PRESCRIÇÃO

DIETÉTICA

Profa Mirella Brasil Lopes

Prescrição Dietética
Prescrição Dietética

PRESCREVER → Determinar com antecipação,

ordenar, receitar ou ministrar.

PRESCRIÇÃO → é o ato ou efeito de prescrever,

uma ordem expressa, um ditame, uma
disposição, indicação ou preceito.
Prescrição Dietética
É a determinação e o registro do planejamento
alimentar elaborado para um individuo.
Prescrição dietética:
Prescrição da dieta:
É o detalhamento da
Definição da dieta a ser X prescrição da dieta, levando
oferecida ao paciente com em consideração outros
base no seu diagnóstico fatores, como a avaliação
clínico. nutricional do paciente

Médico responsável pela

assistência do paciente,
pode fazer prescrição da
dieta. Ex: definir
consistência da dieta –
liquida.
Somente nutricionista!!!!
Prescrição Dietética

✓ RESOLUÇÃO CFN n 304/2003

Considera a prescrição dietética como ato
privativo do nutricionista e que este, ao elaborá-la,
utiliza métodos e técnicas terapêuticas específicas.
Considera que a atuação do nutricionista na área
de Nutrição Clínica abrange o atendimento ao cliente-
paciente na internação, ambulatório, consultório e
domicílio.
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✓ RESOLUÇÃO CFN n 304/2003

Art. 2o. A prescrição dietética deve ser elaborada

com base nas diretrizes estabelecidas no diagnóstico
nutricional.

Art. 3o. Compete ao nutricionista elaborar o

diagnóstico nutricional com base nos dados clínicos,
bioquímicos, antropométricos e dietéticos.
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✓ RESOLUÇÃO CFN n 304/2003

Art. 4o. O registro da prescrição dietética deve
constar no prontuário do cliente-paciente, de acordo
com os protocolos pré-estabelecidos ou aceitos
pelas unidades ou serviços de atenção nutricional,
devendo conter data, Valor Energético Total (VET),
macro e micronutrientes mais importantes para o
caso clínico, consistência, fracionamento, assinatura
seguida de carimbo, número e região da inscrição no
CRN do nutricionista responsável pela prescrição.
 Prescrição Dietética
✓ RESOLUÇÃO CFN n 304/2003
Art. 6o. O nutricionista, ao realizar a prescrição
dietética, deverá:

I - considerar o cliente-paciente globalmente, respeitando

suas condições clínicas, individuais, sócio-econômicas,
culturais e religiosas;

II - considerar diagnósticos, laudos e pareceres dos demais

membros da equipe multiprofissional, definindo com
estes, sempre que pertinente, os procedimentos
complementares à prescrição dietética;

III - respeitar os princípios da bioética.

Prescrição Dietética
❑ OBJETIVOS DO PLANO ALIMENTAR:

➢ Manter o estado nutricional adequado;

➢ Prevenir e controlar enfermidades comuns a cada faixa
etária;
➢ Prevenir e tratar a obesidade e/ou desnutrição;
➢ Prevenir ou tratar a constipação.

As informações devem ser bem organizadas,

passíveis de revisão e compreensão por
profissionais.
Prescrição Dietética

CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS
Ilustra a ação específica de cada alimento.

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
Refere-se a estrutura do alimento, ao estado da matéria,
assim como ao peso, volume e consistência.

CARACTERÍSTICA FISICO-QUÍMICA – ambos.

Prescrição Dietética
❑ CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS:

1- VET/ENERGIA
2- CARBOIDRATOS
3- PROTEÍNAS
4- LIPÍDIOS
5- VITAMINAS
6- MINERAIS
7- LÍQUIDOS
8- CONDIMENTOS
 Prescrição Dietética
❑ CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUIMICAS:

1- FIBRAS

❑ CARACTERÍSTICAS FÍSICAS:

1- CONSISTÊNCIA
2- VOLUME
3- TEMPERATURA
4- FRACIONAMENTO
5- CONDIMENTOS
Cálculo recomendações ENERGÉTICAS

Estimativa necessidade
energética:
Gasto energético total
(GET) é resultante da taxa
metabólica basal (TMB) ou Harris Benedict (1919)
gasto energético de
repouso (GER) com todos FAO/OMS (1985)
os outros fatores que FAO/OMS (2001)
elevam o gasto energético DRI’s/IOM – EER (2002-
durante as 24 horas 2005)
Método Prático
 Harris Benedict (1919)
(Adultos e crianças de todas as idades)

HOMENS: GEB = 66,5 + (13,75 x P) + (5,0 x A) – (6,76 x I)

