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15ª edição

Famalicão, 2021
Prof. Doutora Teresa Vale
¡ Fatores gerais e locais das maloclusões

Diagnóstico

Plano de tratamento
DENTIÇÃO TEMPORÁRIA

Estudo cefalométrico?

Métodos diretos.

Métodos indiretos.
EXAME CLÍNICO EXAMES COMPLEMENTARES
Exame dentário Radiografias

Exame dos tecidos moles Modelos

Exame periodontal Fotografias intraorais e


extraorais
EXAME DENTÁRIO
Dentes presentes

Sequencia favorável de erupção

Tamanho e forma dos dentes

Equilíbrio entre rizálise e


maturação dentária.
EXAME DENTÁRIO
Presença de lesões de cárie
ou hipoplasias

Posição dos dentes

Mobilidade

Facetas de desgaste
EXAME TECIDOS MOLES LÁBIOS
Tonicidade do músculo orbicular
dos lábios
Espessura
Hidratação
Coloração
Presença de lesões ou
cicatrizes.
EXAME TECIDOS MOLES MUCOSA ORAL
Forma

Volume

Úlceras patológicas ou
traumáticas.
EXAME TECIDOS MOLES MUCOSA ORAL
Região bucofaríngea –
amígdalas, palato mole,
úvula

Encaminhar para o
otorrinolaringologista.
EXAME TECIDOS MOLES FREIO LABIAL
Freio labial persistente – inserção a
nível da papila – inserção baixa

Inserção alta na gengiva livre –


integridade do periodonto – mais
frequente no freio labial inferior
– cirurgia mucogengival.
EXAME TECIDOS MOLES LÍNGUA
Forma, volume, posição e
mobilidade

Mobilidade funcional da língua

Macroglossia

Anquiloglossia.
EXAME RADIOGRÁFICO
RADIOGRAFIA PANORÂMICA
Avaliação global

Cronologia da erupção

Exame suplementar de
diagnóstico clínico.
Exame Radiográfico – radiografia panorâmica
Região Arcos zigomáticos
nasomaxilar Fossas pterigomaxilares
Seios maxilares
Zona central e Abertura piriforme
superior da Septo e cornetos nasais
radiografia Palato duro
Palato mole
Espinha nasal anterior
Exame Radiográfico – radiografia panorâmica
Região Contorno da mandíbula
mandibular Ângulo mandibular
Chanfradura antegonial
Corpo e ramo da Sínfise
mandíbula Apófise geni
Buracos mentonianos
Canal dentário inferior
Osso hioide
Exame Radiográfico – radiografia panorâmica
Região da articulação, condilo mandibular, cavidade glenoidea,
apófise coronoide, região da tuberosidade maxilar.

ATM A radiografia panorâmica não é adequada para análise das


disfunções da ATM e para o estudo das relações entre o condilo e
a cavidade glenoidea.
Exame Radiográfico – radiografia panorâmica
Dentes superiores e inferiores
Estado de maturação dentária Quistos foliculares
Presença de supranumerários Malformações dos germens
Agenesias Direcção axial dos dentes
Posições pré eruptivas Anatomia radicular
Transposições e posições ectópicas Presença de lesões de cárie,
Dentes retidos condições das restaurações
Desvios da linha média.
Exame Radiográfico – telerradiografia
Normas cefalométricas para crianças maiores de 8
anos – falta de parâmetros de comparação
Classe II ou III esquelética, repetir cerca dos 9 anos
de idade
McNamara – descrição do padrão esquelético
Björk-Jarabak – estudo do prognóstico do
crescimento mandibular.
Exame Radiográfico – radiografia periapical
Campo de avaliação mais reduzido, mas com maior
definição.

Estudo da integridade dos tecidos dentários

Estudo das condições radiculares e periodontais.


Exame Radiográfico – radiografia oclusal
Em Odontopediatria utilizamos a técnica
oclusal com radiografia periapical do adulto.

