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28/09/2023

MEDICINA VETERINÁRIA E SAÚDE COLETIVA

Prof.ª Nathalya Carneiro


SINANTROPIA
• É a habilidade de certos animais silvestres (mamíferos, aves, insetos) de
frequentar habitações humanas;

• Capazes de circular entre os ambientes silvestres, rural e urbano, muitas


vezes, veiculando patógenos

ANIMAIS SINANTRÓPICOS ANIMAIS SINANTRÓPICOS


São aqueles que convivem com o homem de forma • Destacam-se aqueles que podem comprometer a saúde do homem ou de
indesejada e são considerados “pragas”, quando sua outros animais por:
população aumenta causando incômodo ou agravo à saúde Transmitir doenças
Inutilizar ou destruir alimentos

Provocar riscos de acidentes – Ex.: picadas, mordeduras, etc.

ANIMAIS SINANTRÓPICOS ANIMAIS SINANTRÓPICOS


• Ratos • Alta proliferação → consequência da ação do próprio homem;
• Pombos • Homem → alimenta e favorece seu potencial reprodutivo.
• Morcegos
• Baratas
• Crescimento desordenado das cidades
• Escorpiões
• Invasão de áreas verdes
• Aranhas
• Conurbação
• Cobras

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O QUE ATRAI ESSAS ESPÉCIES PARA O


CONVÍVIO HUMANO?
ATUAÇÃO DO MÉDICO VETERINÁRIO
• Três fatores para sobreviver: água, alimento e abrigo. • Manejo da fauna sinantrópica
• Controle integrado de vetores, roedores e pragas em geral.
• Objetivo: Reduzir riscos à saúde pública
Hábitos INCORRETOS de:

• Higiene

• armazenagem de alimentos “O médico veterinário não cuida das


pragas; cuida das pessoas e elimina o
• limpeza de seus locais de residência e trabalho. risco causado pelas pragas”

ATUAÇÃO DO MÉDICO VETERINÁRIO ATUAÇÃO DO MÉDICO VETERINÁRIO


SETOR PRIVADO SETOR PÚBLICO

• Clínico - controle de pragas e vetores • Vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental

• Ex.: prescrever medidas contra pulgas e carrapatos • Órgãos como a Vigilância Sanitária e o CCZ → identificação do risco

• Responsável Técnico (RT) – Empresas de serviços de combate às • Vigilância epidemiológica e sanitária são multiprofissionais- atuam em
pragas. conjunto com outras áreas como engenharia, obras, serviços públicos,
entre outras
• Ex.: Acompanha e treina a equipe para o serviço a ser executado.

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS (MIP) MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS (MIP)


Importante: identificar a praga alvo do local, para determinarmos quando,
• Sistema de manejo que utiliza todas onde e como combate-la.
técnicas disponíveis;

Ações curativas → corrigir tudo o que esteja facilitando a existência da


• De maneira compatível, para redução da praga alvo no ambiente.
praga alvo;

Ações preventivas → instalar barreiras e/ou modificar estruturas que


• Mantendo-a em nível abaixo daquele que
estejam facilitando o acesso da praga alvo.
provocaria prejuízo econômico ou agravo à
saúde da população.
Ações de eliminação → o combate com biocida

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MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS (MIP) MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS (MIP)


A principal diretriz para o combate às pragas urbanas deve ser EVITAR:

• O acesso ás instalações industriais e de armazenamento;

• Locais de abrigo

• Alimento

• Água

“Chamados de 4A”

ETAPAS DO MANEJO INTEGRADO MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS (MIP)


Inspeção prévia

Identificação da praga alvo Hábitos de vida


Definição grau de infestação

Planejamento das ações


Ciclo de vida
Definição do manejo ambiental
Importância para a saúde
Definição dos biocidas e técnicas de aplicação

Cronograma de aplicação Medidas preventivas


Relatórios

CARRAPATOS CARRAPATOS
HÁBITOS DE VIDA

• + 870 espécies descritos

• 10% importância direta – baixa especificidade parasitária (maior


sobrevivência)

• Ectoparasitas de vertebrados terrestres, inclusive anfíbios.

• Maior atividade em períodos quentes e umidade elevada

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CARRAPATOS

CARRAPATOS
IMPORTÂNCIA PARA SAÚDE
• 2º grupo em importância como vetores de doenças infecciosas;

• Protozoários, bactérias e vírus

• Dermatites
• Febre Maculosa

• Doença de Lyme
• Encefalites; febres hemorrágicas

CARRAPATOS CARRAPATOS
MEDIDAS PREVENTIVAS MEDIDAS PREVENTIVAS
• Tratar os ambientes infestados: borrifar partes superiores; uso de
vassoura de fogo, etc.
• Limpeza frequente dos ambientes

• Vedar fendas em paredes, pisos;

• Higiene periódica dos animais domésticos;

• Tratar os animais infestados;

MOSQUITOS
MOSQUITOS
HÁBITOS DE VIDA

• Aedes – ativo durante o dia

• Vivem por 45 dias

• Ovos em água limpa e sombreada


– paredes dos recipientes

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MOSQUITOS MOSQUITOS
HÁBITOS DE VIDA
HÁBITOS DE VIDA
• Culex – ativo durante a noite
• Fêmeas → hematófagas

