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Pedagogia Artigo Original

A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO


INFANTIL
THE COMMON CURRICULAR NATIONAL BASE IN CHILDREN'S EDUCATION PERSPECTIVE
Como citar esse artigo:
ROSA, Regina Marques Jordão; MOURA, Rosalina Souza; SILVA, Rosa
Jussara Bonfim: A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR NA
PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INFANTIL: Um artigo original. Anais do 3°
Simpósio de TCC, das faculdades FINOM e Tecsoma. 2020; 1618-1635

Regina Marques Jordão Rosa¹, Rosalina de Souza Moura¹, Dra. Rosa Jussara Bonfim Silva²
1 Acadêmicas do Curso de Pedagogia
2 Coordenadora e Orientadora do Curso de Pedagogia

Resumo
O presente estudo tem como objetivo analisar a relevância da Base Nacional Comum Curricular na
perspectiva da educação infantil, pois este tema é extremamente pertinente haja vista que as escolas
tiveram o prazo máximo de adesão no corrente ano, muitos são os desafios para que as escolas façam as
adequações necessárias. A base não é um currículo e sim um documento que estabelece as aprendizagens
essenciais que os alunos precisam desenvolver, pois a educação infantil é a primeira etapa da educação
básica e determinará o futuro escolar dos alunos. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica em
várias fontes e entrevistas com professores que atuam na educação infantil. Foi possível constatar que são
muitos os desafios a serem enfrentados, porém a BNCC é uma esperança para que a aprendizagem
aconteça de maneira efetiva e eficiente e como consequência, aconteçam mudanças significativas na
educação brasileira.

Palavras-Chave: educação infantil; professores; desafios.

Abstract

The present study aims to analyze the relevance of Common Base National Curriculum in the perspective
of early childhood education, as this topic is extremely relevant given that schools had the maximum term of
adhesion this year; there are many challenges for schools to make the necessary adjustments. The basis is
not a curriculum, but a document that establishes the essential learning that students need to develop, as
early childhood education is the first stage of basic education and will determine the students' school future.
The methodology used was bibliographic research in various sources and interviews with teachers who work
in early childhood education. It was possible to see that there are many challenges to be faced, but BNCC
is a hope for learning to happen effectively and efficiently because of significant changes in Brazilian
education.
Keywords: child education; teachers; challenges
Contato: regina.rosa@soufinom.com.br, rosalina.moura@soufinom.com.br, nip@finom.edu.br/
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Introdução
A visão que a sociedade atual tem da infância foi algo construído socialmente
ao longo da história humana. Na antiguidade mulheres e crianças tinham papéis
inferiores na sociedade. As crianças eram vistas como adultos em miniatura, se
vestiam como tal e eram tratados de maneira rígida, sem carinho ou cuidado.
Aprendiam por meio da observação dos adultos e começavam a trabalhar muito cedo
(ARIES, 2017).
É de extrema relevância refletir sobre a construção do conceito de infância ao
longo da história da educação, para compreender a ressignificação que temos hoje.
Atualmente a educação infantil, é vista como essencial e se tornou o alicerce de toda
a vida acadêmica da criança.
A constituição de 1988, no Art.205 diz que, a educação é um direito de todos e
dever do estado e da família, devendo ser proporcionada e encorajada para que
exerça plenamente sua cidadania. Depois de muita luta a educação infantil foi inserida
na Constituição de 1988, reconhecendo a educação em creches e pré-escolas como
