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CLASSE II - DIVISÃO 2 .

Caracteriza–se por apresentar:


( Disto oclusão)
- Os incisivos centrais superiores em línguo–
versão ou quase normais. Os incisivos laterais
Angle (1899)- publicou sua classificação superiores em vestíbulo – versão
de má-oclusão, que se tornou um marco, e uma
referencia na ortodontia.

Angle dizia que os molares superiores


eram a chave da oclusão definindo a classe II
como aquela em que a posição em que o molar
inferior esta distalmente posicionado em
relação ao molar superior ou seja, distal dos
primeiros molares permanentes inferiores e da
mandíbula, (distoclusão). O sulco mésio–
vestibular do primeiro molar permanente inferior
oclui distalmente à cúspide mésio-vestibular do
primeiro molar permanente superior. ‰ SUBDIVISÃO

Encontram – se nesta categoria 27% A Classe II também


dos casos, e podem originar–se de uma apresenta a subdivisão. Para Angle, os casos
displasia óssea ou ser intrínseca . em que de um lado há relação de classe II de
molares e do outra classe I, são chamadas de
DIVISÃO 1. Podem apresentar uma ou subdivisão.
mais características
RADIOGRAFIAS
-Incisivos superiores protruídos ou inclinados
para vestibular Três décadas mais tarde com o advento
- Lábio superior geralmente com rachaduras da radiografia cefalométrica foi possível aos
- Lábio inferior entre os incisivos superiores ortodontistas esclarecer que muitas más -
e inferiores oclusões Classe ll resultavam de relações
- São respiradores bucais, quase sempre maxilo-mandibulares discrepantes e não
- Perfil convexo somente de dentes mal posicionados.
- Incisivos inferiores em supra – versão
- Podem apresentar mordida aberta anterior
- Sobressaliência ou overjet acentuado

Classe II – Dental – As bases ou seja, a


maxila e mandíbula apresentam-se com bom
posicionamento porém, os dentes superiores
apresentam-se protruídos ou colocados de
forma inadequada no arco.

Classe II - esquelética – Os dentes estão


colocados relativamente bem em suas bases e,

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exatamente essas bases que estão em •Corrigir a desarmonia
desarmonia, podendo ter comprometimento de: dentoesquelética;
•Movimentação dentária;
A – Protrusão de maxila e mandíbula bem •Acomodação muscular.
posicionada. Diagnóstico morfológico diferencial e indicação
B - Retrusão de mandíbula e maxila bem de tratamento.
posicionada.
C- Protrusão de maxila de retrusão de •Discrepâncias dentárias
mandíbula. - Ortodontia mecânica:
Ancoragem extrabucal ou aparelhos
alternativos e extrações.

•Discrepâncias esqueléticas
–Ortopedia funcional:
Aparelhos ortopédicos (pacientes em
crescimento);
Cirurgia ortognática.em adultos.

Basicamente estes são os tipos de


tratamentos indicados para pacientes
portadores dessa má oclusão que entretanto
devemos levar em consideração vários fatores
Para o tratamento das classes II, durante antes de decidir por um ou outro procedimento.
muito tempo foram efetuados de maneira
distinta na Europa com aparelhos ortopédicos e Tentaremos descrever a indicação para
aparatologia removível e, nos EUA com cada particularidade individual dos pacientes.
aparatologia fixa com AEB e extrações.
a) Pacientes com discrepâncias
Em 1981 James A McNamara Jr. dentárias:
observou que 60% das classes II dos arquivos
do Centro de Crescimento Humano da 1- Padrão vertical ângulo Maxilo x
Universidade de Michigan apresentavam mandibular alto – Acima de 28º com
retrusão mandibular e, maxila mais retrusivas sobremordida
que protrusivas. - Extrações e aparelhos fixos.
- Intrusão de incisivos inferiores.
Silva Filho - (1989) após levantamento
epidemiológico em escolares da cidade de
Bauru (SP), relata que do total de crianças
estudadas, 42% das más oclusões são classe
II, sendo:
15% esqueléticas.
27% dentárias.

Henriques - (1998) em trabalho de


levantamento de crianças portadoras de má
oclusão, semelhante aquele publicado
anteriormente por McNamara e posteriormente
por Silva Filho observou que 76% dos
pacientes que estudou com classe II, tinham a
mandíbula retruída e, a maxila variou entre:
- retruída
- bem posicionada
- protruída.

