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Estudo Parte 01 - O Tab.
Estudo Parte 01 - O Tab.
o sumário
Quando a nuvem de Deus se moveu do cume do Monte Sinai para o
tabernáculo recém construído, cobrindo a casa de Deus e enchendo-a
com Sua glória (Êx 40.34), atingiu-se um ápice no relacionamento de
Deus com a humanidade. Nesta cena majestosa, o livro do Êxodo
termina com uma resolução, ainda que temporária e intermediária, da
história do exílio da humanidade do Éden narrada em Gênesis 3. Além
disso, o tabernáculo cheio de glória também prefigurava a solução
definitiva por parte de Deus, àquela expulsão, solução que viria pela
pessoa e obra de Jesus Cristo.
A Criação e o Tabernáculo
Provavelmente a ideia principal a respeito do papel e propósito do
tabernáculo comece com a compreensão de que, originalmente, o
próprio cosmos foi criado para ser a casa de Deus e onde a
humanidade desfrutaria de comunhão com ele. Somente quando
aquela casa foi contaminada pelo pecado e pela morte é que uma casa
secundária e provisória, o tabernáculo, se tornou necessária. Seria
portanto, esperada uma medida de correspondência entre o
tabernáculo e a criação, e é precisamente esse o caso.
A aliança e o templo
Para entender o significado do tabernáculo na história, é necessário
olhar – através da Escritura – para fora da criação e do tempo, para
uma determinada vontade de Deus, uma vontade revelada na
promessa da aliança repetida com frequência: “Andarei entre vó e
serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo”. Esse sentido triplo é
recorrente, no todo ou em parte, por toda a Escritura, como o
coração da aliança, o objetivo da criação e da redenção. De fato, o
tabernáculo repleto de glória no final do livro de Êxodo já havia sido
antecipado justamente por tais declarações da promessa da aliança: “E
me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles.” (Êx
25. 8) e “E habitarei no meio dos filhos de Israel e serei o seu Deus. E
saberão que eu sou o Senhor, seu Deus, que os tirou da terra do Egito,
para habitar no meio deles; eu sou o Senhor, seu Deus.” (29. 45 – 46).
Mais tarde os profetas usariam o templo como um símbolo para esse
relacionamento de aliança, declarando que Deus realmente redimiria
e santificaria seu povo e moraria com ele (ver, por exemplo, Ezequiel
36. 26 – 27). Na aliança davídica, o papel do templo no plano de
redenção de Deus eleva-se à proeminência singular.
Cristo e o templo
A transição da criação para a nova criação e do templo como casa
para o templo como lar está centrado na pessoa e obra do Senhor
Jesus Cristo. No prólogo do evangelho de João, lemos que o Filho se
tornou carne e “habitou” entre nós, manifestando a sua glória (Jo 1.14,
tradução do autor). Através da encarnação, o Eterno Filho se torna um
templo, sua humanidade é a morada de Deus. Como templo, Jesus
também é o caminho para Deus. Seu auto sacrifício na cruz da agonia
expia nossos pecados, cumprindo o ritual sacrificial do antigo Israel.
Muito apropriadamente, a crucificação de Cristo resultou em Deus
rasgando o véu do templo (Mc 15.38), através do véu da carne de
Jesus, o “novo e vivo caminho” para Deus foi aberto (Hb 10. 19-22).