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Formação Inicial Psicólogo Júnior – Manual do Módulo 1
Índice
Introdução ...................................................................................................................................................... 3
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Formação Inicial Psicólogo Júnior – Manual do Módulo 1
Introdução
No módulo 1 reflete-se acerca da identidade dos psicólogos/as em todo o mundo, reconhecer as suas
características pessoais, analisar as suas competências técnicas e científicas e conhecer o Modelo Europeu
de Competências.
Ao nível nacional, classificam-se os esforços que estão na base da criação da Ordem dos Psicólogos
Portugueses e conheceremos o enquadramento legal da profissão.
Por fim, procurara-se compreender o papel dos/as psicólogos/as no desenvolvimento das suas carreiras.
Tal como outros profissionais, os/as psicólogos/as têm uma identidade profissional que se desenvolve
com base nas suas características pessoais, na sua formação e na sua prática. A sua capacidade de
observação e de análise, de actualização, de reflexão e de autoreflexão, a tolerância e aceitação da
diversidade, a empatia e a relação que estabelecem com os seus clientes tornam-nos profissionais únicos
e diferenciam-nos dos outros profissionais. São, acima de tudo, Psicólogos e praticam todos actos
psicológicos, distintos de outros actos profissionais.
De entre as várias iniciativas, destaca-se a construção do Modelo Europeu de Competências que cria o
Certificado Europeu de Psicologia (EuroPsy) que permitiu harmonizar as competências de formação e
prática supervisionada da psicologia, garantir qualidade e reforçar a afirmação da profissão. Estas
competências garantem também que a qualidade dos serviços que os/as psicólogos/as europeus prestam
aos seus clientes.
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O seu trabalho não era muitas vezes devidamente reconhecido e viam-se ultrapassados por pessoas que
exerciam Psicologia sem carteira profissional e outros com carteira, mas sem formação específica na área.
Esta indefinição permitiu que mesmo entre os psicólogos, se verificassem abusos e erros na prática
profissional, o que exigia cada vez mais regulamentação para a profissão. Importava que o exercício da
profissão fosse feito apenas por pessoas credenciadas e alinhadas com as normas de conduta exigidas e
devidamente controladas.
A ausência de tradição da Psicologia em Portugal, tal como em países com padrões de desenvolvimento
similares, em nada favoreceu os psicólogos portugueses que, durante muito tempo, viram os seus
serviços prestados por outros profissionais.
Mesmo antes de existir o curso de Psicologia em Portugal, começaram a surgir sociedades, seguidas de
outras iniciativas e movimentos que acima de tudo pretendiam ver reconhecida e valorizada esta área
profissional. Mas, a afirmação da Psicologia enquanto área de intervenção exigia, ainda, definição,
estatuto, tradição, formação, credibilidade, reconhecimento e regulamentação.
O Psicólogo responde perante a Ordem dos Psicólogos Portugueses no que concerne ao exercício da
profissão, cumprimento de normas deontológicas ou respeito de deveres associativos, mas também tem
responsabilidades perante outras matérias que interessa conhecer.
Em Portugal o número de pessoas habilitadas com uma licenciatura cresceu exponencialmente durante a
década passada, sendo que a grande maioria destas pessoas (7 em cada 10), formadas academicamente
em Psicologia, adquiriu essa formação nos últimos 14 anos. Os dados revelam que todos os anos, cerca de
2.000 pessoas terminam uma formação em Psicologia.
Este crescimento verificado na área da Psicologia representou importantes conquistas, mas também veio
criar alguns problemas relacionados com o desemprego.
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Ao longo das suas carreiras a OPP apoia os membros ou futuros membros nos momentos decisivos das
suas carreiras através dos seguintes projectos:
• Academia OPP
• Em Carreira
• Estágios
• Projeta-te
• Empregabilidade OPP
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Acerca deste tópico é possível reflectir sobre o que os psicólogos e as psicólogas têm em comum,
independentemente do contexto em que trabalham.
Todos/as psicólogos/as são diferentes, tal como as pessoas com quem lidam são diferentes. O estudo das
diferenças individuais é, aliás, o âmago da sua ciência e como tal, quem se especializou no seu estudo
inevitavelmente valoriza a diversidade e possui naturalmente um conjunto de atributos comuns que lhe
permitem desempenhar a sua actividade profissional de uma forma única e distinta de outras profissões.
Enquadramento Epistemológico
A Psicologia caracteriza-se por ser uma profissão dinâmica e interactiva com abordagens teóricas,
científicas e práticas diversas que se desenvolve como resposta a tendências sociais mais alargadas.
Esta diversidade e inserção na sociedade conferem-lhe uma riqueza particular. Independentemente dos
contextos em que trabalhamos, todos acreditamos no poder da palavra, na possibilidade da modificação
do comportamento através da mobilização dos recursos pessoais ou organizacionais, na relevância do
contexto na compreensão do outro e na participação que podemos ter enquanto profissionais de
Psicologia para contribuir para um mundo melhor. Por isso abraçamos o que fazemos!
A Psicologia enquanto ciência teve início no laboratório de Wundt em 1879 há quase 140 anos e sofreu
até hoje muitas influências. A literatura sistematiza essas raízes em três grandes temas:
• Humanismo, que trouxe a possibilidade de mudança com base nos recursos pessoais e a tradição
da Gestalt que fez compreender as pessoas no seu contexto. Esta perspectiva trouxe ainda a ideia
da necessidade da utilização de princípios científicos e da investigação empírica para a promoção
do bem-estar humano, abrindo os horizontes para a aceitação da diversidade e dando
efectivamente resposta às necessidades destas pessoas ou grupos.
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A questão da diversidade vai além de uma mera aceitação passiva da presença de minorias culturais,
étnicas, sociais, económicas ou de género, orientação sexual ou de capacidades.
