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CDU 611.73
A Figura 8.24 mostra que, quando uma unidade músculo-tendão alonga-se além do com-
primento de repouso, a tensão isométrica gerada é bastante constante, entre 100 e 150% do
comprimento em repouso, e então aumenta a um máximo em aproximadamente 175% do
comprimento em repouso. A mudança na tensão isométrica entre o comprimento em repouso
e a tensão máxima está associada com uma diminuição gradual na quantidade de tensão pro-
duzida pelo componente contrátil e um aumento gradual na quantidade de tensão passiva. A
tensão no componente contrátil seria reduzida a zero se a unidade músculo-tendão fosse
alongada a aproximadamente 210% do comprimento em repouso. Entretanto, os componentes
do tecido conjuntivo elástico paralelo evitam que essa situação ocorra, ao limitar o compri-
mento máximo da unidade músculo-tendão em aproximadamente 175% do comprimento em
repouso. Nessa situação, diz-se que a unidade músculo-tendão está em um estado de insufici-
ência passiva (Elftman, 1966). Insuficiência passiva: o limite
Quando uma unidade músculo-tendão se alonga, nem todos os sarcômeros são alonga- superior, o comprimento máximo
dos da mesma maneira. Teoricamente, poderia uma situação ocorrer na qual alguns dos da amplitude de funcionamento
de um músculo
sarcômeros em uma fibra muscular fossem completamente estendidos, ou seja, em que não
houvesse nenhuma interdigitação entre os filamentos de actina e de miosina, enquanto outros
sarcômeros não estariam completamente estendidos. Se o músculo fosse estimulado para con-
trair-se nesse estado, os sarcômeros completamente estirados não seriam capazes de se contra-
ir, enquanto outros sarcômeros seriam capazes de contração. Isso resultaria em mais estiramento
e, conseqüentemente, lesão aos sarcômeros já completamente estirados. Essa condição teórica
tem sido referida como instabilidade muscular, e pode ser prevenida, pelo menos em parte,
por insuficiência passiva (Alexander, 1989). Conseqüentemente, a amplitude de comprimento
máxima de uma unidade músculo-tendão é determinada pelos comprimentos nos quais ocor-
rem a insuficiência ativa e a insuficiência passiva, ou seja, aproximadamente entre 75 e 175%
do comprimento em repouso. Entretanto, é provável que a amplitude de funcionamento nor-
mal seja aproximadamente entre 100 e 130% do comprimento em repouso. Essa amplitude
incorpora a região da curva de comprimento-tensão onde a tensão contrátil é máxima, permi-
tindo flexibilidade máxima na geração de tensão (ver Figura 8.24).
do tamanho da carga externa. Quanto maior ela for (em relação à força
Força isométrica do músculo), maior será a velocidade de alongamento. Quanto
isométrica (%)
maior a velocidade de alongamento, maior o efeito do reflexo de
estiramento e, por conseguinte, maior a força produzida pelo músculo.
Quando a força externa exceder a força máxima do músculo, ele e seu
tendão estarão lesionados. A relação entre a velocidade de encurtamento
ou de alongamento e a força muscular é referida como a relação força-velo-
cidade (Figura 8.26). A Figura 8.27 mostra o efeito da relação força-veloci-
dade sobre a relação comprimento-tensão de uma unidade músculo-ten-
dão. A figura mostra que, em qualquer comprimento, quanto maior a ve-
locidade de encurtamento, menor a tensão e, quanto maior a velocidade
de alongamento, maior a tensão.
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Tensão
Figura 8.27. O efeito das velocidades de encurtamento e de estiramento sobre a relação comprimento-
tensão no músculo esquelético. A e B mostram contrações excêntricas: a velocidade de alongamento
em A > B; C e D mostram contrações concêntricas: a velocidade de encurtamento em C < D; I mostra a
curva de tensão isométrica.