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Como Eles Agiam: Os subterrâneos da Ditadura

Militar

FICO, Carlos. Como eles agiam. Os subterrâneos da Ditadura Militar:


espionagem e polícia política. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Introdução – Página 17-32


Discussão sobre a intensidade da repressão. Variando entre intensa, logo após o
golpe e depois dos eventos de 1968, a mais branda, como entre junho de 1965 e
outubro de 1965 ou durante a abertura políticas promovidas nos governos Geisel e
Figueiredo. p.18

Chama a elite brasileira de opinião pública e como ela assistiu assustada a


escalada da repressão, mesmo com a promessa de seguir a constituição. p.19

Fico debate a importância de se lembrar que agentes civis participaram do


golpe de 1964, principalmente porque muitos, ainda hoje na ativa, usam discurso de
democracia:

Também buscando esclarecer as bases sociais do regime militar,


análises historiográficas e jornalísticas contemporâneas têm
caracterizado o golpe de 64 como "cívico-militar", assim destacando,
ao que parece, tanto o apoio inicial de expressivos setores da classe
média urbana quanto a participação efetiva de lideranças políticas
civis que ajudaram na eclosão do movimento. É correta a lembrança.
Quando mais não fosse, até mesmo para sempre recordarmos certo
ranço autoritário que impregna nossa sociedade e, diga-se também,
para não deixar apenas aos militares a "conta a ser pagà', já que
muitas daquelas lideranças civis assumem, hoje, modos de
democratas. p.20

Militares teriam participação direta na articulação de espionagem e vigilância


como forma de monitorar opositores e até mesmo os próprios quartéis. Fico chama de
“corpo de especialistas” p.21

Segundo o historiador, também há uma confusão na historiografia na análise do


que foram os governos Castelo Branco e Costa e Silva. O pensamento consolidado de
“modernados” e “duros” não era tão homogêneo, podendo atenter propósitos pessoais e
políticos. p.23

Explicação de como teve acesso às documentações do SNI. p.24-28

1 Escalada Inicial – Página 32-67


Carlos Fico explica de forma detalhada os primeiros momentos do golpe e as
operações que levaram às punições iniciais, reafirmando seu teor “intenso” de
repressão e combate aos que se opunham aos militares. Mesmo que de forma não
declarada, Costa e Silva “autorizou” as punições. p.33-37

Costa e Silva, através do "Comando", fez expedir, na antevéspera da


posse de Castelo, o "Ato do Comando Supremo da Revolução nQ 9"
e a "Portaria nQ 1". O primeiro estabelecia que os encarregados de
inquéritos e processos (visando às suspensões de direitos políticos, às
cassações de mandato etc.) poderiam delegar atribuições referentes a
diligências ou a investigações, bem como requisitar inquéritos ou
sindicâncias levados a cabo em outras esferas.' A portaria
determinava a abertura de Inquérito Policial Militar (IPM) para
apurar crimes militares praticados contra o Estado e a ordem política
e social. p.35

Também questiona a divisão ou dúvida que levara aos próprios comandantes


sobre quem deveria assumir neste primeiro momento. Questiona, inclusive a visão que
se tem de Castelo Branco ser liberal, haja vista o teor repressivo e problemas que teve
com a “linha dura” pelo Brasil. Onde afirma que “a origem da linha dura: capitães,
majores, tenentes-coronéis e coronéis que, com um discurso anticomunista e
anticorrupção - emulados e também influenciando oficiais-generais - ansiavam por
maiores prazos para completar os expurgos.” p.39

A escalada de radicalização do regime prosseguiria sem interrupções, Em junho


de 1964, terminou o prazo estabelecido pelo Ato Institucional para as cassações e
suspensões de direitos políticos. Dois dias antes dessa data, 13 de junho, foi criado o
Serviço Nacional de Informações (SNI). p.39

Fico lembra que a criação da SNI é um projeto anterior à Ditadura:


