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1 - Nota introdutória
Foi por essa razão, e pelo princípio da boa fé objetiva, que o Legislador
entendeu por melhor inserir no artigo essa circunstância judicial de aumento de
pena, para evitar certa forma fraudes que visem prejudicar a falência e os
credores em questão.
No inciso II do referido artigo 168 parágrafo 1º da L.R. E também dispõe
sobre a omissão de informações na escrituração contabel ou no balanço
patrimonial deixando de mencionar informação obrigatória, ou ainda alterando
informações na escrituração ou Balanço Patrimonial com intuito de encobertar a
verdade das informações que deveriam ser inseridas.
Neste inciso, temos duas formas de conduta, sendo que a primeira é uma
conduta omissiva, pois em escrituração contábel omite informação que deveria a
rigor constar em tal documento.
O artigo 170 da LRE trata de crime àquele que propala ou divulga, por
qualquer meio, informação falsa sobre a condição do devedor em sede de
recuperação judicial, informação essa que pode levar o devedor a falência ou de
obter vantagem.
A priori este crime é cometido por credor que de tal forma pretende auferir
vantagem com tal divulgação.
3 - INDUÇÃO A ERRO
Por fim, a pena aplicada para este tipo de conduta é de 2 a 4 anos, sem
prejuízo da multa.
4 - FAVORECIMENTO DE CREDORES
Também pode ocorrer que, como preceitua o “in fine” do artigo, que a
aquisição pode ser feita por interposta pessoa, ou seja, pessoa esta em conluio
com o administrador judicial e que pode estar adquirindo determinado bem para
posteriormente transferi-lo ao responsável por cuidar da gestão da massa falida
até sua total dissolução. Neste caso, tanto a administrador quanto a pessoa
interposta responde pelo crime em comento.
Por essa razão é que o legislador dispôs este artigo, com o intuito de
coibir tal prática.
Além do exposto, ao vender para terceiro de boa-fé, este por sua está de
certa forma enganando o adquirente, pois para que a venda realize sem
obstáculos, o comprador em regra não pode ter ciência que tal bem está inserido
no rol de bens arrecadados em processo falimentar. Sendo assim, além de
responder pelo artigo em tela, responderá por perdas e danos em processo
promovido pelo terceiro que de boa-fé adquiriu bem que está vinculado ao
processo de falência.
Logo, a pessoa que concorre para está prática, poderá ser condenada
com pena de reclusão de 2 a 4 anos, além da multa a ser aplicada.
O artigo 176 prevê crime para o empresário falido em que foi declarado
incapacitado ou inabilitado para o exercício da atividade empresária, pois um dos
efeitos da falência é a inabilitação para exercício da atividade empresária, porém
esses efeitos não são “ad eternum”. Entretanto, enquanto perdurem seus efeitos,
caso venha o empresário falido a exercer atividade empresária, estará cometendo
crime revisto no artigo retro mencionado, podendo receber pena de 1 a 4 anos de
prisão, além de multa.
6 - VIOLAÇÃO DE IMPEDIMENTO
Essa omissão pode ser praticada antes da Sentença que declare falida,
ou depois, bem como a decisão que concede a recuperação judicial ou
homologação de plano de recuperação extra judicial.
As prescrições penais dos crimes previstos nesta Lei estão reguladas pelo
artigo 110 do Código Penal, iniciando sua contagem a partir da decretação de
falência ou deferimento de Recuperação Judicial, ou homologação de Plano de
Recuperação extrajudicial, conforme disposto no artigo 182 da Lei 11101/2005.
Destarte, qualquer disposição que não esteja no bojo desta Lei, será
observada os previstos no Código de Processo Penal, conforme menciona o
artigo 188 da Nova Lei de Falência.
9 - CONCLUSÃO
Após analise de todos os artigos penais inseridos nesta lei, bem como
suas disposições comuns e formas de procedimento, entendemos que o
Legislador tenta de todas as maneiras coibir práticas ilícitas e criminosas, que de
certa forma prejudica todo o contexto social.
A falência de uma determinada empresa gera repercussão em vários
setores sociais.
Os setores afetados pela falência como o setor trabalhista, na qual os
empregados são prontamente dispensados, sem receber seus créditos
trabalhistas “verbas rescisórias”, causando-lhe prejuízos enormes, pois tais verbas
são de caráter alimentar, além do que, contribui de tal forma para o crescimento
de desemprego.
O setor de credores com garantias reais também resta prejudicado, sendo
que muitas vezes, financeiras emprestam vultosas fortunas a empresas para
expansão de suas atividades, mesmo que tenham como garantia bens ofertados
no ato da contratação do empréstimo, a finalidade bancária não é a de executar,
mas sim a de receber o que foi emprestado com os juros previamente
estabelecido em contrato.
Além desses setores acima expostos, temos o setor tributário, pois com a
falência de uma empresa, os tributos incidentes e que em tese são “revertidos
para o desenvolvimento público”, deixam também de proceder o recolhimento,
tanto os anteriores quanto os futuros.
Por fim, a ampliação dos crimes previstos na Lei de Falência foi uma
medida plausível e uma resposta do legislador em não tolerar condutas
criminosas que tenham o condão de levar à empresa a falência trazendo prejuízos
geralmente irreparáveis em toda órbita social, pois mesmo que ocorra o
fechamento de uma empresa por conta da falência, espera-se pelo menos a boa-
fé por parte do devedor e que tenha tipo em todo tempo de gestão empresarial e
em todo processado, integridade e honestidade, sendo esses elementos
norteadores do homem médio.
10 - BIBLIOGRAFIA