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Neste processo, todos os estudos pedagógicos orientam no sentido de não se admitir, hoje,
que um professor de determinado componente curricular, isoladamente, seja o único responsável
pela definição da vida escolar do aluno após todo um ano de trabalho conjunto de tantos outros
professores, especialmente nos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. É preciso que o
desempenho escolar de cada aluno seja analisado, coletivamente, em todos os componentes do
currículo da escola, avaliando as capacidades e habilidades básicas por ele desenvolvidas como um
todo para, então, com foco no princípio da continuidade de seu percurso, decidir pelo resultado final
de seu ano escolar. Neste momento, a atuação do Conselho de Classe, sob a liderança do Especialista
em Educação Básica e a Direção da Escola, é fundamental.
Não se trata, aqui, de se fazer estatística com “notas” dos alunos, somando, dividindo e tirando
médias e, sim, de avaliar o quanto cada aluno cresceu e se desenvolveu em relação a ele mesmo
comparativamente a como estava seu desempenho no início do ano, e se as habilidades e
competências por ele consolidadas em todos os componentes curriculares recomendam que continue
seu percurso escolar, sem interrupção. A postura e a atuação da Direção da Escola e de sua Equipe de
Especialistas em Educação Básica, a quem cabe liderar todo o processo e zelar para que não se decida
indevidamente a vida escolar dos alunos, é fundamental.
Uma boa estratégia para se tomar uma decisão sobre o desempenho final dos alunos, dentre
outras, é utilizar como parâmetro “faixas de resultados”, quando a escola adota escala numérica.
Assim, ao invés de “reprovar” quando a média mínima para aprovação é 5,0 ou 6,0, e o resultado final
do aluno for 4,8 ou 5,8, utiliza-se uma faixa mais abrangente, por exemplo: resultado entre 4,5 e 4,9,
ou 5,5 e 5,9, o aluno seria aprovado. Um décimo a mais ou a menos não tem nenhum significado
efetivo sobre o processo de aprendizagem desenvolvido pelo aluno. Mais que se basear nos números,
na estatística, que medem aspectos cognitivos do desempenho do aluno, sugerimos considerar,
também, o desenvolvimento do aluno na área socioemocional que, com certeza, foi trabalhada pela
escola e professores durante o ano letivo.
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Para tanto, a escola elabora e implementa o seu Plano de Intervenção Pedagógica (PIP)
envolvendo todos os seus profissionais e com o apoio dos pais e comunidade. Todo esse esforço se
faz no sentido de assegurar o princípio da continuidade do percurso escolar do aluno, sem
interrupção e com aprendizagem, zelando para que este princípio não seja confundido com promoção
automática e que “o combate à repetência não se transforme em descompromisso com o ensino-
aprendizagem”.
Todas as oportunidades de aprendizagem previstas nos Art. 78 e 79 da citada Resolução devem
ser garantidas aos alunos pela escola ao longo do ano letivo e, se necessário, no período de férias
escolares, por meio dos Estudos Independentes, quando constatado que todas as medidas oferecidas
ao longo do ano ou semestre, no caso da EJA, não foram suficientes para consolidar as habilidades e
competências previstas.
Nesse sentido, todos os alunos têm direito a todas as oportunidades de aprendizagem
previstas no Título V da Resolução 2.197/2012, inclusive os alunos que não contam com 75% de
frequência. A Escola, portanto, não poderá apresentar aos pais e responsáveis o resultado final do
desempenho dos alunos, antes de garantir a todos que necessitarem, os Estudos Independentes de
recuperação, não importando o número de componentes curriculares.
O Professor, com apoio dos Especialistas e à vista do diagnóstico de cada aluno referente às
competências e habilidades não consolidadas no(s) respectivo(s) componente(s) curricular(es), deverá
organizar Plano de Estudos, individual, com atividades, exercícios, trabalhos, resenhas, pesquisas,
dentre outros, a serem realizados no período de férias, proporcionando ao aluno a maior quantidade
possível de situações pedagógicas que facilitem a reconstrução de sua aprendizagem nos temas
curriculares, nas competências e habilidades não consolidadas.