Objetivos Terapêuticos do tratamento


das Classes II –
Paciente classe II padrão vertical, ângulo Mx.Md aberto (32º),
sobremordida, altura facial anterior inferior aumentada e falta de
vedamento labial. Seu tratamento deverá ser com intrusão de

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incisivos inferiores com extrações e controle vertical, ou intrusão Paciente classe II subdivisão, com sobremordida leve, ângulo
de incisivos com controle vertical posterior. Nunca deveremos Mx.Md diminuído, padrão meso. Neste caso é preferível não fazer
indicar qualquer tratamento que provocará extrusão de dentes extrações, usando pendulo para distalização do molar, aparelhos
posterior e conseqüente aumento de altura facial ântero-inferior. fixos e pequena protrusão dos incisivos inferiores.

2- Padrão vertical – Ângulo Maxilo x b) Pacientes com discrepâncias esqueléticas:


mandibular alto e mordida aberta Ortopedia Funcional ou Cirurgia ortognática.
-Extrações e aparelhos fixos
-Bite Block 1-Ortopedia funcional
-Barra palatina Baixa.
-AEB de puxada alta.
-Grades para língua.

Paciente padrão vertical, ângulo Mx.Md aumentado de mordida


aberta. Estes tipos de paciente preferencialmente devem ser
tratados com aparelhos fixos, extrações e controle vertical,
promovendo um movimento anti-horário da mandíbula.

Paciente em crescimento portador de classe II esqueletal com


Podemos usar para controle vertical posterior, a barra palatina deficiência de mandíbula, padrão horizontal. Nestes casos
baixa ou Bite Block com grade. devemos indicar aparelhos ortopédicos para avanço de
mandíbula.

3- Padrão horizontal ângulo maxilo


mandibular baixo
- Evitar extrações com perda de
ancoragem posterior,
- Promover distalização de
molares superiores com AEB cervical
ou aparelhos alternativos.
- Usar placas de levantamento de
mordida.

Paciente descrito anteriormente, com aparelho híbrido para


avanço de mandíbula.

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Aparelho híbrido para avanço de mandíbula, sendo usado
juntamente com aparelho fixo.
Como citado anteriormente, esses
aparelhos ortopédicos para correção de classe
II tiveram seu “berço” na Europa, notadamente
na Alemanha cujo princípio era o avanço
intermitente da mandíbula, estimulando-a a
desenvolver no sentido anterior.
Segundo seus idealizadores esse tipo de
Aparelho de Herbst, utilizado em fase de crescimento para
aparelho tem várias vantagens sobre os fixos
promover avanço de mandíbula. que citam entre elas:
•Correção do relacionamento
esquelético;
•Melhora do perfil facial;
•Adaptação precoce da musculatura
bucofacial;
•Aumento da motivação do paciente
e familiar;
•Redução significante de extrações;
•Proporciona movimentações
dentárias menores durante a terapia
fixa;
•Menor tempo de utilização dos
aparelhos fixos;
•Maior estabilidade, com um menor
risco de recidiva.
Paciente portadora de classe II div 1, esquelética-deficiência de
mandíbula- em fase de crescimento. com padrão favorável.
A idade ideal para iniciarmos o
tratamento com este tipo de aparelhos é citada
na literatura o segundo período transitório
dental ou ainda o pico de crescimento que se
dá na pré puberdade ou pré menarca que
determinamos a época exata através de Rx
carpal quando a epifise está iniciando o
capeamento da diáfise da falange distal do
dedo médio .

Paciente descrito anteriormente com o aparelho Bionator de


Balters, instalado usado para avanço de mandíbula. A idade Ide
Alem dos aparelhos citados acima, há
Quando nosso paciente é adulto e é
outros que proporcionam bons resultados
portador de classe II esquelética, com
porém devem ser usados somente na fase de
deficiência de mandíbula, nossa opção de
crescimento.
tratamento será ortodôntico-cirúrgica.
Para indicação do tipo de aparelho
2- Cirurgia Ortognática – Novamente
funcional devemos avaliar detidamente, as
devemos avaliar com muito critério para indicar
causas e implicações de cada caso para com
a cirurgia adequada para cada implicação
precisão decidirmos tipo de aparelho que
específica da classe II que podem ser avanço
melhor se enquadra para o tratamento que
de mandíbula com ou sem mentoplastia,
podem ser fixo ou removível como Herbst,
impacção total da maxila com ou sem avanço,
APM, Bionator de Baltes, Twin Block, Binler
impactação posterior da maxila, avanço de
dentre outros que descreveremos no capítulo
sobre OFM.
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mandíbula e redução seguimentada da pré-
maxila.