direito da criança. A garantia desse atendimento é dever do Estado, ao contrário como
Aries argumenta no parágrafo anterior.
Essa lei coloca a criança no lugar de sujeito de direitos. A inclusão da Educação
Infantil, como parte da Educação Básica, com a lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, lei 9394 (Brasil,1996), pode ser considerada um marco de valorização e
atenção à Educação da primeira infância, através da criação de leis e estatutos que
vieram beneficiar e garantir o direito das crianças.
A Base Nacional Comum Curricular é um documento que define os preceitos
progressivos das aprendizagens fundamentais que os alunos precisam desenvolver
durante as várias etapas da educação básica.
Em novembro de 2009, foi feita uma emenda na Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional tornando obrigatória a oferta gratuita da educação básica para
as crianças a partir dos 4 anos de idade. Em 2013, houve uma alteração na LDB,
através da Lei nº 12.796, antecipando a entrada das crianças na escola aos 4 anos
de idade (BRASIL, 2004).
A obrigatoriedade dessa lei passou a vigorar em 2017, ou seja, todas as crianças
que completam 4 anos até́ dia 31 de março deverá ser matriculada na educação infantil.
Aliado a isso o Conselho Nacional de Educação estabeleceu em 22 de dezembro de
2017 que a Base Nacional Comum Curricular deverá ser implantada no ano de 2018, a
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fim de que em 2019 já chegue as salas de aula, o prazo máximo para ser implementada
foi no início de 2020.
Portanto, a obrigatoriedade de entrada na educação infantil, aliada a implantação
da Base Nacional Comum Curricular é uma oportunidade ímpar na educação brasileira
para que mudanças efetivas aconteçam, fazendo com que o país melhore no ranking
do ensino mundial.
Esse estudo se justifica, pois, cada vez mais a educação infantil tem se mostrado
essencial para que a aprendizagem se torne efetiva, é um momento crucial porque
possibilita a socialização e faz com que a criança adquira habilidades que serão
fundamentais no ensino fundamental e superior, pois se tornou o verdadeiro alicerce
da aprendizagem, deixando a criança pronta para aprendizagens futuras.
Objetiva analisar a relevância da Base Nacional Comum Curricular na perspectiva
da educação infantil; demonstrando a concepção da infância ao longo da história;
compreendendo a importância do currículo e identificando as contribuições que a
mesma traz para a educação infantil.
A proposição da Base Nacional Comum Curricular para a educação infantil pode
compilar muitos desejos da área, para que se obtenha um ensino de qualidade visando
o sucesso e a aprendizagem dos alunos. Como integrar os eixos estruturantes da
educação infantil de forma que a prática pedagógica os vivencie realmente? Como
organizar o espaço para favorecer essas brincadeiras e interações? De que modo a
auxilia na melhoria da educação infantil?
A Educação Infantil é de extrema importância dentro do sistema educacional
brasileiro, é uma etapa fundamental para que o aluno obtenha sucesso no processo de
aprendizagem. É preciso que se busque aprendizagens significativas, que devem ser
construídas a partir dos conhecimentos prévios da criança, respeitando suas fases
maturacionais, como um ser que se relaciona consigo, com os outros e com a natureza.
Para que o objetivo fosse atingido foram feitas diversas pesquisas bibliográficas,
pois segundo Andrade (2016) ela proporciona recursos, que ajudam na resolução de
problemas já apresentados e propicia que novos pontos de vista sejam observados, pois
a pesquisa sempre traz novos olhares e possibilidades.
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É também denominada como pesquisa descritiva porque busca descobrir as


