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II

Índice
1. Introdução ........................................................................................................................... 4

1.1. Objectivos ........................................................................................................................ 4

1.1.1. Geral .............................................................................................................................. 4

1.1.2. Específico...................................................................................................................... 4

2. Aspectos metodológicos ..................................................................................................... 4

2.1. Trabalho de Campo .......................................................................................................... 4

2.2. Trabalho Compilatório ..................................................................................................... 4

3. Base teórica ......................................................................................................................... 5

3.1. Visitas de estudo ou aulas de campo................................................................................ 5

3.1.1. Vantagens das visitas de estudo .................................................................................... 6

4. CARACTERIZAÇAO DA ÁREA DE ESTUDO .............................................................. 7

4.1. Localização ...................................................................................................................... 7

4.2. Geologia regional ............................................................................................................. 7

4.3. Geomorfologia e Solos .................................................................................................... 7

4.4. Hidrografia ....................................................................................................................... 7

4.5. Clima ................................................................................................................................ 7

5. DESCRIÇÃO DA I ACTIVIDADE-MOATIZE ................................................................ 8

5. Conclusão da actividade I, realizada em Moatize ............................................................. 13

6. ACTIVIDADE II .............................................................................................................. 13

6.1. Contextualização ............................................................................................................ 13

6.1.1. Comunicação de risco e sensibilização a comunidade local ....................................... 13

6.1.2. Impacto Ambiental ..................................................................................................... 13

6.1.3. Risco Ambiental ......................................................................................................... 13

6.2. O risco de desastre natural ............................................................................................. 14

6.3. Comunicação de risco .................................................................................................... 14

7. DESCRIÇÃO DA ACTIVIDADE II NO BAIRRO JOSINA MACHEL, NO MONTE


CALOEIRA .......................................................................................................................... 14
III

8. Conclusão.......................................................................................................................... 18
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1. Introdução
O trabalho em destaque designado por Relatório, faz menção das actividades desenvolvidas
na aula de campo ou visita de estudo no dia 07 de Outubro de 2023, , sob orientação do Mcs:
Nelson Ambrósio e o PhD. Pf. José Passe. Foram efectuadas visitas em lugares de exposição
de Riscos Em Moatize, especificamente, no Bairro Bagamoio e no Monte Caloera, no bairro
Josina Machel e nas residências construídas no sopé do monte, para que se pudesse fazer
observações directas relativamente aos impactos ambientais dos riscos existentes e
sensibilizar as pessoas sobres os mesmos.
Ora, as aulas de campo ou visitas de estudos, pressupõem ser a base de consolidação, pois, as
mesmas proporcionam momentos de interacção dos estudantes entre o espaço académico em
relação a realidade vivida nas comunidades.
Como salienta Gonçalves (2009), que a visita de estudo é uma das estratégias que mais
estimula os alunos dados o carácter motivador que constitui a saída do espaço escolar.
Contudo, a visita de estudo é mais do que um passeio, constitui uma situação de
aprendizagem que favorece a aquisição de conhecimentos, proporciona o desenvolvimento de
técnicas de trabalho, facilita a sociabilidade.
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Consolidar na prática os conhecimentos teóricos obtidos ao longo das aulas,
concedendo assim um melhor entendimento sobre os Riscos Ambiental.
1.1.2. Específico
Caracterizar a área de visitação;
Identificar o nível de exposição e vulnerabilidade da população de Moatize e o monte
Caloera.