Para tal, os/as psicólogos/as precisam de reflectir de forma crítica sobre as suas competências para
promover a inclusão social, a aceitação da diversidade e procurar não perpetuar muitas das formas
complexas através das quais a injustiça social continua a se manifestar em muitos aspectos da sociedade,
procurando não impor as suas próprias crenças na sua prática quotidiana.
Os/as psicólogos/as praticam actos psicológicos que os diferenciam de outros profissionais. Acto
psicológico consiste na actividade de avaliação psicológica em diferentes áreas incluindo os
procedimentos de construção e aplicação de protocolo de avaliação, a elaboração de relatórios de
avaliação e a comunicação dos respectivos resultados e, ainda, o diagnóstico, análise, precrição e
intervenção psicológica ou psicoterapêutica não farmacológica, bem como actividades de promoção e
prevenção e intervenção específica aos diversos contextos relativas a indivíduos, grupos, organizações e
comunidades.
A literatura refere que os psicólogos apresentam um conjunto de características comuns, tais como:
Domínio Cognitivo
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Domínio Sócio-emocional
• Estabilidade emocional e capacidade para gerir o stress causado pelo seu trabalho.
• Paciência e capacidade para esperar por mudanças que podem não ser imediatas.
Embora cada um de nós seja diferente, estas parecem ser características comuns a partir das quais vamos
construindo a nossa individualidade enquanto profissionais. A capacidade profissional dos/as
psicólogos/as é também desenvolvida com base num conjunto de competências que definem o seu
comportamento e reflectem as atitudes e os valores da Psicologia.
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Neste tópico poderá ver, em traços gerais, qual a origem do Certificado Europeu de Psicologia e
compreender em que medida o EuroPsy é uma relevante certificação para os/as psicólogos/as.
Progressivamente começaram a surgir novas tendências e desafios, um pouco por toda a Europa, que
impulsionaram diferentes grupos de trabalho, no sentido de dar visibilidade e consistência a esta área de
intervenção.
Tendo por base o conceito de competência, alguns grupos de trabalho empenharam-se na construção de
um referencial de competências específicas para os psicólogos. É sobre este processo que se centra esta
unidade.
Mais do que identificar competências, existiu a preocupação de definir todo um processo, onde estas
pudessem ser desenvolvidas e avaliadas por profissionais reconhecidos, os orientadores. Profissionais que
precisam de estar devidamente alinhados com este modelo de competências.
As competências são o elo de ligação entre a formação académica e a actividade profissional e estão
relacionadas com o processo através do qual os psicólogos prestam um serviço aos seus clientes que se
pretende de qualidade e distinto, tendo em conta os diferentes contextos de intervenção do psicólogo.
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As mudanças ocorridas nas últimas décadas trouxeram inovações com impacto na garantia da qualidade
da formação de profissionais e desenvolvimento de competências que permitam fazer face às exigências
do mercado de trabalho.
A Europa, tal como o resto do mundo, tem procurado dar resposta aos desafios das mudanças e da
globalização pautada por relações entre pessoas e culturas diversificadas.
É nesta lógica que surge o modelo Europeu de Competências de Psicologia, um modelo que permitiu
delinear critérios académicos e profissionais que possibilitam o reconhecimento da competência de um
psicólogo/a para o exercício de um psicólogo/a para o exercício da profissão.
Processos Educativos
Como resultado da Declaração de Bolonha, de 1999, o sistema universitário europeu foi revisto com o
objectivo de criar o Espaço Europeu Superior. Em Portugal o Processo de Bolonha foi implementado em
2007.
Processos Profissionais
O artigo 15º é visto como o “artigo dos psicólogos”, resultando de um esforço de lobbying por parte da
EFPA, particularmente do anterior presidente Tuomo Tikkanen.
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As novas tendências e progressos que se verificaram no âmbito da Psicologia revelaram-se muito úteis
para os psicólogos e para os seus clientes.
Embora se espere semelhança, equivalência, transparência e flexibilidade dos programas formativos dos
diferentes países, quando se passa de um sistema educativo e profissional para outro, estes objectivos
não são fáceis de alcançar, tendo em conta a diversidade dos sistemas e práticas que foram sendo
implementados ao longo do tempo.
• definir normas comuns para garantir a qualidade dos conhecimentos dos especialistas na área.
Definiu-se um grande desafio, que implicou mudanças de fundo nas práticas e sistemas existentes e o
ultrapassar de outro tipo de interesses. O EuroPsy passou a ser um modelo de referência dentro e fora da
Europa do ponto de vista da qualificação da profissão, da sua credibilidade, da mobilidade e da imagem
dentro e fora de cada país. É ainda uma garantia da prática profissional supervisionada e da sua relevância
pois em cada um dos países europeus esta é desenvolvida à luz do EuroPsy.
A Ordem dos Psicólogos Portugueses foi integrada na Federação Europeia das Associações de Psicologia
(EFPA) após o Congresso Europeu de Psicologia realizado em julho de 2013, em Estocolmo, na Suécia.
A EFPA é uma federação de Associação de Profissionais de Psicologia, composta por 36 membros, com
cada país a ser representado na quase totalidade dos casos, por apenas uma associação. A EFPA
representa 300.00 psicólogos. O professor Telmo Mourinho Baptista é o primeiro português a ser eleito
presidente da EFPA. A eleição realizou-se em Milão durante o 14º Congresso Europeu de Psicologia.
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• Conselho de Ética
• Conselho de Avaliação
• SC de Psicologia e Saúde
• SC de Psicologia na Educação
• SC de Psicologia no Trânsito
• SC de Gerontopsicologia
• SC de Psicologia Comunitária
• SC de Neuropsicologia Clínica
• TF em e-Saúde
• TF em Psicologia do Desporto
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Uniformização de Competências
Tendo as suas raízes na filosofia e na fisiologia, a Psicologia começou por se revelar bastante distinta em
cada país, quer em termos educativos quer em termos profissionais. Os profissionais desta área de
conhecimento e intervenção habituaram-se a actuar em contextos com características bem delimitadas.