MULHERES: GEB = 655 + (9,56 x P) + (1,85 x A) – (4,68 x I)

GEB: Gasto energético basal; P: Peso em kg; A: Altura em centímetros; I: Idade em anos

GET = GEB x FA x FI x FT
GET: gasto energético total
GEB: gasto energético basal
FA: fator atividade
FI: Fator Injúria
FT: Fator térmico (APENAS SE APRESENTAR FEBRE)
 Harris Benedict (1919)
(Adultos e crianças de todas as idades)

Fator Atividade (FA) Fator Injúria (FI) Fator Térmico(FT)

Acamado 1,2 Não complicado 1,0 38º 1,1
Acamado + móvel 1,25 Pós-Operatório câncer 1,1 39º 1,2
Ambulante 1,3 Cirurgia eletiva 1,0-1,2 40º 1,3
Pequena cirurgia 1,2 41º 1,4
Pós- Operatório (Geral) 1,0-1,5
Peritonite 1,2-1,5
Pequeno trauma de tecidos 1,14-1,37
Fraturas Múltiplas 1,2 – 1,35
Sepse 1,4-1,8
Câncer 1,1-1,45
Infecção grave 1,3-1,35
Insuficiência cardíaca 1,3-1,5
Insuficiência hepática (1) 1,3 – 1,55
Pós-Op Cirur. Cardíaca 1,2-1,5
Jejum 0,85-1,0
Desnutrição Grave 1,5
Queimadura – 30-50% 1,7
Queimadura – 50-70% 1,8
Queimadura – 70-90% 2,0
Estresse grave + falência múltipla 0,6-1,0

Multitrauma reabilitação 1,5

Multitrauma + Sepse 1,6

Ref.: Kinney, 1966, 1970, 1976 Wilmore, 1977; Long, 1979; Elwin, 1980; Silberman & Eisenberg, 1982; (1) Edwald & Mackenzie, 1995.
FAO/OMS (1985)

12,2P + 746
 FAO/OMS, 2001
Adultos Saudáveis

IDADE (anos) MASCULINO FEMININO

18-30 15,057 x P + 692,2 14,818 x P + 486,6
30-60 11,472 x P + 873,1 8,126 x P + 845,6
>60 11,711 x P + 587,7 9,082 x P + 658,5
P = Peso (kg)
 DRI/IOM (2005)
Adultos saudáveis

Homens • GET= 662 – (9,53 x idade) + AF x [(15,91 x

(> 19 anos) peso) + (539,6 x estatura)]

Mulheres • GET = 354 – (6,91 x idade) + AF x [(9,36 x

(> 19 anos) peso) + (726 x estatura)]

GET: gasto energético total

Idade (anos)
AF (atividade física)
Peso (quilogramas)
Estatura (metros)
 DRI/IOM (2005)
Adultos com sobrepeso
Homens (> 19 anos)
IMC > 25kg/m²

• GET = 1.086 – (10,1 x idade) + AF x [(13,7 x peso) +

(416 x estatura)]

Mulheres (˃ 19 anos)
IMC > 25kg/m²

• GET = 448 – (7,95 x idade) + AF x [(11,4 x peso) +

(619 x estatura)]
GET (gasto energético total); Idade (anos)
AF (atividade física);
Peso (quilogramas); Estatura (metros)
Recomendações para cálculo GET (DRI)

• DESNUTRIDO: Fazer o cálculo com o peso IDEAL

• EUTRÓFICO: Fazer o cálculo com o peso atual

• SOBREPESO/OBESO: Fazer o cálculo com o peso

ideal e nunca prescrever dieta com valor
energético menor que a taxa metabólica basal
previamente calculada
 Método Prático

Perda de peso – 20 a 25Kcal/Kg/dia

Manutenção de peso: 25 a 30Kcal/Kg/dia

Ganho de peso: 30 a 35Kcal/Kg/dia

ATENÇÃO: ESSE SEMESTRE NÃO SERÁ TRABALHADO ESSA RECOMENDAÇÃO.

Martins, 2000
EXERCÍCIO DE REQUERIMENTOS NUTRICIONAIS EM
ADULTOS
Exercício
 J.R., 35 anos, sexo masculino, não pratica atividade física,
e, de acordo com a avaliação nutricional, tem 1,88m de
altura e pesa 77,5kg.