Este Plano de Estudos, cuidadosamente preparado, deve ser entregue ao aluno antes do
encerramento do ano letivo, ou semestre letivo no caso da EJA. A SEE e a SRE já enviaram às escolas
sugestão de instrumento para elaboração deste plano pelos professores a ser enriquecido e
aperfeiçoado com a criatividade e experiências de cada um.
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Assim, na primeira semana antes do início do novo ano letivo, a escola deverá realizar a
avaliação do aluno e, por consequência, também, a eficiência do Plano de Estudos. Esta avaliação,
como já explicitamos no item 1.2, deve ser feita por meio de variados instrumentos conforme art. 70
da Resolução 2197/2012, não sendo admitida apenas uma prova escrita valendo “x” pontos.
Preferencialmente, esta avaliação deverá ser realizada pelo professor que elaborou o Plano de
Estudos para o aluno. Excepcionalmente, na impossibilidade deste, a Direção, de comum acordo com
a Equipe pedagógica da escola, poderá indicar outro professor do mesmo componente curricular para
realizar a avaliação.
Sabemos que, normalmente, a Resolução SEE que define o Calendário Escolar a cada ano,
dependendo da realidade do ano civil e das exigências legais para sua elaboração, costuma reservar
apenas um ou dois dias escolares antes do início do novo ano letivo. Nestes dias, além de outras
atividades, deverão ser realizadas as avaliações dos Estudos Independentes conforme determina a
Resolução 2197/2012, tempo considerado por algumas escolas como insuficiente, dependendo do
número de alunos a serem avaliados.
Entendemos, s.m.j., que não estaríamos descumprindo o disposto na Resolução se, na medida
da necessidade e considerando a realidade de cada escola, iniciássemos o processo de avaliação dos
Estudos Independentes antes do início do ano letivo, nos dias escolares previstos no Calendário
Escolar, e utilizássemos, se necessário, mais um ou dois dias para encerrar todo o processo. É preciso
cumprir a lei, sim, mas é preciso, também, entender o espírito da lei e não só a letra da lei e ler nas
entrelinhas para garantir os direitos do aluno, nosso dever constitucional.
Somente após as avaliações dos Estudos Independentes é que a escola deverá apresentar o
resultado final da aprendizagem do aluno, decidindo, no caso dos anos finais do Ensino Fundamental
e Ensino Médio, pela aprovação com ou sem Progressão Parcial, fazendo os devidos registros
escolares.
Os alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental que têm garantida a progressão continuada,
sem interrupção e com aprendizagem, e que apresentaram, ao final do ano, habilidades ainda não
consolidadas, também podem ser incluídos nos Estudos Independentes com o objetivo de ampliar e
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enriquecer conhecimentos no período de férias escolares. A avaliação, a ser realizada antes do início
do ano letivo seguinte, deverá ser acrescida aos assentamentos escolares dos alunos e servirá de
diagnóstico para o trabalho do professor na continuidade de seu percurso escolar. Estes alunos, se no
ano seguinte, ainda apresentarem deficiências em algumas habilidades do ano anterior, inclusive os
que iniciarem o 6º ano, deverão ter garantido pela escola, no ano em curso, atendimento
diferenciado através de estratégias de intervenções pedagógicas efetivas e significativas.
É importante que a escola tenha cumprido o disposto no Art. 81 da Resolução 2.197/12
comunicando por escrito, bimestralmente, aos pais e responsáveis os resultados da aprendizagem dos
alunos, inclusive informando-os das estratégias de recuperação e intervenção pedagógica que foram
oferecidas ao longo do ano e, ainda, da necessidade dos Estudos Independentes de recuperação. Os
resultados finais do desempenho, após os Estudos Independentes, também deverão ser informados
aos pais e responsáveis, especialmente as situações de Progressão Parcial, se houver.
das aprendizagens dos temas curriculares, das competências e habilidades identificados pelo
professor após as avaliações dos Estudos Independentes e observados ao longo do ano. Estes estudos
devem ser desenvolvidos pelo aluno sob a orientação do professor do componente curricular do ano
em curso, ou do semestre no caso da EJA. Excepcionalmente, a direção da Escola, em conjunto com
os Especialistas, poderá indicar outro professor para implementar o Plano de Intervenção Pedagógica
da Progressão Parcial.