2. Aspectos metodológicos
2.1. Trabalho de Campo
O trabalho de campo consistiu no levantamento de dados e uma observação directa sobre o
trabalho em destaque.
2.2. Trabalho Compilatório
Posto a observação directa e o levantamento de dados campo, fez-se uma consulta
bibliográfica em diversas fontes relativamente aos riscos e sua relação com o meio ambiente e
a saúde pública a fim de enriquecer o trabalho, e tal fase culminou com a materialização deste
relatório
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3. Base teórica
3.1. Visitas de estudo ou aulas de campo
Segundo Mendonça e Neiman (2003) as viagens educacionais ou as visitas técnicas ou ainda
visitas de estudo tiveram como precursor o pedagogo francês Celestin Freinet, que
considerava essas saídas a campo como fonte natural de aprendizagem da realidade.
Para Freinet (2000), aprendemos em nossa família e na sociedade, ou seja, através do erro, da
tentativa e da experiência. Para Gonçalves (2009), a visita de estudo é uma das estratégias que
mais estimula os alunos dados o carácter motivador que constitui a saída do espaço escolar.
Contudo, a visita de estudo é mais do que um passeio, constitui uma situação de
aprendizagem que favorece a aquisição de conhecimentos, proporciona o desenvolvimento de
técnicas de trabalho, facilita a sociabilidade.
Um dos objectivos das novas metodologias que a educação ambiental recorre é, precisamente,
promover a interligação entre teoria e prática, a escola e a realidade. A visita de estudo é um
dos meios mais utilizados pelos docentes, alunos e activistas ambientais para atingir este
objectivo. Por outro lado, as visitas de estudo têm sido um dos instrumentos privilegiados no
desenvolvimento da Área-Escola.
De acordo com a UNESCO (1987), visitas de estudos são globalizantes, no decurso das quais
se reconhecem aspectos geográficos, históricos, artísticos, económicos, literários, favorecem a
compreensão do carácter total da realidade da comunidade. A visita de estudo tem múltiplas
potencialidades pedagógicas e formativas para o alcance da educação ambiental (EA), de
entre elas destacam-se:
 As que decorrem da relação de proximidade entre os alunos, activistas, entidades e
técnicos com a realidade da comunidade;
 Promover a interligação entre teoria e prática, a escola e a realidade.
Para Lima (1984) as visitas técnicas ou de estudos são experiências práticas que possibilitam
o estudo da realidade através do deslocamento de alunos para ambientes fora de seu
quotidiano (a sala de aula). Constituem momentos que permite aos estudantes um
reconhecimento do ambiente que lhe circunda e desta forma criar um senso crítico sobre ele.
Para Fernandes (2007) as aulas de campo são momentos em que monitores ambientais iniciam
uma interacção com os alunos, quando então, através do diálogo e da participação dos
mesmos, são fornecidas informações sobre o ambiente onde estão inseridos.
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3.1.1. Vantagens das visitas de estudo


Boscolo (2007), cita as seguintes vantagens:
 As visitas de estudo promovem uma parceria em prol do conhecimento entre
professores ou docentes e alunos;
 As experiências de estudo do meio são propulsoras do diálogo e das actividades
colectivas resultando em aprofundamento de conteúdos, socialização e em formação
intelectual e de mudança;
 As visitas técnicas constituem um importante instrumento para desenvolver o senso
crítico do ser humano a partir da construção do conhecimento através da realidade;
 Exploração do ambiente local: prevê a utilização/exploração dos recursos locais
próximos para estudos, observações;
 Compreensão do metabolismo local, ou seja, da interacção complexa dos processos
ambientais a sua volta;
 Agradabilidade na execução;
 Grande participação de pessoas envolvidas; vivência de situações concretas.
O experimentar, o viver, o aprender, o sentir são palavras que exprimem o que essa prática
traz de positivo consigo, e nessa linha a Educação Ambiental também trabalha, pois em sua
essência busca a mudança de atitudes e a geração de um comportamento mais responsável e
cidadão através da vivência e da quebra de paradigmas, já que não busca desenvolver o
conhecimento em partes, mas sim de forma complexa e interdisciplinar.
Nesse sentido, as visitas técnicas no ensino superior podem configurar-se como estratégias
alternativas para a inserção do estudante universitário nos problemas sócio-ambientais nos
quais estão inseridos, e a partir de então pensar acções cabíeis para a melhora dos problemas
encontrados.
De acordo com a UNESCO (1987), Dias (2004) e Menezes (2012), essas experiências "in
loco" podem, portanto, constituir uma quebra ao paradigma educacional vigente, ou seja,
figuram como oportunidades de motivar os estudantes para momentos mais reflexivos e não
apenas de aceitação do conteúdo transmitido pelos professores. O modelo actual preocupa-se
apenas com a instrução do intelecto e são raras as vezes que os alunos são convidados a “fazer
observações, formular críticas, ou ainda realizar qualquer tipo de operação intelectual que
favoreça o desenvolvimento de sua capacidade reflexiva” (GUEDES, 1981:32).
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4. CARACTERIZAÇAO DA ÁREA DE ESTUDO