Progressivamente começaram a surgir novas tendências, novas apostas, grupos de trabalho, uma maior
mobilização dos profissionais e, sobretudo, uma forte aposta da comissão europeia em reconhecer e
validar as competências dos profissionais desta área de actuação.
Foi então estabelecida a meta de definir a nível europeu normas comuns de actuação que orientassem a
prática de todos os profissionais. Este processo deu, por sua vez, origem à criação de um certificado
específico de competências para os psicólogos.
Durante as últimas décadas verificaram-se inúmeros esforços no sentido de estabelecer normas comuns
que se estendessem a toda a Europa, nomeadamente:
• Federação
Em 1990 a Federação Europeia de Associações de Psicólogos Profissionais (EFPA) adoptou um conjunto de
normas óptimas para os profissionais de Psicologia (EFPA, 1990). Neste documento foram definidos os
requisitos para a educação académica e a formação profissional dos psicólogos.
• Rede
A Rede Europeia de Psicólogos do Trabalho e das Organizações (ENOP), com a ajuda Copérnico da
Comissão Europeia, elaborou um programa curricular e definiu normas mínimas para a Psicologia
Organizacional e do trabalho (Roe et al., 1994; ENOP, 1998).
• Grupo
Ao abrigo do projecto Leonardo Da Vinci da União Europeia (Lunt, 2000; Lunt et al. 2001ª; Lunt, 2002), um
grupo de trabalho de psicólogos europeus seguiu uma abordagem semelhante, definindo um marco para
a educação e a formação destes profissionais.
Na sequência do trabalho desenvolvido pelo Grupo EuroPsy foi construído um documento amplamente
discutido e difundido na Europa e que acabou por ser adoptado pela EFPA em 2001. Este documento
designou-se por “EuroPsy-T: um marco para a educação e formação dos Psicólogos da Europa”.
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Em 2005 o mesmo grupo elaborou outro documento, designado por: EuroPsy, o Diploma Europeu de
Psicologia”. Este documento foi igualmente aprovado pelo EFPA, na sua assembleia geral de Granada, que
ocorreu em Julho de 2005.
O EuroPsy é um Standard de qualificação para acesso à profissão de Psicólogo desenvolvido pela EFPA.
O EuroPsy serve como um cartão que permite um reconhecimento facilitado das qualificações de um
psicólogo num outro país da União Europeia ao abrigo da Directiva Europeia 36/2005. Ou seja, fornece
um padrão uniforme de competência profissional e conduta ética, aceite pelas associações nacionais de
psicólogos em 36 países (incluindo todos os países da UE) que são membros da EFPA.
Esta directiva estabelece as bases para o reconhecimento de títulos académicos e profissionais, e tem
como objectivo tornar mais expedita e funcional a mobilidade dos profissionais entre estados-membros
da União Europeia.
O artigo 15º é visto como ”o artigo dos psicólogos”, resultando de um esforço de lobbying por parte da
EFPA, desde 1999, particularmente do anterior presidente Tuomo Tikkanen.
O EuroPsy visa tornar mais fácil o reconhecimento de títulos e competências entre 36 países membros.
Incluindo os membros da União Europeia.
A implementação do EuroPsy começou em 2010. A maioria dos países começou a adoptá-lo em 2011.
(Fonte: EFPA, 2014).
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O EuroPsy apoia os clientes a encontrar um psicólogo que seja qualificado e com a garantia de que é
competente numa determinada área de prática profissional. Não consiste numa licença para exercer num
determinado país, mas complementa os padrões nacionais. Sendo um padrão uniforme aplicado em toda
a Europa, sustenta o reconhecimento das qualificações profissionais dos psicólogos além-fronteiras na
Europa.
O EuroPsy foi desenvolvido ao abrigo do Programa Leonardo da Vinci, contando com intervenientes de 16
Organizações parceiras provenientes de 12 países europeus,e consiste num sistema de normas
reguladoras da formação e actividade dos psicólogos, através da criação de um Diploma Europeu em
Psicologia.
Este trabalho iniciou-se com a Declaração de Bolonha de 1999 e a revisão dos sistemas de ensino
universitário dos vários paíeses da Europa, com vista à integração num Ensino Superior Europeu que
permitisse simplificar o reconhecimento de habilitações profissionais e promover a livre circulação de
profissionais em toda a Europa (Fonte: OPP, 2014).
Em 1957
O Tratado de Roma estabelece nos seus Artigos 48º e 57º a livre movimentação dos trabalhadores e os
princípios para o mútuo reconhecimento das qualificações profissionais.
Na década de 70
Na década de 70 são criadas as Directivas Sectoriais que abrangem 7 profissões: médicos, dentistas,
enfermeiras, parteiras, veterinários, farmacêuticos e arquitectos.
Em 1989
Neste ano é redigida a Directiva Geral (48/89) sobre o reconhecimento mútuo dos diplomas do Ensino
Superior, que cobre todas as profissões que requeiram formação universitária.
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Passamos, então, a falar no desenvolvimento de competências que podem ser avaliadas como resultado
da educação e da formação, em vez de se basear unicamente num currículo académico.
A Comissão Europeia seguiu, igualmente, esta abordagem com base nas competências, como meio para
alcançar a transparência necessária à avaliação das mesmas em distintos contextos.
Projecto “Tuning”
Actualmente a equivalência das qualificações académicas é avaliada por duas entidades distintas:
Espera-se que a combinação da especificação do currículo com a especificação das competências dos
psicólogos profissionais, permita uma avaliação mais real e transparente das suas equivalências.
As Competências
Embora se atribuam diferentes significados à definição de competência, tal como nos mostram alguns
autores (por exemplo, Spencer & Spencer, 1993; Mansfeld, 1996; Fletcher, 1997), verifica-se um consenso
cada vez maior sobre a forma mais correcta de o fazer.
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Segundo Roe (2002) a competência corresponde a “uma capacidade aprendida para realizar
adequadamente uma tarefa, função ou papel”.
