores da
sociedade denunciam o tratamento policialesco destinado aos imigrantes ilegais, as tendências políticas
atuais apontam para o enrijecimento das fronteiras.
Visão aérea de um campo de refugiados sírios na Jordânia. Onda de refugiados na Síria é a maior desde a Segunda Guerra Mundial.
Neste ínterim, há basicamente duas correntes de opinião: a primeira, uma vez que concebe a
imigração como natural do ser humano, é favorável à abertura das fronteiras dos países desenvolvidos,
bem como à incorporação do imigrante na cultura e no circuito econômico dos locais de destino. Por outro
lado, diversos grupos da sociedade – cuja expressividade tem aumentado nos últimos anos – têm rejeitado
a concepção multiculturalista. Para além da perda de postos de trabalho, estes relacionam o aumento da
criminalidade à presença estrangeira, sobretudo no que concerne o aumento dos seguidores do islamismo
nos países europeus após a Guerra na Síria.
Além de separar dois países de maneira formal, a enorme fronteira de aproximadamente 3.000 km
entre México e Estados Unidos, divide duas realidades socioeconômicas distintas: o sul subdesenvolvido
(América Latina) e o norte desenvolvido (América Anglo-Saxônica); sendo uma das rotas de imigração
mais utilizadas no mundo, não só por mexicanos, mas por pessoas provenientes dos demais países da
América Latina, como o Brasil.
Em cerca de 1/3 desta fronteira, por aproximadamente 1.000 km, sobretudo nas zonas mais
populosas, há um grande muro que separa os dois países, dificultando a imigração e aumentando a ação de
agentes de travessia, os chamados “coiotes”. Durante a travessia ilegal, além de correrem o risco de serem
presos ou deportados pela polícia norte-americana, imigrantes estão sujeitos a situações perigosas como
saques, estupros, ou mortes por desidratação. Com a dificuldade cada vez maior de atravessar a fronteira,
imigrantes ilegais estão atualmente procurando rotas alternativas, como a travessia de barco por Bahamas
– este país não exige vistos de entrada – ou simplesmente, atravessar a fronteira pelo Canadá.
Nos últimos dois anos, há um recrudescimento de políticas anti-migratórias nos Estados Unidos.
Em fevereiro de 2019, por exemplo, quase 80 mil latino-americanos foram barrados na fronteira, o maior
patamar desde 2007. Ao invés dos tradicionais mexicanos, a maior parte deles vem de Honduras, El
Salvador e Guatemala – países pobres e violentos da América Central. [fonte]. Tentando realizar sua
promessa de campanha, o presidente Donald Trump pretende construir um muro na fronteira com o
México, o que vem gerando grandes polêmicas com os democratas e com os próprios mexicanos.
Muro entre San Diego, Estados Unidos (esquerda) e Tijuana, México (direita).
Assim, apesar das inúmeras operações de socorro realizadas no Mediterrâneo pelos países
desenvolvidos – sobretudo Espanha, Itália, Grécia, e Malta, onde se concentram os maiores fluxos de
imigração africana, as travessias ilegais para a Europa são consideradas graves problemas humanitários.
No entanto, apesar de ainda ser um dos maiores fluxos globais, países europeus como a Espanha
estão, cada vez mais, impondo restrições à entrada de imigrantes. Assim, migrantes do Magreb, ao invés
das tradicionais rotas via Estreito de Gibraltar, para não encararem as complicadas restrições, estão
atualmente preferindo cruzar o Mar Mediterrâneo pela Turquia, pela Grécia e pelos Balcãs.
[fonte]
Além do tradicional destino nos Estados Unidos, tais migrantes rumam aos outros países
desenvolvidos como Japão, Austrália, e outras nações da Oceania e da Europa Ocidental.
Embora não seja uma nação propriamente desenvolvida, a África do Sul é um dos países mais ricos
do continente. Assim, esta nação recebe a imigração sistemática da população de seus vizinhos como
Zimbábue, Malaui, Moçambique, e República Democrática do Congo, sendo 20% composto de imigração
infantil [fonte]. Mesmo exercendo principalmente trabalhos de economia informal e baixa remuneração,
num cenário de falta de empregos para os sul-africanos, os imigrantes sofrem xenofobia e exclusão social
no país.
Além disso, estima-se, que devido à falta de segurança, a maioria da população migrante sofre
estupros e violências nas áreas fronteiriças: 75% dos quase 5.000 imigrantes ilegais tratados pelo Médico
Sem Fronteiras sofreram estupros ao atravessar as fronteiras da África do Sul [fonte], aumentando assim,
os casos de AIDS e violação de direitos humanos no país.
Atraentes principalmente pelo petróleo, pela construção civil, e pelo turismo, os países do Golfo
Pérsico têm sido foco de migração internacional nas últimas décadas, fluxo que continua elevado em
detrimento das obras da Copa de 2022 no Catar. Na Arábia Saudita, onde o governo controla rigidamente a
imigração, a população estrangeira corresponde a 1/3 do total. Nos Emirados Árabes, de cada cinco
trabalhadores braçais, quatro são imigrantes. Já no Bahrein e no Kuwait, são mais da metade [fonte]. Os
países do Golfo Pérsico atraem principalmente mão de obra não-qualificada da Índia, do Nepal, e de países
do sudeste asiático como Indonésia e Filipinas.
Trabalhadores estrangeiros em Dubai, Emirados Árabes. Golfo Pérsico atrai trabalhadores de várias partes do sudeste asiático.
No entanto, as legislações trabalhistas de vários países do Golfo, por ferirem os direitos humanos,
são duramente criticadas por entidades como a Anistia Internacional. Em países como Catar, Arábia
Saudita, Kuwait, entre outros, vigora o Sistema Kafala de imigração, no qual imigrantes têm suas despesas
pagas pelas empresas para as quais vão trabalhar, mas em troca, ficam com documentos retidos [fonte].
Na prática, o empregado estrangeiro torna-se uma mercadoria, pois não pode pedir demissão, nem sair do
país, e nem trocar de trabalho sem a autorização do empregador.
CAI NA PROVA
CACD/2017 – Questão 26. Atualmente, dos dez países mais populosos do mundo, um está na África (Nigéria), cinco na
Ásia (Bangladesh, China, Índia, Indonésia e Paquistão), dois na América Latina (Brasil e México), um na América Anglo-
saxônica (EUA) e um na Europa (Rússia). Sétima maior população do mundo, a Nigéria é o país que apresenta maior ritmo
de crescimento, e deve ultrapassar os EUA até 2050, passando a ocupar a terceira posição entre os mais populosos. A atual
população mundial de 7,3 bilhões de pessoas vai alcançar as marcas de 8,5 bilhões até 2030 e de 9,7 bilhões em 2050. Com
esse ritmo, o planeta deve chegar a 2100 com 11,2 bilhões de seres humanos, um crescimento de 53% em relação ao
presente. Organização das Nações Unidas (ONU). Perspectivas da população mundial: a revisão de 2015. 2016 (com
adaptações).
Tendo o tema desse fragmento de texto como referência inicial, julgue (C ou E) os itens subsequentes, considerando
aspectos geográficos diversos relacionados aos movimentos migratórios internacionais e intranacionais.
1. No contexto de integração econômica regional, a permeabilidade das fronteiras dos países da América Latina vem
contribuindo para a intensificação dos deslocamentos de população entre países, com um conjunto significativo de
migrantes deslocando-se de forma clandestina ou ilegal, o que dificulta a mensuração dos fluxos migratórios entre
países
COMENTÁRIO
Com exceção da clássica fronteira EUA-México e da entrada na Guiana Francesa (que precisa de visto europeu),
os latino-americanos gozam de relativa liberdade de circulação. O Brasil, em posição de liderança regional, atrai
venezuelanos, bolivianos, haitianos, colombianos, etc. Deve-se mencionar também, os acordos de viagem,
seguridade social, e residência do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, e Paraguai), que possibilitam a (quase)
livre circulação de pessoas no bloco. Gabarito: Certo
2. Devido ao envelhecimento da população, à diminuição drástica das taxas de natalidade e à necessidade de mão de
obra jovem para manter sua economia, diversos países da União Europeia têm adotado políticas de legitimação de
migrações ilegais e de concessão de asilo político.