Aparentemente, a criação do SNI inseria-se no contexto de
radicalização. Porém o projeto era de autoria do general Golbery do
Couto e Silva, um moderado da "Sorbonne" (como era conhecida a
Escola Superior de Guerra- ESG), devorador de livros, embora mau
escritor, com fumaças de político astuto e de grande analista de
geopolítica. Golbery estudava a necessidade de um órgão desse tipo
desde os anos 1950 e, durante a conspiração, montou uma rede de
informações que preparou dossiês sobre mais de 400.000 pessoas.
p.40

Já existia um Serviço Federal de Informações e Contra-Informações (SFIC),


criado no final do governo Kubitschek, ligado à secretaria do Conselho de Segurança
Nacional, mas o novo governo sentiase "desamparado de um sistema de coleta de
informações seguras” e, sobretudo, queria implantar um serviço que estivesse em
conformidade com a "doutrina de segurança nacional". Vale fazer uma digressão sobre
este último aspecto. p.40

A doutrina ou ideologia de segurança nacional e desenvolvimento


teve de se adaptar, ao longo do tempo, aos ditames dos mandantes do
momento. Aliás, observou-se uma gradual decadência da ESG, no
pós-1964. Em se tratando de fenômeno tão recente, é natural que
existam dificuldades analíticas e lacunas de informação. Somente
alguns oficiais estavam adstritos, em uníssono, aos cânones da
"doutrina", Como já foi dito, o amálgama ordinariamente reduzido à
expressão "os militares" compunha-se de uma variada gama de cores
políticas que se estendia desde aqueles que eram comprometidos com
as formalidades da legislação democrática (especialmente os militares
oriundos da ESG) até despóticos que as desprezavam visà- vis suas
utopias autoritárias (extremistas de direita que tinham posições
anticornunistas) p.41

Fico lembra da tensão pela Guerra Fria e o Brasil como local estratégico
politicamente no mundo. Assim, a SNI surge como um órgão de informações em 1964
para tornar a repressão um pouco mais “organizada”. Entretanto, Castelo Branco
rechaçou que viesse a ser um novo DIP e não renovou o chamado “expurgo” dos IPM,
irritando radicais. p.43

Em seguida, Fico explica como Castelo e os radicais dos IPM tentaram dominar
o campo das atuações contra os opositores. Inclusive levando à construção e elaboração
do AI-2. p.44-52

O AI-2 foi lindo no dia 27 de outubro de 1965 como concessão aos radicais –
apesar de não acalmá-los-, vetava a releição de Castelo Branco e condicionava eleições
indiretas para presidente. O que gerou ambiente para Costa e Silva postular o cargo:

As principais medidas estabelecidas pelo AI-2 eram as seguintes:


possibilidade de suspensão de direitos políticos e de cassação de
mandatos parlamentares; imposição da eleição indireta de presidente
da República; permissão para o presidente da República decretar o
recesso do Congresso Nacional e demais casas legislativas; extinção
dos partidos políticos; delegação, ao presidente da República, do
poder de legislar por decretos-leis; estabelecimento de foro especial
para civis acusados de crimes contra a segurança nacional ou as
instituições militares; suspensão das garantias de vitaliciedade,
inamovibilidade e estabilidade; ampliação de onze para dezesseis do
número de ministros do Supremo Tribunal Federal. O último artigo
do ato estabelecia seu prazo de vigência: até 15 de março de 1967,
data da posse do sucessor de Castelo Branco. p.53

Porém, Castelo também usava do expediente do radicalismo, o que deu


sobrevida aos “coronéis das IPM”. Entre os atos, a aprovação célere da constituição de
1967, que limitava os poderes de Costa e Silva, eleito presidente, dois meses antes da
posse. Como o foro militar era ampliado aos civis em caso de segurança nacional, ficou
pendente a criação de uma Lei de Segurança Nacional. p.55

Entre as manifestações antigovernamentais que mais incomodavam o regime -


e, por decorrência, a linha dura -, estavam os comunistas, os estudantes, a Igreja
católica, as diatribes políticas de Carlos Lacerda e os operários. Os operários tiveram
seus sindicatos completamente desorganizados após o golpe de 1964. p.57

Junto com JK e Jango, Carlos Lacerda cria a “Frente Ampla”, defendendo a


eleição direta para presidente. Mas os militares da “linha dutra” não aceitam a mudança
de rumo do ex-governador da Guanabara. A "Frente Ampla" seria fechada em abril de
1968, e Carlos Lacerda cassado em dezembro. p.58

Insatisfação da Igreja Católica e manifesto contrário ao regime em 1967.


