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Matriz Organicista
Livro: Matrizes do Pensamento Psicológico
Luís C. M. Figueiredo
Marília
30/03/2021
A Matriz Organicista.
O atomicismo é a matriz que defende a teoria de que tudo no universo seria apenas
átomos e vazio. O mecanicismo por outro lado, defende a ideia de que o universo é
como uma máquina funcional. No entanto, há três fenômenos naturais que essas duas
matrizes não explicam: a reprodução, o desenvolvimento e a autoconservação. Para
explicar estes eventos, surge uma nova matriz: a Organicista.
A linha de pensamento organicista foca na ideia de que o universo é um grande
organismo vivo em harmonia, tal como o termo homeostasia explica. A mesma apenas
pode ser compreendida em um conjunto.
A partir desse momento, houve um crescimento do vitalismo, a crença de que o
organismo vivo é criado e mantido por um princípio vital, uma “força supramundana”,
diferente de um objeto inanimado. Porém, o vitalismo caiu em descrença, por não ser
comprovado empiricamente.
Ao final do século XVIII, e durante o século XIX, criaram-se disciplinas visando explicar
e categorizar o conhecimento de forma científica. Os seres vivos, nessa classificação são
englobados pela biologia, o estudo da vida. Foi então, que surgiram os conceitos de
organismo, função, evolução e desenvolvimento. No que abrange a evolução, os
pesquisadores Lamarck e Darwin, foram responsáveis por teorizar a plasticidade.
Lamarck acreditava que mudanças no ambiente levam o animal a desenvolver novos
hábitos, causando modificações nas características do próprio organismo. E essas
mudanças seriam transmitidas hereditariamente.
Darwin, por outro viés, defendia a ideia da existência de uma variabilidade genética.
Na qual seres mais adaptados que outros, teriam maiores chances de desenvolvimento
no meio ambiente.
A psicologia tem a pretensão de ser uma ciência natural e instrumentalista. Fatores
como a percepção, a memória, o pensamento, a afetividade, e a motivação são
orientados pela adaptação. O organicismo na psicologia baseia-se na consciência, uma
operação seletiva e autorreguladora. Que é mensurada por análises funcionais,
estruturais e genéticas. A consciência como estudo é atribuída quando convém.
Jean Piaget estabelece limites entre psicologia, biologia e filosofia. Ele apresenta duas
ideias centrais: todo organismo possui uma estrutura permanente, que pode se
modificar sob a influência do meio mas que não se destrói jamais, todo o conhecimento
é sempre uma assimilação de um dado exterior a estrutura do sujeito. A outra ideia
central é de que fatores normativos do pensamento correspondem a uma necessidade
de equilíbrio por autorregulação. A ação seria a origem de todos os níveis de adaptação
(sempre coordenados pela estrutura do sujeito, a partir de uma lógica). A experiência
física seria com a matéria em si, e a experiência lógico-matemática são as ações que
exercem sobre os objetos e que os modificam. Descentraliza a inteligência, ser
inteligente é se adaptar ao meio. Os cognitivo e afetivos caminham juntos, seguindo
passos equivalentes: com o rumo ao aumento da capacidade de autocontrole.
A expressão “Freud explica” diz respeito ao totalitarismo funcional, no qual nada seria
por acaso. O indivíduo seria um ser cujas partes são indissociáveis (visão organicista),
não eliminando a ideia de causalidade mecanicista. Um dos estudos de Freud, diz
respeito ao instinto auto preservativo/ego/sexual: qual é o ímpitus? Elemento motor.
Qual o objetivo? A satisfação. Qual o objeto? Meio para atingir a meta. Qual a fonte?
Órgão ou parte do corpo. Qual a meta? A descarga (livrar-se de tensões). As patologias
para Freud seriam o repreendimento do desejo que seria liberado de forma deformada
e sem motivo aparente. A existência do conflito interno, na qual o organismo não estaria
em harmonia.