COMENTÁRIO
É verdade que a Europa necessita de mão de obra jovem (afinal a maioria dos países está entre a quarta e a
quinta fase, caracterizadas pela diminuição relativa da população jovem). No entanto, ao contrário do
afirmado, a maioria dos países europeus adota o que os especialistas chamam de “legislações draconianas”,
isto é, leis anti-imigração que dificultam a entrada desta mão de obra jovem. Gabarito: Errado
3. O crescimento demográfico mundial apresenta uma face perversa: se, por um lado, há crescimento vegetativo
motivado pelas melhores condições de vida em países pobres, por outro, a expectativa de vida ainda continua
relativamente baixa em países como o Brasil, a China e a Índia, descompasso justificado por aspectos como a
violência e as doenças crônicas.
COMENTÁRIO
De fato, o crescimento vegetativo é grande em países pobres. Mas não é verdade que países emergentes como
Brasil, China e Índia apresentam baixa expectativa de vida, afinal, são países que estão passando pela terceira
fase de transição demográfica, justamente caracterizada pelo aumento da expectativa de vida. Gabarito: Errado
4. O início do século XXI tem sido marcado pela intensificação da crise migratória global, pela entrada em massa de
refugiados e ilegais no continente europeu, e pela pauta, na agenda política de diversos países, do tema da
migração internacional, sendo o Brasil, nesse cenário, um dos integrantes das rotas de migrações internacionais.
COMENTÁRIO
A migração internacional é um assunto bastante relevante no contexto internacional atual, principalmente para
os países europeus que “sofrem” com ondas de migração oriundas de países do Oriente Médio e norte da
África. O Brasil não está de fora deste contexto, porque também recebe refugiados, principalmente da
Venezuela, país mergulhado em profunda crise. Gabarito: Certo
CACD/2008 – Questão 29. As migrações aparecem como característica permanente da espécie humana. Max Sorre afirma
que a mobilidade é a lei que rege todos os grupos humanos, portanto, o estudo da circulação ocupa lugar importante na
Geografia Humana. Nele está inserida a discussão das raças e a das miscigenações, levando à definição das etnias. A.
Damiani. População e Geografia. São Paulo: Contexto, 2006, p. 51 (com adaptações). Considerando o texto acima, julgue
(C ou E) os itens seguintes.
1. A abertura de fronteiras à entrada de migrantes é uma realidade em determinados países desenvolvidos, dada a
carência de mão-de-obra em setores das atividades econômicas.
COMENTÁRIO
Sim, isto já é uma realidade em países como, por exemplo, Canadá, Austrália e Japão. No entanto, esta abertura
é seletiva e pontual. Gabarito: Certo
2. A quantidade de fluxos migratórios vem diminuindo no contexto de mercado de trabalho globalizado, uma vez que
a facilidade atual de circulação de mercadorias substitui a necessidade de movimentação dos trabalhadores.
COMENTÁRIO
Muito pelo contrário, a globalização aumenta os fluxos, e portanto, aumenta a migração. Gabarito: Errado
CACD/2014 – Questão 30. Turistas, funcionários e gestores de empresas circulam pelo mundo, mas a maior parte dos que
se deslocam por um tempo mais longo é constituída de migrantes internacionais. A pobreza é a principal causa da
mobilidade, mas as defasagens entre sociedades jovens e em processo de envelhecimento, os conflitos, a difusão da
informação, a redução dos custos de transporte e as demandas de mão de obra nos países do Norte alimentam os desejos
de partida.
M-F Durand et al. Atlas da mundialização. Compreender o espaço mundial contemporâneo. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 28.
Acerca das migrações internacionais na atualidade, julgue (C ou E) os itens subsequentes.
1. Os fluxos migratórios sul-norte envolvem menos da metade dos migrantes internacionais; a maioria dos fluxos,
menos conhecidos e menos midiatizados, é de orientação sul-sul.
COMENTÁRIO
A orientação sul-sul ocorre principalmente na África e no Oriente Médio, em países em conflito como Síria,
Iraque, Afeganistão e Somália; e também em migrações para a obtenção de empregos como por exemplo, da
Índia e do sudeste asiático para o Golfo Pérsico. E sim, estes fluxos são bastante numerosos.
Gabarito: Certo
2. As migrações são cada vez mais circulares; a Espanha, por exemplo, é um país de emigração, sobretudo de
migrações empresariais, um país de trânsito para os africanos que vão para a França e um país de imigração do
Marrocos e da Romênia.
COMENTÁRIO
A globalização dinamiza os fluxos migratórios e torna seu estudo cada vez mais complexo. O caso da Espanha
está correto e ilustra bem esses processos. Gabarito: Certo
3. Ainda que estejam mundializadas, as migrações se regionalizaram; as regiões migratórias não abarcam
continentes, mas correspondem a sistemas regionais em que há complementaridade entre a demanda e a oferta
de trabalho e de população.
COMENTÁRIO
Exatamente. Estas migrações regionais de complementação de mão de obra ocorrem, por exemplo, de países
do Mercosul para o Brasil, do sudeste asiático para o Golfo Pérsico, da China para o sudeste asiático; de
Zimbábue, Botsuana e Moçambique para África do Sul, e etc. Gabarito: Certo
4. Um aspecto significativo das migrações atuais é o predomínio numérico de europeus, nos fluxos internacionais, em
substituição ao predomínio de africanos, asiáticos e latinoamericanos.
COMENTÁRIO
Os europeus predominaram nos fluxos internacionais por um longo período entre o século XVI e início do
século XX. No entanto, hoje, por já serem desenvolvidos, os europeus são minoria nas migrações. O normal, no
cenário atual, é a Europa receber migrantes, e não fornecer. Há, inclusive, diversos países fechando suas
fronteiras. Gabarito: Errado
CACD/2015 – Questão 27. Em dois casos recentes, centenas de imigrantes ilegais morreram em naufrágios no mar
Mediterrâneo. No primeiro deles, em 21 de abril, ocorreram cerca de oitocentas mortes. Segundo dados do Alto
Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, o que se verifica na atualidade é uma grave crise humanitária no mar
Mediterrâneo, principal rota de entrada de refugiados e imigrantes ilegais no continente europeu. A respeito dessa crise,
julgue (C ou E) os itens a seguir.
1. A maior parte dos migrantes que cruzam o Mediterrâneo são originários de países africanos e do Oriente Médio,
regiões onde conflitos armados, miséria e perseguições estimulam a migração, tendo grande número de sírios
passado a utilizar essa rota com a eclosão e o agravamento da guerra civil na Síria.
COMENTÁRIO
As maiores diásporas migratórias no século XXI ocorrem em países em conflito como a Síria (que protagonizou
o maior êxodo populacional desde o final da Segunda Guerra Mundial), além do Afeganistão ou a Somália. A
descrição está correta e condiz com a realidade migratória atual. Gabarito: Certo
2. No começo do século XXI, a rota mais popular entre imigrantes ilegais situava-se entre o oeste africano e a
Espanha, e incluía territórios espanhóis no norte da África, como Ceuta e Melilla, e as Ilhas Canárias. Porém, com a
crise em diversos países do norte da África, como Líbia, Tunísia e Egito, houve mudança de rota, em razão da
desarticulação política e dos sistemas de controle marítimo e de fronteiras desses países.
COMENTÁRIO
Até o final do século XX, de fato, eram rotas bastante populares. No entanto, no século XXI, a Espanha reforçou
a segurança nestas áreas. Hoje, imigrantes africanos estão preferindo entrar na Europa via Balcãs através da
Turquia e da Grécia. Gabarito: Certo
3. A União Europeia não criminaliza a entrada de imigrantes ilegais no território de seus países-membros, o que
incentiva pessoas oriundas da África, do Oriente Médio e da Europa Oriental a buscarem empregos e melhores
condições de vida na Europa Ocidental.
COMENTÁRIO
De fato, há expressivas correntes de migração da África, do Oriente Médio, e da Europa Oriental para a Europa
Ocidental, mas as verdades acabam por aí. A União Europeia permite a livre circulação de pessoas DENTRO de
seu próprio território, e NÃO de pessoas de FORA. Assim, apesar de existirem com expressividade, dada à
restrição de circulação e ao estado policialesco, a maior parte destes fluxos é ilegal. Gabarito: Errado
4. Em 2015, intensificou-se ainda mais a saída de imigrantes a partir do Marrocos, que se tornou ponto de partida de
muitas viagens, já que traficantes de pessoas aproveitam-se do caos político no país, onde milícias rivais estão em
conflito.
