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Povo egípcio é um dos mais antigos e curiosos do mundo

A arte egípcia é uma das expressões artísticas das antigas civilizações que são mais apreciadas
até os dias de hoje. É considerada arte egípcia toda expressão artística feita no Egito Antigo,
seja na pintura, nas esculturas, na arte decorativa, na arquitetura e outras formas.

As obras da arte egípcia eram muito ligadas à religiosidade desse povo. Então, grande parte da
obra é feita em homenagem aos deuses egípcios. As obras representavam ainda eventos
políticos, por isso o faraó é uma das figuras mais vistas nas obras da arte desse povo.

As características da arte da civilização egípcia duraram por todo o período de existência desse
povo. Estima-se que tenham vivido cerca dos últimos três mil anos antes de Jesus Cristo. As
cores, os formatos e as modelagens eram seguidas por todos os artistas da época.

As cores eram muito utilizadas por esse povo, e elas eram obtidas através de extração de
produtos minerais e misturas. Além de dar beleza às peças e pinturas, as cores tinham
significados próprios.

O preto, por exemplo, era extraído do carvão de madeira ou do óxido de manganésio, e estava
ligado à morte e à noite ou, por vezes, a fertilidade e a regeneração. Já o branco, obtido da cal
ou do gesso, representava verdade e pureza.
Outras cores muito utilizadas na produção da arte egípcia foram o vermelho, o amarelo, o
verde e o azul. Todas eram extraídas de materiais da natureza e utilizadas de acordo com suas
características e crenças.

Estátua é uma das representações da arte egípcia. (Foto: Pixabay)


A Lei da Frontalidade da arte egípcia

Uma das mais conhecidas formas de expressões da arte egípcia eram as pinturas. Elas são
encontradas em vários locais onde essa civilização viveu. As Pirâmides do Egito, por exemplo,
são repletas de pinturas e cores, que já se desgastaram por conta da ação do tempo.

As imagens remontam as histórias dos faraós e, consequentemente, períodos da história desse


povo. As pinturas deixam claro a devoção do povo pelos faraós, que era visto como um deus na
terra, por isso, nas pinturas, ele é sempre a maior das figuras.

Mas uma das mais fortes características estéticas das pinturas da arte egípcia é a chamada Lei
da Frontalidade. As representações das pessoas são feitas da seguinte forma: os olhos, o peito
e os ombros são representados de frente, enquanto a cabeça e as pernas ficam de lado.

Os olhos são vistos de frente, pois acreditava-se que essa era a maior característica das pessoas.
Essa forma de mostrar o corpo só permitia três pontos de vista: de perfil, de frente e de cima.

Acreditou-se por muito tempo que essa forma de pintar as pessoas se dava a falta de técnicas
dos artistas. Porém, hoje acredita-se que essa técnica era utilizada para mostrar o máximo
possível o corpo humano.

Características da arte egípcia

A arte egípcia teve diferentes momentos na história dessa civilização. Apesar de manter sempre
as maiores características, algumas delas vão passando por pequenas alterações, por reflexo dos
períodos da história do povo.

Época Tinita (3100 - 2686 a.C.)

Alguns dos mais antigos exemplos de expressões artísticas dos antigos egípcios são da Época
Tinita. Esse período marca a união do Alto Egito com o Baixo Egito. Apesar de poucos itens
terem sobrevivido ao tempo, de cerca de 3.100 anos a.C., alguns túmulos e fachadas dão ideia
da arte egípcia da época.

Percebe-se ali, alguma influência da arte mesopotâmica, com base em povos anteriores aos
egípcios. Data dessa época ainda materiais feitos com adobe cozido ao sol. Esse material, mais
antigo que o tijolo de barro, foi substituído pelo uso das pedras.

Reino Antigo (2686 - 2160 a.C.)


Na época seguinte, percebe-se mudanças na arte egípcia, principalmente na arquitetura. Com o
uso da pedra, as construções passam a ficar maiores. É nessa época também que a figura do
faraó começa a ser vinculada à eternidade.

Surge o primeiro construtor egípcio a ficar com o nome conhecido: Imhotep. Ele ainda foi
médico e engenheiro. É ainda nesse período que a mastaba, uma espécie de túmulo egípcio,
passa a ser usada no sepultamento de faraós e nobres.

Os túmulos inicialmente tinham formatos retangulares ou de pirâmide truncada. Mais tarde,


com o desenvolvimento do Egito, surgem as famosas pirâmides faraônicas de Gizé, cujo
complexo abrange as pirâmides de Quéfren, Quéops e Miquerinos, além da Esfinge de Gizé.

A arquitetura era uma forte expressão da arte egípcia. (Foto: Wikipédia)

Apesar das construções monumentais datadas desse período, é nesse mesmo tempo que surgem
as estátuas-retratos. As proporções das estátuas tornam-se mais reais, e as figuras passam a ter
maiores semelhanças com os humanos.