As competências adquirem-se, tipicamente, num processo de “aprender fazendo com supervisão”, o que
habitualmente designamos por learning by doing. Para que este processo de aprendizagem ocorra deverá
acontecer numa situação real de trabalho ou numa situação simulada.
O modelo arquitectónico de competências, que reflecte através da analogia com um templo grego a
relação entre competências, habilidades, traços de personalidade e outras características estáveis da
personalidade aplica-se a qualquer profissão e, como tal, permite responder à questão de quais as
qualidades que os psicólogos devem ter. Para a sua operacionalização, podemos adoptar uma de duas
opções, que vamos analisar de seguida.
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Conhecimentos
Os conhecimentos referem-se às diversas teorias e dados empíricos produzidos nas diversas áreas e
disciplinas da Psicologia.
Habilidades
Atitudes
Subcompetências
As subcompetências são mais latas – no sentido em que abarcam e integram conhecimentos, habilidades
e atitudes – mas são também mais específicas. Relacionam-se com o cumprimento das funções
ocupacionais mais nucleares tais como aplicar testes, conduzir entrevistas, aplicar técnicas de grupo e
pesquisar documentação.
Uma vez que as competências são específicas, é necessário distinguir entre as especialidades e ter em
conta:
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Isto significa que cada especialidade deve ser descrita nos seus termos específicos. Se as áreas têm
elementos comuns, tal será demonstrado através deste procedimento.
Não podemos, assim, supor que um psicólogo será competente na condução de uma entrevista de
recrutamento porque o é na condução de uma entrevista em situação psicoterapêutica.
A excessiva generalização que pode ocorrer durante a descrição de uma competência (como por exemplo
a condução de entrevistas) é um risco que pode limitar a aplicabilidade e utilidade do modelo de
competências e sua utilização para a descrição do exercício profissional.
Boeing 737
Se utilizarmos um modelo de competências para avaliar a capacidade de pilotar um Boeing 737, devem
ser consideradas diferentes subcompetências tais como a leitura de mapas, a leitura de painéis, a
condução através de controlo manual,e ntre outros. Também se poderão avaliar competências de
preparação e condução do voo (durante um voo real com este modelo de avião ou através de um
simulador).
Para a avaliação da competência de condução de um voo num modelo McDonald ML-53, seria necessário
proceder à avaliação num avião deste modelo em específico ou num simulador deste modelo.
Observar o piloto do B-737 e o piloto do MD-53 e avaliar as competências de cada “em geral” ou “para
cada modelo de avião” poderia levar a resultados inválidos de domínio de competências que podem,
mesmo, ser perigosos.
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Na realidade, um psicólogo pode ser extremamente competente em Psicologia Clínica e o mesmo não
acontecer na área da Psicologia Organizacional, ou vice-versa.
É possível desenvolver uma estrutura comum para a avaliação das competências nas diferentes
especialidades recorrendo a afirmações generalizadas, mas não podemos esquecer que cada uma delas
deverá ser interpretada tendo em conta um contexto de trabalho específico e que não é possível assumir
a equivalência de cada competência para os restantes contextos e especialidades.
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A prática dos psicólogos tem como finalidade desenvolver e aplicar princípios, conhecimentos, modelos e
métodos da Psicologia de forma ética e científica, com o propósito de promover o desenvolvimento, bem-
estar e eficácia dos indivíduos, grupos, Organizações ou sociedade. Para tal, o psicólogo deve ser capaz de
desempenhar a sua profissão de um modo competente.
Nuclares
Facilitadoras
As competências facilitadoras são aquelas que permitem ao profissional prestar os seus serviços
eficazmente. Estas competências são comuns a outras profissões e fornecedores de serviço.
Tanto as competências nucleares como as competências facilitadoras são essenciais para a correcta
prestação de serviços e para uma prática profissional adequada.
As competências proporcionam uma descrição das diversas funções (por vezes também designadas como
papéis) que os psicólogos desempenham num determinado âmbito ou contexto do exercício profissional.
Assim, estes papéis ou funções são colocados em prática num ou mais contextos ocupacionais e para
diversos tipos de clientes.
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necessárias, mas também as atitudes adequadas à prática correcta da sua profissão. As atitudes têm uma
importância vital, já que definem a natureza única da prática psicológica.
Enquanto que existem conhecimentos e habilidades generalistas no que respeita aos respectivos âmbitos
de aplicação, a maior parte destes relacionam-se com o contexto concreto no qual se aplicam. Assim, o
psicólogo que demonstrou competências profissionais num determinado contexto com um grupo de
clientes específico não pode assumir ser competente noutros contextos ou com outros clientes no mesmo
contexto.
Os psicólogos com o Certificado Europeu de Psicologia terão um perfil onde estará definido o contexto no
qual o profissional demonstrou competências para uma prática profissional independente e de qualidade.
• Clínicos
• Educacional
• Trabalho e Organizações
Existem diferentes modelos de especialidades nas várias profissões e nos vários países. Esta
multiplicidade prende-se com a finalidade da especialidade no país ou na profissão em causa e dos
princípios que norteiam a sua criação.
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Desta forma, são também definidos os requisitos mínimos para a obtenção do respectivo certificado.
O Certificado Europeu de Psicologia não representa uma licença para o exercício da profissão, nem
pretende substituir as normas nacionais definidas neste âmbito.
Na realidade, o modelo europeu de competências foi pensado e desenhado de tal forma que possa
ajustar-se às especificidades de cada país e espera-se que seja tido em conta nas mudanças futuras em
termos de regulamentação da profissão.
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O Registo Europeu de Psicólogos é uma base de dados onde podem ser encontrados os psicólogos
certificados pelo EuroPsy, bem como evidências sobre a sua formação e competências profissionais.
http://www.EuroPsy-efpa.eu/register-certificate
Resumidamente…
Durante as últimas décadas verificaram-se inúmeros esforços no sentido de estabelecer normas comuns
que se estendessem a toda a Europa.
