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DCNT na infância

Prof.ª Beatriz Abu Ali


COVID 19
• Fase aguda

1) Avaliação Nutricional → Risco nutricional → Intervenção


Período: até 24h da admissão

>> A avaliação pode incluir dados de peso, estatura ou comprimento,


circunferência do braço e perímetro cefálico para crianças até dois anos
de idade.

BRASPEN J 2020; 35 (2): 107-13


COVID 19
• Fase aguda

2) Necessidades nutricionais:
- Não se faz CI;
- Equações de estimativas;
- Obesos (menor de 2 anos): usar peso ideal (P/I)
(maior de 2 anos): usar peso ideal (IMC/I)
- Desnutridos (IMC/I): acréscimo calórico.

BRASPEN J 2020; 35 (2): 107-13


COVID 19
• Fase aguda

2) TNE:
- Recomenda-se iniciar a nutrição enteral (NE) de forma precoce nas
primeiras 24 a 36 horas após a admissão na UTI ou 12 horas após a
intubação;
- Via gástrica;
- Infusão da dieta: contínua;
- Meta: atingir 70% na primeira semana.
- Leite materno: deve ser incentivado.

BRASPEN J 2020; 35 (2): 107-13


COVID 19
• Fase de reabilitação

→Complicações/sintomas:
1) Disfagia
- Sintomas: tosse durante ou após as refeições; dor ao engolir;
engasgos; cansaço respiratório ao comer; sensação de comida parada
na garganta.
- Conduta: Modificar a consistência das preparações para facilitar a
mastigação. Prefira alimentos na consistência mais pastosa ou
semilíquida; pode ser necessário uso de espessantes para líquidos.
Terapia nutricional para prevenção, tratamento e reabilitação
de indivíduos com COVID-19. EDUFRN, 2020.
COVID 19
• Fase de reabilitação

→Complicações/sintomas:
2) Alterações no olfato ou anosmia:
- Conduta: Treino olfativo: Tentar lembrar do
cheiro antes de abrir o pote; Cheirar por 15 a 20
segundos cada aroma (deixar o pote a 5 cm de
distância do nariz); Passar para o próximo aroma
depois de 1 minuto de intervalo; Repetir todos os
aromas duas vezes por dia.
Terapia nutricional para prevenção, tratamento e reabilitação
de indivíduos com COVID-19. EDUFRN, 2020.
COVID 19
• Fase de reabilitação

→Complicações/sintomas:
3) Perda de peso
- Conduta: utilizar de alimentos com densidade energética maior;
suplementos hipercalóricos e hiperproteicos; Apresentação;
Fracionamento; Usar tempero naturais.

Terapia nutricional para prevenção, tratamento e reabilitação


de indivíduos com COVID-19. EDUFRN, 2020.
COVID 19
• Fase de reabilitação

→Complicações/sintomas:
4) Cansaço respiratório
- Conduta: Adaptar consistência; Aumentar fracionamento e
reduzir porção; Suplementos.

Terapia nutricional para prevenção, tratamento e reabilitação


de indivíduos com COVID-19. EDUFRN, 2020.
(IDECAN - IFCE - Nutricionista – 2021) Em tempos de pandemia da COVID - 19,
diversos pacientes apresentaram perda do odor e paladar que são denominadas,
respectivamente:

A) Ageusia e anosmia
B) Anosmia e ageusia
C) Hiposmia e ageusia
D) Hipogeusia e odinofagia
(Autoral) O coronavírus (COVID-19) atualmente é o mais grave problema de saúde
pública mundial. No campo da nutrição, inúmeros estudos têm sido publicados
com o intuito de reunir evidências científicas e nortear nutricionistas sobre terapia
nutricional específica para indivíduos acometidos pela COVID-19. Com base nesse
assunto, julgue os itens a seguir:

1. Em pacientes com disfagia, recomenda-se aumentar densidade energética da


dieta e usar suplementos;
2. Pacientes com quadro de anosmia, recomenda-se alterar a consistência da
dieta e fazer uso de espessantes;
3. Pacientes com quadro de perda de peso, recomenda-se utilizar suplementos
nutricionais;
4. Na ausência da calorimetria indireta para cálculo das necessidades nutricionais,
é indicado utilizar equações de estimativa.
Assinale a alterantiva correta:

A) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.


B) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
C) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
D) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
E) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
Paralisia Cerebral
• A paralisia cerebral (PC) consiste em comprometimento crônic do
sistema nervoso central em fases de maturação estrutural e
funcional, resultando em disfunções do tônus muscular,
movimentação voluntária e postura;

• Congênita ou por traumatismo.