relações existentes entre os elementos, focando não apenas na descoberta, uma vez
que os fatos são analisados, classificados e interpretados, ou seja, é um
aprofundamento da realidade pesquisada (RUDIO, 2014)
A pesquisa foi realizada com vinte professores que atuam na educação infantil,
por meio da plataforma google, pois o momento vivenciado não permitiu que ocorresse
de maneira presencial, porém a pesquisa de campo é fundamental porque possibilita
conhecer a realidade das escolas.

História da educação infantil

Ao pensar nos cuidados com as crianças na atualidade imagina-se que sempre


foi assim, no entanto, até a idade média a infância não pertencia a uma faixa etária
considerada especial, a preocupação com elas se restringia apenas quando
dependiam de um cuidador, assim que saía dessa fase, já não recebiam maiores
cuidados e a taxa de mortalidade era bastante elevada (BOTO, 2018).
A infância não era vista como um momento especial, o cuidado com as crianças
era bastante reduzido, quando alcançavam uma certa idade, já eram vistas como
pequenos adultos.
Aries (2017), salienta que a forma como a sociedade europeia enxerga a
infância deve ser analisada do final da idade média até o século dezenove, porque
nesse período, ocorreram profundas alterações no modo de enxergá-las, pois depois
desse período as crianças passaram a ser olhadas, mimadas e amadas pela
sociedade.
Após a idade média a forma de ver a criança começou a sofrer alterações, pois
a forma de viver em sociedade também começou a se modificar.
Boto (2018) ressalta, que na idade moderna com a revolução industrial e
iluminismo, as crianças começaram a ser tratadas de maneira diferente, reflexo das
mudanças que estavam acontecendo na sociedade como um todo. As crianças
começaram a ser cuidadas, as abastadas tinham um tratamento melhor, porém era
preciso um local para que as crianças pobres permanecessem, haja vista que os pais
precisavam trabalhar.
É relevante ressaltar que após a revolução industrial a mulher começa a
trabalhar nas fábricas, portanto é necessário ter um local para crianças ficarem
enquanto as famílias estão fora de casa.
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Com o passar dos anos, a criança começa a ser uma pessoa com imensa
importância socialmente, detentora de direitos que precisa ter suas necessidades
físicas, cognitivas, psicológicas e emocionais supridas, no entanto, foi um longo
caminho a ser percorrido.
Mendonça (2019), cita que no Brasil a educação pública começou no século
XX. No decorrer das décadas passou por várias modificações, a pré-escola não era
algo formal, não se exigia dos educadores qualificação e muitas vezes essa função
era desempenhada por filantropos. Essa realidade foi modificada após a Constituição
cidadã onde a criança foi posicionada com um ser detentor de direitos.
Não era preciso ter formação para trabalhar com as crianças na idade pré-
escolar, essa realidade começa a ser alterada após a Constituição de 1988, passando
por modificações significativas ao longo dos anos. O papel da criança na sociedade
foi se modificando de maneira gradual ao longo da história brasileira, aos poucos sua
formação foi ganhando importância contribuindo para melhoria da educação.
O acesso à educação é um direito fundamental garantido por lei, porém a lei de
diretrizes e bases da educação nacional ressalta que a família também é responsável
pela formação infantil, ou seja, família e escola devem ser parceiras na educação
infantil.
Na década de noventa, o conceito de criança foi ampliado, compreendendo que
ela é um ser sócio histórico que aprende de acordo com suas experiências e interação
com seu meio social, assim a escola deve oferecer as condições necessárias para
que possa se desenvolver de maneira integral.
No ano de 1998 foi criado o Referencial Curricular Nacional para Educação
Infantil, um documento que procura nortear o trabalho realizado com crianças de zero
a seis anos de idade; representando um avanço na estruturação do papel da
Educação Infantil, trazendo uma proposta que integra o cuidar e o educar, pois esta é
uma das grandes dificuldades da Educação Infantil (BRASIL, 2020).
A criação do referencial curricular nacional para educação infantil foi um avanço
importantíssimo, pois além do cuidado, passa ser responsável pela educação da
criança, por meio de brincadeiras e aprendizagens, orientadas com objetivos claros e
bem definidos. O referencial curricular nacional para a educação infantil foi um passo
extremamente relevante para educação infantil porque o mesmo norteou todo o
trabalho a ser realizado com as crianças nessa etapa de ensino, dando clareza ao
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trabalho do educador e este deverá planejar suas aulas observando o conteúdo


estabelecido para cada idade, facilitando o processo de aprendizagem.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
(2020) a criança é um ser social que já nasce com as habilidades afetivas, emocionais
e cognitivas. Tem vontade de se conectar com as pessoas, é capaz de interagir e
aprender, compreende e influencia o ambiente no qual está inserido, estando
preparado para ampliar suas conexões sociais, interações e formas de comunicação,
as crianças vão se sentindo seguras para se expressarem, sendo capaz de aprender,
nos relacionamentos sociais, tanto com adultos quanto com crianças que possuem
diferentes formas de compreender a realidade.
É fundamental que se observe com cuidado cada fase do desenvolvimento
cognitivo infantil na preparação das aulas, considerando aquilo que a criança já
consegue fazer sozinha, porém propondo desafios para que consiga se desenvolver
cada dia mais. A criança passa a ser vista como protagonista no seu processo de
aprendizagem, ela vai construir seus conhecimentos mediados pelo professor que
deverá ter seu trabalho focado em desenvolver o aluno de maneira integral.
O artigo 29 da LDB, foi destinado às crianças de até seis anos de idade, com o
intuito de completar a ação da família e da comunidade, tencionando desenvolver a
criança na sua totalidade, ou seja, fazer com que se desenvolva fisicamente,
psicologicamente, socialmente e intelectualmente. (MENDONÇA, 2019).
Isso significa que é preciso formar a criança no aspecto humano, preparando-
a para conviver em sociedade; para que isso se torne realidade é necessário formar
para a vida por meio de projetos e ações que contribuam para seu pleno
desenvolvimento, portanto a práxis pedagógicas devem ser modificadas para que
cumpra seu objetivo que é educar para a totalidade
É na Educação Infantil que a criança irá se desenvolver integralmente, pois é
durante essa etapa que ocorre o processo de humanização e troca de experiências
sociais que a tornarão sujeito com identidade. De acordo com a Lei de Diretrizes e
Bases (LDB), a educação infantil é o sistema destinado à faixa etária de zero a seis
anos: as creches para a faixa de zero até três anos e as pré-escolas para a faixa de
quatro a seis anos. Nesse contexto, a educação infantil se torna essencial para o
desenvolvimento escolar do ser humano e hoje é vista como a fase mais importante
na formação acadêmica.
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A Base Nacional Comum Curricular na educação infantil