A Progressão Parcial não está vinculada aos dias letivos, à carga horária anual e nem à
frequência no respectivo componente curricular, de vez que todas essas exigências já foram
cumpridas pelo aluno no ano anterior. O que precisa ser superado é a aprendizagem que não ocorreu
no tempo certo. Assim, dependendo da extensão da dificuldade apresentada pelo aluno e conforme o
Plano de Intervenção Pedagógica da Progressão Parcial, o problema poderá ser resolvido em quinze
dias ou em um a dois meses, devendo ser concluído até março e, excepcionalmente, nos casos de
absoluta necessidade, impreterivelmente até junho do ano em curso.
Com esta orientação não estamos descumprindo o disposto no §º 4º do artigo 75 da Resolução
2197/2012 mas, sim, definindo critérios para a operacionalização deste dispositivo para garantirmos
a regularidade da vida escolar dos alunos e evitarmos situações de alunos concluintes do Ensino
fundamental ou do Ensino Médio com progressões parciais dos anos anteriores ainda não resolvidas.
Para os cursos semestrais, o prazo limite para vencer as progressões parciais será de até três
meses após o início das atividades escolares do período/módulo.
A Progressão Parcial exige dos alunos mais esforço e maior dedicação, portanto, deve ser feito
o acompanhamento sistemático e especial do desenvolvimento destes alunos, num trabalho conjunto
da Direção, Professor e Especialistas da escola, Equipes Central e Regional do PIP/EF, NAPEM e
Inspetores Escolares, incluindo ainda neste processo, os pais e responsáveis.
A SEE e a SRE enviaram às escolas, como sugestão, instrumentos para a elaboração do Plano de
Intervenção Pedagógica da Progressão Parcial para ser enriquecido e adaptado à realidade e
necessidades dos alunos.
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Nas situações de alunos promovidos, na mesma escola, para o 1º ano do Ensino Médio com
progressão parcial do 9º ano do Ensino Fundamental, deverão ser seguidas as orientações aqui
explicitadas.
2.2 - Nas situações de transferência de alunos em Progressão Parcial
Na transferência de alunos aprovados em regime de Progressão Parcial, independentemente
da escola de destino, a escola estadual de origem deve anexar ao Histórico Escolar o Plano de
Intervenção Pedagógica da Progressão Parcial ou das Progressões Parciais, elaborado(s) pelo(s)
Professor(es), especificando os temas, competências e habilidades não consolidados, relativos aos
componentes curriculares em que o aluno não obteve êxito. Caso julgue necessário, a escola de
destino poderá solicitar informações adicionais à escola de origem para complementar as
informações contidas no Plano individual do aluno em Progressão Parcial.
As escolas estaduais devem receber transferências de alunos em Progressão Parcial, assegurar-
lhes o desenvolvimento dos estudos necessários à superação das suas dificuldades nos respectivos
componentes curriculares, ainda que não ofereçam o ano de escolaridade em que ocorreu a
Progressão Parcial.
Na situação de transferência de aluno em Progressão Parcial do 9º ano do Ensino Fundamental
e com matrícula no 1º ano do Ensino Médio nas Escolas da Rede Pública Estadual, o professor do
Componente Curricular objeto da progressão parcial da escola de destino deverá realizar os estudos
orientados conforme Plano de Intervenção Pedagógica necessário à superação das deficiências de
aprendizagens evidenciadas no tema(s) ou tópico(s) do Componente Curricular, independentemente
da Escola Estadual de destino ofertar ou não o Ensino Fundamental, uma vez que estamos tratando
da Educação Básica.
Para tanto, deve acompanhar a documentação de transferência o Plano de Intervenção
Pedagógica do aluno em Progressão Parcial, elaborado pelo professor da escola de origem,
identificando a(s) deficiência(s) em capacidade(s) ou habilidade(s) no(s) tema(s) ou tópico(s) do(s)
componente(s) curricular(es) não vencido(s). Caso isso não ocorra, a escola de destino deverá
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solicitar, por escrito, à Escola de origem ou à SRE, o respectivo Plano ou providenciá-lo, juntamente
com o(s) professor(es) do(s) Componente(s) Curricular(es) do ano em curso.