Paralisia Cerebral
• Crianças com dano neurológico comumente possuem transtornos
nutricionais e de crescimento por apresentarem um ou mais fatores
que dificultam sua alimentação, tais como: alterações na mastigação,
no esvaziamento gástrico, refluxo gastroesofágico, disfagia, falta de
coordenação motora e dificuldade em se alimentar de forma
independente.
Paralisia Cerebral
• Classificação
→ GMFCS e MACS: avaliam independência funcional nas funções
motoras;
→ Em ambos os modelos, é determinada uma escala ordinal de I a V,
conforme grau de comprometimento
Paralisia Cerebral
• Avaliação Nutricional
→A estimativa de estatura obtida a partir da altura do joelho pode ser
considerada padrão-ouro devido ao menor desvio padrão verificado;
→Utilização de pregas cutâneas para determinação de gordura
corporal parece relevante;
→ Curvas de crescimento:
- Idade entre 0 e 2 anos --> Krick et al. (1996);
- 2 a 20 anos --> Life Expectancy Project (2011) conforme a
classificação da Função Motora Grossa (GMFCS)
Paralisia Cerebral
• Necessidades Nutricionais

Situação Necessidades Energéticas Estimadas


(NEE)

Crianças eutróficas e obesas - 70% do GET nas NEE de crianças


com pouca atividade hígidas

Criança com DEP grave até 1,5 x GEB


*Calcular GEB por Schofield
Referência: Weffort & Lamounier, 2010.

Comprometimento motor Necessidades Energéticas Estimadas

Sem disfunção 15 kcal/cm de estatura

Com disfunção, mas deambula 14 kcal/cm de estatura

Não deambula 11 kcal/cm de estatura

Referência: NCP 2008 in Weffort & Lamounier, 2010.


(Autoral) A paralisia cerebral caracteriza-se por um grupo de desordens do
desenvolvimento do movimento e da postura por distúrbio ocorrido no
sistema nervoso em desenvolvimento. Sobre avaliação nutricional em
pacientes com paralisia cerebral, é correto afirmar que:
a) São utilizadas curvas de crescimento para classificação do estado
nutricional conforme a referências da Organização Mundial da Saúde, de
2006 e 2007.
b) Pode ser utilizado pregas cutâneas para identificar a composição
corporal.
c) A altura segmentada é considerada padrão ouro para avaliação desses
pacientes.
d) As curvas de crescimento para PC podem ser utilizadas apenas para
crianças com até 2 anos de idade.
(Autoral) Quais curvas de crescimento são utilizadas para avaliar o
estado nutricional de crianças com PC?
a) IMC/idade, apenas
b) IMC/idade, P/I, E/I e P/E
c) IMC/idade, P/I e P/E
d) IMC/idade, P/I, E/I
(Autoral) Qual a recomendação calórica para pacientes com PC, sem
disfunção motora, conforme Weffort & Lamounier, 2010?
a) 15 kcal/cm de estatura
b) 14 kcal/cm de estatura
c) 11 kcal/cm de estatura
d) 13 kcal/cm de estatura
Desnutrição
• A desnutrição é uma doença de natureza clínico-social multifatorial. A
desnutrição grave acomete todos os órgãos da criança, tornando-se
crônica e levando a óbito, caso não seja tratada adequadamente.
Classificação
Desnutrição
Tratamento

FASE I – INICIAL/ESTABILIZAÇÃO (1 a 7 dias)


• Tratar os problemas que ocasionem risco de
morte;
• Corrigir as deficiências nutricionais específicas;
• Reverter as anormalidades metabólicas; e
• Iniciar a alimentação.
Desnutrição
Tratamento

FASE II – REABILITAÇÃO
• Dar a alimentação intensiva para assegurar o crescimento rápido visando
recuperar grande parte do peso perdido, ainda quando a criança estiver
hospitalizada;
• Fazer estimulação emocional e física;
• Orientar a mãe ou pessoa que cuida da criança para continuar os cuidados
em casa e,
• Realizar a preparação para a alta da criança, o sumário do tratamento para
seguimento e marcação de consulta.
Desnutrição
Tratamento

FASE III – ACOMPANHAMENTO


• Após a alta, encaminhar para acompanhamento ambulatorial/centro
de recuperação nutricional para prevenir a recaída e assegurar a
continuidade do tratamento.
Desnutrição
Tratamento - Fase da estabilização

