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Escala de Esquemas Emocionais - Leahy

18/01/2023

4,0 pontos
Incompreensibilidade
Ideia de que as emoções não fazem sentido - que elas são caóticas ou
desprovidas de significado, e surgem do nada.
Os indivíduos frequentemente acham que suas emoções não fazem
sentido. Eles ficam confusos quanto aos seus sentimentos. Por exemplo,
podem dizer: “Existem coisas a meu respeito que eu simplesmente não
entendo”, “Meus sentimentos não fazem sentido para mim”, “Acho que meus
sentimentos são estranhos ou esquisitos” ou “Meus sentimentos parecem sair
do nada”. A dificuldade em compreender a emoção os leva a se sentir confusos
acerca da sua experiência e impotentes quanto ao que fazer.

Racionalidade excessiva
Crença de que deve ser racional, não emocional, e que a emocionalidade
é algo a ser evitado e substituído pelo pensamento racional ou lógico.

Os indivíduos que enfatizam a racionalidade em vez da experiência


emocional acreditam que ser lógico ou racional é uma forma superior de
funcionamento. Creem que suas emoções devem ser eliminadas ou
controladas, de modo que não os impeçam de uma solução dos problemas ou
de um funcionamento racional e eficaz. Exemplos de ênfase na racionalidade
incluem: “Eu devo ser racional e lógico em tudo” e “Você não pode depender
de que seus sentimentos lhe digam o que é bom para você”.

Ruminação
Crença do indivíduo de que ele deve se apegar às crenças negativas e
focar no seu significado ou falta de significado, frequentemente de forma
repetitiva e interminável. Por exemplo, uma pessoa que se sente triste
foca na experiência de tristeza perguntando porque a situação aconteceu,
como chegou a este ponto...

Os indivíduos às vezes ficam “presos” a uma emoção – fixando-se no


fato de que estão tendo um sentimento desagradável, fazendo-se perguntas
irrespondíveis (p. ex., “O que há de errado comigo?”) e focando repetidamente
em sua experiência negativa. A ruminação pode ser vista como um estilo de
enfrentamento problemático de pensamentos e emoções indesejados. As
pessoas que ruminam em geral acreditam que não conseguem se desprender
de uma emoção ou pensamento, que têm de resolver as coisas e que não
conseguem aceitar que um pensamento é simplesmente um pensamento e
uma emoção é temporária (Wells, 1995). O modelo do esquema emocional
defende que a ruminação é uma estratégia de enfrentamento problemática de
uma emoção desagradável ou indesejada, já que leva um indivíduo a ficar
preso a uma experiência emocional ou lembrança, evocando mais negatividade
da emoção e afastando-o do funcionamento produtivo. Exemplos de
comentários de pacientes ruminativos incluem: “Quando me sinto deprimido,
sento sozinho e penso muito sobre o quanto me sinto mal”, “Eu frequentemente
digo a mim mesmo: ‘O que há de errado comigo?’” e “Eu me foco muito nos
meus sentimentos ou em minhas sensações físicas”.

3,8 pontos
Visão simplista da emoção
refere-se à intolerância de sentimentos contraditórios ou de ambivalência
emocional.

Algumas pessoas acreditam que só devem se sentir de uma maneira


sobre as coisas, tendo dificuldades com sentimentos contraditórios. Em alguns
casos, isso assume a forma de pensamento dicotômico sobre si (“Eu sou
inteiramente mau”) ou sobre os outros (“Ele é inteiramente mau”). Perspectivas
diferenciadas, equilibradas e complexas de si e dos outros incluem a
consciência de que uma mesma pessoa pode ter qualidades diferentes e
conflitantes, dependendo da situação ou do momento. Assim, o indivíduo e os
outros são variáveis. O pensamento mais diferenciado permite aos sujeitos a
oportunidade de coordenar sentimentos aparentemente conflitantes, os quais,
às vezes, são inevitáveis. Exemplos de visões simplistas de si e dos outros
incluem: “Não suporto quando tenho sentimentos contraditórios – como gostar
e não gostar da mesma pessoa”, “Quando tenho sentimentos conflitantes sobre
alguém, fico perturbado ou confuso” e “Eu gosto de ser absolutamente

determinado sobre a forma como me sinto sobre mim mesmo”. Uma visão
simplista da emoção reflete uma visão dicotômica da experiência, do tipo tudo
ou nada.
3,7 pontos
Invalidação
Crença do indivíduo de que os outros não o compreendem ou não se
importam com suas emoções. É um fator importante em como as pessoas
aprendem que suas emoções importam, têm sentido e são valorizadas
pelos outros.