Observar a sutura média palatina

Observar a região dos incisivos centrais e


laterais temporários.
ESTUDO DOS MODELOS
Análise estática dos arcos
superior e inferior

Análises :
Transversal
Sagital
Vertical
Análise transversal – linha média
Plano de referência: plano médio sagital
Linha média Normal
dentária Desviada
Linha média Representada pela rafe palatina na porção Normal
maxilar posterior Desviada – direita / esquerda
Linha média Representada pela intercepção do freio lingual Normal
mandíbula posteriormente pela projecção do plano da rafe Desviada – direita / esquerda
palatina
Análise transversal – diastemas
BAUME - 1950
DIASTEMA NA REGIÃO ANTERIOR ALINHAMENTO DOS DENTES
ANTERIORES PERMANENTES
ARCO TIPO I Presente + Favorável
ARCO TIPO II Ausente - Favorável
ARCO MISTO Tipo I superior e tipo II inferior
Tipo II superior e tipo I inferior
ANÁLISE TRANSVERSAL DIASTEMAS
Espaços primatas:
Entre os incisivos laterais e os
caninos no maxilar superior
Entre os caninos e primeiros
molares no maxilar inferior.

Podem estar presentes num só


maxilar.
Análise transversal – diastemas
Soma dos espaços na mandíbula aos 5 anos e 6 Probabilidade de apinhamento aos 13 anos e 6
meses. meses. ( Adaptado de Leighton, 1969)
0 mm + apinhamento 100%
0 mm 70%
0 a 3 mm 50%
3 a 6 mm 20%
6 mm 0%
ANÁLISE TRANSVERSAL
Mordidas cruzadas:
Posteriores uni ou bilaterais
afetando um mais dentes.
Estudo dos modelos em
oclusão normal e em RC.
Desvios funcionais da
mandibula.
Análise sagital
Plano de referência: plano transversal
Plano terminal Plano Mesial Distal
Relação canina Classe I Classe II Classe III
Sobremordida horizontal - overjet Overjet normal acentuado negativo
Ausência de curva de Wilson
ANÁLISE SAGITAL RELAÇÃO CANINA
Classe I
O canino superior está situado
para distal em relação ao
canino inferior.
A cúspide do canino superior
oclui entre o canino inferior
e o primeiro molar
temporário.
ANÁLISE SAGITAL RELAÇÃO CANINA
Classe II
O canino superior está situado
para mesial em relação ao
canino inferior.
A cúspide do canino superior oclui
com o canino inferior ou entre
o canino inferior e o incisivo
lateral inferior temporário.
ANÁLISE SAGITAL RELAÇÃO CANINA
Classe III
A cúspide do canino superior
está situado para distal em
relação à cúspide do canino
inferior.
A cúspide do canino superior
oclui com o primeiro molar
inferior temporário.
ANÁLISE SAGITAL OVERJET
Distância em mm entre a
face vestibular do incisivo
central inferior e o bordo
incisal do incisivo central
superior.

Norma é de 0 a 3 mm.
Análise vertical
Plano de referência: plano oclusal
Sobremordida vertical - overbite normal
acentuado
negativo

Curva de Wilson Ausência de curva de Wilson


ANÁLISE VERTICAL OVEBITE
Distância em mm no sentido
vertical entre os bordos
incisais dos incisivos centrais
inferiores e superiores.

