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Matriz Funcionalista e Organicista

MATRIZES CIENTIFICISTAS

MATRIZ NOMOTÉTICA MATRIZ ATOMICISTA MATRIZ FUNCIONALISTA


E QUANTIFICADORA E MECANICISTA E ORGANICISTA
MATRIZ FUNCIONALISTA

SUB-MATRIZES

AMBIENTALISTA NATIVISTA
Caracteriza-se por uma noção
de causalidade funcional
recuperando a velha noção de
causa final de Aristóteles.
Os fenômenos vitais são
explicados em termos de sua
funcionalidade, dos seus
propósitos objetivos.
Encontramos uma causalidade
circular em que um efeito
também é causa de sua causa e
uma causa é efeito de seu
efeito.
A funcionalidade de um órgão, de
um mecanismo, de um processo
fisiológico, de um comportamento,
etc remete ao todo de que faz
parte e se define apenas no
contexto da interdependência de
suas partes.
É o organismo, a sobrevivência
e reprodução, que confere
significado a cada um dos
fenômenos vitais.
Outro fenômeno levado em
conta pelo funcionalismo são
os processos temporais.
Os seres vivos têm uma
história: uma obvia e visível, a o
desenvolvimento – e a outra –
que se impõe como exigência
da inteligibilidade científica – a
da evolução.
Diante da necessidade de
explicação da temporalidade dos
seres vivos a matriz funcionalista e
organicista se subdividirá em
submatriz ambientalista e
submatriz nativista.
A submatriz ambientalista
enfatizará o controle do
desenvolvimento da função pelas
sua consequências adaptativas
imediatas.
A submatriz nativista enfatizará
a natureza biologicamente
herdada das funções
adaptativas (mediado pela
reprodução)
*O funcionalismo organicista
resgatou as noções de valor e
significado aplicado apenas a
realidades dotadas de estrutura e
intenção como na interação
adaptativa.
Este estruturalismo biológico está
fundado na ideia de
complementaridade entre partes
do sistema.
Neste sistema o conflito
caracterizaria uma disfunção
patológica.
Esta concepção que provavelmente
é verdadeira para a biologia, traz
para a psicologia, a dimensão ética
do comportamento reduzido a
técnica de sobrevivência.
No lugar de bem e mal, justo e
injusto – que orienta o
enfrentamento moral dos conflitos
sem a intenção de anulá-los –
aparecem as noções pragmáticas
de conveniência e adequação.
Diante do conflito, uma técnica de
sobrevivência é conveniente e
adequada se elimina ou reduz o
conflito, restabelecendo a
harmonia e a complementaridade,
o equilíbrio.
Matriz Funcionalista e Organicista
na Psicologia Americana
Três fenômenos sempre
encontraram resistências na matriz
mecanicista e atomicista.
A reprodução

O desenvolvimento

A autoconservação. (fenômenos
vitais).

Explicações
Anatomia comparada (Curvier)
imagem dos seres vivos como
estruturas hierarquizadas e
funcionais proporcionando aos
indivíduos de cada espécie uma
adaptação ótima.
A fisiologia dos mecanismos de
auto-regulação (Claude Bernard) –
mecanismos responsáveis pela
manutenção da vida diante das
modificações ambientais –
autoconservação.
A biologia evolucionista se manifesta
pro duas vertentes:
Lamarck: mudanças no ambiente
criam necessidades que levam o
animal a desenvolver novos hábitos
intensificando o uso ou o desuso de
órgãos desenvolvendo-os ou
atrofiando-os.
Darwin: seleção natural exercida sobre as
variações geradas ao nível da reprodução
biológica. A adaptação nesta perspectiva
comprovada por Mendel – não gera o
idêntico, mas o semelhante – se funda na
competição por fontes de nutrientes, por
territórios propícios a autodefesa e por
parceiros sexuais.
Os indivíduos mais bem equipados
deixarão maior progênise.
Ou seja, sobreviverão os indivíduos
cujos traços morfológicos e
comportamentais estejam
organizados na forma mais
funcional.
Todas essas explicações se
assentam sobre o conceito de
adaptação. (Qual a função de um
fenômeno fisiológico ou
comportamental? Esta está a
serviço do que?)
Funcionalismo na Psicologia
Plano Ontológico – toda psicologia que se
pretende uma ciência natural adota o modelo
instrumentalista dos fenômenos mentais e
comportamentais: percepção, memória,
pensamento, afetividade, motivação,
aprendizagem etc. são concebidos como
processos orientados para a adaptação.
Plano Metodológico – o
conhecimento passa a ser
produzido a partir de análises
funcionais, estruturais e genéticas.
Movimento da Psicologia Funcional
Final do século XIX e início do
século XX – J. Dewey (1859-1952),
J. Angell (1869-1949), J.M. Baldwin
1861-1934) e o grande precursor
William James (1842-1910)
Psicologia Comparativa
Thorndike (1874-1949)

Jennings (1868-1947) – o pano


de fundo é a hipótese da
continuidade evolutiva de
Darwin.
Jennings: “Dos organismos mais baixos até
o homem o comportamento tem um
aspecto essencialmente regulador e o que
denominamos inteligência nos animais
superiores é um desenvolvimento das
mesmas leis que dão ao comportamento
dos protozoários o seu caráter regulador”
Ensaio e erro – o evolucionismo é
mimetizado no modelo do ensaio e
erro. O ensaios bem-sucedidos
mantêm-se, os fracassados
desaparecem.
A ênfase na consequência
adaptativa do comportamento
instrumental expressa no nome da
principal lei da aprendizagem de
Thorndike: Lei do efeito.
Lei: Das várias respostas a uma situação,
as que forem acompanhadas ou seguidas
de perto pela satisfação do animal
ficarão mais firmemente conectadas à
situação, de forma que, quando a
situação retorna, aquelas respostas terão
mais probabilidade de ocorrer.
Dessa perspectivas a aprendizagem
se torna fundamentalmente um
processo de eliminação de erros.
Os Behaviorismos
EUA – início do século XX.
Positivismo – condena toda
pretensão de ir além do observável
e da elaboração de leis empíricas
(pragmatismo – conhecimento
instrumental)
Positivismo e pragmatismo –
ataque a introspecção e a vida
interior – Watson (1878-1958)
Objeto da psicologia –
comportamento do organismo,
estudo das formas adaptativas
(instintos e hábitos)
Comportamentos analisados na forma
de estímulo-resposta
Behaviorismo de Tolman (1886-
1959) – rigor metodológico e
prática da experimentação.
Behaviorismo de Skinner (1904-
1990) - solução mais original entre
os behavioristas batizada por ele de
Behaviorismo Radical assentada
sobre o conceito de operante.
O operante é uma classe de
respostas definida pelas relações
funcionais do comportamento com
suas consequências com o estado
de motivação e com as condições
ambientais presentes no momento
em que a resposta ocorre.
O comportamento operante é
emitido pelo organismo
(voluntário), e não eliciado por um
estímulo externo como acontece
no comportamento reflexo
(Watson).
Skinner rompe com o mecanicismo
associacionista de Thorndike, com o
estruturalismo cognitivista de Tolman ao
enfocar a estrutura das atividades
instrumentais do sujeito que chamou de
contingência tríplice: estímulo
discriminativo – resposta instrumental –
consequência reforçada.

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