O EuroPsy serve como cartão que permite um reconhecimento facilitado das qualificações de um
psicólogo num outro país da União Europeia ao abrigo da Directiva Europeia 36/2005.
As competências adquirem-se, tipicamente num processo de “aprender fazendo com supervisão”, o que
habitualmente designamos por learning by doing.
Os psicólogos com o Certificado Europeu de Psicologia terão um perfil onde estará definido o contexto no
qual o profissional demonstrou competências para uma prática profissional independente e de qualidade.
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O exercício desta profissão no nosso país foi um percurso repleto de obstáculos. Os primeiros
profissionais tiveram dificuldade em afirmar os seus saberes e práticas, sendo muitas vezes o seu trabalho
considerado desnecessário por colegas de equipas multidisciplinares ou mesmo subalternizados nalguns
serviços.
A agravar a situação, muitas pessoas exerciam Psicologia sem carteira profissional e outros com carteira,
mas não tinham formação específica na área. Mesmo antes de existir o curso de Psicologia em Portugal,
começaram a surgir sociedades, seguidas de outras iniciativas e movimentos que acima de tudo
pretendiam ver reconhecida e valoriozada esta área profissional.
A afirmação da Psicologia enquanto área de intervenção exigia definição, estatuto, tradição, formação,
credibilidade, reconhecimento e regulamentação. Iremos compreender os esforços envidados pelas
primeiras gerações de psicólogos e psicólogas portugueses para a regulação da sua profissão.
Com a criação da Ordem dos Psicólogos Portugueses, todos os psicólogos respondem perante ela no que
concerne ao exercício da profissão, cumprimento de normas deontológicas ou respeito de deveres
associativos e têm responsabilidades sobre as leis da Assembleia da República e os decretos-lei do
Governo e os regulamentos administrativos elaborados e aprovados pela própria Ordem dos Psicólogos
Portugueses. É sobre estes diplomas que se debruça ao este tópico.
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A OPP nasce mais de 3 décadas após os fundadores da Psicologia em Portugal terem iniciado a sua
actividade profissional.
• Falta de formação;
• Falta de credibilidade;
• Falta de definição;
• Falta de estatuto;
• Falta de tradição;
• Falta de regulamentação;
• Falta de reconhecimento.
Este cenário tornou urgente a necessidade de dignificar e reconhecer a classe e regular o exercício da
profissão.
As formas de organização da classe estiveram durante muito tempo confinadas às próprias escolas de
formação ou a grupos aí constituídos. Perante a sociedade, os psicólogos não tinham um estatuto
profissionalmente reconhecido como outros profissionais por não terem uma formação devidamente
reconhecida pela sociedade que desde cedo levantou reservas muitas vezes infundadas quanto à
qualidade dos serviços prestados.
Sabia que alguns dos membros honorários da Ordem têm esta formação? Poderá consultar a Lei
57/2008, de 4 de Setembro para conhecer melhor como são admitidos os Membros Honorários.
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Efetivamente, foram estas pessoas que, no seu percurso profissional, muito contribuíram para o
desenvolvimento e afirmação da Psicologia no nosso país. Tendo estado, por exemplo, na origem dos
primeiros cursos de Psicologia em Portugal.
Por esse motivo, a primeira Direção da Ordem dos Psicólogos quis prestar-lhes uma justa homenagem,
com o título de Membros Honorários (artº. 59º, da Lei 57/2008, de 4 de Setembro), enaltecendo, desta
forma, o seu contributo para a Psicologia, nomeadamente na investigação, na abertura de cursos, em
publicações, nas sociedades científicas, fundamentais para a criação de uma Ordem dos Psicólogos.
Durante muitos anos o exercício da Psicologia careceu de uma formação académica própria, bem como
do desenvolvimento de competências específicas inerentes à sua prática profissional.
Se do ponto de vista da formação dos Psicólogos as oportunidades eram limitadas, também do ponto de
vista do exercício da profissão o seu percurso foi cheio de obstáculos.
Esta ausência de tradição da Psicologia em Portugal, tal como em países com padrões de
desenvolvimento similares, em nada favoreceu os psicólogos portugueses que, durante muito tempo,
viram os seus serviços prestados por professores e médicos.
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Resumidamente…
A Ordem dos Psicólogos Portugueses é uma Associação dos Profissionais de Psicologia que, por ser uma
profissão de relevante interesse público, justifica um controlo do acesso e do exercício da profissão;
Toda a regulamentação que a Ordem dos Psicólogos Portugueses aprovou e venha a aprovar não pode
desrespeitar o que ficou estabelecido em lei geral, nomeadamente no Estatuto;
Para a inscrição na Ordem são relevantes as normas sobre critérios de inscrição, o procedimento, os
dados e os documentos a fornecer à Ordem e os procedimentos de suspensão e cancelamento da
inscrição;
O Psicólogo deve estar ciente da importância do Código Deontológico enquanto regime regulador mais
relevante do seu exercício profissional;
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Desenvolvimento Profissional
A carreira constrói-se ao longo da vida. Tudo o que fazemos desde muito cedo molda a nossa identidade
pessoal e repercute-se mesmo que indiretamente na vida adulta. O que vamos aprendendo ao longo da
formação académica tem uma influência direta na carreira e o conhecimento construído ao longo da
actividade profissional é determinante para o nosso desempenho.
A identidade da Psicologia em Portugal tem origem na falta de formação universitária pública específica
em Psicologia antes do 25 de abril de 1974. Após um período de lento crescimento nas duas últimas
décadas do século passado de licenciados em Psicologia em Portugal, houve um aumento exponencial
que teve um forte impacto na empregabilidade dos psicólogos.
Esta unidade está dividida em 4 capítulos. O capítulo que se segue ao enquadramento corresponde à
formação académica e profissional acreditada pela OPP, incluindo a prática supervisionada que constitui
uma constante do desenvolvimento profissional de um/a psicólogo/a.
