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JUAZEIRO – BA
2019
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A IMPORTÂNCIA DO USO DE BRINCADEIRAS E JOGOS
NA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por
mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de
forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do
trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de
produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e
assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte
a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).
RESUMO- O presente artigo propõe-se destacar a importância do uso das brincadeiras e jogos na
educação especial e inclusiva, com o objetivo de incluir os alunos com necessidades especiais na
escola regular. Este trabalho faz uma análise, através de uma pesquisa bibliográfica, da situação das
escolas atuais, trazendo uma resposta à questão do tema abordado. Ele apresenta que a educação
hoje tem avançado muito em relação a da década de 1980, mesmo assim, ainda existem alguns
desafios a serem superadas. Um deles é a estrutura física de muitas escolas; outro seria
conscientização dos pais em colaborar com a escola; outro é sobre o investimento contínuo nos
professores. Por fim, foi discorrido sobre a questão da importância das brincadeiras e jogos, como
sendo métodos educativos de grande relevância na educação. Quando alunos interagem com seus
colegas de classe, obtém um avanço em diversos aspectos da educação, que talvez de outra forma
não consigam. Gestores, professores, pais e alunos, precisam se unir para uma educação cada vez
melhor e inclusiva. Educação é um dever de todos.
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marciaclement@hotmail.com
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1. INTRODUÇÃO
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2. EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA HOJE
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apoios de materiais ou de serviços de pessoal especializado, que pretende
dar resposta às necessidades educativas especiais de todos os alunos
(GUERRA, 2013, p. 4).
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Brincar faz parte do cotidiano da criança. Enquanto o adulto se expressa
através de palavras, a criança se expressa através de brincadeiras (COELHO, 2010,
p. 10). Brincar é algo natural e espontâneo:
Piaget (1978, apud GUERRA, 2013, p. 36) apresenta uma classificação para
o uso de jogos. Para ele, seria mais ou menos assim: (1) os jogos de exercícios (0 a
2 anos), que corresponde a etapa sensório-motora; (2) jogos simbólicos (2 a 6
anos), correspondendo a construção de pensamento; (3) jogos de regras (6 anos em
diante), onde a criança começa a construir uma coerência lógica das coisas. A
diferença entre eles é a função que cada um exerce, aplicada mediante a
necessidade do aluno ou grupo.
Para Kishimoto (1994, apud GUERRA, 2013, p.38), o jogo ou brincadeira
prende a imaginação ao sonho, e também ao pensamento; ele vê o homem como
um ser simbólico, quando faz ligação do mundo real aos símbolos, sonhos e
imaginações. Para Lima (1991, p.19), a questão do brincar tem função importante no
desenvolvimento da criança. Eles precisam se inserir em seu grupo, constituir a
função simbólica, desenvolver a linguagem, explorar e conhecer o mundo físico em
que vive.
Santos (2010) apresenta o jogo como tendo duas funções: a lúdica e a
educativa. Na lúdica, o jogo é capaz de proporcionar prazer, diversão, alegria, etc..
Já na educativa, ele encontrará algo que o complete como indivíduo. Kishimoto
(2008 apud MIETZ, 2016, p. 11) completa esse o pensamento, quando afirma que a
função do jogo educativo seria equilibrar essas duas funções. Conclui que, em todo
jogo educativo, em sua essência, a criança sempre se educa. Decroly completa esse
pensamento mais ainda com um algo interessante:
É principalmente pelo jogo que a criança difere do adulto (...) O jogo é uma
atividade que encontra sua satisfação, seu resultado em si mesmo, não em
um objetivo. Contudo esse objetivo existe, a natureza o colocou no íntimo
da criança, mas ela não tem consciência disso. Decroly (1978, p. 15 apud
SILVA, 2003, p. 28)
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Outra vantagem em se utilizar de jogos ou brincadeiras, como meio didático
de ensino, diz respeito ao desarmamento da criança em sala de aula. Nesse
momento, a criança se torna realmente quem ela é. Ela demonstra indiretamente
como ela está vivendo fora da escola. Vasconcellos (1986, p.89) afirma que quando
o educador entende o porquê de comportamentos inadequados de seus alunos,
ficará mais fácil trabalhar, de forma individual, com cada um deles. A criança
diminuirá a ansiedade agressiva, fruto muitas vezes de sua vivência em casa,
aumentando sua segurança afetiva, necessária como indivíduo.