Operários e “Frente Ampla” também. Mas a maior preocupação do governo eram os
estudantes e comunistas. Estes eram alvos de maior repressão. p.58

Em 1968, os protestos estudantis tiveram grande projeção, em função


da alta incidência, dramaticidade e grande número de participantes.
Em março, a morte de um secundarista, abatido por policiais, em
pleno centro do Rio de Janeiro, repercutiu grandemente, inclusive no
seio da classe média, que aderiu às manifestações de protesto. Novas
violências e inúmeras prisões fizeram com que os protestos se
alastrassem pelo país. Nos meses seguintes, grandes passeatas
desafiaram, nas ruas do Rio de Janeiro, Recife e outras capitais, o
poderio dos militares. Em outubro, outro estudante seria morto, na
Faculdade de Filosofia da USP, atacada pelo "Comando de Caça aos
Cornunistas"* e estudantes direitistas. p.59

O autor afirma que os comunistas tiveram que se reorganizar e compreender o


fracasso ocorrido no começo dos anos 60, que levou ao golpe. No entanto, lembra que
antes do AI-5, a luta armada foi uma das opções. Apesar de não querer se aprofundar,
afirma que “deixaram clara a existência da opção feita por esses grupos, já que somente
elas poderiam ser consideradas como causadoras do ato”. E que guerrilha inspirada na
cubana, existia antes mesmo de 1964. p.60

Assim, questiona se o aumento da repressão levou às tentativas comunistas ou


os militares teriam sido pegos de surpresa, levando ao aumento do combate a eles? Mas
diz não ser possível responder seguindo a cronologia comumente adotada pela
historiografia. p.61

O Ato lnstitucional nQ 5, portanto, viria como decorrência do


processo de maturação da linha dura, cada vez mais convenci da de
que não bastava sua existência como simples grupo de pressão. Os
episódios de radicalização política, especialmente os de 1968, foram
utilizados como "provi' da necessidade de um sistema de segurança
rigoroso, mas é claro que esta radicalização, em boa parte, foi
fomentada pelos próprios radicais. p.64

Para Fico, Costa e Silva não estava sozinho ao assinar o AI-5 e lançar o Brasil
numa ditadura de fato, chegando a lembrar que seus ministros o acompanhavam. E
lembrou Delfim Netto, na reunião que aprovou o Ato, que poderia ter inflamado ainda
mais o discurso do ditador:

Ainda em abril de 1968, antes do AI-S, analisando o movimento


estudantil com seus ministros militares e o da Justiça, Costa e Silva
recusou a sugestão de decretar o Estado de Sítio." O próprio
Conselho de Segurança Nacional, ouvido a respeito no dia 11 de
julho, também contrapôs-se à medida." Diante do discurso de Márcio
Moreira Alves e das tratativas jurídicas do governo solicitando
permissão à Câmara para processar o deputado, a linha dura passou a
acusar Costa e Silva de fraco e excessivamente transigente," o que
certamente mexeu com os brios do general. p.65

2 A estrutura de espionagem: o SISNI – Página 71-

O "Sistema Nacional de Informações" (SISNI) foi instituído a partir de 1970. O


aparelho estatal era centrado no SNI, instalado desde 1964.