O(s) professor(es) da escola de destino responsável(eis) pelo desenvolvimento do Plano de
Intervenção Pedagógica da Progressão Parcial, deve(m) complementar o plano recebido a partir de
avaliação diagnóstica realizada na primeira semana do ano/período letivo.
Exemplificando: aluno em progressão parcial em Ciências da Natureza no 9º ano, matriculado
no 1º ano do Ensino Médio que não oferece o Ensino Fundamental. A Equipe Pedagógica da escola de
destino indicará o(s) professor(es) do(s) componente(s) curricular(es) responsáveis para o
atendimento ao aluno, que poderá ser o Professor de Física, Química ou de Biologia, conforme o(s)
tema(s) ou tópico(s) não vencidos.
O aluno de outra rede de ensino, ao ingressar na rede estadual por transferência, terá direito à
Progressão Parcial em até 3 (três) Componentes Curriculares, nos termos da Resolução SEE nº2.197,
de 26 de outubro de 2012. Nesse caso, a escola adotará os procedimentos explicitados neste Ofício
Circular.
Os prazos-limite para o cumprimento do processo de Progressão Parcial pelos alunos
transferidos são os mesmos definidos no item 2.1 deste Ofício Circular.
Nos termos do parágrafo único do artigo 80 da Resolução 2197/2012, os componentes
curriculares Arte, Ensino Religioso e Educação Física, “devem ser avaliados para que se verifique em
que nível as habilidades previstas foram consolidadas, sendo que a nota ou conceito, se forem
atribuídos, não poderão influir na definição dos resultados finais do aluno”. Portanto, não se pode
falar em progressão parcial nestes componentes curriculares.
2.3 - Registros Escolares das situações de Progressão Parcial
No caso de transferência, a situação do aluno a ser registrada no Histórico Escolar será
“aprovado em regime de Progressão Parcial” e no campo “Observações”, registrar “aluno aprovado
em regime de Progressão Parcial no(s) componente(s) curricular(es)...”
Os resultados da Progressão Parcial deverão ser registrados no histórico escolar no campo
“Aproveitamento”, substituindo o resultado “insuficiente” pelo alcançado pelo aluno nos estudos da
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Progressão Parcial em cada componente curricular. Na pasta individual deverá ser arquivada toda a
documentação comprobatória dos estudos realizados.
Exemplificando:
Ficha Pasta Individual Histórico Escolar
Individual
Retratar A equipe pedagógica a) Progressão parcial na própria escola:
toda a vida irá elaborar um - registrar o aproveitamento cursado com êxito na
escolar dos relatório dos Progressão Parcial, sem qualquer observação no histórico
alunos e a trabalhos realizados escolar expedido ao aluno.
regularização com o resultado do b) No caso de aluno transferido entre escolas estaduais, seja
das aproveitamento nas do Ensino Fundamental ou Médio:
pendências, provas e trabalhos - a escola de destino que ofereceu a progressão parcial
conforme dos alunos, assinar e deve registrar no histórico escolar a ser expedido ao aluno, o
registros no colocar na pasta aproveitamento com êxito e substituir a situação de
Diário de individual. Arquivar, “aprovado em progressão parcial” ou “reprovado” para
Classe do também, cópia da ata “aprovado”.
professor. de progressão parcial c) Aluno proveniente de outra rede de ensino, que não seja
gerada pelo SIMADE possível a transcrição do documento de transferência:
e o Plano de - o documento deverá ser anexado ao Histórico Escolar. O
Intervenção registro da Progressão Parcial será feito no campo
Pedagógica da “Observações” referente ao ano/etapa em que ocorreu o
Progressão Parcial. cumprimento da mesma.
Todas as medidas previstas na Resolução SEE 2197/2012 e cuja operacionalização foi aqui
orientada, visam, ao final, garantir o princípio da continuidade da aprendizagem efetiva do aluno no
tempo certo, substituindo a cultura da repetência pela pedagogia do ensino eficaz, sem com isso
significar promoção automática e descompromisso com a aprendizagem dos alunos.