Na medida em que a formação nem sempre foi como hoje, e porque o passado ainda hoje tem
repercursões na situação profissional da Psicologia em Portugal, iniciaremos este capítulo com uma breve
descrição dos momentos de formação mais relevantes ao longo da carreira, com particular incidência
para o apoio que a OPP proporciona no desenvolvimento profissional.
O último capítulo é dedicado ao desenvolvimento profissional, em particular ao papel proativo que cada
membro efetivo terá no desenvolvimento da sua própria identidade profissional bem como da identidade
da Psicologia em Portugal.
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O primeiro curso de Psicologia em Portugal foi criado em 1962 pelo Instituto de Ciências Psicológicas, que
posteriormente passou a designar-se por Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA). Em 1970, o
Curso Superior de Psicologia passa a ter uma duração de quatro anos, porém só em 1986 é reconhecido
como um curso de licenciatura.
O Prémio Nacional de Psicologia atribuído pela Ordem dos Psicólogos Portugueses tem por objetivo
distinguir uma pessoa ou instituição, cujo contributo para a afirmação da Psicologia na sociedade seja
especialmente meritório de reconhecimento público.
Trata-se de uma iniciativa que nasceu de uma firme vontade da Ordem em contribuir, de forma efetiva,
para a disseminação dos temas relacionados com a Saúde Mental e a Psicologia em Portugal, bem como
realçar e enaltecer o mérito do trabalho desenvolvido nestas áreas.
Em 1991 foi criada a licenciatura em Psicologia na Universidade do Minho e dois anos depois no Instituto
Superior de Matemáticas Aplicadas.
Em 2007, surgem os primeiros alunos formados em Mestrado Integrado pela Faculdade de Psicologia e
Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.
Em 2009, as formações em Psicologia são adaptadas em função das orientações do Tratado de Bolonha.
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Refira-se que a maioria das pessoas que detém uma formação em Psicologia adquiriu-a durante os
últimos 10 anos: 7761 (31,7%) durante o período 2001-2005 e 16820 (68,8%) em 2001-2010. O número
total de pessoas com formação universitária em Psicologia em 2013 é de 1847. Em 2014, o número total
apurado de diplomados em Psicologia é de 21.929. (Fonte: OPP, 2014)
Foi apenas na década de 90 que começámos a assistir à criação de novas licenciaturas, elevando-se o
número destas para 10 em 1995. O crescimento acentuou-se bastante desde aí, atingindo 23 licenciaturas
no ano de 2000. Este crescimento prolongou-se durante a primeira metade da década anterior chegando
a 35 licenciaturas em 2005. A partir do ano de 2004, Portugal passou a deter mais licenciaturas em
Psicologia do que a Espanha.
Durante os últimos 3 anos temos assistido a uma ligeira redução no número de instituições com cursos de
Psicologia em funcionamento, após um pico de 37 em 2007, diminuíram para 34 em 2010 e 32 neste ano
lectivo. Apesar do crescimento de licenciaturas (pós 1995) ter produzido um conjunto de cursos
distribuídos pelo país, ainda existe atualmente uma grande agregação de cursos no distrito do Porto (9) e
em Lisboa (8). Isto configura uma concentração particularmente elevada de cursos numa área geográfica
limitada. Se tomarmos como exemplo a situação nos países da União Europeia, significa que só o Distrito
do Porto tem mais formações universitárias em Psicologia do que a Áustria e que os Distritos de Lisboa e
Setúbal apresentam mais formação universitária em Psicologia do que a Bélgica, país comparável em
termos de população.
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A evolução do número de vagas em Psicologia em Portugal tem seguido desenvolvimentos diferentes nos
dois sistemas de ensino: estável, nos últimos 4 anos, nas Universidades Públicas, mas apresentando um
forte decréscimo (cerca de 25%) nas Universidades Privadas.
É necessário ainda considerar que os cursos das Universidades Públicas tendem a colocar mais candidatos
do que o número de vagas disponíveis devido aos vários regimes de colocação especiais, enquanto entre
os cursos de Universidades Privadas tendencialmente as vagas não são totalmente preenchidas. (Fonte:
OPP).
Gráfico n.º 3 - Número de vagas em cursos de Psicologia nas Universidades Privadas e Públicas
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A instituição universitária de formação inicial que formou mais Psicólogos foi o Instituto de Psicologia
Aplicada (em Lisboa), que também é a instituição mais antiga.
Como um todo as instituições de formação mais antigas apresentam maior número de Psicólogos em
exercício.
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Ao longo deste período a OPP garante o acompanhamento dos estudantes através da Academia OPP, do
Prémio Inovação na Intervenção Psicológica e do Summer Camp. No final do 2º ciclo, o programa “Em
Carreira” procura encaminhar os jovens na procura de um estágio profissional.
A Psicologia em Portugal experienciou um período de grande expansão nas últimas duas décadas.
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O crescimento verificado na área da Psicologia pode ser analisado a partir de duas perspetivas,
nomeadamente:
Conquistas
Problemas
• Mais subdesemprego;
• Psicólogos ativos: 15.533 (membros efetivos: 15.289 + membros que aguardam cédula de
membro efetivo: 294).
Quase 2/3 membros efetivos têm uma pré-especialização em Psicologia Clínica, que se destaca
largamente das outras áreas, seguida pela Psicologia Educacional com 17%. (Fonte OPP)
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A título exemplificativo, vejamos o caso particular dos Psicólogos nos Serviços de Saúde.
Existe um total de 601 Psicólogos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
(Fonte: OPP, Fev 2014 e 2015)
A maioria destes profissionais está concentrada no nível de cuidados hospitalares, estando apenas cerca
de 150 Psicólogos nos Cuidados de Saúde Primários e um pequeno grupo nas Unidades Locais de Saúde
(cerca de 50).
A densidade de Psicólogos é maior nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Norte, o que revela uma
assimetria na distribuição dos recursos humanos de Psicologia no SNS. No entanto, e considerado aquelas
que são as recomendações internacionais (que aconselham um rácio conservador de 1 Psicólogo para
cada 5.000 pessoas) existe um défice de Psicólogos em todas as regiões do país. Sendo que são
precisamente as regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Norte aquelas em que faltam mais Psicólogos (404
e 664 respectivamente).