Kg/m²

Paciente
Eutrófico
 Cálculo da EER

Homens • GET= 662 – (9,53 x idade) + AF x [(15,91 x

(> 19 anos) peso) + (539,6 x estatura)]

Mulheres • GET = 354 – (6,91 x idade) + AF x [(9,36 x

(> 19 anos) peso) + (726 x estatura)]

Valores de AF:
GET (gasto energético total)
Sedentário = 1,00
Idade (anos) Pouco ativo = 1,12
AF (atividade física) Ativo = 1,25
Peso (quilogramas)
Estatura (metros) Muito ativo = 1,45
Cálculo da EER
GET

GET

GET

GET

GET
Distribuição dos macronutrientes
 Recomendação de macronutrientes

Segundo AMDR/IOM (2002/2005) e FAO/OMS (2001), para todas as

faixas etárias

0,8 – 1g/kg/dia *
As recomendações nutricionais contidas no Guia Alimentar da
População Brasileira (2006) são baseadas na OMS (2001)

Recomendação da DRI (Slide seguinte) Disponível em:

https://fnic.nal.usda.gov/sites/fnic.nal.usda.gov/files/uploads/recommended_intakes_individuals.pdf/
https://fnic.nal.usda.gov/sites/fnic.nal.usda.gov/files/uploads/recommended_intakes_individuals.pdf/
Distribuição de lipídios OMS/2002
Recomendações de Fibras e água

Fibras (g/dia) - DRI/IOM (2005)

AI
Idade (anos) Homens Mulheres
19 – 30 anos 38g 25g
31 – 50 anos 38g 25g
51 – 70 anos 30g 21g

Água (Litros) - DRI/IOM (2004)

AI
Idade (anos) Homens Mulheres
19 – 70 anos 3,7 L 2,7 L
Guia Alimentar para a População Brasileira

2008
 Distribuição de macronutrientes

% kcal gramas g/kgPC/dia

PTN

LIP

CHO

TOTAL
Exercício
 J.R., 35 anos, sexo masculino, não pratica atividade
física, e, de acordo com mensurações feitas durante
sua avaliação nutricional, tem 1,88m de altura e
pesa 77,5kg.

Kg/m2

Paciente
Eutrófico
Distribuição dos macronutrientes

Proteínas EER = 2.575 Kcal

 Estipulado (1g/KgPeso/dia)
VALOR EM GRAMAS
1g de PTN — 1 Kg
X — 77,5 Kg
X= 77,5g de Ptn → x 4 = 310 Kcal

VALOR EM PERCENTUAL
2575 Kcal — 100%
310 kcal — X
X = 12,04 % ~ 12,0% de Ptn
 Distribuição de macronutrientes

% kcal gramas g/kgPC/dia

PTN 12 310 77,5 1,0

Kcal/dia x 100/VET gramas x 4 kcal

LIP

CHO

TOTAL
Distribuição dos macronutrientes

Lipídios EER = 2.575 Kcal

 Estipulado (26%)
2575 Kcal — 100%
x — 26%
X = 669,5 Kcal ou 669 Kcal

VALOR EM GRAMAS
1g de LIP — 9 Kcal
X — 669 Kcal
x = 74,33g ou 74g
Distribuição dos macronutrientes

Carboidratos EER = 2.575 Kcal

 Para completar 100%

CHO = 100 – (ptn+Lip)

= 100 – 38,0
= 62,0 % de CHO

VALOR EM GRAMAS
2575 Kcal — 100% 1g de CHO — 4 Kcal
x — 62% X — 1596,5 Kcal
X = 1596,5 Kcal X =399,13g ou 399g
 Recomendações de Fibras e água

Fibras (g/dia)
Idade (anos) AI
Homens de 19-30a 38g
Mulheres de 19-30a 25g
(DRIS/IOM, 2005)

Água (Litros)
Idade (anos) AI
Homens de 19-30a 3,7L
Mulheres de 19-30a 2,7L
(DRIS/IOM, 2004)
Quadro de distribuição dos nutrientes

GET = 2.575 Kcal

Faixas de
% Kcal Gramas g/kgPC/dia
adequação
Proteína* 12 310 77 1,0
Carboidratos 62 1596,5 399 -
Lipídios 26 669 74 -
Total 100 2575,5

Recomendações Fibras 38 g
Água 3,7 L

* Valores calculados em g/kg

Adequação da dieta consumida

A partir da tabela anterior e

da análise da composição
química dos alimentos da
dieta habitual do paciente é
possível montar um quadro
de comparação entre
recomendações e consumo
habitual
 Recomendações nutricionais x consumo habitual

Consumo habitual RECOMENDAÇÃO

(AMDR/IOM,
Nutrientes % Kcal Gramas g/kgPC/dia 2002/2005)
Proteína* 10,5 306,28 76,57 0,98 1,0g
CHO 57,0 1662,69 415,67 - 45-65%
Lipídios 32,5 948,02 105,35 - 20-35%
Total 100,0 2916,99