Norma é de 0 a 3 mm.
ANÁLISE VERTICAL CURVA DE SPEE
¡ Dentes temporários
implantados verticalmente
na base óssea.
¡ Faces oclusais e bordos
incisais dos dentes
temporários encontram-se no
mesmo plano.
EXAME FACIAL
Exame clínico
Exame fotográfico:
- fotografias frontal e lateral
- paciente em pé em posição relaxada
- cabeça posicionada de forma que o
plano de Frankfurt fique paralelo
ao solo
- lábios em repouso
Telerradiografia.
Exame facial
Estudo frontal
Proporções faciais alteram-se – desenvolvimento vertical e sagital da face.
Cérebro e olhos predominantes no recém-nascido.
Nariz muito próximo dos olhos.
Maxilares desenvolvem-se com o crescimento.
Exame facial
Langlade (1993) – modificações faciais entre os 4 e os 8 anos de idade
Aos 7 anos os meninos têm metade do prognatismo definido e as meninas ¾.
Crescimento nasal é constante desde o 1º ano até aos 18 anos aumentando em média 26,1 mm
nas meninas e 27 mm nos meninos.
O lábio superior cresce cerca de 6,5 mm parando aos 14 anos para as meninas; deve cobrir cerca
de 70% da face vestibular dos incisivos superiores.
O lábio inferior cresce cerca de 8,2 mm; deve cobrir cerca de 30% da face vestibular dos incisivos
superiores.
Exame facial – biotipo facial - DOLICOFACIAL
Face alongada e estreita.
Pouco desenvolvimento do aparelho mastigatório
musculoesquelético.
Direcção de crescimento vertical.
Tendência para mordida aberta.
Posição distal da mandíbula.
Associado a maloclusão classe II div.1.
Exame facial – biotipo facial - DOLICOFACIAL
Propensão para problemas naso-respiratórios.
Palato ogival.
Mastigação predominantemente realizada pelo
musculo temporal.
Mastigação superficial e mínima abrasão dos
dentes temporários.
Prognóstico de tratamento reservado.
Exame facial – biotipo facial - BRAQUIFACIAL
Face curta e larga, mandíbula forte e quadrada.
Estrutura esquelética e muscular da face bem
desenvolvidas.
Direcção de crescimento horizontal.
Tendência para mordida profunda.
Posição protrusiva da mandíbula.
Associado a maloclusão classe II div.2.
Exame facial – biotipo facial - BRAQUIFACIAL
Não é frequente apresentar distoclusão e
respiração bucal.
Mastigação predominantemente realizada pelo
musculo maseter.
Dentes temporários frequentemente
abrasionados.
Prognóstico de tratamento favorável.
Exame facial – biotipo facial - MESOFACIAL
Face proporcional em relação a altura e largura.
Associado a classe I.
Relação maxilomandibular normal.
Musculatura em equilibrio.
Prognóstico de tratamento favorável.
Exame facial
Assimetria facial – Assimetria mandibular - linha média
Assimetria mandibular A mandíbula não apresenta assimetria estrutural, ocorre um
funcional deslocamento lateral que pode ser devido a contactos prematuros,
mordidas cruzadas ou desvios funcionais que podem originar uma
posição habitual de desvio lateral. Com a correcção da causa do desvio
funcional a assimetria deixa de se verificar.
Assimetria mandibular Ocorre devido a um crescimento desigual do condilo com um
esquelética crescimento assimétrico dos ramos direito e esquerdo da mandíbula
Exame facial
Estudo lateral – perfil
A análise facial de perfil pode assinalar a possível maloclusão presente.
Perfil muito convexo a Pode associar-se a presença de oclusão com degrau distal, relação
partir dos 3 anos canina classe II, overjet aumentado, possível tendência para uma
maloclusão classe II na dentição mista.
Perfil concavo Associado a uma mordida cruzada anterior e/ou posterior pode indicar
uma tendência para uma maloclusão classe III. Tratamento mais
complexo do que mordida cruzada anterior com perfil recto.
Exame funcional
Respiração
Respiração normal Respiração nasal com selamento labial
Pressão negativa entre a língua e o palato duro durante a inspiração.

Respiração inadequada Respiração bucal sem selamento labial


Língua ocupa uma posição mais inferior e anterior para permitir a
passagem de ar.
Exame funcional
Respiração
Causas de respiração Obstrução das vias aéreas superiores
oral Hipertrofia das adenóides
Hipertrofia das amígdalas palatinas
Hipertrofia dos cornetos nasais
Rinite alérgica
Desvio do septo nasal
Hábitos adquiridos
Exame funcional
Respiração - Exame respiratório
Anamnese – história de doença que cause respiração oral
Avaliação da actividade respiratória nasal – colocação de um espelho
“Face adenoidea”
Falta de desenvolvimento maxilar; Mordidas cruzadas
Deglutição atípica; gengivas hipertrofiadas com sangramento
Diagnóstico multidisciplinar: otorrinolaringologista, terapeuta da fala,
pediatra e odontopediatra / ortodontista.
RESPIRAÇÃO NASAL RESPIRAÇÃO ORAL
Exame funcional
Deglutição atípica
A deglutição atípica tem origem no desequilíbrio entre a musculatura perioral e a língua.

Caracteriza-se pela contracção labial no momento da deglutição e pela presença de mordida


aberta anterior, que normalmente acompanha esta disfunção.
Exame funcional
Deglutição atípica
Causas Amigdalites
Desequilíbrio neuromuscular
Macroglosia
Anquiloglosia
Perdas precoces de dentes temporários anteriores
Respiração bucal
Presença do hábito de sucção do dedo e da chupeta.
Exame funcional
Fonética
Problemas fonéticos indicam problemas motores e estruturais.

