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FACULDADE VALES DE MINAS EDUCAVALES

HEMILLIN FERREIRA LEONIDIO

A UTILIZAÇÃO DE JOGOS E BRINCADEIRAS COMO FERRAMENTA DE


INCLUSÃO NA ESCOLA REGULAR.

SÃO VICENTE-SP
2024
FACULDADE VALES DE MINAS EDUCAVALES

HEMILLIN FERREIRA LEONIDIO

A UTILIZAÇÃO DE JOGOS E BRINCADEIRAS COMO FERRAMENTA DE


INCLUSÃO NA ESCOLA REGULAR.

Artigo Científico apresentado à Faculdade Vales de


minas EDUCAVALES, como parte das exigências para
a obtenção do título de Pós-graduação em Educação
especial e inclusiva .

SÃO VICENTE-SP
2024
A UTILIZAÇÃO DE JOGOS E BRINCADEIRAS COMO FERRAMENTA DE
INCLUSÃO NA ESCOLA REGULAR.

Hemillin Ferreira Leonidio

RESUMO

O presente artigo tem a finalidade de analisar a importância da pratica educacional didática, através de
ferramentas de inclusão como os jogos e brincadeiras na escola regular. A educação inclusiva tem um papel
fundamental de unir todos dentre as diferenças e particularidades existentes na escola regular, principalmente a
de alunos portadores necessidades especiais (NE), a questão que hoje se levanta nas maiorias das unidades
escolares, principalmente entre os docentes é, como elaborar práticas que possibilite essa inclusão, favorecendo
as especificidades, de cada aluno, mas contemplando o coletivo, por isso pensar em ferramentas que viabilizem
essa prática é de suma importância. Ferramentas como jogos e brincadeiras vêm sendo utilizadas a muito tempo
nas atividades escolares, este artigo através da pesquisa exploratória descritiva vem propor pensar em como a
utilização destas estratégias podem contribuir para inclusão de alunos portadores NE, através de adaptações que
contemplem e favoreçam as limitações existentes, dando acessibilidade a práticas tão corriqueira para alguns
alunados, mas não para todos.

Palavras-chave: Ferramenta 1; Inclusão 2; Jogos 3; Brincadeiras 4.

ABSTRACT

Inclusive education has a fundamental role in uniting everyone among the differences and particularities that
exist in regular schools, especially those of students with special needs (SN), the issue that arises today in most
school units, especially among teachers, is, how developing practices that enable this inclusion, favoring the
specificities of each student, but contemplating the collective, which is why thinking about tools that enable this
practice is of utmost importance. Tools such as games and games have been used for a long time in school
practices, today this article proposes thinking about how the use of these strategies can contribute to the
inclusion of students with NE, through adaptations that address and favor existing limitations, providing
accessibility to such practices that are so commonplace for some students, but not for all.

Keywords: Tool 1; Inclusion 2; Games 3; Games 4.


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1 INTRODUÇÃO

Hoje muito se discute sobre educação especial e inclusiva na escola regular, como
garantir o direito a educação para todos, onde alunos portadores de NE estão incluídos.
Pra que isso aconteça, e alcancemos o ideal contido nas leis e regulamentos, é
necessário que práticas didáticas se transformem. Cabe a nos aplicar, o que diz a lei. E, na
maioria das vezes, falta conhecimento sobre o assunto e como isso funciona na prática
professores, diretores de escola e pais precisam aprender como apoiar as instituições de
ensino para que se tornem inclusivas de fato.
UNESCO (1994) Um dos marcos Históricos favorecendo a inclusão foi a assinatura da
Declaração de Salamanca no ano de 1994, onde o principio fundamental que orienta o
documento, é o de que as escolas devem acomodar todas as crianças, possibilitando que elas
aprendam juntas, independente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter, quer
sejam de origem física, intelectual, social, emocional, linguística ou outras. Assim as escolas
devem reconhecer e responder às diversidades de seus discentes, respeitando tanto estilos
como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos,
por meio de currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, uso de
recursos e parcerias com a comunidade.
Neste sentido a Profissional AEE, pode auxiliar nesta abordagem, podendo orientar e
juntamente com o professor da sala regular, planejar atividades que possam ser elaboradas no
coletivo, mas de maneira previamente pensada para favorecer e possibilitar a inclusão de
alunos com NE, tanto físicas como intelectuais. Vale apena pontuar que essa orientação e
acompanhamento são previsto em suas atribuições através das Diretrizes operacionais da
educação especial para atendimento educacional especializado – AEE na educação básica,
regulamentado pelo decreto nº 6,571, de 18 de setembro de 2008, sendo elas:
a. Identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de
acessibilidade e estratégias considerando as necessidades específicas dos alunos público-alvo
da educação especial;
b. Elaborar e executar plano de atendimento educacional especializado, avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade;
c. Organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos
multifuncional;
d. Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em outros ambientes da
escola;
e. Estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de estratégias e na
disponibilização de recursos de acessibilidade;
f. Orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno;
g. Ensinar e usar recursos de Tecnologia Assistiva, tais como: as tecnologias da
informação e comunicação, a comunicação alternativa e aumentativa, a informática acessível,
o soroban, os recursos ópticos e não ópticos, os softwares específicos, os códigos e
linguagens, as atividades de orientação e mobilidade entre outros; de forma a ampliar
habilidades funcionais dos alunos, promovendo autonomia, atividade e participação.
h. Estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando a
disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias
que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares.
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i. Promover atividades e espaços de participação da família e a interface com os