Consumo habitual
Recomendações Fibras 38 g 15g
Água 3,7 L 2,5 L

Interpretação: Dieta HIPERCALÓRICA para o peso atual, normoprotéica, normoglicídica,

normolipídica, pobre em fibras e líquidos.
 Características da dieta

Químicas Físicas Físico-Química

• Energia • Consistência • Fibras

• PTN • Fracionamento
• CHO • Volume
• LIP • Temperatura
• Vitaminas/minerais
• Água (líquidos)
• Condimentos
 Químicas

• Energia Ex: Energia

• PTN Hipocalórica: VET < GET
• CHO Normocalórica: VET = GET
• LIP Hipercalórica: VET > GET
• Vitaminas/minerais
• Água (líquidos)
• Condimentos

Exemplo de prescrição:
Foi prescrito um VCT de xxxx Kcal/dia, em relação ao seu peso atual, já que
a paciente tem o peso adequado para sua altura . A dieta proposta será
normocalórica, na qual a quantidade de calorias oferecidas é adequada
para as necessidades da paciente (Referência).
A dieta da paciente RAC. será normocalórica (1950Kcal) com base em seu
peso atual, visando suprir as necessidades energéticas sem promover o ganho
ou a perda de peso corpóreo.
 Químicas

• Energia
Falar sobre os tipos de cada
• PTN
macronutriente (distribuição
• CHO entre os tipos) e quantidades
• LIP recomendadas, funções, fontes
• Vitaminas/minerais alimentares oferecidas na
• Água (líquidos) dieta
• Condimentos
PTN (origem animal e vegetal)
 Consistência: facilidade de desagregação dos
Físicas alimentos
Líquida restrita ▪ Líq completa ▪ Semi-líquida ▪ Pastosa
▪ Branda ▪ Normal
• Consistência
• Fracionamento Fracionamento: É o número de refeições que
será oferecido na dieta. Deve-se classificar o
• Volume fracionamento e dizer quantas refeições estão
• Temperatura sendo oferecidas.
• Normal: 4 à 6 refeições/dia (3/3 horas)
• Diminuído: < 4 refeições/dia
• Aumentado: > 6 refeições/dia

Toda prescrição deve ser individualizada; necessita fazer as

adaptações inerentes ao caso.

Sempre justificar as condutas com critérios técnicos e científicos

Referências
 CUPPARI, Lílian. Guia de nutrição: nutrição clínica. Barueri-SP:
Manole, 2005.
 Institute of Medicine (IOM) Dietary reference intakes.
Applications in dietary assessment. National Academy Press,
285p., 2000.
 MARCHIONI, Dirce Maria Lobo; SLATER, Betzabeth; FISBERG,
Regina Mara. Aplicação das Dietary Reference Intakes na
avaliação da ingestão de nutrientes para individuos. Rev.
Nutr., Campinas, v. 17, n. 2, Jun. 2004 .
 VITOLO, Márcia Regina. Nutrição: da gestação ao
envelhecimento. Rio de Janeiro: Ed Rubio, 2015.
REFERÊNCIAS
BODINSKI, L. H. Princípios em que se baseiam a Dietoterapia.. In: BODINSKI, L. H.
Dietoterapia Princípios e Prática, São Paulo: Atheneu, 1996. cap 2, p: 7-39.
NRC (National Research Council)
Food and Nutrition Board in: NRC (National Research Council), 1989.
SOLÁ, J.E. Manual de Dietoterapia do Adulto, 6ª ed, Rio de Janeiro: Livraria Atheneu,
1988. cap. 2, 3, 4,5, 7, 12, 13, 15.
VANNUCCHI, H. et al. Aplicações das recomendações Nutricionais Adaptadas à
População Brasileira. Ribeirão Preto-SP: SBAN, v. 2, 1990. 155p. 21 cm ISBN
613.2-V283a.
WAITZBERG, D.L. Et al. Gasto Energético e Cálculo de Necessidades calórico-
protéicas.In: Waitzberg, D.L. Nutrição Enteral e Parenteral na Prática Clínica, 3ª
ed., São Paulo: Atheneu, 2000. cap. 16, p:166-173.
WILLIAMS, S.R. Fundamentos de Nutrição e Dietoterapia, 6ª ed., Porto Alegre: Artes
Médicas, 1997. cap.1, 6, 12
http://www.cfn.org.br/legislacao/resolucao/res304.htm