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Assim, se após a efetivação de todas as estratégias descritas e cumpridas pela escola, o aluno
dos anos finais do Ensino fundamental e do Ensino Médio que não conseguir consolidar as habilidades
básicas em quatro ou mais componentes curriculares, deverá, infelizmente, cursar novamente o
mesmo ano escolar. Neste caso, atenção especial deverá ser dada a este aluno para que a mesma
situação não se repita nos anos posteriores e ele desista dos estudos.
recursos disponíveis e criando renovadas oportunidades para evitar que a trajetória escolar discente
seja retardada ou indevidamente interrompida.
§ 1º Devem, portanto, adotar as providências necessárias para que a operacionalização do princípio
da continuidade não seja traduzida como “promoção automática” de alunos de um ano, série ou ciclo
para o seguinte, e para que o combate à repetência não se transforme em descompromisso com o
ensino e a aprendizagem.
§ 2º (...)”
-“Art. 29 - A necessidade de assegurar aos alunos um percurso contínuo de aprendizagens torna
imperativa a articulação de todas as etapas da educação, especialmente do Ensino Fundamental com
a Educação Infantil, dos anos iniciais e dos anos finais no interior do Ensino Fundamental, bem como
do Ensino Fundamental com o Ensino Médio, garantindo a qualidade da Educação Básica.
§ 1º (...)
§ 2º (...)”
-“Art. 30 – Os três anos iniciais do Ensino Fundamental devem assegurar:
I - (...)
II - (...)
III - a continuidade da aprendizagem, tendo em conta a complexidade do processo de alfabetização e
os prejuízos que a repetência pode causar no Ensino Fundamental como um todo e, particularmente,
na passagem do primeiro para o segundo ano de escolaridade e deste para o terceiro.
§ 1º Mesmo quando o sistema de ensino ou a escola, no uso de sua autonomia, fizerem opção pelo
regime seriado, será necessário considerar os três anos iniciais do Ensino Fundamental como um
bloco pedagógico ou um ciclo sequencial não passível de interrupção, voltado para ampliar a todos os
alunos as oportunidades de sistematização e aprofundamento das aprendizagens básicas,
imprescindíveis para o prosseguimento dos estudos.
§ 2º (...)”
Analisando os dispositivos legais citados, percebemos, claramente, que não se trata de permitir
a "promoção automática", o que desobrigaria todo o sistema de assegurar a aprendizagem efetiva
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dos alunos, mas, sim, de garantir o sucesso deste aluno para que ele possa concluir seus estudos no
Ensino Fundamental nos nove anos previstos, o que é seu direito e dever do poder público.
Progressão continuada não é, pois, descompromisso com a aprendizagem dos alunos, mas antes, uma
questão de justiça social e de garantia de direitos expressos na Carta Magna e na LDBEN. "Promoção
automática" não cabe nos princípios e pressupostos de uma educação que se quer de qualidade
social, o que todos nós mineiros estamos construindo em nossas escolas públicas de Educação Básica.
No cumprimento destes princípios e pressupostos definidos pela legislação educacional em
nível federal, e cientes de nosso compromisso e obrigação de garantirmos educação de excelência
para a rede pública estadual, a Secretaria de Estado da Educação estabeleceu na Resolução nº
2197/2012 de 26 de outubro de 2012, em vários artigos, o princípio da continuidade de estudos e o
regime da progressão continuada nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a saber:
-“Art. 28 O Ensino Fundamental, com duração de nove anos, estrutura-se em 4 (quatro) ciclos de
escolaridade, considerados como blocos pedagógicos sequenciais:
I - Ciclo da Alfabetização, com a duração de 3 (três) anos de escolaridade, 1º, 2º e 3º ano;
II - Ciclo Complementar, com a duração de 2 (dois) anos de escolaridade, 4º e 5º ano;
III - Ciclo Intermediário, com duração de 2 (dois) anos de escolaridade, 6º e 7º ano;
IV - Ciclo da Consolidação, com duração de 2 (dois) anos de escolaridade, 8º e 9º ano.”