4.1. Localização
A área de estudo é o distrito de Moatize que dista 20 km do Município de Tete, situa-se a NE
da cidade capital provincial, entre os paralelos 15° 37’ e 16° 38’ de latitude Sul e entre os
meridianos 33° 22’ e 34° 28’ de longitude Este em relação ao Meridiano de Greenwich. É
limitado ao Norte pelos distritos de Chiúta e Tsangano; a Este pela República do Malawi; a
Sul pelos distritos de Tambara, Guro, Changara e Município de Tete, através do rio Zambeze
e Mutarara através do rio Mecombedzi; e a Oeste pelos distritos de Chiúta e Changara.
A área distrital de Moatize é de 8426 km2, correspondendo a cerca de 8,6 % da superfície
total da província que é de aproximadamente 98,417 km2 (MAE, 2014).
4.2. Geologia regional
A África é largamente composta por um mosaico de cratons e cinturões móveis arcaicos,
amalgamados por cinturões dobrados alongados, de idade proterozóico-câmbrianas. Estes
encontram-se cobertos por sedimentos indeformados e rochas extrusivas associadas, de idades
neoproterozóica, carbonífera tardia a jurássica inicial e cretácico-quaternária (GABERT,
1984; DIRKS e ASHWAL, 2002). Cinturões dobrados mais jovens, deformados durante as
orogenias hercínica e alpina, apresentam apenas extensão local.
4.3. Geomorfologia e Solos
A topografia regional da Província de Tete é dominada pela intersecção do Lago Malawi
(Vale do Grande Rift) e pelas Bacias Hidrográficas do Baixo Zambeze, que drenam numa
direcção Sudeste para a costa (ERM e IMPACTO, 2013).
4.4. Hidrografia
De abastecimento predominantemente pluvial, os grandes cursos de água moçambicanos são
de regime periódico, ainda que grande parte dos seus efluentes sejam de regime ocasional
(MUCHANGOS, 1999). Devido a configuração do relevo a maior parte dos rios corre de
Oeste para Este, atravessando sucessivamente montanhas, planaltos e planícies, antes de
desaguarem no oceano Indico.
4.5. Clima
A condição climática da área de estudo é condicionada por uma variação sazonal,
determinada em grande parte, pelo movimento da Zona de Convergência Intertropical sobre
o Oceano Índico e topografia local. Segundo (MAE, 2014), no distrito de Moatize ocorrem
dois tipos climáticos o tipo “seco de Estepe com Inverno Seco - BSw” na parte Sul do
distrito e o tipo “Tropical Chuvoso de savana – AW” no norte do distrito. Os dois tipos
climáticos apresentam duas estações distintas, a estação chuvosa e a estação seca.
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A temperatura mínima e máximas absolutas, para a região é de 27.1ºC e 43.7ºC,


respectivamente, enquanto a temperatura média anual é de 27ºC. Há uma forte variação
sazonal da temperatura, com os meses quentes de verão (Outubro a Abril) com uma
temperatura média de 29ºC, e os meses de inverno ameno (Maio a Setembro) com uma
temperatura média de 25ºC (DAMBO, 2014).

5. DESCRIÇÃO DA I ACTIVIDADE-MOATIZE
O ponto de encontro e partida foi no Campus de Cambinde, pelas 09 horas da manhã, onde a
primeira fase das actividades consistiu em fazer uma pequena contextualização relativamente
a agenda das actividades, posto isso, fez-se uma caminhada pedral em direcção aos arredores
da mineradora Vale, actual VULCAN, tendo sido observado um cinturão de plantas,
nomeadamente: Acácias, tal cinturão tem como principal objectivo absorver grande parte dos
particulados de carvão mineral emitidos pela mineradora VULCAN para que não adentre nas
moradias dos cidadãos que ali vivem.
Ora, em conversa com o docente-guia, constatou-se que a coloração das árvores plantadas ao
redor da cerca da mineradora estava escurecida, mudando assim, a composição química e
biológica da própria planta, igualmente, constatou-se que, mesmo com esse cinturão, os
particulados ainda adentram em grandes quantidades nas moradias, ocasionando assim
problemas respiratórios dos que ali vivem.
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Observou-se, igualmente, que a emissão dos particulados compromete a qualidade da água e


água compromete a produção e produção a vida humana, portanto, pôde-se se perceber que e
uma cadeia de riscos.
Como clarividência de tal raciocínio, observou-se que a colocam da água estava sendo
afectada.
Aquando da observação, fez-se menção das extensões dos impactos decorrentes da
exploração mineira em Moatize, tal como ilustra a figura abaixo:

Fonte: Inter-relacionamento dos principais impactos ambientais no complexo mineiro de


Moatize. Adaptado de FERREIRA, 2012 (fotos, 2,3,4 e 5 do professor Passe).