serviços setoriais da saúde, da assistência social, entre outros.
Sendo na escola regular o profissional AEE, o especialista competente a essa função
de dar suporte, através da orientação e planejamento participativo com os demais atores que
trabalham a favor da educação especial e inclusiva.
Pensando nessa necessidade de se discutir igualmente as praticas e as teorias, que
podemos pensar em atividades com jogos e brincadeiras, como modelo de ferramentas
inclusivas.

“Os jogos têm um papel no desenvolvimento psicomotor e no processo de


aprendizado de domínio do social da criança. Através dos jogos é possível exercitar
os processos mentais e o desenvolvimento da linguagem e hábitos sociais”.
Raimundo A. Dinello, Universidade livre de Bruxelas.

2 DESENVOLVIMENTO

Um dos maiores desafios na educação especial e inclusiva é o saber fazer na prática


adaptar atividades em grupo para que todos os alunos de uma mesma turma da escola regular
possam junto desenvolver, por isso não é incomum algumas atividades serem realizadas na
ausência de alunos portadores de necessidades especiais. Isso provavelmente acontece porque
os professores de classes regulares não contam com uma formação continuada adequada para
essa prática em sala de aula, como afirma Angelucci (2002) são vários educadores que
procuram, com muitas dificuldades, trabalhar de maneira ética e comprometida com a
Educação Pública, bem como manter a sua dignidade e a dos usuários das escolas (p. 11), ou
seja, “o poder público não está cumprindo bem sua função, o que não impede que cada um
assuma sua parte e se torne sujeito dessa história.” (MENDES, 2006 р. 16).
É necessária uma formação continuada para que docentes não continuem suas práticas
a cegas, mesmo que bem intencionados. Nesse contexto, faz-se necessário esforço integrado e
colaborativo objetivando institucionalizar a formação continuada de professores e demais
profissionais da educação. Nessa direção, o projeto de reforma universitária, apresentado pelo
MEC em dezembro de 2004 (MEC, 2004), define que a educação superior compreenderá:
I. Cursos de graduação, compreendendo licenciaturas, bacharela dos e cursos
superiores de tecnologia (...);
II. Programas de pós-graduação, compreendendo cursos de mestrado e doutorado (...);
III. Programas e atividades de extensão (...);
IV. Programas de formação continuada, abertos a candidatos que atendam aos
requisitos estabelecidos pelas instituições de educação superior, (.....)
Desse modo, a base legal constituída aponta para um amplo sistema nacional de
formação continuada de professores que possa colaborar na qualificação pedagógica da ação
docente tendo em vista garantir uma aprendizagem efetiva condizente com os fins da
educação escolar e com o efetivo direito à educação e à escola de qualidade.
No que tange à formação continuada, a LDB define no inciso III, do art. 63, que as
instituições formativas deverão manter “programas de formação continuada para os
profissionais de educação dos diversos níveis”. Além de estabelecer no inciso II, art. 67, “que
os sistemas de ensino deverão promover aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive
com licenciamento periódico remunerado para esse fim”. Tal perspectiva amplia o alcance da
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formação continuada, incluindo os cursos de pós-graduação em nível de mestrado e