>>Calorias: 80 a 100 Kcal/Kg de peso/dia


>> Proteína: 1 a 1,5 g de proteína/Kg de peso/dia.
>> Oferta líquida total: 120 a 140 ml/Kg de peso/ dia - incluindo o volume
das preparações e de soro (oral e venoso) administrados. Se há edema, usar
o menor valor e, se houver perdas por vômitos e/ou diarréia, aumentar a
oferta;
>> Baixa osmolaridade (280 mmol/litro)
>> Baixo teor de lactose (13g/l)
>> Intervalos frequentes, de preferência de 2 em 2 horas (dia e noite)
Desnutrição
• Ferro
>> A administração de ferro não deve ser iniciada no primeiro dia de
tratamento para recuperação da criança com desnutrição;
>> A OMS e o Departamento Científico de Nutrição da SBP recomendam
iniciar o tratamento com ferro a partir do momento em que a criança
começa a ter bom apetite e ganhar peso (geralmente na segunda semana de
tratamento). A partir desse momento, administre ferro elementar (3 a
4mg/Kg peso/dia, por via oral)
Desnutrição
Tratamento - Fase de reabilitação
>> O retorno do apetite é o indicador de que a criança está pronta para
entrar nessa fase;
>> Realizar transição de aporte nutricional;
>> Calorias: 150-220 kcal/ Kg de peso/dia;
>> Proteínas: 4 a 5 g/Kg de peso/dia

Objetivo: ganho de peso (aumentar 1DP)


(FEPESE - UFSC - Residência Multiprofissional em Saúde da Família -
Área: Nutrição - 2018) A desnutrição energético-proteica (DEP)
moderada ou grave é ainda um importante problema na faixa etária
pediátrica, especialmente em crianças hospitalizadas. Pode ser
decorrente de deficiência primária de energia e proteína ou
relacionada a enfermidades.
No que diz a respeito à prescrição dietoterápica na fase de reabilitação
do tratamento da desnutrição grave, é correto afirmar que:

a) A dieta deve fornecer de 60 a 100 kcal/kg de peso/dia e de 0,8 a 1 g


de proteína/kg de peso/ dia.
b) A dieta deve fornecer de 100 a 150 kcal/kg de peso/dia e de 1 a 1,5
g de proteína/kg de peso/ dia.
c) O volume a ser ofertado não deve ultrapassar 150 mL/kg/dia,
devendo ser ofertado em intervalos frequentes a cada (2/2h) ou (3/3h).

d) A dieta deve fornecer de 150 a 220 kcal/kg de peso/dia e de 4 a 5 g


proteínas/kg de peso/dia.

e) A dieta deve fornecer de 280 kcal/kg de peso/ dia e de 1,5 a 2 g de


proteína/kg de peso/dia.
(FEPESE - UFSC - Residência Multiprofissional em Saúde da Família - Área: Nutrição
- 2018) O sucesso no tratamento da criança com desnutrição grave não requer
instalações e equipamentos sofisticados, mas requer que cada fase do tratamento
seja executada de forma apropriada por profissionais de saúde adequadamente
capacitados e dedicados. Quando isto é feito, o risco de morte pode ser
substancialmente reduzido e a oportunidade de recuperação completa pode ser,
em muito, aumentada (Ministério da Saúde, Manual de Atendimento da Criança
com Desnutrição Grave em Nível Hospitalar, 2005). Analise as afirmativas abaixo
em relação aos procedimentos para diagnóstico e tratamento hospitalar da criança
com desnutrição grave:

1. Na fase de reabilitação nutricional é necessária alta ingestão calórica e proteica.


O retorno do apetite é o indicador de que a criança está pronta para entrar nessa
fase.
2. Durante a fase de reabilitação nutricional, é necessária uma abordagem intensiva
para atingir ingestão muito alta e recuperar o peso perdido ainda durante a
internação.
3. Na fase de estabilização, o objetivo é suprir a quantidade de energia e proteína
suficientes para manter os processos fisiológicos básicos da criança.
4. A fase de estabilização se inicia no primeiro dia e pode ir até o sétimo dia de
internação.
5. Na fase de acompanhamento, ocorre a preparação para a alta da criança, na qual
a mãe ou o cuidador deve receber orientações para continuar os cuidados em casa.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.


a) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.
b) São corretas apenas as afirmativas 3 e 5.
c) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
d) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 4 e 5.
e) São corretas as afirmativas 1, 2, 3, 4 e 5.
(UFRJ - Residência em Nutrição - Área: Saúde da Família e Comunidade – 2017)
Com relação à correção das deficiências de micronutrientes em crianças com
desnutrição grave em nível hospitalar, é correto afirmar que:

a) O ferro deve ser administrado na primeira semana de tratamento, independente


da presença de processo infeccioso.
b) O ferro só deve ser iniciado quando a infecção for afastada e a criança iniciar o
processo de ganho ponderal.
c) A suplementação de polivitamínicos deve ser similar à ofertada para crianças
eutróficas.
d) A suplementação de zinco deve ser feita com acetato de zinco 3mg/Kg em dias
alternados.
Obrigada!
@beatrizabuali

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