Necessidade de trabalho em equipa multidisciplinar para diagnóstico e tratamento.

Capacidade de adaptação dos lábios e língua – nem sempre uma alteração oclusal ocasiona
alterações fonéticas.
Hábitos orais
Hábitos mais comuns: Alterações associadas:

Interposição lingual ou Protrusão dentoalveolar


labial Protrusão dentária
Sucção dos lábios, Mordidas abertas
dedos e chupetas Mordidas cruzadas posteriores
Respiração oral. Inclinações dentárias.
¡ Hábitos orais
¡ Terapia miofuncional
¡ Mantenedores de espaço
¡ Alterações oclusais transversais
¡ Alterações oclusais verticais
¡ Alterações oclusais sagitais
Hábitos orais nocivos
Sucção digital / chupeta

Onicofagia

Deglutição atípica / interposição lingual

Interposição labial
DIAGNÓSTICO
Evitar perguntar diretamente sobre
qualquer hábito de sucção.

Identificação do hábito. Examinar:


•Mãos e dedos
•Lábios
•Língua
A identificação do hábito da chupeta
é mais complexo.
Sucção digital
Falta de contacto entre incisivos superiores e inferiores.

O movimento vestibulo-lingual dos incisivos depende de como o


paciente coloca o polegar ou indicador na boca.

A sucção de forma activa pode inclinar os incisivos superiores para


vestibular e os inferiores para lingual criando uma situação de overjet
aumentado.
Sucção digital – eliminação do hábito
Recém-nascido com hábito de sucção digital – trocar o dedo pelo chupeta pois será mais
fácil eliminar o hábito desta.

Mostrar o problema à criança (espelho).

Não fazer ameaças à criança, pelo contrário, conversar, incentivar e avaliar as atitudes em
relação ao hábito.

Mostrar fotografias intraorais de crianças que tiveram o mesmo hábito, as alterações


provocadas e a correcção após a colaboração em relação à eliminação do hábito.
Sucção digital – eliminação do hábito

Estimular a criança para a eliminação do hábito de sucção digital.

Incentivar os pais para que dediquem tempo à criança.

Aguardar por um período de cerca de 2 a 3 meses.

Caso haja insucesso, preconizar tratamento


Ortodôntico intercetivo e consulta com psicólogo.
CHUPETA
¡ É um objeto de borracha em
forma de mamilo que se dá
às crianças para chuparem;
chucha.

¡ A sucção da chupeta tem


vantagens e desvantagens.
CHUPETA VANTAGENS
Permite acalmar o bebé ou
ajudá-lo a adormecer.
Funciona como um treino para a
sucção.
Pode reduzir o síndrome da
morte súbita.
Pode aliviar a dor.
Chupeta – vantagens
Um relatório publicado no British Medical Journal (2005) sugere que o uso da chupeta foi
associado a uma redução do risco de síndrome da morte súbita, mas … não existem ainda
“provas” de qualquer relação causa - efeito e afirmam que “estas conclusões preliminares
carecem de confirmação.”

A Academia Americana de Pediatria recomenda aos pais e educadores de crianças, que


ofereçam uma chupeta aos bebés nos períodos de dormir, durante o primeiro ano de vida,
para aumentar a proteção contra o SMS.

A parte externa da chupeta ajuda a impedir que o nariz e a boca fiquem tapados com
cobertores. A ação de sucção melhora o controlo das vias aéreas superiores.
CHUPETA DESVANTAGENS
Relação comprovada entre o uso
prolongado de chupeta e otites médias.
Associação a infeções gástricas – maior
risco de sintomas como vómitos, febre,
diarreia e cólica.
Problemas na fala – a chupeta impede os
bebés de palrar.
Interfere na amamentação.
Pode originar problemas oclusais.
Chupeta
Com a chupeta a língua é colocada mais para baixo,
deixando de estimular o crescimento transversal do
palato.

Os músculos bucinador e orbicular fazem pressão


na parte vestibular da arcada superior, sem que
estas forças seja contrapostas pela língua.
CHUPETA ALTERAÇÕES OCLUSAIS
Padrão dento - facial e oclusão.
Idade de interrupção do hábito.
Forma e tamanho da chupeta.