-“Art. 29 Os Ciclos da Alfabetização e Complementar devem garantir o princípio da continuidade da
aprendizagem dos alunos, sem interrupção, com foco na alfabetização e letramento, voltados para
ampliar as oportunidades de sistematização e aprofundamento das aprendizagens básicas, para todos
os alunos, imprescindíveis ao prosseguimento dos estudos.”
-“Art. 65 A Escola deve, ao longo de cada ano dos Ciclos da Alfabetização e Complementar,
acompanhar, sistematicamente, a aprendizagem dos alunos, utilizando estratégias e recursos diversos
para sanar as dificuldades evidenciadas no momento em que ocorrem e garantir a progressão
continuada dos alunos.”
-“Art. 72 A progressão continuada, com aprendizagem e sem interrupção, nos Ciclos da Alfabetização
e Complementar está vinculada à avaliação contínua e processual, que permite ao professor
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Avanço escolar é a forma de propiciar condições para a conclusão do ano, em menor tempo,
aos alunos com nível de inteligência claramente superior ao dos alunos de sua idade, o que só
poderá alcançar por meio de programas especiais.
A escola organizará o processo de reclassificação do aluno com altas habilidades para o devido
posicionamento, mediante laudo emitido por instituição competente credenciada, não sendo
permitido o avanço para fins de conclusão de etapa da Educação Básica.
4.2.2 - Reclassificação por aceleração de estudos
Aceleração de estudos é a forma de propiciar ao aluno com atraso escolar a oportunidade de
atingir o nível de desenvolvimento correspondente a sua idade. Neste caso, a escola incluirá no seu
Projeto Político- Pedagógico as estratégias de estudos com os alunos com distorção idade/ano de
escolaridade, conforme previsto no Art. 87 da Res. SEE 2.197/2012.
Poderá submeter-se a esse processo o aluno que apresentar um ou mais anos de distorção
idade/ano de escolaridade.
Nos casos de criação de turmas de aceleração da aprendizagem essas deverão ter início até o
final do 1º bimestre de cada ano letivo. A escola poderá organizar estas turmas observando a
estrutura prevista na Resolução SEE 1.033/2008, de 17 de janeiro de 2008.
4.2.3 - Reclassificação por frequência
O recurso pedagógico da Reclassificação será aplicado, também, ao aluno com frequência
inferior a 75% da carga horária mínima exigida, e que apresentar desempenho satisfatório, conforme
Inciso IV da Res. SEE 2.197/12. Neste caso, o aluno deverá ser submetido à avaliação especial em
todos os componentes curriculares, conforme Parecer CEE nº 388, de 26 de maio de 2003.
O aluno com frequência inferior a 75% da carga horária mínima exigida e que apresentar
desempenho insatisfatório terá direito aos Estudos Independentes de recuperação. Obtendo
resultados satisfatórios nos estudos independentes o aluno deverá realizar avaliações em todos os
componentes curriculares para compor o processo de reclassificação por frequência. Somente
obtendo aproveitamento em todos os componentes curriculares do ano/período/módulo, o aluno
será promovido.
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5- Considerações finais
Todos os dispositivos da Resolução SEE nº 2197/2012 estão em estreita consonância com a
LDBEN, com as Diretrizes Curriculares Nacionais, com os procedimentos definidos pelo CEE e com as
normas do sistema estadual de ensino de Minas Gerais e têm, como centralidade, o aluno e sua
aprendizagem.
Cabe, portanto, a todos nós, SEE, SRE e Escolas, envidar todos os esforços para que estes
dispositivos sejam operacionalizados no interior de cada escola e de cada sala de aula, para que os
direitos de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos sejam efetivamente garantidos.
Nesse sentido, solicitamos que, nas reuniões com a equipe escolar, sejam lidos e analisados os
dispositivos da Resolução SEE nº 2.197/2012, este Oficio Circular e outras orientações da SEE, as
Diretrizes Curriculares Nacionais e as orientações didático-pedagógicas recomendadas pelos
pensadores para a educação da pós-modernidade e para a escola do século XX1.
Solicitamos, ainda, que estas diretrizes sejam divulgadas junto aos pais, responsáveis e toda a
comunidade escolar para informar e esclarecer, evitando entendimentos distorcidos, especialmente
quanto à Progressão Continuada e à Progressão Parcial.
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Atenciosamente,