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SÃO VICENTE-SP
2024
FACULDADE VALES DE MINAS EDUCAVALES
SÃO VICENTE-SP
2024
A UTILIZAÇÃO DE JOGOS E BRINCADEIRAS COMO FERRAMENTA DE
INCLUSÃO NA ESCOLA REGULAR.
RESUMO
O presente artigo tem a finalidade de analisar a importância da pratica educacional didática, através de
ferramentas de inclusão como os jogos e brincadeiras na escola regular. A educação inclusiva tem um papel
fundamental de unir todos dentre as diferenças e particularidades existentes na escola regular, principalmente a
de alunos portadores necessidades especiais (NE), a questão que hoje se levanta nas maiorias das unidades
escolares, principalmente entre os docentes é, como elaborar práticas que possibilite essa inclusão, favorecendo
as especificidades, de cada aluno, mas contemplando o coletivo, por isso pensar em ferramentas que viabilizem
essa prática é de suma importância. Ferramentas como jogos e brincadeiras vêm sendo utilizadas a muito tempo
nas atividades escolares, este artigo através da pesquisa exploratória descritiva vem propor pensar em como a
utilização destas estratégias podem contribuir para inclusão de alunos portadores NE, através de adaptações que
contemplem e favoreçam as limitações existentes, dando acessibilidade a práticas tão corriqueira para alguns
alunados, mas não para todos.
ABSTRACT
Inclusive education has a fundamental role in uniting everyone among the differences and particularities that
exist in regular schools, especially those of students with special needs (SN), the issue that arises today in most
school units, especially among teachers, is, how developing practices that enable this inclusion, favoring the
specificities of each student, but contemplating the collective, which is why thinking about tools that enable this
practice is of utmost importance. Tools such as games and games have been used for a long time in school
practices, today this article proposes thinking about how the use of these strategies can contribute to the
inclusion of students with NE, through adaptations that address and favor existing limitations, providing
accessibility to such practices that are so commonplace for some students, but not for all.
1 INTRODUÇÃO
Hoje muito se discute sobre educação especial e inclusiva na escola regular, como
garantir o direito a educação para todos, onde alunos portadores de NE estão incluídos.
Pra que isso aconteça, e alcancemos o ideal contido nas leis e regulamentos, é
necessário que práticas didáticas se transformem. Cabe a nos aplicar, o que diz a lei. E, na
maioria das vezes, falta conhecimento sobre o assunto e como isso funciona na prática
professores, diretores de escola e pais precisam aprender como apoiar as instituições de
ensino para que se tornem inclusivas de fato.
UNESCO (1994) Um dos marcos Históricos favorecendo a inclusão foi a assinatura da
Declaração de Salamanca no ano de 1994, onde o principio fundamental que orienta o
documento, é o de que as escolas devem acomodar todas as crianças, possibilitando que elas
aprendam juntas, independente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter, quer
sejam de origem física, intelectual, social, emocional, linguística ou outras. Assim as escolas
devem reconhecer e responder às diversidades de seus discentes, respeitando tanto estilos
como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos,
por meio de currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, uso de
recursos e parcerias com a comunidade.
Neste sentido a Profissional AEE, pode auxiliar nesta abordagem, podendo orientar e
juntamente com o professor da sala regular, planejar atividades que possam ser elaboradas no
coletivo, mas de maneira previamente pensada para favorecer e possibilitar a inclusão de
alunos com NE, tanto físicas como intelectuais. Vale apena pontuar que essa orientação e
acompanhamento são previsto em suas atribuições através das Diretrizes operacionais da
educação especial para atendimento educacional especializado – AEE na educação básica,
regulamentado pelo decreto nº 6,571, de 18 de setembro de 2008, sendo elas:
a. Identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de
acessibilidade e estratégias considerando as necessidades específicas dos alunos público-alvo
da educação especial;
b. Elaborar e executar plano de atendimento educacional especializado, avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade;
c. Organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos
multifuncional;
d. Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em outros ambientes da
escola;
e. Estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de estratégias e na
disponibilização de recursos de acessibilidade;
f. Orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno;
g. Ensinar e usar recursos de Tecnologia Assistiva, tais como: as tecnologias da
informação e comunicação, a comunicação alternativa e aumentativa, a informática acessível,
o soroban, os recursos ópticos e não ópticos, os softwares específicos, os códigos e
linguagens, as atividades de orientação e mobilidade entre outros; de forma a ampliar
habilidades funcionais dos alunos, promovendo autonomia, atividade e participação.
h. Estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando a
disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias
que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares.