COMENTÁRIO
Conforme comentado na questão 2, a migração via Marrocos vem diminuindo em detrimento de outras rotas
mais fáceis. É verdade que o país vive profundos conflitos desde a década de 1970, mas isto não interfere (pelo
menos não de forma significativa) nas migrações. Gabarito: Errado
Migrações no Brasil
As migrações no Brasil podem ser divididas em dois tipos: as migrações externas, quando o fluxo de
imigração tem origem em outros países com destino ao território nacional; e as migrações internas,
quando há a movimentação de pessoas dentro do próprio território brasileiro, sendo de estado para
estado, ou de município para município. Em primeiro lugar, vamos tratar das migrações externas, isto é, do
fluxo de pessoas que saem e entram no Brasil.
Além dos europeus, estima-se que entre os séculos XV e XVIII, tenham entrado, de forma forçada,
4,8 milhões de escravos no litoral do Brasil, morrendo, nas péssimas condições dos navios negreiros, cerca
de 300 mil. [fonte]. Provenientes de diversas etnias e regiões do continente africano, estes escravos negros
eram utilizados para mão de obra principalmente nas lavouras de cana, na criação de gado, e
posteriormente, na extração de ouro. No Censo de 1872, 15% da população de 10 milhões de habitantes
era composta por escravos [fonte].
Navio Negreiro (1830). Obra de Rugendas. Pintura mostra as péssimas condições em que escravos eram trazidos ao Brasil. A maior parte adoecia
ou morria antes de pisar em solo nacional.
Após a proibição do tráfico de escravos (Lei Eusébio de Queirós de 1950) e a abolição da escravidão
em 1988, havia a necessidade de “importar” trabalhadores europeus para suprir as necessidades de mão
de obra. Influenciada pelo darwinismo social e pelo positivismo, parte da elite econômica acreditava que o
branqueamento da população seria benéfico à economia e a à cultura do Brasil. Ao invés de empregar os
negros libertos, preferiu-se, na época, “melhorar” a população estimulando a imigração branca, deixando a
população mestiça às margens da sociedade e dando origem assim, às primeiras favelas.
Durante o século XX, com a Crise da Bolsa de Valores de Nova York (1929) e a Crise do Café (década
de 1930), a imigração externa diminuiu significativamente. Diante do péssimo cenário econômico e da
falta de empregos, o governo de Getúlio Vargas estabeleceu a Lei de Cotas (1934) que limitava e regulava a
entrada de imigrantes, exceto os portugueses. Assim, a partir deste período, predominaram as imigrações
internas.
Companhia Siderúrgica Nacional, fundada nos anos 1940: um dos símbolos da industrialização do Brasil, processo este, que atraiu muitos migrantes internos.
A partir dos anos 1930, com o início da industrialização do Brasil – principalmente nos grandes
centros do Sudeste como São Paulo e Rio de Janeiro, houve um aumento expressivo dos fluxos internos de
migração. Relembrando que foi a partir desta época que o Brasil entrou na segunda fase de transição
demográfica, caracterizada pela urbanização e pela queda das taxas de mortalidade.
Iniciado na década de 1930, o êxodo rural vai se intensificar nas décadas de 1940 e 1950.
Incentivada pelo governo democrático de Getúlio Vargas e pelo desenvolvimentismo de Juscelino
Kubitschek, a indústria nacional deu um grande salto na década de 1950, sobretudo nos setores químico,
petrolífero e siderúrgico. Nesta época, prevaleceram a imigração das regiões Nordeste e Norte para o
Sudeste em processo de industrialização, bem como à imigração para a recém-criada Brasília, no Centro-
Oeste. Entre os anos 1940 e 1950, devido à industrialização, as imigrações externas voltam a aumentar
após duas décadas de estagnação. Nesta década, de acordo com o Anuário Estatístico do IBGE, entraram
mais de 500.000 imigrantes, principalmente europeus. Após a década de 1960, há uma nova queda na
migração externa.
A partir dos anos sessenta, a modernização agrícola continuou a alimentar o êxodo rural
evidenciado nas décadas anteriores. Foi somente a partir do século XXI, devido ao meio técnico-científico-
informacional e às novas formas de produção, que o êxodo rural foi diminuir de proporção.
A partir dos anos 1970, receoso da existência de vazios demográficos, e tentando ocupar e
estimular a economia regional, o Governo Militar iniciou uma grande política de ocupação territorial nas
regiões Centro-Oeste e Norte, em destaque ao bioma da Amazônia, considerado na época, um “inferno
verde” sem perspectivas econômicas. A construção da Rodovia Transamazônica e a distribuição de lotes
gratuitos a quem se dispusesse à ocupa-los e torna-los produtivos estimulou a migração para estados como
Rondônia, Amazonas, e Pará, fluxo este, originado principalmente nas regiões Sul e Sudeste.
Nas últimas décadas do século XX, entre os anos 1980 e 1990, a região Sudeste consolidou-se como
maior polo de imigração do Brasil. Devido à crise econômica e à inflação que o país estava passando, as
migrações do Nordeste para o Sudeste se intensificaram, engrossando as periferias urbanas e causando
diversos problemas socioambientais. De acordo com o IBGE, dos 26 milhões de imigrantes não-naturais, 8
milhões vivem em São Paulo e 2 milhões no Rio de Janeiro. No entanto, após a década de 2000, devido
principalmente à melhora da economia e aos programas governamentais, este fluxo tem diminuído,
inclusive, havendo migrações de retorno de volta para o Nordeste.
Propaganda elaborada pelo Governo Militar para estimular a ocupação da Amazônia (figura adaptada para este material didático)
Atualmente, dados recentes revelam que a migração externa tem aumentado no Brasil. Esta que
tinha diminuído nos anos 1930, se elevado nos anos 1950, e novamente encolhido entre as décadas de
1960 e 1990, está novamente crescendo: o número de imigrantes registrados pela Polícia Federal
aumentou 160% em dez anos (gráfico na página seguinte). Em 2015, 117.745 estrangeiros deram entrada
no país, um aumento de 2,6 vezes em relação a 2006, cujo valor foi de 45.124 [fonte].
Interessante notar que ao contrário do ocorrido na maior parte da história nacional – no qual os
europeus eram maioria na entrada no Brasil – no século XXI, a configuração das migrações é bastante
diversificada: atualmente, o Brasil recebe mais imigrantes da América do Sul do que qualquer outra região
do globo. Apesar de não ser mais economicamente atraente para os europeus, o Brasil é ponto de
referência para os países menos desenvolvidos no continente, cujas populações vêm em busca de
empregos e melhores condições salariais. É o caso, por exemplo, da Colômbia, da Bolívia, da Argentina, do
Peru e do Uruguai, cuja entrada é facilitada pelo Mercosul.
Além de surpresas como China e Estados Unidos, destaca-se a imigração haitiana no Brasil. Apesar
de não serem formalmente considerados refugiados, devido às péssimas condições de seu país de origem –
um dos mais pobres do mundo – incluindo agravantes como reflexos de terremotos e crises econômicas,
estes migrantes conseguem refúgio junto à Polícia Federal, entrando no Brasil principalmente pelo Acre, e
depois rumando à metrópoles como São Paulo, e depois trabalhando como mão de obra não-qualificada.
E o fluxo migratório da Venezuela para o Brasil não para de crescer. Segundo o Governo Federal,
entre 2017 e 2018, o Brasil recebeu 111 mil venezuelanos. Em março deste ano (2019), o fluxo migratório
se intensificou e, de acordo com a Polícia Federal, chegou a mil pessoas por dia! Além de Boa Vista (RR), os
imigrantes também vão para Manaus (AM), São Paulo (SP) e Cuiabá (MT) [fonte]. Para termos uma ideia da
gravidade da situação, em 2019, a agência de migração da Organização das Nações Unidas (ONU) alertou
que a Venezuela está caminhando para o mesmo "momento de crise" de refugiados visto no Mediterrâneo
em 2015. O órgão afirma, com dados de agosto de 2018, que 2,3 milhões de venezuelanos já deixaram o
país, uma situação que piorou significativamente a partir de 2015. Estima-se que pelo menos 50 mil deles,
ou 2%, tenham se fixado apenas no Brasil, até abril de 2018, um aumento de mais de 1000% em relação a
2015 [fonte].
Atualmente, a Venezuela, de longe, é a principal origem dos imigrantes no Brasil. Segundo a ONU, a crise migratória é quase tão grave
quanto à ocorrida no Mediterrâneo em 2015. Na imagem, o caminho percorrido de Caracas à Pacaraima, muitas vezes à pé.
