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Revista Brasileira de
Ciências Criminais – 36. P.330-350.
Legendas de Adaptação:
Nota de referência: [REF]
Nota de rodapé: [NR]
Nota: [N]
[pag. 330]
3. O art. 337-A do CP: “sonegação de contribuição
previdenciária”
[pag. 331]
“Sonegação de contribuição previdenciária
I — (Vetado.);
II — o valor das contribuições devidas, inclusive
acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela
previdência social, administrativamente, como sendo o
mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais”.
4.2.1. Introdução
O Direito Penal, num Estado de Direito, Democrático e
Social como o delineado em nossa Constituição Federal,
destina-se exclusivamente à tutela de bens jurídicos contra os
mais graves ataques.
A determinação do que seja um bem jurídico e o seu
conteúdo, porém, é uma questão cercada de controvérsias. Há,
não obstante, uma corrente, hoje dominante, segundo a qual o
ponto de referência da descoberta deve ser a Constituição. A
fundamentação do conteúdo de todo o sistema penal residiria,
assim e em última análise, nas opções axiológicas feitas nesse
instrumento constitutivo de uma determinada sociedade como
expressão máxima de seus valores e interesses.
Podemos notar, agora específicamente em nossa
Constituição Federal, que o valor central, o núcleo axiológico, o
eixo central de todo o ordenamento jurídico nacional, é a
dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF). A descoberta
dos bens jurídicos dignos de tutela penal deve, portanto,
nortearse por este valor.
Sabe-se que o direito penal pode estender sua tutela a
bens jurídicos individuais e super-individuais (coletivos ou
difusos). Mas mesmo estes últimos, para poderem receber a
qualificada tutela penal, terão de guardar uma relação, ao
menos instrumental, com a consecução da dignidade humana.
A ausência desta relação retira-lhes a dignidade penal.
Assim, dentre os interesses supra-individuais, só serão
merecedores de tutela penal aqueles “teleologicamente
orientados à realização de concretos interesses
individuais”[NR69].
[pag. 336]
4.2.2. Sistema constitucional tributário e dignidade penal