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A sua atuação tem sido pautada por uma forte intervenção junto da sociedade procurando mostrar às
entidades responsáveis a importância do trabalho dos psicólogos, promovendo a empregabilidade e
reforçando a sua influência.
O desenvolvimento profissional dos psicólogos também tem sido objeto de atenção particular no sentido
de mobilizar os psicólogos a desempenharem um papel ativo na promoção da sua ação profissional
através de um conjunto de programas ao longo da carreira, desde a formação académica até a momentos
mais avançados na sua carreira.
Vejamos agora a cronologia de acontecimentos importantes na OPP durante o período de 2010 e 2017.
2010
• Realizam-se as primeiras eleições e ocorre a tomada de posse – Telmo Mourinho Baptista, eleito
primeiro Bastonário da OPP.
• Modelo e regulamento são aprovados pela Assembleia de Representantes da OPP: Até maio de
2015 foram emitidas mais de 17.000 cédulas profissionais.
• Início de Cursos de Formação / Estágios Profissionais: Uma das primeiras medidas tomadas pela
Direcção da OPP, Número de psicólogos com curso de formação, em maio de 2015: 2.819.
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2011
2012
• Estágios Profissionais. Aprovada a proposta de alteração ao artigo 84º da Lei para agilizar o
processo de inscrição na OPP, N.º de protocolos assinados e de orientadores reunidos até 2015:
mais de 1.000.
• Projecção mediática da OPP: Ordem profissional com melhor posicionamento nas redes
sociais, Aumento dos níveis de reputação e influência mediática.
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2013
• 35ª Conferência / International School Psychology Association (ISPA): The future of school
psychology services: Linking creativity and children’s needs.
• Taskforce: Criação de Taskforce para apoio dos membros estagiários / Prospecção de locais de
estágio / Acompanhamento de membros estagiários.
• Delegações Regionais da OPP: Inauguração das Delegações Regionais: Açores, Centro, Norte,
madeira e Sul.
2014
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• Encontre uma saída: Lançamento da campanha que alerta os portugueses para a importância da
Saúde Psicológica.
• V Encontro PSI-CPLP.
2015
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• Sentir a Psicologia.
2016
A execução do plano estipulado em 2016 foi cumprido e superado graças ao esforço e trabalho de toda a
Direção e colaboradores da OPP, assim como de membros efetivos e estagiários e estudantes que
marcaram presença nas várias iniciativas ao longo de 2016.
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As vinhetas lançadas pela Ordem são uma garantia adicional de autenticação para os utilizadores dos
serviços de Psicologia.
Prosseguindo um dos seus objetivos principais, consignados na lei que criou a Ordem dos Psicólogos (Lei
57/2008 de 4 de Setembro), que é o de defender os interesses gerais dos utentes, a OPP entendeu que
deveria proporcionar aos seus membros um meio de autenticação dos documentos produzidos pelos
profissionais.
As vinhetas tornam claro que se está na presença de um acto psicológico relevante, único, identificado
pelo número de vinheta, exclusivo daquele profissional. Garantem ainda que o profissional está inscrito
na Ordem, cumprindo assim os requisitos legais para a inscrição. (Fonte: OPP)
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• Definição e caraterização das várias intervenções no contexto do ato do psicólogo, que permitam
a uniformização dos procedimentos de registo das intervenções, a normalização da informação e
a garantia de um registo clínico adequado no âmbito dos sistemas de informação”.
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2017
O Plano de Atividades e Orçamento da Ordem para 2017, assenta numa estratégia nacional, com
implementação regional articulada e comum, com o objetivo de aproximar todos os órgãos nacionais aos
membros da Ordem dos Psicólogos/as Portugueses, ao mesmo tempo que influencia decisões políticas e a
opinião pública.
• Eixo 1. Melhorar o bem-estar dos cidadãos aumentando a acessibilidade aos serviços prestados
por Psicólogos/as.
Após receção de 253 candidaturas, 99 escolas e agrupamentos de escolas serão distinguidas com o Selo
“Escola SaudávelMente – Boas Práticas de Saúde Psicológica e Sucesso Educativo 2016-2018”, a ser
entregue em sessão solene. A promoção da Saúde Psicológica e do Sucesso Educativo é, no nosso
entender, absolutamente crucial para o desenvolvimento das crianças e jovens e urge que mais e mais
estabelecimentos de ensino se organizem no sentido de apostarem em políticas e práticas de intervenção
nestas áreas.
A Ordem dos Psicólogos Portugueses define como sendo uma das suas principais linhas de atuação o
desenvolvimento de um Plano Nacional de Prevenção da Depressão. A depressão tem hoje impactos
muito significativos na qualidade de vida dos Portugueses, que se expressam nas mais variadas áreas, e
que significam custos de sofrimento (para os próprios e para as famílias) e custos económicos muito
significativos.
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O Repositório OPP tem como objetivo a agregação de diversos tipos de documentos produzidos pelo
Gabinete de Estudos da Ordem dos Psicólogos Portugueses, relevantes e do interesse dos Psicólogos/as
(ou do público em geral). Constitui-se como um ponto de pesquisa, descoberta e acesso a documentos,
em formato digital, de carácter científico e resultantes das atividades e da intervenção da OPP na defesa
dos interesses da profissão de Psicólogo/a em Portugal.
Os conteúdos do Repositório estão organizados por Coleções que correspondem a seis categorias
distintas de documentos, a saber: Comentários Técnicos e Contributos OPP, Pareceres, Relatórios de
Evidência Científica, Revisão de Dados e Literatura Científicos, Perfis do/a Psicólogo/a, Campanhas e
Ações Publicitárias da OPP, Outros. Os documentos constantes no Repositório têm diferentes níveis de
abrangência e deve notar-se que o seu conteúdo depende da informação disponível à data de elaboração.