As estátuas da arte egípcia estavam quase sempre nas mesmas posições. De pé, com o pé
esquerdo à frente, ou sentadas, com o braço direito sobre as pernas e, mais tarde, surgem as
estátuas sentadas de pernas cruzadas.
Outra característica dessa época é que as estátuas masculinas tinham cores mais escuras,
enquanto as femininas tinham cores mais claras. Eram usados na composição das estátuas
granito, basalto, calcário, alabastro, xisto e diorite.

Primeiro Período Intermediário (2160 - 2055 a.C.)

Na arte egípcia, esse período marca um grande avanço na literatura. O Egito passava por sérios
problemas políticos e as províncias tonam-se independentes. Isso permite que os escribas
tenham maior liberdade nas suas escritas.
Porém, nessa época, outras expressões artísticas são quase escassas. Os poucos registros que
existem mostram que uma baixa na admiração pelo Faraó, leva os artistas a expressarem as
artes para pessoas comuns, dando a mesma ênfase que nas produções para o soberano.

Reino Médio (2055 - 1650 a.C.)

Nesse período ocorre uma retomada nas construções de pirâmides, porém, essas não alcançam a
altura e grandiosidade das anteriores. Atualmente, essas construções não estão mais de pé,
restando apenas alguns escombros. A mais alta delas alcançou 78 metros.

Outra característica dessa época da história da arte egípcia é o trabalho com joalherias, além
dos amuletos, pentes e outras peças. Destaca-se ainda as famosas peças em faiança, como os
hipopótamos. As peças desse material tinham grande destaque por suas cores esmaltadas.

É dessa época ainda que data as pinturas seguindo a Lei da Frontalidade. É também nesse
período que surgem as estátuas dos faraós com as mesmas posições e sem expressões. Além
dessas, surgem as estatuetas de outras pessoas, que tem mais movimento e expressividade.

Outro importante marco da arte egípcia é o uso do Lápis Lazúli. A pedra foi muito utilizada
por esse povo com várias finalidades. Por conta da sua cor azul e grande beleza, era usada em
amuletos e várias outras peças de artes decorativas, sozinha ou misturadas a outras peças.

O Lápis Lazúli era utilizado ainda pulverizado para cobrir os olhos dos mortos. Acreditava-se
que por conta da sua cor, que representava a água, essa prática ajudava os mortos na passagem
para a próxima vida. Além disso, foi muito utilizado sendo dissolvido em água para maquiagem
das mulheres.
Lápis Lazúli foi muito utilizado no Egito Antigo. (Foto: Wikipédia)

Segundo Período Intermediário (1650 - 1550 a.C.)

Esse é um dos períodos que menos se sabe sobre a cultura e a arte egípcia. Isso se deu por conta
de outra crise na política, além da invasão de povos de fora. Mas a matemática e a medicina,
por exemplo, foram campos que continuaram a produzir conteúdo.

Reino Novo (1550 - 1069 a.C.)

Ao se recuperar do último momento de crise, a arte egípcia retoma os seus antigos costumes,
principalmente na arquitetura. Algumas construções dessa época ainda estão de pé. Uma
novidade são as novas tumbas dos faraós que não são mais feitas em pirâmides, e sim, em
rochedos.

Nesse período as esculturas dos faraós ganham novas características, passando a ser
representados em situações da vida familiar. As esculturas passam a ter formatos mais
orgânicos e pouco geométricos, como os membros da família real, que eram representados com
crânios mais longos.

Existem divergências sobre o motivo desse formato nas esculturas. Estudiosos acreditam que a
família real poderia sofrer de síndrome de Marfan, quando alguns membros do corpo tendem
a crescer desproporcionalmente. Já outros acham que isso era apenas um estilo adotado pela
arte da época para diferenciar a família real.
Terceiro Período Intermediário (1069 - 664 a.C.)

Esse período é marcado por uma queda no poder do faraó, mas na arte egípcia, se destaca pelo
avanço na produção de peças de metais. Alguns destaques são as máscaras funerárias dos
reis Psusenes I e Chechonk II e o pendente em ouro de Osocor II.

Época Baixa (664 - 332 a.C.)

Desse período, destacam-se as obras arquitetônicas e o retorno ao uso da arte egípcia do Reino
Antigo. É nessa época que surge a chamada "arte lambida", originada do apreço dos artistas
pelo trabalho com pedra polida.

Reino Ptolomaico (332 - 30 a.C.)

Nesse período em que o Egito começa a entrar em declínio e passa a ser assumido por outras
potências, as artes passam a ser reproduzidas por esses novos povos. Nas obras, os reis eram
representados das mesmas formas que os faraós eram na arte egípcia.

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