Semelhantemente, fez-se uma análise comparativa ao campo e aos documentários,


relativamente direcção dos ventos, alguns autores afirmam que, geralmente, as comunidades
mais próximas, ou melhor, as comunidades que estão ao redor da mineração não sofre
grandes impactos devido a direcção do vento. Ora, feita a analise, constatou-se que grande
parte da população ali residente é afectada drasticamente.
Os impactos têm na sua maioria das vezes se observado nos seguintes termos: aberturas de
fendas nas moradias dos munícipes, poluição hídrica, etc.
Com a intenção de melhor observação, fez-se uma caminhada até ao bairro Bagamoio, onde
igualmente, fez-se uma observação directa da área, tendo-se visivelmente observado os
impactos sócio ambientais decorrentes da exploração mineira, e apenas chegou-se a seguinte
conclusão: "A população está em risco."
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Com mais propriedade, teve-se uma pequena interacção com os residentes daquele bairro. A
entrevista era de carácter informal com vista a colecta de sensibilidades da população,
aqueles que são directamente impactado na área de estudo. Portanto, importa aqui salientar
que, para efectivação dessa pequena actividade a turma dividiu-se em grupos de (03) três.
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Interagimos com uma senhora com quatro filhos, e a pergunta direccionada estava
relacionado com o tremor de terra que se faz sentir aquando da explosão.
Com efeito, a resposta vinda daquele bairro foi tristonha, afirmava ela que o tremor se faz
sentir duas vezes ao dia, a primeira vez é no período da manha, e segunda, da tarde.
Uma outra pergunta feita esteve relacionada com a indeminização pelas fendas nas casas.
Ao que ela respondeu dizendo que, há um tempo, a equipe da VULCAN fez um inquérito das
casas com fendas, o plano era ressarcir- disse ela.
Ela continuou dizendo que há, igualmente, escassez de água no bairro Bagamoio, e que a
mineradora deveria olhar por esse lado.
Ainda no âmbito do enqueri-to, observou-se que aquele bairro também enfrenta sérios
problemas de abastecimento de água.
O que agrava cada vez mais a situação da população. O entrevistado afirmava que o
problema prevalecia a mais de 2 anos, e que em jeito de alternativa, o mineradora propôs-se
em fazer a distribuição diária por meio de um caminhão-distribuidor, devendo assim, a
sociedade pagar uma tax de 50, 00MZN.
O entrevistado afirmou ainda que, a água não esta inteiramente em condições próprias para o
consumo humano, às vezes, tem-se observado particulados de carvão mineral na água
abastecida, o que pressupõe ser um alerta para a população ali residentes.

Fonte: Os autores, 2023.


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A imagem supracitada, revela a forma como é feita a distribuição da água no bairro, em que
um carro em tempos regular abastece os tanques.
Neste contexto, de forma colectiva procurou-se saber sobre a alternativa que apopulacao
teria na ausência ou avaria de um dos caminhões-abastecedores (pergunta reflexiva).

Fonte: A turma, 2023


A imagem supracitada diz respeito ao ultimo momento de discussão daquilo que foi
observado aquando da realização da entrevista não informal que se fez, foram momentos de
troca de experiencias, em que cada grupo relatava daquilo que observou no campo.
O docente teceu algumas breves considerações finais entorno das abordagens trazidas por
cada grupo.
Tais observações, estiveram assentes no desafio que nós como ambientalistas nos temos,
ademais, o docente acresceu dizendo que, os impactos decorrentes da exploração mineira
vão se intensificando cada vez mais dada à procura e a demanda de um carvão com um bom
teor de qualidade, que se encontra em Moçambique, sobretudo, em Tete, especificamente em
Moatize.
Neste contexto, o docente acresceu ainda dizendo que o desenvolvimento sustentável ainda é
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um desafio no nosso contexto dada as políticas vigentes. Foi com palavras comprometedoras
e desafiadoras como essas que deu-se por encerrada as actividades em MTZ.

5. Conclusão da actividade I, realizada em Moatize


Da actividade realizada constatam-se as seguintes ilações:
1. A população está vulnerável a qualquer reacção da natureza ocasionada pelas
actividades antrópicas em Moatize, nomeadamente: a mineração.
2. É da responsabilidade do governo intervir de forma prática a situação que se assiste
naquele ponto da província.
3. É de extrema importância que se crie uma estratégia de um PL (Plano local), de
modo a monitorar e a melhorar as condições da daquela população.