Características da sucção
intensidade,
duração,
frequência.
Chupeta
Chupeta em látex submetida à cultura microbiana. Intenso
desenvolvimento de Streptococcus mutans.

Alertar para os cuidados de higiene da chupeta, desinfecção e


esterilização.

Evitar ter muitas chupetas. Trocar de chupeta mensalmente.


Prevenção – educação
O reforço positivo deve estar presente todos os dias. A orientação e participação dos pais é
fundamental. Orientações:
1 - Incentivar para a amamentação materna - diminui a necessidade de sucção extra.
2 - Quando necessário recorrer a amamentação com biberão utilizar tetinas anatómicas.

3 - Tomar consciência da presença do hábito. Observar a criança.


4 -Um hábito de sucção é motivo de preocupação por parte dos pais, pois pode causar
alterações no desenvolvimento harmonioso da criança (alterações oclusais).

5 - Não criticar, ridicularizar ou punir a criança, o hábito pode ser reforçado.


6 - Desviar a atenção para situações agradáveis.
Prevenção – educação
7 - Dedicar tempo à criança.

8 - A criança até aos 2 anos está na fase oral, utilizar a chupeta de forma racional.

9- Eliminar o hábito de forma a não causar desequilíbrio psicológico.

10 - Não permitir que a chupeta esteja acessível à criança.

11 - Retirar a chupeta assim que a criança adormeça.

12 - Utilizar chupeta de forma e tamanho adequados.


Chupeta – eliminação do hábito
O uso da chupeta está associado à interrupção da amamentação, antes do bebé atingir os
três meses de idade.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que todos os bebés, durante os


primeiros seis meses, sejam amamentados em exclusivo por amamentação materna
devido aos conhecidos benefícios do leite materno.

Por conseguinte, tanto a OMS como o Fundo das Nações Unidas para a Infância
desaconselham fortemente o uso da chupeta.
Chupeta – eliminação do hábito
Tentar associar a chupeta ao momento de dormir, assim que a criança adormeça, retirá-la.

Evitar pendurar a chupeta ao peito da criança para que não esteja acessível.

Tentar combinar e marcar uma data com a criança para que abandone o hábito.

Abordagem multidisciplinar: Odontopediatras, Ortodontistas, Psicólogos, Terapeutas da


Fala, Família.
Chupeta – eliminação do hábito
Realizar um furo ou cortar a ponta da chupeta, de forma que
não fique danificada ao ponto da criança poder engolir ou
aspirar parte desta.

O método permite fazer com que a criança deixe de ter prazer


na sucção.

Incentivar os pais a dedicarem tempo à criança.


TRATAMENTO
¡ Aparelhos fixos simples e
passivos

¡ Grelha lingual

¡ Grelha palatina
GRELHA PALATINA/LINGUAL
§ Impede a sucção digital ou da
chupeta.
§ Impede a interposição da língua na
deglutição ou fala.
§ Corrige de forma funcional a forma
das arcadas.
§ Não permite o contacto do dedo com
o palato.
GRELHA PALATINA/LINGUAL
¡ Recuperador de espaço

§ Ansas que permitem ativação


§ Alongamento do arco
¡ … ou interposição lingual,
verifica-se quando o
padrão de deglutição
infantil persiste.
CARACTERÍSTICAS
¡ Mordida aberta anterior ¡ Disfunção muscular e
¡ Protrusão dos incisivos e incompetência labial
aparecimento de ¡ Alterações fonéticas
diastemas anteriores
¡ Inibição do crescimento
vertical dos processos
alveolares
TRATAMENTO
¡ Terapia da fala ¡ Aparelhos fixos simples e
passivos
¡ Exercícios miofuncionais
¡ Grelha lingual
GRELHA PALATINA/LINGUAL
¡ Objetivos:

§ Corrigir o posicionamento da
língua, evitando a projeção
dos incisivos.
GRELHA PALATINA/LINGUAL
¡ Grelha lingual associada a
disjuntor Hyrax .
ONICOFAGIA
Limar as unhas e cortar a cutícula
localizada.

Utilização de vernizes de sabor


desagradável.