Imprensa ironizando a luta anticomunista, em 1974, com os chamados


“comunidades de informações”. Documentos oficiais superestimavam o poder da
oposição comunista, por vezes inventada ou ilusórias por teorias conspiratórias dos
militares. p.72-74

Entretanto, Carlos Fica lembra que o SNI era um órgão profissional de


qualidade, mas que acabava sendo relegado aos militares que não tinham habilidade
suficiente para as informações coletadas. E lembra que o caso particular deveria ser
levado mais a sério que a caricata figura que foi criada a partir dos exageros:

Porém, ao longo dos anos, o Serviço Nacional de Informações (SNI)


constituiu-se em fonte bastante profissional de informações para os
generais-presidentes, permanecendo quase sempre nos níveis
subalternos as avaliações equivocadas, filtradas que eram,
naturalmente, pelos escalõessuperiores e mais habilitados. p.74

Quanto as informações coletadas sobres opositores ou pessoas espionadas, Fico


critica alguns termos. De acordo com ele, não havia qualquer preocupação da Ditadura
em esconder as suas artimanhas de vigilância. Com o aumento das atividades dos
opositores, ao final dos anos 60, os aparelhos de repressão ganharam maior aparato,
estruturação dos militares e especialistas mais bem treinados:

Existem algumas avaliaçõesalgo generalistas sobre o regime militar.


Écomum, por exemplo, falar-se dos "porões da ditaduri', expressão
que englobaria as atividades de espionagem e repressão. Como se viu
no primeiro capítulo, porém, o SNI foi criado imediatamente após o
golpe de 1964. Não havia dúvidas' ou constrangimentos quanto à
necessidade de um tal órgão. O mesmo não ocorreria com outras
instâncias tipicamente ditatoriais, que tardaram: a polícia política, a
propaganda política e a censura. p.75

“A Divisão Geral de Censura de Diversões Públicas obedecia às diretrizes do


Decreto- lei nQ 1.077, de 14 fev. 1970. Os censores que agiam diretamente nas
redações atuavam sob as ordens do Departamento de Polícia Federal” p.75
Fico destaca que a vigilância dos militares ganhou novos aspectos e proporções
após 1968. A partir da ideia de uma “guerra interna”, as estratégias de combate
passavam pela coleta mais ajustada de informações e atuações. Portanto, era preciso
aprimorar o SNI na produção de informações para atender os diferentes ministérios e o
presidente:

A partir de 1968, porém, as necessidades de informações do regime


militar excediam bastante as demandas iniciais planejadas por
Golbery do Couto e Silva. Não se tratava, apenas, de reunir dados
indispensáveis ao principal cliente do serviço - o presidente da
República -, mas de interagir com a polícia política, isto é, com o
sistema de segmança que naquele momento se buscava aperfeiçoar,
sob a égide da concepção de "guerra revolucionária”. p.76

Fico lembra que algumas informações não tinham utilidades efetivas, mas
poderiam atuar no efeito moral e psicológico:

Assim, saber detalhes sobre a vida sexual de alguém era inútil, como
informação, para as decisões governamentais; mas poderia ser
essencial para as atividades clandestinas de espionagem do sistema,
que poderia - como efetivamente fez - lançar mão de tais dados para
desqualificar o "inimigo". p.76

As estratégias de segurança estavam diretamente ligadas à Escola Superior de


Guerra (ESG) desde os anos 50. p.77

Divisões de Segurança e Informações (DSI) p.78

Em junho de 1970 foi aprovado o “Plano Nacional de Informações”, o PNI. Ele


estabelecia os rumos dos órgãos de informações e suas utilizações:

Segundo o SISNI, havia dois ramos de atividades de informações: a


informação, propriamente, e a •. contra-informação, isto é, a tentativa
de neutralizar as atividades de informações dos "inimigos". Do ponto
de vista da abrangência, a atuação dava-se no campo externo (através,
principalmente, dos adidos militares das embaixadas brasileiras) e
interno, objetivando fornecer ao governo a "origem, natureza e
intensidade dos óbices existentes e da realidade da situação interna,
em todos os campos da vida nacional". Cabia ao SISNI, deste modo,
assegurar o perfeito funcionamento do sistema, determinando a
execução de atividades, de informações, normatizando,
supervisionando e fiscalizando todos os órgãos participantes, a fim de
que um fluxo constante de informações mantivesse o governo
informado de tudo. p.80
O SNI era o órgão central do SISNI e seu chefe tinha status de Ministro de
Estado. Além disso, coordenava todas as atividades de informações do território
nacional, mas também passou a colher de países vizinhos:

Ele produzia e mandava produzir informações. Entretanto, é provável


que tenha se envolvido em operações de segurança, eufemismo
utilizado na época para designar operações policiais repressivas que
incluíam prisões e interrogatórios p. 81

Em 1971, durante o governo Médici e após um mês colhendo estudos de


diversos países como Estados Unidos, Alemanha e Israel, foi criada a Escola Nacional
de Informações (EsNI). Além dos militares, também era frequentada por civis, na
medida em que se planejava a transformação gradatuva do SNI numa agência de civis,
como a norte-americana CIA. A EsNI era subordinada ao SNI. Aproximadamente 120
pessoas eram formadas por ano, sendo cerca de 90 delas, civis. Diversos ministérios
selecionavam esse pessoal para trabalhar em suas inteligências. Sendo, em sua maioria,
jovens. p. 82

Muitas atividades rotineiras eram desenvolvidas pelo SNI. A


principal delas, naturalmente, consistia em abastecer a Presidência da
República e assessores diretos de "informações necessárias". Isso se
dava de diversas formas, inclusive através da elaboração de uma
sinopse diária dos principais assuntos em pauta. Uma Resenha
Semanal, com seções sobre "assuntos econômicos", "assuntos
políticos", "subversão", "assuntos administrativos", "assuntos
psicossociais", "informações externas", dentre outras, tinha uma
"difusão" específica, sendo enviada ao presidente da República, ao
secretário particular do presidente, ao chefe do Gabinete Militar, ao
chefe do Gabinete Civil, às agências regionais e aos centros de
informações rnilirares. p.83

Além do SNI centralizando as ações, cada ministério civil detinha ainda as


chamadas "Divisão de Segurança e Informações", a DSI. Cerca de 30 funcionários
compunham os quadros da divisão. Já em cada órgão importante da administração
pública existia uma "Assessoria de Segurança e Informações" (ASI). p.83

Os diretores eram nomeados pelo presidente da República, a partir de


indicação do ministro, desde que o escolhido tivesse "idoneidade,
tirocínio profissional e reconhecida capacidade de trabalho", além de
contar com parecer favorável do SNI, ter diploma da Escola Superior
de Guerra, de preferência do seu Curso de Informações - no caso de
civis -, ou diploma da Escola de Comando e Estado-Maior do
Exército (ou equivalente), para os militares. p. 84

Por outro lado, as instituições militares também atuavam na vigilância e


espionagem a partir de suas próprias divisões. Os sistemas específicos da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica compunham os "Sistemas Setoriais de Informações dos
Ministérios Militares", distintos das DSI. As principais eram o CIE, do Exército, o
CISA, da Aeronáutiva, e o CENIMAR, da Marinha. O CIE era o mais forte e atuante.
p.89-91

Todos estes órgãos produziam informações e as classificavam de acordo com a


qualidade e confiabilidade dos informantes ou fontes:

Cada informação recebia uma classificação que distinguia sua


confiabilidade. A fonte da informação era classificada com
letras que variavam de ''A'' a "F", de acordo com a sua
fidedignidade. Do mesmo modo, a veracidade do conteúdo da
informação era classificada com notas de 1 a 6. Portanto, uma
informação tida como verdadeira e oriunda de fonte altamente
confiável recebia a classificação ''A1''. p. 95

Havia ainda a ficha sintética dos espionados, chamadas também de juízos


sintéticos:
A Ficha Sintética (também chamada deJuízo Sintético) continha
um juízo ou avaliação geral do cidadão. Quanto à posição
ideológica, as classificações possíveis eram: "democrata",
"comunista", "esquerdista", "sem posição definida") "não há
registros" ou "os registros não permitem opinião conclusiva".
No que se refere à "atitude com relação à Revolução de 31 de
março de 64", os rótulos mais comuns eram: "integrado",
"adesista", "contrário" e "contra-revolucionário". Quanto
possíveis "atividades subversivas", uma pessoa podia ser, por
exemplo, "atuante" e "simpatizante". p. 99

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