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REBEKA EMILY LIMA LOPES

DIREITO ADMINISTRATIVO

RESENHA CRÍTICA DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DE


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM RELAÇÃO COM ANÁLISE
JURISPRUDENCIAL.

BELÉM, PA

2022
REBEKA EMILY LIMA LOPES 1

DIREITO ADMINISTRATIVO

RESENHA CRÍTICA DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DE


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM RELAÇÃO COM ANÁLISE
JURISPRUDENCIAL.

1ª Atividade Somativa da Disciplina de Direito administrativo I

. Turma: 60401/2022.2

BELÉM, PA

2022

Aluna do quarto semestre de Direito, do Centro Universitário Metropolitano da Amazônia —


1

UNIFAMAZ. CPD 35108


EMENTA
APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA. UTILIZAÇÃO DE SLOGAN DE CAMPANHA ELEITORAL EM
MATERIAL DE CARÁTER INSTITUCIONAL DO MUNICÍPIO. PROMOÇÃO
PESSOAL. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE,
PUBLICIDADE E MORALIDADE. Nos termos do art. 37, § 1º, da CF "A publicidade
dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos". A incorporação do mesmo slogan utilizado durante a campanha
eleitoral de 2012, "Novas Ideias, Novos Rumos", em publicações de caráter
institucional e bens da administração municipal em 2013, como pastas da secretaria
de educação, calendários de eventos, panfletos da 17ª mateada, faixa em patrola e
no veículo do gabinete do prefeito, configura violação aos princípios da legalidade,
publicidade, impessoalidade e moralidade, com intenção de promoção dos
administradores. O poder público possui símbolos próprios que devem ser utilizados
para que se ressalte a oficialidade e a impessoalidade da informação que se
pretende transmitir. A alegação de que descentralização do poder na estrutura
administrativa, conferindo autonomia aos secretários para tomarem decisões, não
lhes retira o dever de zelo pela coisa pública. Não é crível que não tivessem ciência
da publicidade institucional elaborada, pois constava inclusive no carro do gabinete
do prefeito. E constou o slogan em faixa colocada em máquina recebida do governo
federal, no decorrer da 17ª Mateada de Coronel Bicaco, realizada de 12 a 14 de abril
de 2013, dois meses após a alegada abertura de sindicância pelos fatos. E a pessoa
a quem buscam imputar responsabilidade já havia se exonerado do cargo municipal
há um mês, consoante demonstra a Portaria nº 147/2013, de 14/03/2013. É evidente
a utilização da publicidade institucional para fins de promoção pessoal do Prefeito e
do Vice-Prefeito, em violação aos princípios da legalidade, publicidade,
impessoalidade e moralidade, o que configura improbidade administrativa, nos
termos do art. 37, § 1º, da CF e 11, caput, da LIA. APELAÇÕES DE VALTEMAR
NÃO CONHECIDA E DE LEANDRO DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº
70074141334, Vigésima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Almir Porto da Rocha Filho, Julgado em 09/08/2017. Data de Publicação: Diário da
Justiça do dia 14/08/2017).
INTRODUÇÃO
Observa-se na ementa da jurisprudência obtida da Apelação Cível Nº
70074141334 (TJ RS) um caso em que a gestão municipal executiva apresentou
intenção de promoção pessoal, por meio da utilização de determinado slogan - o qual
já havia sido usado no período eleitoral do prefeito - em publicações de caráter
institucional e bens da administração municipal. Dessa forma, pode-se afirmar que
esse cenário configura a violação aos princípios da legalidade, publicidade,
impessoalidade e moralidade. Portanto, faz-se necessário versar acerca do conceito
de cada princípio constitucional supracitado e fundamentar o porquê deles terem sido
considerados transgredidos.

1.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

De acordo com o Art. 5º, II, da Constituição Federal de 1988, pode-se afirmar
que o princípio da legalidade é de suma relevância para o ordenamento jurídico
brasileiro, pois através dele há o entendimento de que a lei é responsável por definir e
limitar os direitos e deveres, inclusive da administração pública, visando uma
sociedade mais equânime. Dessa forma, infere-se que o caso abordado feriu o caput
quase inteiro do artigo 37 da CF/88, o qual afirma que toda administração pública deve
obedecer os princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade, o que
não ocorreu.
Consonante ao princípio da legalidade, afirma-se que este, por sua vez, tem
como objetivo promover, nesse caso, a garantia à sociedade acerca da submissão do
administrador público aos mandamentos da lei.

1.2 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

Segundo o artigo 37, §1º, da Constituição Federal de 1988, sabe-se que a


publicidade não deve ser utilizada para promoção pessoal ou de servidores públicos,
mas deve ter um caráter educativo, informativo ou de orientação social. Portanto, com
a constatação desse fato, pode-se concluir que a gestão executiva municipal
responsável pela utilização do slogan "Novas Ideias, Novos Rumos", o qual marcou a
campanha eleitoral do prefeito do ano que antecedeu seu mandato, desobedeceu o
enunciado normativo e, dessa forma, promoveu uma publicidade inconstitucional e -
consequentemente - ilegítima.
Ademais, faz-se necessário mencionar que o princípio da publicidade objetiva
a visibilidade e a transparência dos atos administrativos, a fim de garantir a
democracia de tais.

1.3 PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

Acerca do princípio da impessoalidade é possível afirmar que este, por seu


turno, está intrinsecamente relacionado a descentralização do poder e do zelo pelo
coisa pública, de modo que, a garantia prevista no artigo 5º da CF/88 - acerca do
tratamento igual perante a lei - seja efetivo e, portanto, garanta a oficialidade e
impessoalidade das informações que eventualmente são transmitidas, em benefício ao
interesse público.
Por essa razão, entende-se que o prefeito e seu vice-prefeito, tal qual toda a
sua gestão, foram tendenciosos em sua administração pública, pois visaram benefícios
individuais ao invés dos coletivos, de acordo com o princípio em questão.

1.4 PRINCÍPIO DA MORALIDADE

O princípio da moralidade estabelece o raciocínio deontológico acerca da ética


e moral que rege a administração pública e, portanto, é fundamental às regras que
disciplinam internamente a administração pública. Destarte, entende-se que a
honestidade é necessária para o cumprimento de, não somente esse, mas todos os
princípios aqui mencionados e isso pode ser exemplificado através da Súmula de
número 13 do Supremo Tribunal Federal, a qual versa acerca da falta de ética que é a
nomeação cônjuge, companheiros ou parente.

CONCLUSÃO

Com a constatação de tais fatos, pode-se concluir que o caso apresentado


houve improbidade administrativa, visto que os administradores agiram
inconstitucionalmente contra os princípios que baseiam a administração pública.
BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.

Apelação Cível Nº 70074141334, Vigésima Primeira Câmara Cível, Tribunal de


Justiça do RS, Relator: Almir Porto da Rocha Filho, Julgado em 09/08/2017. Data de
Publicação: Diário da Justiça do dia 14/08/2017.

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