Nas meninas verniz colorido pode ser


uma motivação.
CARACTERÍSTICAS
¡ Frequente em pacientes ¡ Protrusão dentoalveolar
com overjet aumentado. superior.
¡ Incisivos inferiores
¡ O lábio coloca-se por trás inclinados para lingual.
¡ Retrusão dentoalveolar
dos incisivos superiores. inferior.
¡ Hipertrofia do musculo
mentoniano.
TRATAMENTO
¡ Lip bumper

§ Aparelho fixo passivo, com


escudos em acrílico no setor
inferior de forma a afastar o
lábio inferior.
Mantenedores de espaço
Idade da criança
Antes dos 7 anos Atraso de erupção do pré molar

Perda do molar temporário Depois dos 7 anos Erupção precoce do pré molar

Aos 4 anos Erupção do pré molar: atraso até 1 ano

Aos 6 anos Atraso da erupção do pré molar: 6


meses
Mantenedores de espaço
Tempo decorrido desde a perda dentária
Indicado o mais rápido possível depois da perda dentária.

Se possível planificar o mantenedor antes da remoção do dente e colocá-lo na mesma consulta.

A perda de espaço é mais acentuada durante os primeiros 6 meses, caso ocorra perda de espaço
pode colocar-se um mantenedor de espaço activo.

O dente permanente pode erupcionar precocemente.


Mantenedores de espaço
Selecção do mantenedor de espaço
Depende de:
Região a ser colocado
Etapa de desenvolvimento do arco dentário e da oclusão
Ancoragem e suportes dentários disponíveis
Idade e maturação.
Mantenedores de espaço - anterior
Analisar
Arco tipo I Baume (diastemas) Probabilidade de perda de espaço reduzida.

Arco tipo II Baume (s/ diastemas) Migração mesial, mais severa se há apinhamento.

Avaliar a oclusão e hábitos da criança no momento da indicação e planificação do mantenedor.


Mantenedores de espaço - anterior
Mantenedor removível
Placa base de resina acrílica (dentes naturais ou acrílicos).
Indicado em caso de ausência de um ou mais dentes anteriores.
Permite a reabilitação de espaços anteriores e posteriores no mesmo aparelho, com outros
dispositivos para correcção, como por exemplo, expansor, grelha lingual.
Boa adaptação, bom efeito estético e funcional.
Indicado em crianças acima dos 4 anos – colaboração de uso
Exige controlos periódicos.
Mantenedores de espaço - anterior
Mantenedor fixo – extremo livre
Indicado em caso de ausência de um único dente anterior temporário.

Dente pilar com o máximo de 1/3 de raiz reabsorvida.

Contra-indicado em casos mordida aberta anterior e incompetência labial.

Controlo periódico.
Mantenedores de espaço - anterior
Mantenedor fixo – tipo Denari
Indicado em caso de ausência de um ou mais dentes anteriores.
Indicado em crianças especiais / incapacitadas.
Arco tipo I e overjet normal mais favorável do que o tipo II.
Contra-indicado em casos de mordida cruzada anterior, topo a topo e mordida aberta anterior.
Dentes pilares com ou sem preparações.
Sistema tubo - barra.
Controlo periódico.
Mantenedores de espaço - posterior
Mantenedor removível
Resina acrílica.

Indicado em casos de perdas múltiplas.


Mantenedores de espaço - posterior
Mantenedor fixo – banda alça
Verificar se não ocorreu extrusão do antagonista.
Necessidade de existência de dente adjacente ao
espaço edêntulo.
Controlo periódico a longo prazo.
Remoção do aparelho quando o definitivo começa
a erupcionar.
Banda alça / coroa alça.
¡ Vantagens
§ Uso continuado.
§ Os seus efeitos não dependem da intervenção do
paciente.
¡ Desvantagens
§ A colocação de um aparelho fixo a uma criança
com risco de cárie elevado pode por em perigo os
dentes que suportam as bandas, ou inclusive os
dentes vizinhos.
§ Perturbação do desenvolvimento na ausência de
controlo.
¡ Indicações
§ Perda precoce de mais
de um dente temporário
superior posterior.

§ Pacientes não
colaborantes.
¡ Indicações
§ Perda precoce e/ou
ausência de mais de um
dente temporário superior
posterior, com
necessidade reabilitação
protética.

