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CENTRO UNIVERSITÁRIO ALFREDO NASSER

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO


CURSO DE DIREITO (DN6)
ALUNO: KENNEDY CRISTIAN DORNELAS FERNANDES
MATÉRIA: DIREITO EMPRESARIAL 2

5a) aula. 28/02/2024. Cap.12, Sociedades contratuais menores: item 1, generalidades;


item 2, sociedade em nome coletivo; item 3, sociedade em comandita simples; item 4,
sociedade em conta de participação; Cap.13. Sociedade Ltda.: item 1, legislação
aplicável; item 2, responsabilidade dos sócios. 8 páginas.

Questões 80 a 98

80) Quais são e por que tais sociedades empresárias são denominadas
“menores”?

O Código Civil, além da limitada, disciplina três outros tipos de sociedades


empresárias constituídas por contrato entre os sócios: em nome coletivo (N/C), em
comandita simples (C/S), em conta de participação (C/P). Chamaremos estas três
sociedades de contratuais menores, tendo em vista sua pouquíssima presença na
economia brasileira.

81) Quais os aspectos comuns de normas que regulamentam determinadas


(indicar) sociedades “menores”?

Acerca das duas outras (N/C e C/S), é possível delimitarem-se certas normas que
englobam aspectos comuns aos respectivos tipos. São regras extraídas da disciplina
das sociedades simples, que se aplicam subsidiariamente às empresárias:
a) na questão da alienação da participação societária, são sociedades “de pessoas”,
aplicandose, em decorrência, o disposto no art. 1.003 do CC, pelo qual a cessão da
cota social está condicionada à concordância dos demais sócios. Por outro lado, as
suas cotas sociais são impenhoráveis por obrigação individual de sócio;
b) adotam firma na composição do respectivo nome empresarial, o que significa que
este também será a assinatura apropriada para a prática de negócio jurídico por parte
da sociedade;
c) somente o nome civil de sócio de responsabilidade ilimitada poderá fazer parte da
firma.
Sócio com responsabilidade não ilimitada, cujo nome civil haja sido aproveitado na
composição do nome empresarial da sociedade, responderá ilimitadamente pelas
obrigações sociais;
d) somente o sócio com responsabilidade ilimitada pode administrar sociedade. A
inobservância desta vedação importa a responsabilidade ilimitada do sócio que
exercer a representação legal;
e) somente pessoa natural pode ser sócia com responsabilidade ilimitada. Desse
modo, a pessoa jurídica não pode integrar a N/C, nem ser comanditada na C/S.

82) Quais as principais características da sociedade em nome coletivo?

É o tipo societário em que todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações


sociais. Todos, assim, devem ser pessoas naturais. Qualquer um dos sócios, de outro
lado, pode ser nomeado administrador da sociedade e ter seu nome civil aproveitado
na composição do nome empresarial. Encontra-se este tipo societário disciplinado nos
arts. 1.039 a 1.044 do CC. Na hipótese de falecimento de sócio, se o contrato social
não dispuser a respeito, opera-se a liquidação das quotas do falecido (CC, art. 1.028).
Para que os sucessores do sócio morto tenham o direito de ingressar na sociedade,
mesmo contra a vontade dos sobreviventes, é indispensável no contrato social
cláusula expressa que o autorize.

83) Quais as principais características da sociedade em comandita simples?

É o tipo societário em que um ou alguns dos sócios, denominados “comanditados”,


têm responsabilidade ilimitada pelas obrigações sociais, e outros, os sócios
“comanditários”, respondem limitadamente por essas obrigações. Somente os sócios
comanditados podem ser administradores, e o nome empresarial da sociedade só
poderá valer-se de seus nomes civis, portanto. Ademais, devem ser necessariamente
pessoas naturais. Disciplinam a sociedade em comandita simples os arts. 1.045 a
1.051 do CC.

84) Quais as principais características da sociedade em conta de participação?