O Lançamento do documento de referência da Base Nacional Comum


Curricular (BNCC) provocou diversos argumentações e caracterizou novos desafios
para educação brasileira nas questões legais, teóricas, metodológicos e ideológicos
(BARBOSA, 2017).
A Base Nacional Comum Curricular provoca inúmeros desafios a educação
brasileira porque apresenta diversas inovações em todos os âmbitos educacionais, é
preciso que ocorram mudanças significativas no modo de pensar o ensino, portanto é
uma grande oportunidade para que o aluno tenham suas capacidades desenvolvidas
em todos os âmbitos de ensino.
Mendonça (2019) ressalta que a educação infantil é um direito social e uma
política pública resultado de muitas lutas de vários movimentos sociais. Essa
conquista foi reconhecida na Constituição Federal de 1988, a primeira da história
nacional a definir a educação infantil como direito das famílias e das crianças.
É preciso que os direitos sociais da criança sejam respeitados, é necessário
que todas as crianças brasileiras tenha garantida sua vaga nas creches e escola em
todo o território nacional e esse é um desafio a ser vencido.
A educação infantil passou a ser a primeira etapa do ensino básico deixando a
visão assistencialista, passando a ser enxergada como uma etapa do
desenvolvimento essencial para a formação do ser humano. O currículo da educação
infantil tem uma base nacional comum, que deve ser complementada em cada sistema
de ensino e estabelecimento escolar por uma parte diversificada, exigida pelas
características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos
educandos (BARBOSA, 2017).
A Base Nacional Comum Curricular deixa claro a relevância que a educação
infantil tem para vida acadêmica do estudante, por ser a base da trajetória escolar,
portanto essa etapa é crucial, podendo ser causa de fracasso ou sucesso no processo
de ensino aprendizagem.
Segundo o Ministério da Educação a elaboração da Base Nacional Comum
Curricular contou com doze milhões de colaborações de todo o país, foram realizados
seminários em todos os estados e em maio de dois mil e dezesseis, foi divulgada a
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nova versão da mesma, modificando profundamente a educação infantil (BRASIL,


2018).
Os educadores brasileiros tiveram a oportunidade de opinar nos seminários que
ocorreram em todos os estados da federação, nesse momento os profissionais da
educação tiveram a oportunidade de participar da construção, o processo foi longo,
mas o resultado foi extremamente satisfatório.
A Base Nacional Comum Curricular foi aprovada no ano de dois mil e
dezessete, quase que de forma unânime, a resolução foi publicada no dia vinte e dois
de dezembro do mesmo ano, portanto a educação básica brasileira deverá seguir as
diretrizes dispostas no documento, devendo ser adotada por todas instituições
educacionais do país (ALBURQUERQUE, 2019).
Após aprovada as instituições educacionais brasileiras tiveram tempo hábil
para fazerem as adequações necessárias para trabalharem de acordo com o que foi
estabelecido na lei vigente.
Mendonça (2019) salienta que a Base Nacional Comum Curricular para a
educação infantil aponta as convicções éticas, políticas e estéticas para construção
dos projetos político pedagógicos das entidades educacionais, abarcando os direitos
de aprendizagem que precisam ser garantidos a todas as crianças brasileiras, sendo
eles o direito de: conviver, brincar, participar, explorar, comunicar e conhecer-se. Uma
vez que esse documento programa as outras etapas da educação, portanto
compreende que todas as potencialidades infantis devem ser desenvolvidas, ou seja,
visa o desenvolvimento integral da criança.
A educação infantil é considerada a etapa mais importante da educação, é o
momento que a criança vai desenvolver habilidades físicas, cognitivas, psicológicas
ou seja, essa etapa de ensino deve se preocupar com a formação integral do aluno.
Faria (2018) afirma que as Diretrizes Curriculares Nacionais já considerava as
crianças como cidadãos históricos, possuidores de direitos que precisam se relacionar
no dia a dia para que construa sua identidade pessoal e coletiva, uma vez que
brincam, imaginam, fantasiam, desejam, aprendem, observam, experimentam,
narram, questionam, estabelece sentidos sobre natureza e sociedade, portanto
produzem e reproduzem cultura e reconhece a criança como protagonista do seu
processo de aprendizagem.
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Na Base Nacional Comum Curricular, os processos pedagógicos na Educação