§ Pacientes não
colaborantes.
¡ Indicações
§ Perda precoce e/ou
ausência de um ou mais
dentes temporários
superiores.
¡ Indicações
§ Perda precoce e/ou
ausência de um ou mais
dentes temporários
inferiores.
¡ Recuperador de
espaço

§ Ansa para activação


§ Permite alongar o arco
¡ Indicações
§ Perda precoce de um
único dente temporário
posterior.

§ Pacientes não
colaborantes.
Correcção de mordidas cruzadas – anterior
Pode indicar problema de crescimento ósseo
e desenvolvimento de maloclusão classe III.

A correcção da mordida cruzada deve-se


realizar o precocemente possível pois é um
factor que altera a direcção de crescimento
dos maxilares.
Correcção de mordidas cruzadas – anterior
Plano inclinado individual superior fixo
Exame radiográfico para avaliar o grau de rizálise.
Dois dentes inferiores de ancoragem.
A largura da rampa deve ser igual a metade do dente a
ser descruzado.
2 semanas tratamento, 3 de contenção.
A rampa pode ser realizada por método directo ou
indirecto, com ou sem recurso a coroa de acetato.
q Baseiam-se num simples princípio de física; A rampa transmite forças
para os dentes afectados conseguindo confortavelmente reposicioná-los,
com pouca ou quase nenhuma cooperação por parte do paciente.
Rampas no
tratamento das
mordidas cruzadas
anteriores:

Coroas pré-formadas
Rampas em acrílico Rampas em
de aço em posição
fixas na mandíbula; compósito;
invertida;
qA rampa deve ter 3-4mm e formar um ângulo de 45º com o eixo
longitudinal do dente;
q Deve-se usar uma resina de cor diferente do dente.
q Os incisivos em questão devem ser os únicos pontos de contacto entre as
arcadas;
q Os dentes posteriores não se encontram em contacto após a colocação da
rampa, no entanto uma oclusão posterior normal é restabelecida assim que
os incisivos maxilares estejam posicionados para vestibular;
q Aconselhar uma dieta mole nos primeiros dias;
q Motivar para uma boa higiene oral e marcação de consulta após 1 semana;
q A correcção da mordida cruzada obtém-se passado uma a quatro semanas.
Correcção de mordidas cruzadas – anterior
Máscara facial
A máscara facial exerce forma sobre o maxilar por meio de elásticos
conectados a um aparelho cimentado no maxilar.

Tratamento ortopédico, produz uma alteração esquelética na


criança através do avanço do ponto A.

Bem aceite pela criança .


Mordidas cruzadas posteriores (transversais):

¡ Mordida cruzada funcional

¡ Mordida cruzada dento-alveolar

¡ Mordida cruzada esquelética


Correcção de mordidas cruzadas – posterior
Natureza da alteração
Esquelética Dentoalveolar Expansão lenta
Dentária Pistas planas
Funcional Quad-helix
Esquelética Expansão rápida
A persistência da mordida cruzada funcional durante a fase de crescimento pode resultar numa
assimetria facial esquelética.
MORDIDAS CRUZADAS FUNCIONAIS
¡ Surgem quando existe uma
interferência oclusal.
¡ A mandibula desloca-se
para a direita ou para a
esquerda dando origem a
uma mordida cruzada
unilateral.
MORDIDAS CRUZADAS FUNCIONAIS – DIAGNÓSTICO
¡ Manipular a mandibula
para RC.

¡ Mordida cruzada funcional


– linha media centra-se e
não há desvio do mento.
MORDIDAS CRUZADAS FUNCIONAIS – TRATAMENTO
¡ Eliminação de ¡ Aparelho expansor dento-
interferências – desgastes alveolar
oclusais seletivos
Desgastes selectivos
Procedimento de desgastes selectivos (Moyers)
Contacto dos dentes em oclusão, coincidindo com as linhas médias – interferências
oclusais iniciais tornam-se evidentes.
Marcar as interferências com papel articular.
Desgaste com broca diamantada. Geralmente as interferências ocorrem inicialmente
nos caninos e posteriormente a nível dos molares.
Instruir a criança para protruir a mandíbula, coincidindo a linha média, marcar as
interferências com papel articular e realizar os desgastes.
¡ A. Desgastes na
interferência da linha
média no canino
temporário.