Por fim, diante de tantos diálogos acerca da importância das brincadeiras e
jogos na educação, concluímos que todo ser humano terá mais facilidade,
aprendendo de forma lúdica, os assuntos mais complexos, como afirma
Ignachewski:
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didática mais bem elaborada, pensada. Mas, ao mesmo tempo em que se precisa
pensar para preparar uma aula, tem-se a sua frente, o elemento “simplicidade”.
Balancear entre o tudo que se tem a disposição, usuando toda a criatividade
possível. Bastos (2005, p. 211), conclui essa fala, afirmando que é total
responsabilidade do professor criar todas as adaptações necessárias à
aprendizagem de seus alunos (todos).
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Para Friedmann (1996 apud CANAVAROLO, 2016, p. 8), o jogo é
fundamental para a formação do ser humano, principalmente se tratando de pessoas
especiais. Ele divide a área do desenvolvimento humano em cinco dimensões, em
relação à escola, ao brincar: linguagem, cognitivo, afetivo, físico-motor e moral. (1)
no desenvolvimento da linguagem, é trabalhada a questão de se comunicar e
interagir; (2) no cognitivo, o jogo dá acesso a um grande número de informações de
outras áreas; (3) no afetivo, o jogo ajuda a expor seus sentimentos e emoções; (4)
no físico-motor, existe uma interação da criança com ações visuais, motoras, visuais,
táteis e auditivas para uma compreensão integral das coisas. E por fim (5), a moral,
onde há uma construção de regras, resultando numa relação de respeito, entre ele e
outras crianças e até mesmo adultos.
Nos últimos anos, as crianças têm sido bombardeadas pela indústria dos
brinquedos. Uma grande influência maléfica tem acentuado o consumismo nessas
crianças. Nota-se que elas estão cada vez mais voltadas para os assuntos
tecnológicos, esquecendo-se das coisas mais simples da vida. Já não cria tantos
vínculos de amizades físicas como antigamente, como afirma Furlan:
Para as crianças que não tem nenhuma deficiência, talvez não sinta tanta
dificuldade no aprendizado, pois não dependem, muitas vezes, da interação com
outros alunos para seu desempenho. Se tratando de crianças com alguma
deficiência, o quadro já muda. Essas precisam de aulas mais dinâmicas, em que o
professor precisará se utilizar de recursos para promover o aprendizado e o
relacionamento entre todos os alunos. Precisa-se criar, quer sejam jogos,
brinquedos e brincadeiras, ou qualquer outro item lúdico para o aprendizado. Em
algumas situações, professores têm criado seus próprios brinquedos com base no
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quadro de estudantes que se tem se tem no dia-a-dia2. Não há uma formatação que
se encaixe em todos os casos, a melhor opção seria estudar a sala e trabalhar de
forma personalizada. Em essência, no que diz respeito à metodologia, talvez sim,
um modelo para todos os grupos, mas os meios podem ser diferentes e aplicáveis
ao seu grupo específico.
Em um projeto de pesquisa intitulado “Jogos e brinquedos para o
desenvolvimento de crianças com necessidades especiais: as alternativas no
cotidiano escolar para um trabalho de inclusão”, realizado entre os anos de 2001 a
2003, Nunes; Mendes; Lemos (2006, p. 52), obtiveram a seguinte conclusão: “o jogo
é um mediador na educação de todas as crianças e pode contribuir na inclusão de
crianças com necessidades educativas especiais”. Para chegar a essa conclusão os
pesquisadores acompanharam a rotina de crianças especiais, nos anos iniciais do
Ensino Fundamental de uma escola pública. Acompanharam algumas crianças,
especificamente, observando ações do cotidiano escolar. A partir de um quadro3,
constituído por jogos educativos com suas regras e objetivos, destacaram algumas
ações interessantes das crianças, tais como: disposição em sair de suas cadeiras
para interagir com outras, independente se sua condição especial limitada,
comunicação verbal e intelectual mais aguçada, autonomia, analisar situações
diversas, dentre outros.