doutorado.
Por esse motivo devesse trabalhar estratégias que transpassem a teoria e possam ser
utilizadas em sala de aula para todos, como se exemplifica neste artigo, através de ferramentas
acessíveis e adaptadas como jogos e brincadeiras inclusivas.
Brincadeiras e jogos podem ser grandes aliados na inclusão de crianças portadoras de
NE na escola e na sociedade em geral, auxiliam no desenvolvimento de habilidades,
aumentam a percepção do mundo ao seu redor e estimulam muito a criatividade.
Graças à facilidade de comunicação e acesso por meio da tecnologia que nos
possibilita compartilhar conhecimento de forma imediata, contamos com recursos
educacionais abertos (REA), através da internet podemos buscar inspiração e conteúdo, ou
seja, ferramentas de inclusão, com maior facilidade, conteúdos esses desde confecção de
jogos manuais, exemplos de brincadeiras adaptativas, jogos de mídias etc., não ha desculpas
para não inovar e usar a criatividade a favor da inclusão.
A criança portadora de deficiências motora, cognitiva, visual, auditiva, de fala ou de
linguagem, ao brincar e jogar algum tipo de jogo estará superando desafios relevantes para o
desenvolvimento, que também influenciam na saúde mental da mesma, alem de desenvolver
habilidades socioemocinais na interação em grupo.
É inclusive um direito de aprendizagem previsto na Base Nacional Comum Curricular,
habilidade (EF12EF01). Segundo a BNCC, as brincadeiras devem estar presentes
cotidianamente na vida dos pequenos de diversas maneiras, em diferentes espaços, de forma a
diversificar e ampliar conhecimentos, imaginação, criatividade e experiências emocionais,
sensoriais, cognitivas e sociais, isso não é diferente para crianças com deficiência. Assim,
Goés (2008, p 37), afirma ainda que:

(...) a atividade lúdica, o jogo, o brinquedo, a brincadeira, precisam ser melhorado,


compreendidos e encontrar maior espaço para ser entendido como educação. Na
medida em que os professores compreenderem toda sua capacidade potencial de
contribuir no desenvolvimento infantil, grandes mudanças irão acontecer na
educação e nos sujeitos que estão inseridos nesse processo.

Froebel, que foi o primeiro pedagogo a incluir o jogo no sistema educativo, acreditava
que a personalidade da criança pode ser aperfeiçoada e enriquecida pelo brinquedo e que a
principal função do professor, neste caso, é fornecer situação e materiais para o jogo. (Apud,
BARCE)
O brincar e atividades através de jogos desenvolvem varias habilidades necessárias para
o desenvolvimento integral das crianças em geral, como habilidades motoras,
socioemocionais, coordenação, equilíbrio estimular a percepção espacial e a concentração.
Uma área que hoje estuda essas habilidades é psicomotricidade, onde se utiliza de
estratégias presentes nos jogos e nas brincadeiras para desenvolvê-las.

Fonseca (1993; 1995) mostra que a psicomotricidade ocupa, nos dias atuais,
lugar imprescindível na educação perceptivo-motora, tanto na educação de crianças
ditas "normais", como na de crianças portadoras de necessidades especiais. Para o
autor, a psicomotricidade constitui, no contexto educacional, uma nova perspectiva
psicopedagógica. Fonseca vê o homem como totalidade, composta de atividade
perceptiva e motora, de movimento e cognição, em interação dialética, a qual
permite a construção do conhecimento e da consciência humana.
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Para Bastos Filho e Sá (2001), a psicomotricidade influencia o desenvolvimento geral da


criança. Segundo esses mesmos autores, no conceito de psicomotricidade os comportamentos
motor, emocional e intelectual e são diretamente ligados.

2.1 EXEMPLOS DE JOGOS E BRINCADEIRAS.

Após toda essa reflexão, sugerimos algumas atividades que incentivam a interação
entre todos os participantes e contribuem para o importante exercício de se colocar no lugar
do outro, e que inclua diferentes alunos com NE.

Soletrando em Libras
A proposta é interagir sem usar a fala e aproveitar para aprender o alfabeto em Libras,
a Língua Brasileira de Sinais. Primeiro, vamos aprender o alfabeto (alfabeto em libras,
desenho nosso). Depois, usando a língua de sinais, o jogador deve soletrar o nome de algum
objeto que está no ambiente.
Quem descobrir o objeto deve buscá-lo. Quem conseguir primeiro, ganha um ponto. A
pessoa que conseguir três pontos primeiro ganha a rodada e é a próxima a soletrar.