A concentração territorial da população pode ser constatada através dos números. De acordo com
dados oficiais dos próprios países de origem, somente China e Índia possuem quase 40% do contingente
populacional do planeta, concentrando, respectivamente, 1.4 e 1.3 bilhões de habitantes. Em seguida, os
países mais populosos são: Estados Unidos (322 milhões); Indonésia (256 milhões); Brasil (205 milhões);
Paquistão (189 milhões); Nigéria (182 milhões); Bangladesh (159 milhões); Rússia (147 milhões); e Japão
(127 milhões).
Nas linhas a seguir, detalharemos o contexto populacional da China, da Índia, dos Estados Unidos,
da Rússia e do Japão, países que desta lista, possuem maior probabilidade de cair no CACD. O Brasil será
tratado em outros itens.
Concentrando cerca de 18% da população global, a China representa o maior aglomerado humano
do planeta, com quase 1,4 bilhão de habitantes. Apesar de possuir formação milenar, foi somente no
século XX que a redução da taxa de mortalidade provocou um boom demográfico no país, levando o
governo chinês a tomar duras medidas de controle populacional. No final da década de 1970, o Partido
Comunista Chinês implantou a política do filho único, que proibia casais de terem mais de um filho sob a
pena de multa. Apesar de ter evitado o nascimento de cerca de 400 milhões de habitantes, a política foi/é
duramente criticada por provocar abortos forçados em mulheres, provocando inúmeros traumas sociais.
Atualmente, devido ao envelhecimento da população, a política está sendo revista pelo governo para
permitir até dois filhos por casal.
Apesar de ser o país mais populoso do mundo, a China não tem seu território inteiramente
povoado: a população chinesa está concentrada nas regiões litorâneas, onde estão as cidades de Pequim,
Shangai, e as regiões administrativas de Hong Kong e Macau. A porção setentrional, próximo a Mongólia, e
as regiões do Tibet e de Xinjang, por exemplo, apresentam baixas densidades populacionais.
Segundo país mais populoso do mundo, a Índia possui mais de 1,2 bilhões de habitantes, que
apresentando taxa de crescimento superior, deverá ultrapassar a China em menos de duas décadas.
Apesar de apresentar grande concentração nas porções litorâneas próximas ao Oceano Índico, sua
população está situada principalmente no Vale do Rio Ganges, ao norte, em uma das regiões mais
densamente povoadas do planeta. Seu vizinho Bangladesh – que também é um dos países mais povoados e
populosos do mundo – também faz parte do mesmo vale.
Vale do Rio Ganges, ao norte da Índia: uma das regiões mais densamente povoadas do mundo.
A pirâmide etária indiana (abaixo) é bastante diferente da chinesa – sobretudo por causa das
distintas políticas populacionais. O gráfico revela que o país ainda encontra-se na terceira fase da transição
demográfica. Isto é, a população ainda continua crescendo em ritmo bastante elevado.
Apesar de não ser tão rígida quanto à China, a Índia também adota políticas de controle de
natalidade desde a década de 1950 através de seu Departamento de Controle Familiar. Desde então,
foram feitos diversos mutirões de laqueaduras e vasectomias – cujas más condições são alvos de
organismos internacionais; políticas estas, responsáveis pela redução da taxa de natalidade ao longo da
segunda metade do século XX.
Contando com cerca de 300 milhões de habitantes – ¼ do total da Índia – os Estados Unidos são o
terceiro país mais populoso do mundo. Dentre os diversos fatores que explicam esta colocação, destaca-se
principalmente as maciças ondas de imigração dos séculos XIX e XX – tendência que continua até hoje; e as
marchas de ocupação para o oeste, que impulsionaram o crescimento populacional.
Pirâmide etária dos Estados Unidos – 1950, 2017, e projeções para 2050 e 2100.
Interessante notar que a pirâmide etária estadunidense é bem diferente das apresentadas
anteriormente, como a da China e da Índia. Tratando-se de um país altamente desenvolvido, os Estados
Unidos estão entre a terceira e a quarta fase de transição demográfica, apresentando assim, baixas taxas
de mortalidade, baixas taxas de natalidade, e assim, tendência de baixo crescimento para as próximas
décadas.
Nona colocada com 143 milhões de habitantes, a Rússia é bastante populosa porém pouco
povoada: devido seu imenso território, apresenta baixíssima densidade demográfica: a maior parte da
população russa – inclusive a capital Moscou – está concentrada na Europa Oriental, ao leste dos Montes
Urais.
principais fatores para tal assincronia são os reflexos da Segunda Guerra Mundial – que provocou uma
grande baixa da população masculina, e a grande mortalidade deste gênero devido principalmente a
fatores a brigas de trânsito, alcoolismo, e criminalidade. Por fim, ainda por meio do desenho da pirâmide,
podemos concluir que a Rússia está na quinta fase de transição demográfica, pois sua população está
diminuindo.
Décimo país mais populoso do mundo, o Japão está entrando na quinta fase de transição
demográfica; isto é, apesar do grande crescimento ocorrido nos séculos XIX e XX, atualmente a população
está diminuindo, processo que tende a continuar ao longo das próximas décadas. Conforme a pirâmide
etária abaixo, além de um significativo encolhimento para 2100, é possível visualizar uma tendência de
envelhecimento da população japonesa para 2050.
CAI NA PROVA
CACD/2013 – Questão 28. Demógrafos japoneses alertam para a possibilidade de o Japão chegar a apenas cem milhões
de habitantes em 2050. Com relação a esse fenômeno, julgue (C ou E) os próximos itens.
1. A atual crise mundial reflete-se em quase todo o crescimento natural no globo terrestre, e o Japão não foge a
essa lógica, o que explica a queda da população absoluta japonesa para as próximas décadas.
COMENTÁRIO
Vocês lembram das etapas de Transição Demográfica? O Japão, estando na quinta fase, está encolhendo,
mas por exemplo, Índia, China, e vários países africanos estão ainda na segunda e na terceira fase, crescendo
bastante! Gabarito: Errado
2. A queda nas taxas de natalidade do Japão é explicada não pela melhora na qualidade de vida e de renda desse
país, mas pela emigração de japoneses em direção à Europa e à América Latina.
COMENTÁRIO
A queda de natalidade japonesa, segundo a Teoria da Transição Demográfica, é sim devido à melhora da
qualidade de vida, pois assim fica mais caro criar um filho. Além disso, emigração não tem nada a ver com
natalidade. Gabarito: Errado
3. A queda da população absoluta do Japão é fator preocupante para a economia mundial e para a asiática, visto
que o mercado interno japonês, apesar da sua qualidade de consumo, sofre também retração.
COMENTÁRIO
Pegadinha! A preocupação do Japão é com a mão de obra, pois havendo uma tendência de envelhecimento
da população, jovens serão cada vez mais escassos. O mercado interno japonês, apesar da crise global de
2008, está muito bem. Gabarito: Errado
4. A queda nas taxas de população absoluta japonesa é explicada pela queda nas taxas de fecundidade do país e
pelo envelhecimento populacional; já a queda nas taxas de fecundidade é justificada tão somente pelo
envelhecimento populacional
COMENTÁRIO
Novamente vamos recorrer à Teoria de Transição Demográfica (olha como ela cai nas provas, então
estudem!). Assim como ocorre em países em quinta fase, no Japão, as quedas nas taxas de natalidade e
fecundidade ocorrem devido aos altos custos de criação de filhos, bem como à incorporação da mulher no
mercado de trabalho e ao consequente adiamento da gravidez. Gabarito: Errado
Antes da Revolução Industrial, ocorrida na Europa do século XVIII, a população mundial era quase
que totalmente rural, sendo inferior a 1 bilhão de habitantes. Mesmo com a alta taxa de natalidade, a
elevada taxa de mortalidade provocada pelas guerras, pelas epidemias, e pelas más condições de saúde,
tornava o crescimento vegetativo pouco expressivo até então. Assim, pode-se dizer que durante quase
todo o segundo milênio, a população aumentou em ritmo relativamente lento.
De acordo com o documento World Population Prospects, elaborado pela ONU em 2017 [fonte],
apesar das tendências globais de queda de fecundidade, em 2050 a população deve atingir a marca de 9
bilhões, chegando a 11 bilhões em 2100. Esta expansão pode acirrar problemas como o envelhecimento da
população e a questão previdenciária, a distribuição de alimentos, as doenças e pandemias, a redução da
pobreza, a questão dos direitos humanos, e também a urbanização dos países de terceiro mundo;
demandando cada vez mais soluções a estes tradicionais desafios.
