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DIREITO ADMINISTRATIVO

Princípios da Administração Pública – Moralidade


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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – MORALIDADE

Princípio da moralidade
• A moralidade está relacionada à ética, honestidade, probidade, boa-fé. Essas são as
características que o agente público deve possuir.
• Moralidade administrativa: é a moralidade objetiva prevista em lei.
• Moralidade comum: representa o que cada indivíduo pensa. Por ser subjetiva, não é
estudada no Direito Administrativo.
• O princípio da moralidade está expresso na Constituição e na Lei n. 9.784/1999, e trata
a moralidade em seu art. 2º, IV, descrevendo que o administrador tem de ter uma “atu-
ação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé”.
O Decreto n. 1.171/1994, que representa o Código de Ética Profissional do Servidor
Público Civil do Poder Executivo Federal, estabelece que: (...)
I – O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta.
Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o
conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre
o honesto e o desonesto, consoante às regras contidas no art. 37, caput, e §4º, da
Constituição Federal.

• Às vezes, a ação praticada pelo agente é legal, mas é imoral. Ex.: suponha-se que a
Assembleia Legislativa de determinado estado tenha realizado uma licitação pública
para contratar veículos para o transporte de deputados. Os carros contratados eram
importados e custaram cerca de trezentos mil reais cada um. Diante dessa situação,
a Assembleia poderia contratar os veículos? Sim, o processo foi realizado através de
licitação, respeitando os trâmites legais. No entanto, não há justificativa para que os
veículos sejam importados e no valor exorbitante de trezentos mil reais. A atividade
praticada pela Assembleia foi legal, mas imoral.
• Qualquer indivíduo poderá propor ação popular para anular uma atividade imoral.
ANOTAÇÕES

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Instrumentos que visam combater a imoralidade administrativa


a. A ação popular.
Art. 5, LXXIII, CF – “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade adminis-
trativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”.
b. Lei n. 8.429/92.
5m
Lei de improbidade administrativa: o agente ímprobo, automaticamente é imoral. A lei
visa punir o agente público que praticar atos que atentem contra os princípios da adminis-
tração pública, não só o da moralidade, mas todos os princípios que orientam a administra-
ção pública.
c. Súmula Vinculante n. 13:
Veda a prática do nepotismo: “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha
reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento,
para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas,
viola a Constituição Federal”.
Primo é considerado parente de 4º grau, e pode ser nomeado.
Segundo o STF, a nomeação de parentes fere os princípios da impessoalidade, morali-
dade e eficiência.
A Súmula atinge apenas os cargos administrativos, não alcança os cargos políticos,
como Secretário de Estado, Secretário Municipal, Ministro. Sendo assim, seria permitido, por
exemplo, que o Presidente nomeasse a sua esposa como Ministra. A pessoa nomeada, no
entanto, deve possuir características técnicas para ocupar o cargo.
10m
A Súmula atinge também o nepotismo cruzado:
Ex.: deputado A, sabendo que não pode nomear o filho, pede ao deputado B que o
nomeie e, em troca, também nomeia algum parente do deputado B.
ANOTAÇÕES

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DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/INSS/TÉCNICO DO DEGURO SOCIAL/2016) Na análise da moralidade adminis-
trativa, pressuposto de validade de todo ato da administração pública, é imprescindível
avaliar a intenção do agente.

COMENTÁRIO
A “intenção do agente” representa a moralidade comum. Conforme visto, o que deve ser
avaliado é a moralidade administrativa e não a intenção do agente público.

O único princípio que também deve ser observado pelo particular é justamente o prin-

cípio da moralidade.
Ex.: determinado cidadão pretende obter um alvará para montar um comércio em sua
casa, no entanto, como o bairro é residencial, a lei prevê que deve ser necessária a autori-
zação dos vizinhos para que seja instalado o comércio. O cidadão, então, decide ele próprio
assinar a lista com os nomes dos moradores autorizando a abertura do comércio. Esse cida-
dão, ao agir dessa forma, está sendo imoral.
15m

DIRETO DO CONCURSO
2. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR/ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS/2019)
Prefeito de determinado município do Estado da Bahia nomeou sua esposa, médica de
notório conhecimento e atuação exemplar, para exercer o cargo de Secretária Municipal
de Saúde. No caso em tela, com as informações apresentadas acima, a princípio, de
acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:
a. não é possível afirmar que houve flagrante violação ao princípio da impessoalidade
pela prática de nepotismo, pois o cargo de secretário municipal possui natureza política.
b. não é lícito o ato administrativo de nomeação, pois houve flagrante violação ao princí-
pio da moralidade pela prática de nepotismo.
c. é possível afirmar que houve flagrante ato de improbidade administrativa, por violação
aos princípios da eficiência e legalidade.
d. é possível afirmar que houve flagrante crime eleitoral pela prática de ato expressamen-
te proibido pelo texto constitucional que viola a impessoalidade.
e. é possível afirmar que houve flagrante falta disciplinar pela prática de ato punível com
a sanção funcional de afastamento cautelar da função pública.

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COMENTÁRIO
Conforme visto, é permitida a nomeação de parentes para os cargos políticos, desde que
o nomeado atenda aos requisitos técnicos.

3. (CESPE/TRF 5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2017) Não configura ofensa ao princípio da mo-


ralidade a nomeação de esposa de magistrado, devidamente concursada, para função de
confiança diretamente subordinada ao juiz cônjuge.

COMENTÁRIO
Se o indivíduo é concursado, ele pode ocupar um cargo em comissão, desde que a
nomeação não seja feita pelo juiz ou pela autoridade a qual ela ficará subordinada. O juiz,
portanto, não poderia nomear a própria esposa, mesmo esta sendo servidora efetiva concur-
sada, para ocupar cargo em comissão.
Outro magistrado poderia nomeá-la, desde que não caracterizasse o nepotismo cruzado.

GABARITO
1. E
2. a
3. E

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso. A presente degravação tem como objetivo
auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomenda-
mos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material.
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