CABRERA, C. A. G.; CABRERA, M.C. Ortodontia Clínica I. Curitiba: Ed. Produções Interativas, v.1, p. 324-329, 1997.
ƒCABRERA, C. A. G. et al. Ortodontia Operacional. Curitiba: Ed. Produções Interativas, p. 206-213, 2000.
HENRIQUES,J.F.C.et al. Estudo longitudinal das características da má oclusão de classe II, 1ª divisão sem tratamento, em jovens,
leucodermas, por um período médio de 3 anos e 4 meses. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Maxilar,v.3, n.3, p.52-66, maio-
jun.1996.
Minervino , B. L. et al. O Aparelho de Balters no tratamento da Classe II, 1ª divisão. Relato de um caso clínico Revista Dental Press de
Ortodontia e Ortopedia Facial - v.4, nº 3 - mai./jun. – 1999.
SILVA FILHO, O.G. et al. Oclusão: escolares de Bauru. Prevalência de oclusão normal e má-oclusão na dentadura mista em escolares da
cidade de Bauru (São Paulo). Revista da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas, v.43, n.6, p.287-290, nov./ dez. 1989.
SILVA FILHO, O.G. et al . Aparelho de Herbst – Variação para uso na Dentadura Mista. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial
- Facial, Maringá,v.5,n.5,p.58-67,set./out.2000.
Ursi, W. et al. Alteração Clínica da Face em Crescimento: Uma Comparação Cefalométrica entre os Aparelhos Extrabucal Cervical, Frankel e
Herbst, noTratamento das Classes II. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - v.4, nº 5 - set./out. – 1999.

CASOS CLÍNICOS

01- Paciente sexo feminino, 21 anos cuja queixa principal era estética – dentes
tortos. Má oclusão de Classe II, div. 2, maxila e mandíbula ligeiramente
retruídas, linha média superior desviadas para a direita, sobremordida de 6mm,
maxila atrésica.

PROPOSTA DE TRATAMENTO:
1- Expansão rápida da maxila 2- Aparelhos fixos CD superior e inferior 3- Mecânica
de Classe II 4- Remoção e contenção

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Aspectos finais do tratamento
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02- Paciente sexo masculino 9 anos cuja queixa principal era dentes para frente. Má
oclusão de Classe II, div. 1, sobremordida e sobresaliencia exageradas.

PROPOSTA DE TRATAMENTO:
Em duas Fases:
1- Aparelhos fixos 2x4 superior e inferior , corrigir sobremordida e sobressaliencia
com mecânica de Begg e, aguardar a erupção de caninos e pré-molares para a
segunda fase do tratamento.

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03- Paciente sexo feminino 17 anos cuja queixa principal era “mordida torta”. Má
oclusão de Classe II, div. 1, mordida cruzada posterior unilateral.

PROPOSTA DE TRATAMENTO:
1-Expansão rápida da maxila + Aparelho fixo superior e inferior, e mecânica de Classe
II com elásticos.

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04- Paciente sexo masculino 15 anos cuja queixa principal era “dente torto – canino
superior esquerdo”. Má oclusão de Classe II, div. 1, subdivisão.

PROPOSTA DE TRATAMENTO:
1-Expansão rápida da maxila + Aparelho fixo superior e inferior, distalização de 24, 25,
26 e 27 complementando com mecânica de Classe II com elásticos do lado
esquerdo.

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05- Paciente sexo feminino, 20 anos, classe II de molares e III de caninos, padrão
vertical, excesso do terço inferior, mordida aberta, falta de vedamento dos lábios e,
exposição excessiva da gengiva (linha do sorriso alto), queixa principal “não
consegue mastigar”, mostra gengiva quando sorri. Já usou aparelho e os dentes
entortaram depois da contenção.

PROPOSTA DE TRATAMENTO:
1- Aparelho fixo superior e inferior, alinhamento, nivelamento e coordenação dos arcos
para posterior cirurgia e impactação de maxila e mentoplastia.

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Pac. - Sexo masculino - dolicofacial
Idade -10 anos
Queixa- Tentes tortos
-Face Convexa
-bi-protrusão
-Ângulo naso-labial fechado
-linha H-nariz = -+
-1-Apo = +3
-Ângulo M.M.= 3

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FIGURA 61 - Arcos A Niti .016”x.022”

Figuras 65 A 68 - Características iniciais do tratamento

Paciente portador de Classe II, de


4mm (Andrews) os dentes inferiores retro-
inclinados,

Foi proposto tratamento com


extrações de dois pré-molares superiores,
uso de aparelhos fixos

FIGURA-62 - .019”x.025” de aço

FIGURA 59 - Arcos A Niti .016”x.022”

FIGURA-63 - .019”x.025” de aço e elástico classe II direito para


correção da linha média

FIGURA 60 Arcos australiano .018” elástico Cl.II 150 grs.

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FIGURA-64 - .019”x.025” de aço com retrações

FIGURA-65 - .019”x.025” de aço com amarilho distal de


imobilização

FIGURA-66 Resultado final do tratamento

FIGURA-67 Resultado final do tratamento

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