No entanto, este acréscimo populacional ocorrerá de forma desigual, sendo mais intenso nos
países mais pobres, e menos intenso nos países mais ricos, conforme gráfico a seguir elaborado com
dados deste estudo da ONU:
Atualmente, conforme evidenciado nos capítulos anteriores, a maior parte da população mundial
está concentrada na Ásia, sobretudo em países como China e Índia, que juntos, correspondem à
aproximadamente 40% dos habitantes do planeta, somando mais de 3 bilhões. Em seguida, destaca-se o
continente africano com pouco mais de 1 bilhão de moradores, seguido da Europa (738 milhões), da
América Latina e Caribe (634 milhões), da América do Norte (358 milhões), e da Oceania (39 milhões).
Fazendo prospecções para o futuro, a primeira grande questão a ser levantada é o crescimento
demográfico exponencial da África para as próximas décadas. Se hoje o continente – que é o mais pobre
do globo – tem cerca de 1 bilhão de habitantes, deverá ter mais de 4 bilhões em 2100. Já em relação ao
continente asiático, observa-se que embora haja uma tendência de diminuição na segunda metade do
século XXI, até 2050 ganhará mais 1 bilhão de habitantes, passando dos atuais 4 bilhões para futuros 5
bilhões. Por fim, apesar da Oceania e das três américas (Norte, Central e do Sul), terem tendência de
crescimento no século XXI, ocorrerá, nestas regiões, apenas um ligeiro aumento populacional, nada
comparado à magnitude observada na África e na Ásia. Na contramão destes processos de expansão, a
Europa deverá encolher nos próximos 100 anos, perdendo aproximadamente 100 bilhões de habitantes.
Confirmando a tendência observada, a ONU ainda analisa a expansão populacional de acordo com
critérios socioeconômicos. Separando as regiões mais desenvolvidas (Europa, América do Norte, Austrália,
Nova Zelândia e Japão), das menos desenvolvidas (África, Ásia exceto Japão, América Latina e Caribe e
restante dos países da Oceania), é possível destacar ainda mais estas diferenças de crescimento
populacional. Conforme o gráfico a seguir:
De acordo com os dados, enquanto a população dos países mais desenvolvidos deverá aumentar de
forma suave ou apenas estabilizar, os países menos desenvolvidos deverão sofrer grandes booms
populacionais, passando de aproximadamente 6 bilhões atuais para quase 10 bilhões de habitantes em
2100. Portanto, o crescimento populacional ocorre e ocorrerá com mais intensidade nas regiões mais
pobres, justamente onde já existem intensos problemas de vulnerabilidade social e ambiental.
A “qualidade de vida” não é uma variável meramente subjetiva, mas sim, pode ser medida com
base em dados estatísticos sobre as características demográficas de uma região. Assim, o principal
indicador de qualidade de vida de uma população é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), utilizado
oficialmente pela Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) desde o ano de 1993.
O cálculo do IDH engloba três variáveis: educação, saúde, e renda. Para a primeira, leva-se em
conta a Taxa de Alfabetização – quantas pessoas com idade igual ou superior a 15 anos estão alfabetizadas
– e a Taxa de Escolarização, correspondendo ao número de indivíduos matriculados em cursos de nível
básico ou superior. Parte-se do pressuposto de que quanto mais pessoas matriculadas e/ou alfabetizadas
um país tiver, melhor será sua qualidade de educação. Para medir a saúde, são utilizados dados de
Expectativa de Vida ao nascer, isto é, quantos anos aquele(s) indivíduo(s) viveriam caso as condições
demográficas de seu nascimento fossem mantidas em sua velhice.
Por fim, a variável renda consiste na divisão entre o Produto Interno Bruto (PIB) – soma em valor
de todos os bens e serviços produzidos por um país ou localidade – pela quantidade de habitantes (per
capita – ou, “por cabeça”), resultando no que chamamos de PIB per capita; que nada mais é, do que a
média de valor produzido por cada habitante. Importante ressaltar que embora seja adotado pelas Nações
Unidas, o PIB per capita sofre críticas diversas no meio acadêmico, sobretudo por não relevar as
desigualdades sociais existentes nos países. Ao trabalhar todos estes dados, e ao classificar as nações entre
0 (IDH mais baixo) e 1 (IDH mais alto), a ONU classifica os países em: desenvolvimento humano muito alto,
desenvolvimento humano alto, desenvolvimento humano médio, e desenvolvimento humano baixo. Ao
contrário do que muitos pensam, a renda não possui maior peso que os demais componentes do IDH. Para
o cálculo, todas as variáveis são consideradas de forma equitativa. O mapa abaixo, adaptado do próprio
site do PNUD, mostra o IDH mais recente (2016) para o contexto global [fonte]:
As regiões em azul escuro (IDH muito alto) estão concentradas nos países mais ricos da América do
Norte e da Europa Ocidental, além de alguns pontos isolados como Austrália, Nova Zelândia, Japão,
Argentina e Chile, e Arábia Saudita. Já os mais baixos (verde claro), situam-se principalmente no interior do
continente africano, englobando a África Subsaariana, o Sahel, e o próprio Saara, além de pontos isolados
da Ásia como Afeganistão, Paquistão, e Myanmar. Apesar dos inúmeros problemas internos que todos nós
conhecemos, o Brasil está classificado como alto desenvolvimento humano (segundo azul mais escuro);
estando assim, no mesmo patamar de vários vizinhos sul-americanos como Colômbia e Peru, bem como
grande parte da América Central, Europa Oriental, norte da África (Argélia e Líbia) e países asiáticos como
Rússia, China, Mongólia e Cazaquistão. Com base nestes valores, é possível evidenciar o óbvio: enquanto os
países mais pobres, à margem do cenário global, ficam com “médio” e “baixo” desenvolvimento humano;
os países mais desenvolvidos possuem melhor IDH, e portanto, melhor qualidade de vida.
Simulado
CACD/2017 – Questão 26
Atualmente, dos dez países mais populosos do mundo, um está na África (Nigéria), cinco na Ásia
(Bangladesh, China, Índia, Indonésia e Paquistão), dois na América Latina (Brasil e México), um na América
Anglo-saxônica (EUA) e um na Europa (Rússia). Sétima maior população do mundo, a Nigéria é o país que
apresenta maior ritmo de crescimento, e deve ultrapassar os EUA até 2050, passando a ocupar a terceira
posição entre os mais populosos. A atual população mundial de 7,3 bilhões de pessoas vai alcançar as
marcas de 8,5 bilhões até 2030 e de 9,7 bilhões em 2050. Com esse ritmo, o planeta deve chegar a 2100
com 11,2 bilhões de seres humanos, um crescimento de 53% em relação ao presente. Organização das
Nações Unidas (ONU). Perspectivas da população mundial: a revisão de 2015. 2016 (com adaptações).
Tendo o tema desse fragmento de texto como referência inicial, julgue (C ou E) os itens subsequentes,
considerando aspectos geográficos diversos relacionados aos movimentos migratórios internacionais e
intranacionais.
1) No contexto de integração econômica regional, a permeabilidade das fronteiras dos países da América
Latina vem contribuindo para a intensificação dos deslocamentos de população entre países, com um
conjunto significativo de migrantes deslocando-se de forma clandestina ou ilegal, o que dificulta a
mensuração dos fluxos migratórios entre países
3) O crescimento demográfico mundial apresenta uma face perversa: se, por um lado, há crescimento
vegetativo motivado pelas melhores condições de vida em países pobres, por outro, a expectativa de vida
ainda continua relativamente baixa em países como o Brasil, a China e a Índia, descompasso justificado por
aspectos como a violência e as doenças crônicas.
4) O início do século XXI tem sido marcado pela intensificação da crise migratória global, pela entrada em
massa de refugiados e ilegais no continente europeu, e pela pauta, na agenda política de diversos países,
do tema da migração internacional, sendo o Brasil, nesse cenário, um dos integrantes das rotas de
migrações internacionais.
CACD/2008 – Questão 29
As migrações aparecem como característica permanente da espécie humana. Max Sorre afirma que a
mobilidade é a lei que rege todos os grupos humanos, portanto, o estudo da circulação ocupa lugar
importante na Geografia Humana. Nele está inserida a discussão das raças e a das miscigenações, levando
à definição das etnias. A. Damiani. População e Geografia. São Paulo: Contexto, 2006, p. 51 (com
adaptações). Considerando o texto acima, julgue (C ou E) os itens seguintes.