Vôlei sentado
É um esporte paraolímpico, sabia? Atletas com algum tipo de deficiência ligada à
locomoção podem jogar. Em uma quadra um pouco menor que a da versão olímpica e com
rede mais baixa, seis jogadores ou jogadoras de cada lado da rede disputam a partida sem se
levantar do chão.
Vence o time que ganhar três sets, cada um de 25 pontos.
Mas, na versão brincadeira, não há número mínimo, nem máximo de pessoas em cada time.
Basta separar as equipes, decidir de quantos pontos será a partida e jogar! Só não vale ficar de
pé!

Pega-pega sensorial
Nesta brincadeira, todo mundo deve estar com uma venda nos olhos. A pessoa
escolhida para ser a “pegadora” também estará vendada e deverá usar os sons emitidos pelas
outras crianças para encontrá-las.
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As próprias crianças podem decidir os sons usados, como palmas, sons com a boca,
apito, brinquedo de apertar, entre outros. Mas a atividade deve ser supervisionada por um
adulto e em lugar seguro, sem quinas pontiagudas e sem risco de tropeções e quedas.

Telefone sem fio diferente


A ideia é a mesma da brincadeira original, mas usando leitura labial. As crianças fazem
fila e a escolhida fala uma frase bem simples de frente para a primeira da fila, articulando bem
as palavras, mas sem emitir nenhum som.
Isso se repete até a última pessoa da fila, que deve dizer ou escrever para as demais a frase
que entendeu e todos comparam com o que foi dito por quem começou o telefone sem fio!

Adivinhe o desenho
Sabe aquele joguinho entre times em que uma pessoa desenha e outras do grupo
precisam adivinhar o que é? A proposta aqui é quase igual, só que o desenho precisa ser feito
com a boca ou com o pé, da melhor maneira possível para que a equipe acerte!
As ideias para as ilustrações podem vir da versão convencional do jogo de adivinhação,
podem ser livres – quem desenha escolhe – ou até previamente selecionadas por alguém.

Caixa tátil
Essa brincadeira tem o objetivo de estimular a imaginação e os sentidos da meninada.
É muito simples! Basta colocar em uma caixa grande de papelão vários objetos de diferentes
tamanhos, texturas e sons, e deixar um espaço na tampa apenas para que caibam as mãos da
criança.
Para os pequenininhos, a atividade pode ser uma forma de trabalhar as diferentes
sensações e sons. Para os mais velhos, a graça pode ser descobrir quem acerta o maior número
de objetos da caixa só pelo toque e pelo som!
Esses são apenas exemplos, mas a verdade é que, adaptando algumas regras ou
acessórios e incentivando a colaboração entre as crianças, qualquer brincadeira pode ser
inclusiva e divertida!
O guia do brincar inclusivo apresenta uma série de jogos inclusivos e também explica
sobre as adaptações que podem ser feitas para jogos que você já tem em casa.

“Para tornar acessíveis os jogos, algumas adaptações simples e baratas podem resolver: criar
alto relevo com barbante ou tinta plástica; usar materiais como velcro ou ímã; mudar as
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regras; criar cartelas e dados maiores para facilitar a leitura de quem tem baixa-visão; usar
peças grandes e com alças para crianças com deficiência física; usar placas e legendas em
braile; ou usar texturas e cores”. Nazário Débora, 12/2021

Jogo da memória

O jogo da memória é um clássico da infância. Ele estimula a atenção, a concentração,


além de treinar a memória das crianças e o raciocínio lógico.
Para que um jogo da memória se torne inclusivo, bastam algumas adaptações simples.
O contorno das peças do jogo pode ser marcado com tinta plástica, que ao secar ficarão com
alto relevo. O alto relevo facilita na percepção e identificação das peças das crianças que têm
alguma deficiência visual. Outra possibilidade é colar pequenos objetos nas peças como
botões, purpurina, lixa, algodão ou lã. Esses objetos, por terem texturas diferentes.
A introdução de adaptações como essas, que acrescentam algum tipo de textura
diferente em cima de alguma superfície de peças ou brinquedos, também são benéficas do
ponto de vista psicomotor. Ao tocar essas texturas, crianças com deficiência estarão
desenvolvendo habilidades motoras, cognitivas e sensoriais ao mesmo tempo.

Jogo de dominó
Para adaptar o dominó de uma maneira muito simples, basta colocar cola quente nas casas de
cada peça. Isso vai fazer com que as peças fiquem com partes em alto relevo, o que facilita o
manuseio e a percepção das peças para as crianças que têm deficiência visual. Nesse caso, as
crianças que não têm deficiência visual podem usar vendas nos olhos, para aumentar a
interação durante o jogo.