A sociedade em conta de participação (CC, arts. 991 a 996) possui características


excepcionalmente próprias, no cenário das sociedades do direito brasileiro, seja por
sua despersonalização, seja por seu caráter de sociedade secreta. Quando duas ou mais
pessoas se associam para um empreendimento comum, poderão fazê-lo na forma de
sociedade em conta de participação, ficando um ou mais sócios em posição ostensiva
e outro ou outros em posição oculta (chamam-se estes sócios participantes). Por não
ter personalidade jurídica, a sociedade em conta de participação não assume em seu
nome nenhuma obrigação.

85) A que se deve o sucesso da sociedade empresária LTDA?

Deve-se o sucesso a duas de suas características: a limitação da responsabilidade dos


sócios e a contratualidade. Em razão da primeira, os empreendedores e investidores
podem limitar as perdas, em caso de insucesso da empresa. Conforme se examinará à
frente, os sócios respondem, em regra, pelo capital social da limitada. Uma vez
integralizado todo o capital da sociedade, os credores sociais não poderão executar
seus créditos no patrimônio particular dos sócios. Preservam-se os bens deste, assim,
em caso de falência da limitada. A segunda característica que motivou a larga
utilização desse tipo societário é a contratualidade. As relações entre os sócios podem
pautar-se nas disposições de vontade destes, sem os rigores ou balizamentos próprios
do regime legal da sociedade anônima, por exemplo. Sendo a limitada contratual, e
não institucional, a margem para negociações entre os sócios é maior.

86) Como se aduz a limitação do sócio da responsabilidade limitada?

A responsabilidade dos sócios pelas obrigações da sociedade limitada, como diz o


nome do tipo societário, está sujeita a limites. Se os bens do patrimônio social são
insuficientes para responderem pelo valor total das dívidas que a sociedade contraiu
na exploração da empresa, os credores só poderão responsabilizar os sócios,
executando bens de seus patrimônios individuais, até certo montante. Alcançado este,
a perda é do credor.

87) Responder se há possibilidade da sociedade limitada ser unipessoal e quais as


especificidades porventura existentes.

A sociedade limitada pode ser unipessoal (constituída por um único sócio) ou


pluripessoal (constituída por dois ou mais). Na verdade, nada há de específico na
sociedade limitada unipessoal, exceto a inexistência da pluripessoalidade e, por óbvio,
a impossibilidade de conflitos societários em razão do exercício do direito de retirada
ou da exclusão.

88) Que lei disciplina a LTDA? Em caso de omissão, qual o dispositivo legal
aplicável?

A limitada é disciplinada em capítulo próprio do Código Civil (arts. 1.052 a 1.087).


Este conjunto de normas, porém, não é suficiente para disciplinar a imensa gama de
questões jurídicas relativas ao tipo societário. Outras disposições e diplomas legais,
portanto, também se aplicam às sociedades limitadas.

89) Admite-se aplicação supletiva de lei ao regramento de LTDA? Caso


afirmativo, quais leis seriam aplicáveis?

O diploma legal de regência supletiva da limitada pode ser, porém, a lei das
sociedades anônimas (LSA). Para isto, é necessário que os sócios contratem neste
sentido. Em consequência, se o contrato social contemplar cláusula expressa,
determinando a aplicação da lei das sociedades por ações aos casos não regulados no
capítulo específico do Código Civil referente às limitadas, o regime das sociedades
simples não se aplica.

90) Exemplifique uma aplicação supletiva do regramento de SS (sociedade


simples) à LTDA?

A lei das sociedades por ações, por sua abrangência e superioridade técnica, tem sido
aplicada a todos tipos societários, inclusive a limitada, também por via analógica.
Quer dizer, sendo o Código Civil lacunoso, poderá o juiz aplicar a LSA, mesmo que o
regime de regência supletiva da limitada seja o das sociedades simples.

91) Exemplifique uma aplicação supletiva do regramento de LSA (lei das


sociedades anônimas, lei 6.404/76) à LTDA?