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2 DESENVOLVIMENTO
Froebel, que foi o primeiro pedagogo a incluir o jogo no sistema educativo, acreditava
que a personalidade da criança pode ser aperfeiçoada e enriquecida pelo brinquedo e que a
principal função do professor, neste caso, é fornecer situação e materiais para o jogo. (Apud,
BARCE)
O brincar e atividades através de jogos desenvolvem varias habilidades necessárias para
o desenvolvimento integral das crianças em geral, como habilidades motoras,
socioemocionais, coordenação, equilíbrio estimular a percepção espacial e a concentração.
Uma área que hoje estuda essas habilidades é psicomotricidade, onde se utiliza de
estratégias presentes nos jogos e nas brincadeiras para desenvolvê-las.
Fonseca (1993; 1995) mostra que a psicomotricidade ocupa, nos dias atuais,
lugar imprescindível na educação perceptivo-motora, tanto na educação de crianças
ditas "normais", como na de crianças portadoras de necessidades especiais. Para o
autor, a psicomotricidade constitui, no contexto educacional, uma nova perspectiva
psicopedagógica. Fonseca vê o homem como totalidade, composta de atividade
perceptiva e motora, de movimento e cognição, em interação dialética, a qual
permite a construção do conhecimento e da consciência humana.
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Após toda essa reflexão, sugerimos algumas atividades que incentivam a interação
entre todos os participantes e contribuem para o importante exercício de se colocar no lugar
do outro, e que inclua diferentes alunos com NE.
Soletrando em Libras
A proposta é interagir sem usar a fala e aproveitar para aprender o alfabeto em Libras,
a Língua Brasileira de Sinais. Primeiro, vamos aprender o alfabeto (alfabeto em libras,
desenho nosso). Depois, usando a língua de sinais, o jogador deve soletrar o nome de algum
objeto que está no ambiente.
Quem descobrir o objeto deve buscá-lo. Quem conseguir primeiro, ganha um ponto. A
pessoa que conseguir três pontos primeiro ganha a rodada e é a próxima a soletrar.
Vôlei sentado
É um esporte paraolímpico, sabia? Atletas com algum tipo de deficiência ligada à
locomoção podem jogar. Em uma quadra um pouco menor que a da versão olímpica e com
rede mais baixa, seis jogadores ou jogadoras de cada lado da rede disputam a partida sem se
levantar do chão.
Vence o time que ganhar três sets, cada um de 25 pontos.
Mas, na versão brincadeira, não há número mínimo, nem máximo de pessoas em cada time.
Basta separar as equipes, decidir de quantos pontos será a partida e jogar! Só não vale ficar de
pé!
Pega-pega sensorial
Nesta brincadeira, todo mundo deve estar com uma venda nos olhos. A pessoa
escolhida para ser a “pegadora” também estará vendada e deverá usar os sons emitidos pelas
outras crianças para encontrá-las.
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As próprias crianças podem decidir os sons usados, como palmas, sons com a boca,
apito, brinquedo de apertar, entre outros. Mas a atividade deve ser supervisionada por um
adulto e em lugar seguro, sem quinas pontiagudas e sem risco de tropeções e quedas.
Adivinhe o desenho
Sabe aquele joguinho entre times em que uma pessoa desenha e outras do grupo
precisam adivinhar o que é? A proposta aqui é quase igual, só que o desenho precisa ser feito
com a boca ou com o pé, da melhor maneira possível para que a equipe acerte!
As ideias para as ilustrações podem vir da versão convencional do jogo de adivinhação,
podem ser livres – quem desenha escolhe – ou até previamente selecionadas por alguém.
Caixa tátil
Essa brincadeira tem o objetivo de estimular a imaginação e os sentidos da meninada.
É muito simples! Basta colocar em uma caixa grande de papelão vários objetos de diferentes
tamanhos, texturas e sons, e deixar um espaço na tampa apenas para que caibam as mãos da
criança.
Para os pequenininhos, a atividade pode ser uma forma de trabalhar as diferentes
sensações e sons. Para os mais velhos, a graça pode ser descobrir quem acerta o maior número
de objetos da caixa só pelo toque e pelo som!
Esses são apenas exemplos, mas a verdade é que, adaptando algumas regras ou
acessórios e incentivando a colaboração entre as crianças, qualquer brincadeira pode ser
inclusiva e divertida!
O guia do brincar inclusivo apresenta uma série de jogos inclusivos e também explica
sobre as adaptações que podem ser feitas para jogos que você já tem em casa.