Infantil partem da concepção de que a construção do conhecimento pelas crianças se
efetiva através da sua participação direta nas diversas práticas cotidianas. Os direitos
de aprendizagem e desenvolvimento dos campo de experiência, expressos pelos
verbos conviver, brincar, explorar, participar, comunicar e conhecer-se, sinalizam a
categoria corpo/ movimento como forma de expressão, de produção de sentidos e de
experiências por parte das crianças (ALBURQUEQUE, 2019).
Para que a criança se desenvolva de maneira integral é preciso que seja
protagonista do seu processo de aprendizagem, todas as ações cotidianas são
momentos que devem ser utilizados para construção de conhecimentos, portanto os
direitos de aprendizagem estruturam tudo aquilo que devem aprender durante a
educação infantil.
As escolas devem garantir e reconhecer, em seu dia a dia, jogos motores e
brincadeiras que considerem a gradativa coordenação dos movimentos e o equilíbrio
das crianças. Os jogos motores de regras oportunizam que ocorra aprendizagens
sociais, uma vez que ao jogar, as crianças aprendem a competir, a colaborarem umas
com as outras, combinando e respeitando as regras (BRASIL, 1998).
Ao brincar a criança se prepara para viver em sociedade, através do jogo
adquire capacidades como agir de acordo com as regras, administrar derrotas e
vitórias e ainda obtém sucesso nos relacionamentos interpessoais. Contribuindo para
que as crianças adquiram novos conhecimentos de uma forma natural, espontânea e
agradável, pois a brincadeira é algo natural e básico para o desenvolvimento motor,
social, emocional e cognitivo fazendo parte da sua vivência diária.
Na Base Nacional Comum Curricular o jogo e brincadeira são direitos de
aprendizagem que, as crianças precisam se apossar, uma vez que são fundamentais
na educação infantil por favorecer o progresso de diversas linguagens. Quando
brincam, jogam, as crianças se constrói como indivíduos com experiências sociais
ordenando com independência suas ações e interações, produzindo normas de
convivência social e de participação nas atividades brincantes (ALBURQUERQUE,
2019).
Quando a criança brinca, joga, dança ela desenvolve capacidades que são
indispensáveis para seu pleno desenvolvimento como, a coordenação motora,
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atenção, ritmo, direção, expressão corporal, favorece a criatividade e contribui para


que adquira bons hábitos de saúde.
É necessário tomar consciência que nas atividades escolares o jogo e a
brincadeira promovem a aprendizagem, o desenvolvimento físico e emocional; estes
são importantes aliados no processo de ensino. Os brinquedos são suporte para a
mediação do professor, que desafia o raciocínio, fazendo com que o aprender
aconteça dentro de um contexto prazeroso, tranquilo e divertido.
O uso da brincadeira como um recurso pedagógico, faz com que se aproprie
da realidade atribuindo significados; com isso os alunos que tem dificuldades de
aprendizagem podem utilizar-se da brincadeira como recurso, a fim de facilitar a
compreensão dos conteúdos pedagógicos, possibilitando um trabalho interdisciplinar;
onde as brincadeiras dão a possibilidade para que o professor crie situações
significativas que contribuam para a construção dos conhecimentos no cotidiano da
sala de aula
É importante salientar que a Base Nacional Comum Curricular não é um
currículo, mas sim um documento que estabelece as aprendizagens que são
essenciais que os alunos carecem desenvolver. É de fundamental importância
relembrar que a mesma não faz com que os documentos e leis anteriores sejam
invalidados.
Na Base Nacional Comum Curricular da educação infantil estão estabelecidos
as aprendizagens que as crianças deverão adquirir para que possam ingressar no
ensino fundamental.
Mendonça (2019) ressalta que na Base Nacional Comum Curricular os eixos
estruturais da educação infantil continuaram iguais, em conformidade com as
Diretrizes Curriculares Nacionais de 2009 e os documentos relacionados ao
segmento, assim interagir e brincar permanece como a principal atividade com os
alunos. A Base Nacional Comum Curricular orienta que o cerne do trabalho com os
alunos da educação infantil, são os eixos estruturais, direitos de aprendizagem da
criança e os campos de experiência; é importante mencionar que esses já existiam,
porém com a base terão uma maior relevância nas práxis pedagógicas e no cotidiano
escolar, enfatizando que estes são essenciais para consolidação da aprendizagem,
pois as estruturas, habilidades e competências são fundamentais para a vida toda.
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Boto (2018) enfatiza que os direitos de aprendizagem são conviver, brincar,