Todos incluem uma sugestão de citação, caso necessite de os referenciar.
Promoção e Prevenção
Promoção e prevenção são conceitos distintos, mas complementares. Distintos porque, enquanto os
programas de prevenção visam evitar (ou adiar, nos casos em que não é possível evitar) a ocorrência de
uma determinada condição que se considera prejudicial ao adequado desenvolvimento e/ou ajustamento
psicológico do indivíduo, os programas de promoção visam aspetos positivos para este ajustamento
focando-se, por isso, na melhoria da qualidade de vida. Complementares porque a mesma intervenção
pode integrar componentes de prevenção e de promoção. Entre as áreas mais comuns de prevenção
encontram-se: os comportamentos aditivos, perturbações do comportamento alimentar, violência,
comportamentos de risco, obesidade e outros problemas de saúde. Entre as competências mais
frequentemente promovidas encontram-se: a autoestima ou autoconceito, a resiliência, as competências
de comunicação, de gestão de conflito ou as competências parentais.
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O documento que foi desenvolvido de forma conjunta entre a Direção-Geral da Saúde e a Ordem dos
Psicólogos Portugueses, destina-se a quem vivenciou um desastre natural e a todos aqueles que possam
de alguma forma intervir ou relacionar-se com as pessoas afetadas, apresentando recomendações para
melhor lidar com as emoções após um desastre natural.
Qualificação e Emprego
A Ordem dos Psicólogos Portugueses tem como um dos seus eixos estratégicos a Qualificação e o
Emprego. Nesse sentido, disponibiliza medidas de estímulo à empregabilidade, de apoio à integração no
mercado de trabalho e ao desenvolvimento de carreira dos seus membros:
Pretende responder às necessidades específicas dos psicólogos que procuram projetar-se no mercado de
trabalho e elaborar um Plano de Desenvolvimento de Carreira e melhorar as suas competências de
Empregabilidade, Marketing Pessoal e Empreendedorismo.
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Este espaço irá permitir aos psicólogos participantes, desenvolver um Plano de Desenvolvimento
de Carreira (PDC) e consequentemente:
▪ Ficarem mais conscientes das competências que têm;
▪ Identificarm as competências que necessitam de desenvolver;
▪ Focarem-se em opções de carreira concretas e objetivas;
▪ Passarem uma imagem profissional mais fiel e adequada aos seus objetivos;
▪ Descobrirem o que querem atingir e como o atingir;
▪ Sentirem-se mais independentes, confiantes e em controlo do seu futuro;
▪ Desenvolverem mecanismos e estratégias para a empregabilidade e o
empreendedorismo.
O EODP é um programa totalmente gratuito para os membros efetivos e tem como objetivo o
apoio à empregabilidade, à gestão de carreira e à construção de projetos profissionais dos
psicólogos.
É destinado a todos os Membros Efetivos, independentemente da sua situação profissional, que
procurem potenciar a sua empregabilidade para a (re)integração profissional, (re)equacionar o
percurso de carreira, transformar as ideias em projetos ou criação do próprio emprego.
A OPP criou a Bolsa de Emprego cujo objetivo primordial é disponibilizar anúncios de emprego
para Psicólogos/as, partindo dos interesses manifestados pelas entidades empregadoras.
Nesta fase inicial convidamos membros e entidades a registarem-se e criarem os seus perfis de
forma a construirmos uma Plataforma de Emprego ajustada às necessidades de candidatos e
empresas.
A Bolsa de Emprego constitui, assim, mais um recurso que pretendemos que seja útil e eficaz nos
contactos entre candidatos e empresas. É um serviço disponibilizado pela OPP aos seus membros
efetivos e estagiários que visa apenas facilitar o contacto destes com as entidades que publicitem
empregos ou estágios profissionais na área da Psicologia.
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Nota: Todas as ações de empregabilidade da OPP são exclusivas e gratuitas para os seus membros.
Especialidades
A atribuição do título de especialista aos psicólogos portugueses tem diversas vantagens como o
reconhecimento da formação e da qualificação numa determinada área da Psicologia, a certificação pela
OPP desta qualificação/especialização, a legitimação, junto de utentes e entidades, do exercício
profissional numa determinada área da Psicologia e a constituição de um directório público de
especialistas.
A equiparação às especialidades de Psicologia está dividida em duas fases. Na primeira fase, pode
submeter o seu CV numa plataforma que desenvolvemos para si. Subsequente à sua candidatura pode
fazer a submissão através da plataforma dos documentos digitais comprovativos requeridos.
Acreditação da Formação
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A formação OPP 2017 surge num novo formato com o compromisso de se ajustar ainda mais às
necessidades e expetativas dos Psicólogos Portugueses e antecipar as necessidades do mercado de
trabalho, atuando sobre as áreas emergentes da Psicologia, fomentando uma maior afirmação do
exercício profissional da Psicologia e dos psicólogos.
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Ser psicólogo/a é um compromisso de vida. Todo o seu comportamento reflete os valores e as atitudes da
Psicologia, como a sensibilidade para com os outros, a aceitação da diversidade individual e cultural, o
relacionamento eficaz e significativo com indivíduos, grupos e comunidades.
Uma outra componente essencial da atividade profissional é a prática reflexiva que exige uma
autoavaliação e autocuidado.
Esta é a lógica do EuroPsy que requer que o Certificado Europeu de Psicologia seja renovado
periodicamente de forma a garantir que os profissionais se atualizem e assumam o seu compromisso para
com a sua missão.
Resumidamente…
Terminamos assim esta unidade, onde teve oportunidade de compreender como o Desenvolvimento
Profissional Contínuo dos/as Psicólogos/as portugueses depende da sua proatividade e do seu
envolvimento com a Ordem dos Psicólogos que tem vindo a trabalhar para defender e afimrar a profissão
através dos eixos estratégicos já referidos:
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• melhoria do bem-estar dos cidadãos e aumento da acessibilidade dos serviços prestados pelos/as
psicólogos/as;
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