Algumas pessoas acreditam que existe um público receptivo para suas


emoções, ou seja, os outros aceitam, compreendem, valorizam e demonstram
empatia por elas.
A validação afeta inúmeras dimensões do esquema emocional. A validação
normaliza a emoção, reduz a culpa e a vergonha, ajuda a diferenciar emoções,
auxilia o indivíduo a perceber que a experiência da emoção pode ser aceita e
tolerada, bem como mostra que as emoções fazem sentido. Exemplos de graus
variados de crença (ou expectativa) na validação incluem: “Os outros
compreendem e aceitam meus sentimentos”, “Eu não quero que ninguém saiba
dos meus sentimentos” e “Ninguém realmente se importa com os meus
sentimentos”.

Desconexão de valores
crença de que as emoções não estão relacionadas aos valores
pessoais.
Você não está conectada, não está atendendo os seus valores.
Você sabe quais os seus valores?

3,5 pontos
Baixa expressão
Crença do indivíduo de que não pode expressar emoções abertamente,
como falar sobre elas, compartilha-las ou exibi-las não verbalmente (p.
ex., chorando). Essa dimensão é diferente daquela que se refere a
Invalidação, que diz respeito à crença de que os outro não valida suas
emoções, aqui a própria pessoa as invalida.

As pessoas que não acreditam poder expressar suas emoções não se


permitem liberá-las com os outros e nem comunicar a gama de sentimentos
que possuem. A indisponibilidade para expressar sentimentos reflete uma não
aceitação de que as emoções são importantes e, não se permitem melhorar os
processos de mudança ou de compreensão de suas emoções, das situações,
da vida como um todo.
Os seguintes exemplos refletem a não expressão da emoção: “Eu acho
que não é importante me permitir chorar para liberar meus sentimentos” e “Eu
sinto que não posso expressar meus sentimentos abertamente”.

Acusação
Crença do indivíduo de que as emoções que está tendo se devem a ação
ou inação de outras pessoas. Por exemplo, um homem pode dizer que
sua raiva se deve ao comportamento da sua esposa, em vez de refletir
que essa emoção também pode ser parcialmente devida

Uma resposta comum às emoções negativas é culpar outras pessoas


pelos seus sentimentos. Os indivíduos podem se sentir provocados, tratados
de modo injusto, explorados, ignorados, abusados ou simplesmente mal
compreendidos – mas em cada caso a “razão” por se sentirem como se sentem
é que alguém os fez ter esses sentimentos. Itens que refletem acusação
incluem: “Se as outras pessoas mudassem, eu me sentiria muito melhor” e “As
outras pessoas fazem eu ter sentimentos desagradáveis”.

3,3 pontos
Culpa e vergonha
Crença do indivíduo de que não deve ter as emoções que está tendo - que
elas são um reflexo de uma falha de caráter, fraqueza ou qualidades
pessoais indesejáveis. Por exemplo, um sujeito pode se tornar autocrítico
por estar ansioso ou deprimido.

Até que ponto um indivíduo sente vergonha, culpa ou constrangimento


por causa de uma emoção? Essa dimensão alude à crença de que não se deve
ter certos sentimentos. Isso está refletido em comentários como: “Alguns
sentimentos são errados de se ter” ou “Eu me sinto envergonhado dos meus
sentimentos”. Os sujeitos que se sentem culpados ou envergonhados podem
ser inclinados a se criticar por suas emoções, escondendo-as dos outros e
sentindo-se ansiosos ou tristes pelas emoções que têm.

Perda de controle
crença do individuo de que suas emoções precisam ser controladas - em
alguns casos, suprimidas - e que permitir-se ficar ansioso ou triste
levarão transbordamento da emoção.

Algumas pessoas acham que suas emoções estão fora de controle e


precisam ser controladas: “Se eu me permitir ter alguns desses sentimentos,
tenho medo de perder o controle”, “Eu me preocupo em não conseguir
controlar meus sentimentos” e “Eu me preocupo que se tiver certos
sentimentos, posso ficar louco”. Crenças na perda do controle podem ser
assustadoras para algumas pessoas, levando-as a acreditar que precisam
fazer praticamente qualquer coisa para exercer controle.

3,o pontos
Não aceitação dos sentimentos
Reflete a crença da pessoa de que não pode permitir que emoções de
certos tipos sejam experimentadas e que estas precisam ser evitadas ou
eliminadas.

Alguns indivíduos se permitem ter seus sentimentos; eles gastam pouca


energia tentando inibi-los. A aceitação é simplesmente a compreensão de que
o que é, é. Ela permite ao indivíduo experimentar o mundo, incluindo as
emoções como uma determinada parte da realidade. A “aceitação ideal” é sem
julgamento, controle ou medo, e marca o ponto inicial a partir do qual o
indivíduo pode ou não tomar uma atitude. Aceitação é algo como “deixe assim”
ou “deixe estar”. Exemplos de comentários que indicam graus variados de
aceitação são: “Eu aceito meus sentimentos” e “Eu não quero admitir ter certos
sentimentos – mas sei que os tenho”.

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