Uno

O Uno é um jogo que foi criado nos anos 70 e desde então ganhou muitos adeptos no
mundo inteiro. Estima-se que até hoje, já tenham sido vendidas 200 milhões de cópias.
Uma das características marcantes do UNO é justamente as cores das cartas, já que as
jogadas são feitas a partir da combinação de cores e números de suas cartas.
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No ano de 2017, o jogo ganhou uma versão voltada para daltônicos. Essa versão conta
com cartas marcadas com o selo iconográfico do código de cores universal para daltônicos, ou
color ADD.
Os símbolos estão localizados próximo ao número de cada carta. Todas as cores, o
vermelho, azul, e amarelo contam com símbolos diferentes, que quando estão juntos, formam
uma nova cor.
Na prática funciona assim: a junção do traço da carta amarela e o triângulo do azul
formam-se um símbolo criado a partir dessa aproximação, que também estão presentes nas
cartas verdes.
Além das cartas serem diferentes pelos símbolos que possuem, elas também pode ser
recriado por meio da junção de duas cartas. O ícone do verde sendo igual a uma junção dos
ícones do amarelo e do azul, por exemplo, facilita para uma criança identificar qual cor é cada
uma.

Todo mundo pode brincar!

O guia do brincar inclusivo também elencou algumas dicas para que todos brinquem:

1. Estimular as crianças a ajudarem quem tem mobilidade reduzida e outras dificuldades;


2. Usar bolas com guizos e objetos sonoros; Garantir piso plano para a circulação de
cadeira de rodas no ambiente;
3. Respeitar a criança com hipersensibilidade tátil ou visual (realizar as atividades no
ritmo dela);
4. Criar brinquedos que explorem figuras, cores, cheiros, texturas e sons; Perguntar
sempre à família e ao profissional de saúde se há restrições no brincar;
5. Ensinar às famílias as brincadeiras para que brinquem em casa com os filhos; Nos
jogos com cartas, usar o segurador de cartas para crianças com deficiência física;
Interferir quando alguém estiver excluído da brincadeira;
6. Não permitir manifestações discriminatórias no grupo;
7. Oferecer brincadeiras que quebram preconceitos em relação ao gênero;
8. Privilegiar atividades que valorizem as capacidades (e não as dificuldades) de cada
um.

Jogos online inclusivos:


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O laboratório de aprendizagem (LOA), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar),


desde 2012 desenvolve jogos para crianças com deficiência visual.

Até o momento 5 jogos foram criados:

1. A Era inclusiva (http://www.loa.sead.ufscar.br/aerainclusiva.html" \t "_blank")


2. Em busca do santo gral (http://www.loa.sead.ufscar.br/santograuacessivel.html)
3. Força inclusiva (http://www.loa.sead.ufscar.br/forcaacessivel)
4. Memória inclusiva (http://www.loa.sead.ufscar.br/memoriaacessivel.html)
5. Responda se puder inclusivo (http://www.loa.sead.ufscar.br/respondaacessivel.html)

Dentro das regras e jogabilidade de cada um deles, é possível exercitar conceitos de


matemática, português, química, música e noções sobre saúde.

Adaptações de jogos tecnológicos também são possíveis, levando em conta que a


maioria das crianças tem acesso a tecnologia desde cedo, mesmo que por meio de um celular
de seus tutores, com esse pensamento muitas instituições que pensam em tecnologia acessível,
vem criando jogos adaptados ou adaptções para os existentes.