“Para tornar acessíveis os jogos, algumas adaptações simples e baratas podem resolver: criar
alto relevo com barbante ou tinta plástica; usar materiais como velcro ou ímã; mudar as
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regras; criar cartelas e dados maiores para facilitar a leitura de quem tem baixa-visão; usar
peças grandes e com alças para crianças com deficiência física; usar placas e legendas em
braile; ou usar texturas e cores”. Nazário Débora, 12/2021
Jogo da memória
Jogo de dominó
Para adaptar o dominó de uma maneira muito simples, basta colocar cola quente nas casas de
cada peça. Isso vai fazer com que as peças fiquem com partes em alto relevo, o que facilita o
manuseio e a percepção das peças para as crianças que têm deficiência visual. Nesse caso, as
crianças que não têm deficiência visual podem usar vendas nos olhos, para aumentar a
interação durante o jogo.
Uno
O Uno é um jogo que foi criado nos anos 70 e desde então ganhou muitos adeptos no
mundo inteiro. Estima-se que até hoje, já tenham sido vendidas 200 milhões de cópias.
Uma das características marcantes do UNO é justamente as cores das cartas, já que as
jogadas são feitas a partir da combinação de cores e números de suas cartas.
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No ano de 2017, o jogo ganhou uma versão voltada para daltônicos. Essa versão conta
com cartas marcadas com o selo iconográfico do código de cores universal para daltônicos, ou
color ADD.
Os símbolos estão localizados próximo ao número de cada carta. Todas as cores, o
vermelho, azul, e amarelo contam com símbolos diferentes, que quando estão juntos, formam
uma nova cor.
Na prática funciona assim: a junção do traço da carta amarela e o triângulo do azul
formam-se um símbolo criado a partir dessa aproximação, que também estão presentes nas
cartas verdes.
Além das cartas serem diferentes pelos símbolos que possuem, elas também pode ser
recriado por meio da junção de duas cartas. O ícone do verde sendo igual a uma junção dos
ícones do amarelo e do azul, por exemplo, facilita para uma criança identificar qual cor é cada
uma.
O guia do brincar inclusivo também elencou algumas dicas para que todos brinquem:
A Nvidia Corporation, que é uma empresa de tecnologia com sede em Santa Clara -
California, nos EUA criou uma ferramenta de filtros em 2018 que podem ser incorporados a
diversos jogos de computador.
Para se ter acesso a essa ferramenta, é necessário fazer a instalação da versão mais recente do
Game Ready Driver Depois disso, o NVIDIA Freestyle permitirá que o usuário que estiver
jogando a mudar a aparência do jogo escolhido, com ajustes em cores ou a aplicação de filtros
de pos-processamento.
Dentro dessas categorias de filtros está o modo daltônico, que faz com que os jogadores
daltônicos possam identificar as cores com maior facilidade.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluo que temos muito a se fazer pela educação especial e inclusiva nas escolas
regulares de todo país, mas o fato é que o difícil não se traduz em impossível, e na prática
devemos buscar alvos tangíveis, simples, mas acessíveis, e não esperar pela completa
modernização de nossas escolas para fazer acontecer, com atividades simples e lúdicas, e
muita criatividade, pode facilitar o processo de inclusão de nossos alunos portadores de NE,
transformar o ambiente escolar para essas crianças que ao se sentirem pertencentes poderiam
desenvolver seu potencial ao Máximo. Nem sempre o ideal é o real, mas temos que fazer da
nossa realidade um ideal acessível, através da inclusão para todos.
Isso será possível através da formação continuada, que hoje tem sido disponibilizada
em varias estâncias, e modalidades, como a EAD, por exemplo, de forma gratuita com curso
de formação disponibilizados por plataformas como a do AVA MEC, e por instituições
publicas e privadas, mas existe o outro lado do elo, que deve buscar essa formação, os
próprios docentes, seja através de recursos próprios ou gratuitos, para acessarem essa
formação continuada tão necessária e assim garantir uma educação de qualidade,
principalmente na educação especial e inclusiva.
]REFERÊNCIAS
ANGELUCCI, Carla Biancha. Uma Inclusão nada Especial São Paulo, 2002.
Nazário Débora; Scherer Luisa ,Jogos Inclusivos: como incluir todas as crianças nas
brincadeiras. Disponivel em: https://www.truthandtales.app/post/jogos-inclusivos-como-
incluir-todas-as-crian%C3%A7asnasbrincadeiras#:~:text=Para%20que%20um%20jogo
%20da,que%20t%C3%AAm%20alguma%20defici%C3%AAncia%20visual. Acesso em:
10/10/2023