CACD/2014 – Questão 30
Turistas, funcionários e gestores de empresas circulam pelo mundo, mas a maior parte dos que se
deslocam por um tempo mais longo é constituída de migrantes internacionais. A pobreza é a principal
causa da mobilidade, mas as defasagens entre sociedades jovens e em processo de envelhecimento, os
conflitos, a difusão da informação, a redução dos custos de transporte e as demandas de mão de obra nos
países do Norte alimentam os desejos de partida.
M-F Durand et al. Atlas da mundialização. Compreender o espaço mundial contemporâneo. São Paulo:
Saraiva, 2009, p. 28. Acerca das migrações internacionais na atualidade, julgue (C ou E) os itens
subsequentes.
7) Os fluxos migratórios sul-norte envolvem menos da metade dos migrantes internacionais; a maioria dos
fluxos, menos conhecidos e menos midiatizados, é de orientação sul-sul.
8) As migrações são cada vez mais circulares; a Espanha, por exemplo, é um país de emigração, sobretudo
de migrações empresariais, um país de trânsito para os africanos que vão para a França e um país de
imigração do Marrocos e da Romênia.
9) Ainda que estejam mundializadas, as migrações se regionalizaram; as regiões migratórias não abarcam
continentes, mas correspondem a sistemas regionais em que há complementaridade entre a demanda e a
oferta de trabalho e de população.
10) Um aspecto significativo das migrações atuais é o predomínio numérico de europeus, nos fluxos
internacionais, em substituição ao predomínio de africanos, asiáticos e latinoamericanos.
CACD/2015 – Questão 27
Em dois casos recentes, centenas de imigrantes ilegais morreram em naufrágios no mar Mediterrâneo. No
primeiro deles, em 21 de abril, ocorreram cerca de oitocentas mortes. Segundo dados do Alto
Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, o que se verifica na atualidade é uma grave crise
humanitária no mar Mediterrâneo, principal rota de entrada de refugiados e imigrantes ilegais no
continente europeu. A respeito dessa crise, julgue (C ou E) os itens a seguir.
11) A maior parte dos migrantes que cruzam o Mediterrâneo são originários de países africanos e do
Oriente Médio, regiões onde conflitos armados, miséria e perseguições estimulam a migração, tendo
grande número de sírios passado a utilizar essa rota com a eclosão e o agravamento da guerra civil na Síria.
12) No começo do século XXI, a rota mais popular entre imigrantes ilegais situava-se entre o oeste africano
e a Espanha, e incluía territórios espanhóis no norte da África, como Ceuta e Melilla, e as Ilhas Canárias.
Porém, com a crise em diversos países do norte da África, como Líbia, Tunísia e Egito, houve mudança de
rota, em razão da desarticulação política e dos sistemas de controle marítimo e de fronteiras desses países.
13) A União Europeia não criminaliza a entrada de imigrantes ilegais no território de seus países-membros,
o que incentiva pessoas oriundas da África, do Oriente Médio e da Europa Oriental a buscarem empregos e
melhores condições de vida na Europa Ocidental.
14) Em 2015, intensificou-se ainda mais a saída de imigrantes a partir do Marrocos, que se tornou ponto de
partida de muitas viagens, já que traficantes de pessoas aproveitam-se do caos político no país, onde
milícias rivais estão em conflito.
CACD/2013 – Questão 28
Demógrafos japoneses alertam para a possibilidade de o Japão chegar a apenas cem milhões de habitantes
em 2050. Com relação a esse fenômeno, julgue (C ou E) os próximos itens.
15) A atual crise mundial reflete-se em quase todo o crescimento natural no globo terrestre, e o Japão não
foge a essa lógica, o que explica a queda da população absoluta japonesa para as próximas décadas.
16) A queda nas taxas de natalidade do Japão é explicada não pela melhora na qualidade de vida e de
renda desse país, mas pela emigração de japoneses em direção à Europa e à América Latina.
17) A queda da população absoluta do Japão é fator preocupante para a economia mundial e para a
asiática, visto que o mercado interno japonês, apesar da sua qualidade de consumo, sofre também
retração.
18) A queda nas taxas de população absoluta japonesa é explicada pela queda nas taxas de fecundidade do
país e pelo envelhecimento populacional; já a queda nas taxas de fecundidade é justificada tão somente
pelo envelhecimento populacional
ABIN/2008 (Cespe/UNB)
21) O perfil da pirâmide etária brasileira apresenta uma tendência de se assemelhar ao da pirâmide dos
países que já realizaram a transição demográfica.
22) As alterações previstas para o quadro populacional brasileiro estão relacionadas com o decréscimo da
fecundidade.
23) As mudanças apresentadas no perfil da pirâmide etária brasileira estão relacionadas ao crescimento do
emprego formal e à eliminação da subnutrição no país.
ABIN/2004 (Cespe/UNB)
Tendo em vista os dados do último recenseamento, que apontam um declínio na taxa de crescimento da
população brasileira depois de décadas de intenso ritmo, julgue os itens que se seguem.
24) Nas últimas décadas, a queda no contingente demográfico do país conferiu efetividade às políticas
públicas sociais, melhorando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em muitas regiões do país,
quando comparadas com outros países menos desenvolvidos.
25) A condição do Brasil como país urbanizado está associada à queda na taxa de fecundidade.
26) No Brasil, o crescimento da população no último século contribuiu positivamente para a produção de
renda no país pelo fato de a população economicamente ativa ter passado a ser maior que a inativa.
27) Ao longo do século XX, deu-se a formação das metrópoles brasileiras em função do crescimento
vegetativo da população das cidades mais importantes da rede urbana.
ABIN/2008 (Cespe/UNB)
31) O Brasil, cujo aumento populacional é registrado no gráfico, evidencia uma mudança no perfil de
crescimento a partir da queda observada na taxa de crescimento populacional do país, do aumento da
expectativa de vida e da diminuição da participação relativa de jovens no total da população.
32) Embora o crescimento populacional contribua para o aumento dos problemas ambientais, como a
destruição da cobertura florestal e a poluição em suas várias formas, a necessária intensificação na
exploração dos recursos naturais terá a sua sustentabilidade ambiental e econômica assegurada por meio
do desenvolvimento da tecnologia, já que esta implica o adequado aumento da produtividade.
ABIN/2008 (Cespe/UNB)
As migrações internacionais ocupam parte importante das diplomacias e dos serviços de defesa do Estado
e dos cidadãos comuns que atravessam fronteiras diariamente, em todo o mundo. A respeito desse tema,
julgue os itens seguintes.
33) A criminalização crescente das migrações econômicas e sociais denota que o direito de ir e vir da
pessoa faz-se subalterno ao privilégio universal da livre circulação dos capitais.
34) Legislações draconianas, como as que vêm sendo adotadas pela União Europeia, expõem, por um lado,
a noção de que a função histórica da grande imigração de africanos e asiáticos para o trabalho nas
indústrias europeias do pós-guerra perdeu função histórica e, por outro, que a reciprocidade internacional
em relação à América Latina, formada em parte por imensas levas de desterrados europeus, perdeu valor
de direito internacional ante o realismo político dos interesses nacionais e comunitários europeus.
35) As migrações internacionais, amenizadas no continente africano diante do fim do ciclo belicoso interno
das últimas décadas do século XX, deixou de ser um tema relevante das relações interestatais afro-
européias.
36) O Brasil, país marcado, no fim do século XIX e início do século XX, pelas imigrações europeias e
asiáticas, fator importante para a formação do Brasil contemporâneo, mudou seu padrão migratório ao ter-
se tornado também país de emigrantes.
37) A migração forçada ou enganosa, muitas vezes em forma de tráfico de pessoas, ainda que seja um
tema de impacto internacional, possui modesta implicação na segurança dos Estados nacionais neste início
de século
Gabarito
GABARITO
1 C 11 C 21 C 31 C
2 E 12 C 22 C 32 E
3 E 13 C 23 E 33 C
4 C 14 E 24 E 34 C
5 C 15 E 25 C 35 E
6 E 16 E 26 E 36 C
7 C 17 E 27 E 37 E
8 C 18 E 28 C
9 C 19 E 29 C
10 E 20 C 30 E
A questão é de 2010, mas foi adaptada ao contexto de 2018 levando em consideração fatores mais
atualizados como o aumento da diáspora síria e dos ataques terroristas na Europa e a consequente
intensificação dos debates entre soberania nacional e auxílio aos refugiados. No Brasil, as discussões sobre
direitos humanos costumam se polarizar entre “defender bandido” e de “bandido bom é bandido morto”.