Concluímos esse capítulo com quatro pontos importantes a serem levados em
consideração, quando se fala em educação especial, apresentados pelo Aix
Sistemas, em seu portal4:
Preparação dos professores
Foco nas potencialidades do aluno
Espaços adequados
Parceria entre pais e educadores
Havendo um investimento nessas quatro áreas, o professor estará mais a
vontade para exercer suas funções frente aos seus alunos. A educação especial e
inclusiva, além de ser um direito de todos, é também uma oportunidade da escola
2
Ver Anexos 1 e 2
3
Ver Anexo 3
4
AIX SISTEMAS. 4 pontos importantes sobre a inclusão escolar na educação infantil. 2018.
Disponívelem: <https://educacaoinfantil.aix.com.br/inclusao-escolar-na-educacao-infantil/>. Acesso
em: 23 de Setembro de 2019.
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junto à comunidade, contribuírem para que os pequenos se tornem grandes
cidadãos, aceitando as diferenças, sejam quais forem elas.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
11
CANAVAROLO, Rosa Cruz. Jogos adaptados para educação especial. In
Cadernos PDE: os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do
professor PDE. Governo do Paraná, Secretaria de Educação. Paraná: 2016.
12
NUNES, A. L. R.; LEMOS, H. D. D.; MENDES, R. C.. O papel do jogo no processo
de inclusão de crianças com necessidades educativas especiais: alternativas
no cotidiano escolar. Ponto de Vista, n . 8 , p . 3 1 - 54 , 2 0 0 6. F l o ria n ó p o lis,
SC: Ponto de Vista, 2006. Disponível em: <file:///C:/Users/Andre/Downloads/1095-
4899-1-PB%20(1).pdf>. Acesso em: 17 de setembro de 2019.
SANTOS, Santana Marli Pires dos, Brinquedoteca: sucata vira brinquedo. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1995.
SILVA, Carla Silene Batista da. O lugar do brinquedo e do jogo nas escolas
especiais de educação infantil. 2003. 179 f. Tese (Doutorado em piscologia).
Universidade de São Paulo: São Paulo, 2003. Disponível em: <
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-18092003-
175503/publico/TESEVIRTUAL.pdf>. Acesso em 19 de setembro de 2019.
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ANEXOS
Anexo 1
Quadro adaptado da produção didática-pedagógica da turma PDE/2003, da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Caderno “Os desafios da escola
pública paranaense na perspectiva do professor PDE: Jogos e brincadeiras na
inclusão do aluno com deficiência visual”.
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latas de refrigerante em forma de círculo, com Canto Escravos de jó... Jogavam cachangá Tira... bota... Deixa
e/ou saquinhos de areia pernas cruzadas o zé perê... ficar Guerreiros com guerreiros, Fazem,
zigue...zigue...zá! (2 X) Variações - Podendo variar para a
esquerda, ou atrás do colega, pode ser todos em pé também,
por ou tirar o pé de cima da lata, etc.)
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Anexo 2
Quadro baseado em exemplos da tese doutoral de silva (2003, p. 160-164).
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Anexo 3
Quadro utilizado por Nunes; Mendes; Lemos (2006, p. 49), em sua pesquisa, com
alguns jogos e características técnicas.
Desenvolver a expressão
Composto por quatro dados Composto por quatro dados oral e escrita, mediante
DADOS DA com seis histórias distribuídas com seis histórias histórias inventadas,
FANTASIA em cada um de distribuídas em cada um de com a mistura de
seus lados. seus lados. personagens ou
sequencialização das
histórias.
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