Se o Código Civil não for omisso, não há que se cogitar de aplicação analógica nem
da lei das sociedades por ações nem de outra qualquer: neste caso, ou a LSA se aplica
supletivamente (porque é esta a vontade dos sócios) ou não se aplica (porque a
matéria está regulada no capítulo referente às sociedades simples). Por exemplo: o
direito de os sócios substituírem a sociedade na promoção da responsabilidade
judicial de administrador por prejuízo que causara a ela (LSA, art. 159, §§ 3.º e 4.º).
Não há previsão nenhuma no Código Civil sobre o assunto, nem no capítulo referente
à sociedade limitada nem na disciplina das sociedades simples. Se o contrato social
elege a LSA como o diploma de regência subsidiária da limitada, a sua regra de
substituição processual tem aplicação supletiva; caso contrário, aplica-se
analogicamente.

92) Como se disciplina a constituição e dissolução da LTDA?

Em razão da natureza contratual das limitadas, a constituição e dissolução de


sociedades deste tipo seguem sempre as regras do Código Civil. Mesmo que a
regência supletiva seja a da LSA, porque assim quiseram os sócios no contrato social,
o regime constitutivo e dissolutório da limitada será o das sociedades contratuais (CC,
arts. 1.033 a 1.038 e 1.102 a 1.112).

93) Qual a responsabilidade do sócio na LTDA?

A responsabilidade dos sócios pelas obrigações da sociedade limitada, como diz o


nome do tipo societário, está sujeita a limites. Se os bens do patrimônio social são
insuficientes para responderem pelo valor total das dívidas que a sociedade contraiu
na exploração da empresa, os credores só poderão responsabilizar os sócios,
executando bens de seus patrimônios individuais, até certo montante. Alcançado este,
a perda é do credor.

94) O que é capital subscrito?

Capital subscrito é o montante de recursos que os sócios se comprometem a entregar


para a formação da sociedade.

95) O que é capital integralizado?

Capital integralizado é a parte do capital social que eles efetivamente entregam.

96) Qual a responsabilidade dos sócios de sociedade limitada pela integralização


do capital? Exemplifique.

Ao firmarem o contrato social, os sócios podem estipular que o capital social será de $
100, dividido em 100 quotas no valor de $ 1 cada. Se Antonio subscreve 70 quotas e
Benedito, 30, eles se comprometeram a entregar respectivamente $ 70 e $ 30 para a
formação da sociedade.

97) Há justiça na limitação da responsabilidade do sócio na LTDA? Justificar


com fundamento na Constituição.

A limitação da responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais pode parecer, à


primeira vista, uma regra injusta, mas não é. Como o risco de insucesso é inerente a
qualquer atividade empresarial, o direito deve estabelecer mecanismos de limitação de
perdas, para estimular empreendedores e investidores à exploração empresarial dos
negócios. Se o insucesso de certa empresa pudesse sacrificar a totalidade do
patrimônio dos empreendedores e investidores (pondo em risco o seu conforto e de
sua família, as reservas para futura educação dos filhos e sossego na velhice), é
natural que eles se mostrariam mais reticentes em participar dela. O prejuízo seria de
todos nós, já que os bens necessários ou úteis à vida dos homens e mulheres
produzem-se em empresas. Lembre-se que assim é porque a Constituição Federal
organiza a economia fundando-a na livre-iniciativa.

98) Há exceções à limitação de responsabilidade do sócio de LTDA?

A regra da limitação da responsabilidade dos sócios da sociedade limitada comporta as


seguintes exceções, em que eles respondem subsidiária, porém ilimitadamente, pelas
obrigações sociais:

a) os sócios que adotarem deliberação contrária à lei ou ao contrato social responderão


ilimitadamente pelas obrigações sociais relacionadas à deliberação ilícita. Os sócios que dela
dissentirem deverão acautelar-se, formalizando a discordância, para não serem
ilimitadamente responsabilizados (CC, art. 1.080);

b) a Justiça do Trabalho não tem aplicado a regra de limitação da responsabilidade dos


sócios, baseando-se no princípio do direito do trabalho de que não se pode transferir ao
empregado o risco da empresa;

c) se o sócio fraudar credores manipulando a separação patrimonial, poderá ser


responsabilizado ilimitadamente por obrigação da sociedade, em decorrência da teoria da
desconsideração da pessoa jurídica (CC, art. 50).

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