6. ACTIVIDADE II
6.1. Contextualização
No âmbito da cadeira de Gestão de Riscos Ambientais (GRA), em jeito de uma
fundamentação teórica, importa aqui antes de mais, fazer menção da comunicação e
percepção de risco e o impacto ambienta (IA):

6.1.1. Comunicação de risco e sensibilização a comunidade local


Monteiro (2009), definiu a comunicação de riscos como um processo interativo de troca de
informações e de opiniões entre indivíduos, grupos e instituições, envolvendo mensagens
sobre a natureza do risco e outras, que expressam preocupações, opiniões ou reacções às
mensagens de risco ou os arranjos legais e institucionais para o gerenciamento dos riscos.
6.1.2. Impacto Ambiental
De acordo com a lei 20/2006 de um de Outubro, artigo número um, “Impacto Ambiental é
qualquer mudança de ambiente para melhor ou pior especialmente com efeitos no ar, na
terra, na água e na saúde das pessoas resultantes das actividades humanas”.
6.1.3. Risco Ambiental
Na actualidade, de acordo com ZINN (2008), apud SOUSA (2013), o termo risco está
associado ao perigo, referindo-se a algo que pode originar danos.
Por outro lado, o conceito é usado para expressar a probabilidade e extensão de um evento.
Por fim, o conceito de risco pode adoptar a conotação de assunção do risco, entendida pelo
autor como uma avaliação subjetiva de ganhos e perdas. (SOUSA, 2013).
A Avaliação de Risco é definida por Berger (1982) como a identificação do perigo, a
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localização de suas causas, a estimativa da extensão dos seus danos e a comparação destes
De acordo com CUTTER, (1996:532-533), apud CONY, (2013) a vulnerabilidade como uma
resposta matizada, destaca as respostas e formas de lidar com os perigos, incluindo-se a
resistência e a resiliência.
6.2. O risco de desastre natural
O risco de desastre natural é a denominação preferida para fazer referência àqueles riscos
que não podem ser facilmente atribuídos ou relacionáveis à acção humana. Embora, nos dias
de hoje, essa seja uma tarefa cada vez mais difícil, REBELO (2003:11-22), apud DAGNINO
e JUNIOR, (2007), apresenta a seguinte tipologia de riscos naturais:
1. Riscos tectónicos e magmáticos;
2. Riscos climáticos; riscos geomorfológicos (os mais típicos, tais quais ravinamento,
de movimentações de massa, como desabamento ou deslizamento e outros riscos
geomorfológicos como os decorrentes da erosão eólica e do descongelamento de
neves de altitude e os riscos hidrológicos).
6.3. Comunicação de risco
Para Cunha (2008), a comunicação de riscos é o processo de comunicar sobre riscos à saúde,
ao meio ambiente natural e urbano e à segurança da população.
De acordo com Monteiro (2009:160), a comunicação de riscos pode ser definida como “um
processo interactivo de troca de informações e de opiniões entre indivíduos, grupos e
instituições, envolvendo mensagens sobre a natureza do risco e outras, que expressam
preocupações, opiniões ou reacções às mensagens de risco ou os arranjos legais e
institucionais para o gerenciamento dos riscos.

7. DESCRIÇÃO DA ACTIVIDADE II NO BAIRRO JOSINA MACHEL, NO MONTE


CALOEIRA
Tendo sido concluída as actividades em Moatize, prosseguiu-se para o bairro Josina Machel,
no monte Caloera, o tempo desse deslocamento levou acessivelmente meia hora.
Tendo lá chegado, fez-se uma caminhada de mais ou menos 400m até às proximidades do
monte, com declividade considerável de observação.
Chegado ao ponto em questão em jeito de contextualização e interacção, fez-se uma
avaliação da área de estudo, olhando e avaliando aqueles que são os riscos patentes no local.
Fez-se uma breve explicação sobre os riscos ambientais que as pessoas residentes no sopé do
monte estavam sujeitas, donde ao olhar de todos presentes percebeu-se que o risco eminente
tratava-se do Risco natural Geomorfólogo.
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Observou-se que a construção de casas sobre os arredores do monte Caloera tem-se


intensificado cada vez mais, a população ali residente parece estar alheio a vulnerabilidade
aos riscos ambientais.
A construção tornou-se natural como se tal população estivesse erguendo as suas moradas
sobre um solo em condições propícias.
Face a isso, o docente fez menção do alto grau de vulnerabilidade ali existente devido aos
possíveis acontecimentos, tais como: como o deslizamento de terra, que ocasionar o
rolamento das rochas ali existentes.