participar, explorar, expressar e conhecer-se, estes devem garantir que as crianças
aprendam e participem ativamente do seu processo de aprendizagem. Está
organizada em cinco campos de experiências.
É essencial que na prática pedagógica os direitos de aprendizagem sejam
trabalhados de maneira efetiva, pois estes mostram os caminhos para que a
aprendizagem aconteça, estes devem nortear práxis pedagógicas dos educadores em
sala de aula. As atividades devem propiciar que a criança possa tomar decisões, agir
de maneira transformadora, fazer com que reflita, ordene, desorganize, destrua e
reconstrua o mundo a sua maneira.
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (2017) os campos de
experiências estabelecem uma organização curricular abrigando situações e
experiências concretas da vida diária e seus conhecimentos fazem parte do
patrimônio cultural. Os campos de experiências foram baseados nas disposições das
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil no que diz respeito aos
saberes e aprendizagens essenciais para que as crianças apropriem do conhecimento
através das suas experiências.
Os campos de experiências foram organizados do seguinte modo: o eu, o outro
e o nós; corpo, gestos e movimentos, traços sons, cores e formas; escuta, fala,
pensamentos e imaginação; espaços, tempos, quantidades, relações e
transformações.
Ao trabalhar com os campos de experiência estará propiciando o
desenvolvimento da criança de maneira integral, porque abrange todas as
capacidades que devem ser desenvolvidas ao longo da educação infantil, quando
trabalhado de maneira correta fará com que as crianças cheguem no ensino
fundamental e obtenha sucesso.
Mendonça (2019) ressalta que a Base Nacional Comum Curricular da educação
básica foi dividida por faixa etária e nomenclatura, utilizada para os segmentos da
educação infantil foram modificados, pois considerou as particularidades de cada
grupo levando em conta a idade e os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento
foram estabelecidos para cada etapa. Na creche são bebês de 0 a 1 ano e 6 meses e
crianças bem pequenas 1 ano e 7 meses a 3 anos e 6 meses. Pré escola crianças
pequenas de 4 anos a 5 anos e 11 meses; no entanto deixa claro que tais grupos não
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podem ser analisados de maneira inflexível, porque é necessário ter consciência de


que as crianças possuem ritmos de aprendizagem e desenvolvimento diferenciados.
Dentro dessa ótica é relevante refletir que a mudança da educação infantil para
o ensino fundamental deverá garantir a continuidade do percurso formativo, para que
os processos de ensino respeitem a aprendizagem das crianças, levando em conta
suas especificidades e particularidades dentro de cada etapa estabelecida pela base
curricular.
A Base Nacional Comum Curricular na Educação Infantil garante primeiramente
os direitos de aprendizagens fundamentais para estas crianças, os quais são
“fundamentados na concepção das crianças como cidadãos de direitos, como sujeitos
ativos, criativos, competentes e com saberes” (BRASIL, 2016). Portanto, a Base
Nacional Comum Curricular no cenário educacional brasileiro é uma grande
oportunidade para que mudanças significativas possam ocorrer em todas as etapas
da educação básica fazendo com que os alunos obtenham sucesso em suas
aprendizagens e como consequência a qualidade do ensino melhore
significativamente.

Resultados

A Base Nacional Comum Curricular surgiu como um elo integrador na educação


brasileira, haja vista que o Brasil é um país com dimensões continentais e precisa ter
seu sistema de ensino renovado. Muitas são as dificuldades encontradas pelos
educadores brasileiros e essa nova proposta tem se mostrado, como uma chance de
melhorar de maneira geral a educação no país, no entanto sua implantação tem
barreiras e desafios a serem vencidos.
Com o intuito de aliar a teoria e a prática foi feita uma pesquisa com professores
que atuam na educação infantil. Com o objetivo de averiguar qual a percepção e
entendimento que possuem em relação a Base Nacional Comum Curricular. Para
levantamento dos dados, foi utilizada a pesquisa direta por meio da plataforma google
com 20 pedagogos que atuam na rede municipal de ensino.
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Gráfico 01:

Você se sente preparado para


trabalhar de acordo com a BNCC?