Cuidado, pois não é isso que a questão pede!
Neste tipo de questão, é preciso deixar as bagagens ideológicas de lado, entendendo que “direitos
humanos” são conceitos OBJETIVOS estabelecidos pela ONU. Também é preciso tomar cuidado com
preconceitos, tomando cuidado para não associar islamismo ao terrorismo, pois isto soaria “xenófobo” à
banca. Apesar da questão exigir principalmente conhecimentos de Geografia da População (Aula 02),
também é preciso entender a Globalização (Aula 03), o que veremos na próxima aula.
Resolução da questão:
Apesar das migrações internacionais existirem desde as primeiras sociedades humanas, foi no
século XX – período marcado pela intensificação dos fluxos internacionais – que esta ganhou impulso;
ocorrendo tanto no sentido sul-norte (dos países subdesenvolvidos para desenvolvidos), quando no
sentido sul-sul fora dos consolidados eixos centrais.
Dados da Organização das Nações Unidas apontam para o aumento das “migrações forçadas” e o
aumento do fluxo de refugiados – em especial oriundos do Oriente Médio. Neste contexto, assiste-se à
intensificação dos debates acerca de questões como xenofobia e direitos humanos, pondo, infelizmente,
em cheque a viabilidade de projetos como a integração populacional, o multiculturalismo, o respeito entre
as religiões, e a própria globalização. No entanto, a natureza das “migrações forçadas” não constitui
consenso acadêmico. Se por um lado, pela ótica marxista, a migração estaria vinculada à lógica do capital
– que seria excludente e forçaria as movimentações de pessoas; por outro, pela perspectiva do indivíduo,
estaria associada ao livre arbítrio individual, ou simplesmente, pela busca de melhores oportunidades.
Levando em consideração estas motivações, os principais fluxos migratórios do século XXI são:
países da África e Oriente Médio – em especial do Magreb – para a Europa Ocidental via Mar
Mediterrâneo e Balcãs; países da América Latina para os Estados Unidos tradicionalmente via México e
também via Bahamas ou Canadá; Índia, China e países do sudeste asiático para Estados Unidos –
sobretudo no que tange mão de obra qualificada; Índia e sudeste asiático para o Golfo Pérsico para
trabalhos não qualificados; países do Leste Europeu e ex-repúblicas soviéticas para a Europa Ocidental;
países da África Subsaariana para a África do Sul; fuga da Somália para Quênia e Etiópia; fuga da Síria
para Líbano, Turquia e Irã; e fuga do Afeganistão para Paquistão. Notavelmente, estes fluxos envolvem
além da questão econômica, a questão política; como por exemplo, a migração de antigas colônias
francesas para a própria França; ou antigas colônias britânicas para a Inglaterra.
Com o aumento das migrações internacionais no século XXI, reacendeu-se o debate sobre as
fronteiras nacionais, questionando-se assim, a integração dos povos promovida pela globalização. Parte
dos países que recebem imigrantes – sobretudo os refugiados políticos de diferentes religiões – têm
sistematicamente fechado suas fronteiras. Na América do Norte, alegando proteção contra o terrorismo,
os Estados Unidos têm reforçado a segurança nas áreas fronteiriças – inclusive planejando a construção de
um muro sobre a linha que o separa do México. Neste contexto, face à imigração islâmica, em especial a
Síria, países europeus têm demonstrado preocupação com sua integridade nacional. A Espanha, por
exemplo, visando frear a imigração proveniente do Magreb, reforçou as fortificações nas cidades
autônomas de Ceuta e Mallila. Enquanto isso, Itália, Malta, Grécia e países balcânicos patrulham o
Mediterrâneo em busca de navegações ilegais. A fim de frear a imigração, Hungria e Eslovênia planejam a
construção de muros contra a “invasão islâmica”. A Turquia por sua vez, sendo vizinha da Síria, chantageia
a União Europeia com suas fronteiras. Todavia, apesar destes reforços, países europeus mantêm missões
de regaste no perigoso Mar Mediterrâneo, em especial Itália e Malta, detentores de embarcações
humanitárias. Vale ressaltar que de acordo com o Missing Migrants Project, somente entre 2014 e 2015,
quase 4 mil pessoas morreram tentando atravessar o Mediterrâneo, seja por naufrágios, fome, ou sede.
Após dois séculos de emigração populacional – sobretudo para a América e para a África – a Europa
fecha-se, no contexto do século XXI, em políticas protecionistas de controle migratório. Se por um lado, há
a preocupação com o terrorismo islâmico e a necessidade de segurança nacional – vide por exemplo, o
caso de aumento expressivo da criminalidade na Alemanha e na Suécia, países receptores de refugiados –
há, por outro, a urgência de acolhimento destes “exilados”, que são, literalmente, expulsos de suas terras
pela violência exacerbada e pelo fundamentalismo do Estado Islâmico e de outros grupos armados. A
questão dos direitos humanos, ganha, neste caso, para além da escala regional, proporções globais.
Além do fluxo de refugiados – há de se ressaltar que a diáspora síria é a mais numerosa desde a
Segunda Guerra Mundial – outras dinâmicas socioeconômicas aumentam a relevância dos fluxos sul-sul;
isto é, de migrações regionais e/ou para países subdesenvolvidos, quebrando assim, a tradição sul-norte. A
África do Sul, por exemplo, na condição de país emergente, atrai imigrantes de países vizinhos como
Suazilândia, Moçambique, Malaui, Botsuana e Zimbábue – este último, assolado por grave crise econômica
e humanitária. No entanto, conforme denunciam entidades como Médicos sem Fronteiras, há uma
epidemia de estupros, saques, e violação dos direitos humanos nestas travessias, que normalmente, são
feitas a pé; aumentando assim, os casos de AIDS e doenças infecciosas. Além disso, devido à falta de
empregos na África do Sul e à histórica segregação racial e econômica deste país, imigrantes sofrem
preconceitos e ataques xenófobos. Outro exemplo bastante contundente é o caso da Somália, país
governado por milícias autônomas em conflito há pelo menos quarenta anos. Todos os anos, milhares de
somalis cruzam a fronteira com o Quênia e Etiópia, alojando-se em precários campos de refugiados, onde
falta água, comida e medicamentos. Enfim, independentemente de orientação política, em detrimento aos
direitos humanos – conceito este, que não é abstrato, mas sim, concretizado em 1948 pelas Nações Unidas
– urge a necessidade de acolhimento aos mais necessitados, sem necessariamente perder, as identidades
nacionais. Infelizmente, apesar da “globalização como fábula” e da tendência de integração dos povos
protagonizada nos anos 1990, o “choque de civilizações” de Samuel Huntington continua mais atual do
que nunca.
- Compreender que existem tanto migrações sul-norte (dos países mais pobres para os mais ricos) quanto
migrações sul-sul (entre os países pobres).
- Saber que nos últimos a migração forçada aumentou no Oriente Médio, principalmente por causa da
Guerra da Síria.
- Entender que grande parte destes emigrantes vão para países europeus (embora a maior parte seja
absorvida em países vizinhos).
- Compreender a relação causal entre o aumento de imigração e o aumento da xenofobia.
- Compreender que os refugiados não são devidamente assistidos pelos direitos humanos.
- Compreender que apesar da globalização, o mundo não está tão integrado assim, afinal, muitos países
barram imigrantes; e muitos imigrantes (quando aceitos), não se adaptam às nações de destino.
- Aplicar os conceitos de desterritorização (remoção do território original) e reterritorialização (formação
de uma nova territorialidade).
- Entender que para os marxistas, a imigração ocorre devido à "lógica do capital"; mas para os liberais,
ocorre devido a "escolhas individuais".
- Entender que a fuga de conflitos e a disparidade econômica são as principais causas de imigração no
mundo.
- Entender que países com melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) recebem mais imigrantes
(por motivos óbvios).
- Entender que o Mar Mediterrâneo (entre Europa e África) apresenta um grande fluxo de imigrantes, a
maioria ilegal.
- Entender que as migrações do Mar Mediterrâneo são as mais perigosas do mundo (com maior número
de mortes que as demais).
- Conhecer os principais fluxos de migração e suas motivações. Este item é complexo, mas está tudo
"mastigadinho" na Aula 02.