¡ B. Desgaste n0 molar
temporário.
(Moyers)
¡ Correção antero-posterior
de maloclusão funcional:

¡ A. Caninos temporários.

¡ B. Molares temporários.
(Moyers)
MORDIDAS CRUZADAS DENTOALVEOLARES - DIAGNÓSTICO
¡ Pode afetar um dente ou
um grupo de dentes.

¡ Verifica-se uma alteração


na direção dos eixos
dentários inferiores e/ou
superiores.
MORDIDAS CRUZADAS DENTOALVEOLARES - TRATAMENTO

¡ Expansão lenta maxilar. ¡ Placa de resina acrílica

¡ Quad-helix
Correcção de mordidas cruzadas – posterior
Expansão lenta do maxilar
Placa de resina acrílica com parafuso expansor.
Movimento dentário activo não deve exceder 1mm por
mês = ¼ de volta por semana.
A activação expande o arco por inclinação vestibular
dos dentes posteriores.
QUAD-HELIX
Mordidas cruzadas dentárias
– inclinação para
vestibular dos dentes
posteriores.

Após correção - contenção


com placa acrílica.
MORDIDAS CRUZADAS ESQUELÉTICAS - DIAGNÓSTICO
¡ Surgem devido a ¡ Fatores etiológicos:
alterações nas dimensões
transversais do maxilar § Respiração oral
e/ou mandibula. § Deglutição atípica
§ Hábitos de sucção não
¡ Causa mais comum é nutritivos.
constrição maxilar.
MORDIDAS CRUZADAS ESQUELÉTICAS - TRATAMENTO

¡ Expansão rápida do ¡ Disjuntores.


maxilar.
¡ Correção de mordidas cruzadas – posterior
Expansão rápida maxilar
Mordida cruzada esquelética.
Separação dos processos maxilares –
efeito ortopédico, que se verifica com
aparecimento de diastema anterior.
Ativação ¼ volta por dia até sobre correção.
Contenção 6 meses a fim de evitar recidivas.
Aparelhos funcionais
Forças provenientes das funções dinâmicas da atividade muscular, e não
do próprio aparelho.

Reabilitam as funções alteradas e aumentam a atividade muscular,


induzindo as mudanças necessárias para o crescimento e desenvolvimento
dos maxilares para corrigir a maloclusão.
Aparelhos funcionais intraorais
Bionator – aparelho funcional rígido de apoio dentário passivo.
Klammt – aparelho funcional elástico de apoio dentário ativo.
Fränkel – aparelho funcional regulador da função.
Sander – aparelho funcional de placas ativas.
Twin Block
Aparelhos funcionais intraorais - Bionator
Indicações:
Incompetência labial, permite um melhor contacto ente a língua e o
palato. Reeducação lingual.

Para avançar o maxilar inferior nas aparentes distoclusões em pacientes


com tendência a classe II div.1, permitindo uma boa relação oclusal.
Mordida profunda.
Aparelhos funcionais intraorais - Klammt
Tem grande elasticidade.

Favorável aos movimentos linguais e estímulos


miofuncionais.

Klammt classe I, Klammt classe II, Klammt classe III, Klammt mordida
aberta anterior ou posterior.
Aparelho Indicações
Arcadas bem configuradas transversalmente;
Bionator Vestibularização incisiva sem apinhamentos, bom
alinhamento dos incisivos inferiores.

Compressão de ambas as arcadas sem mordida cruzada,


Klammt discreto apinhamento superior e inferior com overjet e
overbite aumentados. Maior quantidade de movimento
dentário.
Aparelhos funcionais intraorais – Fränkel
A filosofia principal de Fränkel é que a dentição depende muito da matriz
funcional, do mecanismo do bucinador de do complexo do orbicular dos
lábios.

Classe II div1
Classe III
Aparelhos funcionais intraorais – Sander
Aparelho superior com guias
anteriores separadas por
parafuso expansor e aparelho
inferior com parafuso de
expansão lenta.
Aparelhos funcionais intraorais – Twin Block
Dois aparelhos superior e inferior, ambos com arco vestibular, gancho de
adams e parafuso de expansão lenta.

Classe II div.1 de origem funcional.

Indicado em fase de crescimento e recomendado como tratamento


intercetivo para ser complementado com ortodontia fixa.
15ª edição
Famalicão, 2021

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