40% Sim
60% Não

Fonte: Elaborado pelas autoras (2020)

No gráfico 1 foi questionado se os professores se sentem preparados para


trabalhar de acordo com a BNCC no cotidiano da sala de aula, 40% responderam que
sim e 60% que não, ou seja, a maior parte dos professores assumiram que não estão
preparados, uma vez que são necessárias mudanças significativas nas suas práticas
pedagógicas.
Portanto, os professores devem estar compromissados com os interesses da
criança para que sua vivência seja transformada em experiência. É necessário
ressaltar que a aprendizagem acontece nos momentos cotidianos, de modo integrado,
lúdico, associado a práticas sociais significativas, essa é uma grande mudança,
porque a criança passa a ser protagonista no seu processo de aprendizagem e o
professor se torna um observador, que a conduzirá, obedecendo os direitos de
aprendizagem que são direito de conviver, brincar, participar, explorar, expressar e se
conhecer.
A aprendizagem e o desenvolvimento acontecem por meio da interação com o
meio, através da sua aprendizagem a criança vai se tornando independente; o ser
humano está sempre apto a aprender, isso demonstra a relevância do trabalho
desenvolvido em sala de aula pelo educador na educação infantil que precisa ter
sempre em mente os direitos de aprendizagem.
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Gráfico 02:

Você já teve algum tipo de formação


continuada relativa a BNCC?

30%
Sim
Não
70%

Fonte: Elaborado pelas autoras (2020)


O gráfico 2 questiona se os educadores já participaram de algum tipo de
formação continuada relativa a Base Nacional Comum Curricular, 30% responderam
que não e 70% falaram que sim; esse é um dado bastante significativo, as respostas
levantam dois questionamentos extremamente pertinentes; o primeiro deles é se a
instituição escolar elaborou os currículos sem que tenha seguido os passos e
orientações estabelecidas, ou ainda não foi colocada em prática, haja vista que o
prazo final foi o início do corrente ano.
Martins (2015) afirma que a formação continuada acontece através de cursos,
palestras, seminários que visem qualificar o professor a fim de melhorar sua prática
docente, uma vez que a mesma gera impactos profundos na qualidade de ensino. Os
conhecimentos renovam-se, as práticas se modificam. O acesso a inovações é um
direito do profissional que pretende desempenhar a contento suas funções durante
toda a sua vida de trabalho.
O avanço na qualidade do ensino, só vai acontecer quando o professor
começar a estudar, questionar e compartilhar dificuldades, sucessos e fracassos com
seus colegas, através de uma troca de experiências constante. Se manter atualizado
em relação aos novos métodos de ensino e práticas pedagógicas eficientes é sem
sombra de dúvida, o maior desafio do educador na atualidade, uma vez que o
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desenvolvimento profissional nunca se acaba, pois é sempre necessário fazer


adequações quanto as necessidades históricas e sociais, sendo que a formação
continuada deve ser vista como uma reflexão sobre a prática pedagógica de cada
educador por meio de inúmeras atividades que valorizem os saberes docentes.

Gráfico 03:

Você acredita que a BNCC trará


mudanças para a educação infantil?

10%
Sim
20%
Não
70% Não possui opnião formada

Fonte: Elaborado pelas autoras (2020)


No gráfico 3 foi questionado se os educadores acreditam que a Base Nacional
Comum Curricular trará mudanças significativas para a educação infantil, 10%
disseram não possuir uma opinião formada, 20% acreditam que não e 70% disseram
que sim. Os educadores que responderam sim, tem convicção que a educação possa
melhorar, no entanto é grande a quantidade de profissionais que estão no cotidiano
da sala de aula que, não acreditam que mudanças efetivas possam acontecer e ainda
há aqueles que não sabem opinar.
Esses dados são preocupantes, pois a Base Nacional Comum Curricular
propõe aprendizagens fundamentais, que os estudantes deverão desenvolver em
todas as etapas e modalidades do ensino básico, com o intuito de garantir a qualidade
do ensino, porém, para que seja colocada em prática o professor tem um papel
essencial, sua postura diante desse desafio será responsável pelo sucesso ou
fracasso da implementação da mesma.
Para que a Base Nacional Comum Curricular seja parte do cotidiano escolar, o
professor deve conhecer integralmente todo o documento, ponderar sobre sua
aplicação na sala de aula, pois na prática terá muitos impactos em todo o meio
educacional, como mudanças nos livros didáticos, projeto político pedagógico,
propostas curriculares, avaliações externas, formação docente, exame nacional do
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ensino médio e nas competências básicas. O professor será o agente da mudança,


porque efetivamente assumirá a postura de mediador, orientando e auxiliando os
alunos na construção dos conhecimentos. Isso demonstra que há um grande caminho
a ser percorrido para que a mesma se torne uma realidade na sala de aula.