- Compreender as razões do debate entre "soberania nacional" versus "auxílio aos refugiados" (a abertura
de fronteiras não é consenso entre os países europeus, e isso coloca em xeque a própria viabilidade da
De acordo com os dados do Censo do IBGE de 2010, a população brasileira está passando por
significativas alterações no que concerne à estrutura etária, consequência do intenso processo de
transição demográfica verificado no país. Identifique o início desse processo e analise suas implicações
para o desenvolvimento econômico-social do Brasil.
Nesta questão, além de Geografia da População (tema central presente na Aula 02), é exigido que o aluno
domine o Planejamento Territorial no Brasil (Aula 03 de Geografia Econômica) e o histórico de urbanização
no Brasil (Aula 07 de Geografia Urbana), aulas que veremos lá para frente. No entanto, a resolução será
tranquila se você souber aplicar a teoria de Transição Demográfica à realidade histórica brasileira, que é a
grande sacada da questão.
Resolução da questão:
A pirâmide etária brasileira sofreu diversas transformações desde o primeiro Censo Demográfico
em 1872. Neste período, a população era majoritariamente rural, exercendo principalmente, atividades
voltadas à produção agrícola, tendência mantida até os anos 1930. Devido às altas taxas de mortalidade e
natalidade evidenciadas nesta época, o Brasil encontrava-se na primeira fase do modelo de Transição
Demográfica de Warren Thompson, havendo assim, um equilíbrio populacional na pirâmide etária. Assim,
pode-se dizer que o crescimento populacional observado no final do século XIX e início do século XX
decorreu sobretudo por causa maciça imigração europeia, e não devido a alterações na estrutura
demográfica.
No entanto, a partir dos anos 1930, em detrimento da crise mundial e da consequente queda na
exportação de café, principal produto da matriz econômica nacional, a imigração externa foi
drasticamente reduzida através da Lei de Cotas. Ao mesmo tempo, em meio à crise, os governos de
Getúlio Vargas e Juscelino Kubitscheck procuravam industrializar o país, estimulando assim, a
urbanização do eixo centro-sul; processos estes, responsáveis por drástica alteração na pirâmide etária
brasileira. Foi neste período que o Brasil iniciou a segunda fase de transição demográfica, marcada
principalmente pela queda nas taxas de mortalidade e pelo expressivo crescimento populacional,
revertendo assim, a tendência de equilíbrio verificada no século XIX.
A partir dos anos 1960, no entanto, devido à queda da taxa de natalidade ocasionada pela
intensificação dos processos de industrialização e da urbanização expressiva, o Brasil entrou na terceira
fase de Warren Thomson, etapa que se mantém até os dias atuais. A queda no número de nascimentos,
neste período, pode ser explicada principalmente pela maior participação da mulher no mercado de
trabalho, pela adoção de métodos contraceptivos, e pelas mudanças culturais e sociológicas provocadas
pela urbanização. Se no campo, mais filhos implicam em maior disponibilidade de mão de obra, na cidade,
acarretam em mais gastos. Deste modo, durante quase toda a segunda metade do século XX, o Brasil tem
protagonizado quedas tanto na taxa de natalidade quanto nas taxas de mortalidade – esta última,
justificada em detrimento dos avanços médicos e da melhoria nas condições sanitárias, elevando
também, a expectativa de vida da população.
No entanto, prospecções da Organização das Nações Unidas indicam que até o final do século XXI,
enquanto os jovens serão proporcionalmente menos numerosos, a população idosa deverá aumentar.
Além da falta de mão de obra, tal contexto demandará políticas específicas tanto para o setor
previdenciário, quanto para o bem estar social da terceira idade, ocasionando novos desafios para os
planejadores brasileiros. Tais dinâmicas caracterizam da quarta fase de Warren Thomson, marcada
também, pela manutenção da queda da taxa de natalidade e pela estabilização da população, realidade já
existente em muitos países desenvolvidos.
CACD/2007
Alterando o sentido decrescente de uma curva secular, a população rural européia e norte-
americana começou a registrar crescimento nas últimas décadas, fato já visível também nos indicadores
demográficos brasileiros. Identifique e comente os fatores explicativos desse movimento, discutindo os
limites de tal tendência em cada contexto geográfico mencionado.
CACD/2013
Depois de décadas em declínio, a população rural de alguns países começa a se estabilizar e até a
apresentar leve crescimento. Explique os motivos atribuídos pelos demógrafos a tal comportamento
dessa variável populacional e discorra sobre suas potencialidades nos próximos anos.
Como são praticamente iguais, resolvi unir as duas discursivas e fazer como se fosse uma. A
questões exigem um conhecimento profundo em um tema pouco discutido em geografia da população: o
fenômeno recente da ruralização e do “êxodo urbano”. Como é um tema pouco estudado, é fácil o aluno
se perder na hora de redigir a questão. A resolução é particularmente difícil porque exige um
conhecimento amplo envolvendo Geografia da População (Aula 02), Geografia Econômica (Aula 03), e
Geografia Urbana (Aula 07), temas que ainda veremos. Mas já vamos praticando, ok?
Resolução da questão:
Apesar das nítidas tendências históricas de urbanização que se consolidaram ao longo dos séculos
XVIII, XIX e XX, a Europa e os Estados Unidos passam por um novo contexto demográfico marcado pela
ruralização da população. Isto é, cada vez mais, as pessoas estão se mudando para o campo, não
necessariamente para exercerem atividades ligadas à economia agropecuária, mas em diversos setores,
inclusive tecnológicos, principalmente aqueles que possam ser exercidos em casa, ou que não dependam
da proximidade diária à estrutura urbana. Esta economia voltada à tecnologia, às finanças, à informação, à
pesquisa e desenvolvimento, e enfim, aos ramos voltados ao conhecimento, de exercício mais flexível, é
chamada de setor quaternário. Neste caso, o empregado pode morar e trabalhar em área rural,
comunicando-se com o escritório central através da internet ou de meios eletrônicos.
Deste modo, assim como ocorrido com a atividade industrial nas décadas de 1970 e 1980,
atualmente, há uma tendência de descentralização das atividades autônomas e intelectuais, reforçando a
suburbanização – isto é, a expansão da cidade para fora de seus limites; neste caso, observa-se a fuga da
classe média para o campo e para municípios de menor porte. Além da flexibilização das relações
trabalhistas e do aumento dos fluxos tecnológicos, outros motivos para esta tendência englobam
principalmente fatores como maior segurança, proximidade à natureza, valores imobiliários atrativos, e a
fuga de problemas urbanos como poluição, engarrafamentos e criminalidade.
Apesar de ser uma tendência principalmente europeia, alguns processos de ruralização podem ser
observados no território brasileiro. Em São Paulo – estado com o maior PIB da nação – multiplicam-se os
loteamentos e condomínios de classe média e classe média alta no interior, que “isolam” a população
residente da pobreza e dos problemas externos a estas realidades pontuais. Pela primeira vez na história
dos censos demográficos, em 2010 a Região Metropolitana de São Paulo – embora tenha aumentado sua
população – teve saldo migratório negativo: pelo menos em São Paulo, as pessoas estão saindo das áreas
metropolitanas e indo para o interior.
Bibliografia sugerida
Ao contrário da aula passada sobre História da Geografia, cujo conteúdo foi extremamente teórico,
esta aula foi recheada de gráficos, tabelas, e mapas. Isso aconteceu porque quando falamos sobre
Geografia da População, além do importantíssimo conceito de Transição Demográfica, o que mais costuma
cair no CACD são dados práticos da realidade observada no Brasil e no mundo. Ou seja, qual o perfil
demográfico de cada país/região e por que/onde as pessoas estão migrando.
Como já tivemos uma boa abordagem teórica aqui no PDF, para complementar os dados
apresentados, vou indicar a leitura de estudos oficiais da ONU (para o mundo) e do IBGE (para o Brasil)
CONTEXTO BRASILEIRO
IBGE. Projeção da População do Brasil por sexo e idade - 1980-2050. Revisão 2013.
https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_populacao/2013/default_ta
b.shtm
CONTEXTO MUNDIAL
São estudos bastante extensos, mas saibam vocês podem ignorar as introduções metodológicas e
ignorar as tabelas gigantes (aquele emaranhado de números), pois isso é pouco relevante para o CACD.
Leiam os documentos de forma seletiva, focando nos resultados geográficos apresentados. Aí não fica tão
extenso, ok?
Nos vemos na próxima aula, que será sobre Geografia Econômica. Aliás, se preparem, pois as três
próximas aulas serão sobre este tema.