• Vivem de 30-60 dias


• Água é fundamental (completar o
ciclo) – temp. 25-28ºC
• Ovos (jangadas) diretamente em águas
poluídas - rica em matéria orgânica

Aedes

MOSQUITOS MOSQUITOS
• Adaptados as condições urbanas: IMPORTÂNCIA PARA SAÚDE
• Culex – vetor da filariose
• Culex: córregos poluídos, valetas de esgoto
• Aedes – Dengue, Febre amarela, Zika Vírus
• Aedes: caixas d’água, latas, pneus, pratos de plantas.****
• Lutzomyia - Leishmaniose

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MOSQUITOS
MEDIDAS PREVENTIVAS
• Evitar os criadouros
• Supervisão e tratamento de galerias de águas pluviais, redes de esgoto
• Evitar água parada – limpas ou sujas

POMBOS
POMBOS • Chegaram ao Brasil trazidos por imigrantes europeus no séc. XVI como
ave doméstica;

• Adaptaram-se muito bem aos centros urbanos, devido a facilidade de


encontrar alimento e abrigo

POMBOS POMBOS
HÁBITOS DE VIDA

• Alimentam-se de grãos e sementes –


reaproveitam o lixo (adaptáveis)

• Alimentação ativa – aumento da


população

• Ninhos em locais altos, forros de casas;

• Grande capacidade de voo.

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POMBOS POMBOS
CICLO DE VIDA IMPORTÂNCIA PARA A SAÚDE
• Poeira contendo fezes ressecadas
• Formam casais por toda a vida contaminadas por fungos:
Histoplasma
• URBANOS → 3 a 5 anos Cryptococcus
Clamídia (Chlamydia psittaci) – ornitose
• SILVESTRES → até 15 anos

• 4 a 6 ninhadas/ano • Salmonelose – alimentos contaminados por


fezes de pombos

POMBOS POMBOS
MEDIDAS PREVENTIVAS MEDIDAS PREVENTIVAS
• Proteger alimentos de possível acesso das aves
• Umedecer as fezes antes da remoção;
• Telar aberturas; remover ninhos
• Usar máscara ou pano úmido na boca e nariz • Não alimentar as aves

ROEDORES

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ROEDORES ROEDORES
• Roedores sinantrópicos comensais - dependem unicamente do ambiente
do ser humano. HÁBITOS DE VIDA
• Ratazana - Rattus norvegicus • Onívoros
• Rato de telhado - Rattus rattus
• Camundongo - Mus musculus • Hábitos noturnos

• Olfato e paladar apurados

• Habilidades físicas (nadar, subir em locais altos, saltar, mergulhar)

ROEDORES
ROEDORES
HÁBITOS DE VIDA
• Ratazana – maior entre as espécies; abrigo em tocas

• Rato de telhado – grandes, orelhas e cauda longa; habita locais altos

• Camundongo – intradomiciliar; ninhos em armários, fogões.


Comportamento curioso (presa fácil de ratoeiras)

ROEDORES
IMPORTÂNCIA PARA SAÚDE

• Transmissão de várias doenças

• Leptospirose

• Peste bubônica (Yersinia)

• Hantavirose

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Observação de sinais/presença de ratos Observação de sinais/presença de ratos

ROEDORES ROEDORES

MEDIDAS PREVENTIVAS MEDIDAS PREVENTIVAS


• ANTIRRATIZAÇÃO • DESRATIZAÇÃO
Acondicionar alimentos e lixo
Uso de raticidas.
Vedar frestas ou vãos (telas, ralos)
Limpar terrenos baldios
Evitar alimentos expostos

MORCEGOS MORCEGOS

HÁBITOS DE VIDA

• + 1.198 espécies

• Possuem expectativa de vida alta → 10 e 30 anos

• Apresentam gestação de 2 a 7 meses - um filhote por gestação.

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MORCEGOS HEMATÓFAGOS MORCEGOS HEMATÓFAGOS


• Morcego-vampiro (Desmodus rotundus) Desmodus rotundus

• Morcego-vampiro-de-asas-brancas (Diaemus youngi) • Abrigam-se em locais escuros e úmidos - cavernas, ocos-de-árvores,


minas, bueiros e casas abandonadas.
• Morcego-vampiro-de-pernas-peludas (Diphylla ecaudata)
• Hábito social - forma colônias

• Limpeza social e a autolimpeza são comportamentos

MORCEGOS MORCEGOS
IMPORTÂNCIA PARA A SAÚDE
MEDIDAS PREVENTIVAS
Principais doenças transmitidas: • Eliminando abrigos possíveis:

• Poda das árvores


• Raiva
• Manter alçapões e claraboias fechadas;
• Histoplasmose • Vedar acesso aos forros;

• Fechar frestas de telhados.

MORCEGOS
CONTROLE

• Captura direta nos abrigos

• Forma indireta → aplicação de vampiricida

• Ao retornarem ao abrigo, os morcegos passarão a vampiricida aos outros


morcegos através de lambedura e contato;

• início das mortes 3 a 4 dias após.

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