Gráfico 04:

Qual a maior dificuldade para o sucesso


da BNCC?

25% Falta de preparo


40%
Materiais didáticos
Espaço físico adequado
35%

Fonte: Elaborado pelas autoras


No gráfico 4 foi questionado sobre qual a maior dificuldade para o sucesso da
Base Nacional Comum Curricular na escola, 40% responderam que é falta de espaço
físico adequado, é sabido das dificuldades enfrentadas quanto as instalações, pois
envolve atividades práticas para construção de aprendizagens e grande parte das
instituições escolares não foram preparadas e adequadas para que isso aconteça.
Uma parcela significativa de 35% ressaltou que é a falta de materiais didáticos
adequados, isso é um entrave para que aprendizagem aconteça, porque muitas vezes
a escola não tem nem o básico para que funcione de maneira digna e oferece o
mínimo para facilitar a aprendizagem. E 25% destacaram que não se sentem
preparados e seguros para essa nova realidade.
Gandini (2014) destaca a importância do espaço físico, haja vista que este deve
ser organizado conforme a faixa etária da criança, com o intuito de propor desafios,
tanto cognitivos quanto motores que auxiliarão no desenvolvimento das suas
capacidades. Este espaço deve conter objetos e materiais que demonstrem a cultura
e o meio social onde a criança está introduzida.
Outro ponto importante são os materiais didáticos adotados, estes devem ser
adequados a cada fase do desenvolvimento infantil, nesse contexto o lúdico deve
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fazer parte do dia a dia da escola. O lúdico necessita se constituir em atividade


permanente em sala de aula, pois é uma excelente estratégia de aprendizagem,
podendo contribuir para que a escolas enfrentem os desafios a ela apresentados, se
tornando atraente para as crianças, sendo assim é dever do educador tornar a
aprendizagem rica e variada, para que possa contribuir efetivamente para construção
de aprendizagens significativas.
Em suma há ainda muito o que fazer, pois a implantação foi um primeiro passo
para que se tenha uma nova realidade nas escolas brasileiras e acima de tudo é
preciso que os governantes compreendam a necessidade de valorizar a educação
básica que é determinante para o sucesso ou fracasso da educação brasileira.

Conclusão

Na sociedade atual a educação infantil tem uma enorme relevância, haja vista
que seus reflexos serão sentidos em toda a vida acadêmica das crianças, dessa forma
a BNCC tem como meta possibilitar e assegurar o pleno desenvolvimento cognitivo,
social e cultural dos estudantes; é um instrumento para fundamentar a qualidade da
educação ao estabelecer os níveis de desenvolvimento que todos os alunos têm o
direito de acesso.
Em vista dos argumentos apresentados, ficou claro a importância da BNCC
para educação brasileira e de maneira especial para educação infantil, pois esse
documento definiu os conteúdos básicos que precisam ser trabalhados com os alunos
em cada etapa de ensino, objetivando que se desenvolvam cognitivamente,
socialmente e culturalmente, ou seja, a formação do ser humano na sua totalidade.
Dessa forma diante de todos os problemas da educação brasileira há uma
grande esperança que a mesma tenha sucesso, mais é sabido que há um longo
caminho a ser percorrido, tanto na estrutura, formação docente, recursos e apoio de
toda a equipe pedagógica escolar, uma vez que apesar de estar na sala de aula o
professor irá precisar mais do que nunca de apoio e auxilio para que trabalhe da
maneira esperada visando o sucesso do processo de ensino aprendizagem dos seus
alunos.
É imprescindível que os educadores estejam em constante formação, pois é
fundamental diante das várias demandas educacionais que estes sejam dinâmicos e
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capazes de se adequar a qualquer situação, e assim estejam qualificados para auxiliar


os educandos na construção da sua aprendizagem.

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