Filtros para jogos

A Nvidia Corporation, que é uma empresa de tecnologia com sede em Santa Clara -
California, nos EUA criou uma ferramenta de filtros em 2018 que podem ser incorporados a
diversos jogos de computador.
Para se ter acesso a essa ferramenta, é necessário fazer a instalação da versão mais recente do
Game Ready Driver Depois disso, o NVIDIA Freestyle permitirá que o usuário que estiver
jogando a mudar a aparência do jogo escolhido, com ajustes em cores ou a aplicação de filtros
de pos-processamento.
Dentro dessas categorias de filtros está o modo daltônico, que faz com que os jogadores
daltônicos possam identificar as cores com maior facilidade.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluo que temos muito a se fazer pela educação especial e inclusiva nas escolas
regulares de todo país, mas o fato é que o difícil não se traduz em impossível, e na prática
devemos buscar alvos tangíveis, simples, mas acessíveis, e não esperar pela completa
modernização de nossas escolas para fazer acontecer, com atividades simples e lúdicas, e
muita criatividade, pode facilitar o processo de inclusão de nossos alunos portadores de NE,
transformar o ambiente escolar para essas crianças que ao se sentirem pertencentes poderiam
desenvolver seu potencial ao Máximo. Nem sempre o ideal é o real, mas temos que fazer da
nossa realidade um ideal acessível, através da inclusão para todos.
Isso será possível através da formação continuada, que hoje tem sido disponibilizada
em varias estâncias, e modalidades, como a EAD, por exemplo, de forma gratuita com curso
de formação disponibilizados por plataformas como a do AVA MEC, e por instituições
publicas e privadas, mas existe o outro lado do elo, que deve buscar essa formação, os
próprios docentes, seja através de recursos próprios ou gratuitos, para acessarem essa
formação continuada tão necessária e assim garantir uma educação de qualidade,
principalmente na educação especial e inclusiva.

]REFERÊNCIAS

ANGELUCCI, Carla Biancha. Uma Inclusão nada Especial São Paulo, 2002.

B ARCE, Alessandra. O jogo e o desenvolvimento na teoria da atividade e no pensamento


educacional de Friedrich Froebel. Cad. CEDES, Campinas, v. 24, n. 62, 2004ASTOS FILHO,

Brincadeira inclusiva é super divertida!, disponível em:


https://plenarinho.leg.br/index.php/2021/12/brincadeira-inclusiva-e-super-divertida/Acesso
em:10/10/2023

BNCC. Disponível em:


http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf,
Acesso em:03/11/2023

DISTRITO FEDERAL. Lei n. 3.218, de 5 de novembro de 2003 Dispõe sobre a

FONSECA, V. Manual de Observação psicomotora: Significação psiconeurológica dos


fatores psicomotores. Porto Alegre: Artes Médicas. 1995.
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GÓES, M. C. A formação do indivíduo nas relações sociais: Contribuições teóricas de Lev


Vigotski e Pierre Janet. Educação e Sociedade. Campinas, Unicamp, 2008.

Guia do brincar inclusivo- E-book, Disponível em:


HTTPS://www.unicef.org/brazil/media/8141/file. Acesso em: 10/10/2023

Jogos e brincadeiras no desenvolvimento lúdico da criança, Disponível em:


https://www.efdeportes.com/efd193/jogos-e-brincadeiras-no-desenvolvimento-da-
crianca.htm. Acesso em: 12/10/2023

Laboratório de aprendizagem Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), 2012:


Disponível em:http://www.loa.sead.ufscar.br/jogos.html. Acesso em: 10/10/2023

MENDES, Enicéia Gonçalves. A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil.


Rio de Janeiro, 2006

Ministério da educação, s Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o Atendimento


Educacional Especializado – AEE na educação básica, regulamentado pelo do Decreto nº
6.571, de 18 de setembro de 2008. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_docman&view=download&alias=428-diretrizes-
publicacao&Itemid=30192#:~:text=DO%20ATENDIMENTO%20EDUCACIONAL
%20ESPESPECIALIZ%20%2D%20AEE&text=O%20atendimento%20educacional
%20especializade%20%2D%20AEE,alunos%2C%20considerando%20suas%20necessidades
%20espec%C3%ADficas.Acesso em :12/01/2004

Nazário Débora; Scherer Luisa ,Jogos Inclusivos: como incluir todas as crianças nas
brincadeiras. Disponivel em: https://www.truthandtales.app/post/jogos-inclusivos-como-
incluir-todas-as-crian%C3%A7asnasbrincadeiras#:~:text=Para%20que%20um%20jogo
%20da,que%20t%C3%AAm%20alguma%20defici%C3%AAncia%20visual. Acesso em:
10/10/2023

Raimundo A. Dinello , https://www.ulb.be/" \t "_blank. apud Nazário Débora; Jogos


Inclusivos: como incluir todas as crianças nas brincadeiras.

Rede Nacional de Formação Continuada de Professores de Educação Básica, Orientações


gerais. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livrodarede.pdf.E-Book.
Acesso em:12/01/2024

UNESCO -Declaração de Salamanca, 1994 [S.1,sn] Disponível em


<http://www.portal.mec.gov.br> Acesso em: 02/10/2023

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