Na imagem supracitada, pode-se observar o risco que as famílias estão expostas devido à
localização das suas residências, pois estas assentam sobre uma montanha que além de poder
deslizar estão sujeitas aos riscos geomorfológicos externos, como quando há chuvas
intensas, causando pela intensidade da corrente de água poderão ser arrastadas, havendo um
risco de causar erosões extremas como a pluvial.
Aquando da realização do trabalho de campo no B. J. Machel, concretamente no Monte
Caloera, deparamo-nos com esse risco ambiental: uma rocha sendo suspensa pela obra em
construção de um dos residentes.
Pela imagem, observa-se que a população ali residente é leigo a matérias inerentes a Riscos
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ambientais, observou-se, igualmente, que a população está inconsciente das possíveis


ocorrências dos de um acidente. De forma sucinta a população está vulnerável por duas
razões muito simples:
I. É uma área ou zona de risco imprevisível, pois a qualquer momento pode haver um deslize
de terra, e consequentemente, as rochas suspensas.
II. A população não tem a clara e concreta percepção do risco pelo qual está exposto.
Portanto, havendo esse défice perceptível e de comunicação, a população ainda continuará
erguendo as suas moradas naquelas zonas. Pela imagem, nos limitamos em trazer apenas
essa, contudo observou-se casos do género, em que os nativos constroem as suas residências
nas extremidades dos taludes. Observou-se, igualmente, a descaracterização ocasionada pela
erosão, onde consegue-se de maneira visível contemplar um punhado de areia, plantas que
suportam as rochas.

Fonte: A turma, 2023


Igualmente, fez-se menção do intemperismo biologico, onde sobre isso, abordou-se de ser
uma das causa que pode provocar o rolamento de um rocha em direcção as residências das
populações.
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Na mesma perspectiva, observou-se que grande parte das rochas suspensas são sustentadas
por um arbusto que pela escassez do carvão vegetal, a população ali fixada opta por arrancar
os arbustos para o confeccionamento das suas refeições, ocasionando assim a fragilidade das
suspensas rochas que masi tarde podem rolar em direcção as residências ocasionand o perdas
de vidas humanas, o que pressupõe um riso eminente
Igualmente, observou-se que grande parte do monte e composta por uma vegetcao, oq eu
permite o não faci rolamento das rochas.

Fonte: A turma, 2023


Ultimas considerações sendo dadas pelo docente.
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8. Conclusão
Dada a visita de estudo, constataram-se as seguintes ilações:
1. A vulnerabilidade face aos desastres resulta da sua localização na foz de nove rios
internacionais, a existência de zonas áridas e semiáridas; a longa extensão do
território nacional localizado na zona de convergência intertropical sujeita a perdas e
ganhos excessivos de humidade, a extensa zona costeira que sofre a influência de
ciclones tropicais e a existência de zonas sísmicas activas.
2. Nos últimos 20 anos, a elevada frequência, alternância e intensidade dos eventos
naturais extremos, agravada pelas mudanças climáticas, passaram a constituir uma
grande ameaça aos esforços de desenvolvimento nacional, visto que funcionam como
um entrave à aceleração do crescimento económico e tendem a corroer os ganhos já
alcançados.
3. Moçambique é um dos Países de África mais vulneráveis aos desastres devido
principalmente a sua localização geográfica e nível de pobreza.
4. A comunicação do risco de desastres naturais surge cada vez mais referenciada como
uma ferramenta de gestão do risco e um processo extremamente importante na
difusão de conhecimentos, na modificação e reforço de condutas, valores e doutrinas
sociais, capazes de contribuir para a prevenção e minimização do risco e para o
desenvolvimento de sociedades mais resilientes face aos desastres naturais.
5. A comunicação permite explicar as razões dessas decisões e informar o público sobre
as oportunidades e desafios de mitigação e minimização das suas consequências,
incluindo as responsabilidades inerentes a cada um dos intervenientes.
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Bibliografia

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Moçambique e sua influência ambiental dos solos por elementos potencialmente
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