Você está na página 1de 9

ARTIGO Recebido: 01/06/2020

DE REVISÃO Aceito: 20/10/2020

Violência e burnout no trabalho docente:


uma revisão narrativa
Occupational violence and burnout among teachers:
a narrative review
Beatriz Maria dos Santos Santiago Ribeiro1 , Júlia Trevisan Martins2,
Bruna Aparecida dos Santos Santiago Ribeiro3

RESUMO | A violência no trabalho pode favorecer o surgimento da síndrome de burnout. Objetivou-se conhecer as características
dos professores vítimas de violência ocupacional que podem ocasionar a síndrome de burnout e refletir sobre as medidas utilizadas
para a redução dessa violência. Realizou-se uma revisão narrativa, juntamente de uma reflexão teórica-reflexiva. Foram conduzidas
buscas através da biblioteca SciELO e das bases de dados, PubMed, Web of Science e Scopus. A violência sofrida pelos professores
provoca danos e agravos à saúde, em especial a saúde mental, e, por sua vez, favorece o surgimento da síndrome de burnout. Afirma-
se que a violência tem acometido os professores e favorecido o desencadeamento da síndrome de burnout. Assim, são necessários
planejamentos e ações que envolvam os professores, os alunos e seus pais ou responsáveis, os funcionários e, sobretudo, os gestores,
a fim de propiciar um ambiente laboral seguro e saudável.
Palavras-chave | violência no trabalho; professores escolares; esgotamento profissional.

ABSTRACT | Occupational violence may favor the development of burnout syndrome. The objective of this study was to identify
which characteristics are associated with burnout syndrome in teachers exposed to occupational violence and discuss measures
aimed at reducing this type of violence. A narrative review with a theoretical-reflective approach was conducted on SciELO library
and on PubMed, Web of Science, and Scopus databases. The violence experienced by teachers causes health-related problems
and illnesses, especially in mental health, favoring the development of burnout syndrome. Occupational violence has affected
teachers and influenced the onset of burnout syndrome. Thus, plans and actions involving teachers, students and their parents/legal
guardians, employees, and especially managers are essential to promote safe and healthy work environments.
Keywords | occupational violence; teachers; burnout syndrome.

1
Enfermagem, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil.
2
Enfermagem, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR, Brasil.
3
Educação, Escola Estadual Hatsue Toyota, Marília, SP, Brasil.
Fonte de financiamento: Nenhuma
Conflitos de interesse: Nenhum
Como citar: Ribeiro BMSS, Martins JT, Ribeiro BASS. Occupational violence and burnout among teachers: a narrative review. Rev Bras Med Trab. 2022;20(3):472-480.
http://dx.doi.org/10.47626/1679-4435-2022-602

Rev Bras Med Trab. 2022;20(3):472-480

472
Violência e burnout no trabalho docente

INTRODUÇÃO diversos modos, tais como: analfabetismo, baixos salários,


corrupção, desemprego, fome, impunidade e preconceito.
O ambiente escolar tem como principal finalidade o Já como exemplos da violência explícita, destacam-se os
desenvolvimento e o crescimento tanto do aluno quanto assaltos, homicídios, estupros e sequestros.
do professor, porém tem sido alvo de violência crescente1. No ambiente de trabalho, a violência pode acontecer
A violência na escola é um fenômeno complexo e, para de forma física e verbal, o que pode levar os trabalhadores
combatê-la, é necessário que todos os envolvidos no processo a manifestarem alterações psicossociais e diminuição
de ensino-aprendizagem participem. Familiares, professores, de sua habilidade de trabalho prestado. Observa-se que
alunos, instituições e órgãos governamentais devem debater os agressores são, às vezes, os próprios funcionários da
sobre o tema e buscar, conjuntamente, formas eficazes para instituição7. Professores são expostos a violências de
combater essa violência. Cabe destacar que existem diversos natureza psicológica, principalmente através de agressão
fatores responsáveis pela violência escolar2. verbal e ameaças8, o que ocorre em diversas partes do
Para entender o contexto escolar, é necessário saber que mundo9,10. Dessa forma, a violência é um fenômeno que
os professores desempenham diversas funções nesse meio, está atrelado a outras formas de violências sociais11.
como a educação de crianças, jovens, adolescentes, adultos A violência pode provocar estresse, medo e insegurança
e idosos por professores. Assim, esses profissionais são nos professores, favorecendo, assim, o surgimento da
fundamentais para a educação, pois são eles que apresentam síndrome de burnout (SB). Tal síndrome é descrita como
objetos de cultura ao aluno e retomam ensinamentos uma resposta prolongada a estressores crônicos emocionais
relacionados a valores éticos, morais e estéticos, bem como e interpessoais relacionados ao exercício laboral, sendo
conteúdos inerentes à formação escolar. consequência da cronicidade do estresse decorrente da
As manifestações de violência no ambiente escolar atividade ocupacional, gerando danos nos níveis pessoal,
podem ser de caráter simbólico, subjetivo e objetivo3. profissional, familiar e social12.
A forma subjetiva ou aberta é a mais percebida, pois A SB manifesta-se por meio de quatro principais
as agressões são realizadas por sujeitos passíveis de sintomas: físicos, psíquicos, comportamentais e defensivos.
identificação do ato cometido, que excedem o uso Os sintomas físicos são evidenciados quando o trabalhador
de uma força, passando de determinados limites4,5. A apresenta fadiga constante, distúrbios do sono, falta de
violência simbólica é considerada invisível, uma vez que apetite e dores musculares; os psíquicos são revelados
se utiliza da linguagem, de palavras e de nomeações, o por falta de atenção, problemas de memória, ansiedade e
que torna seu reconhecimento negligenciado na maioria frustração; os comportamentais são identificados quando a
das ocasiões. Vale destacar que, a partir desse tipo de pessoa se apresenta negligente no labor, com irritabilidade,
violência, surgem discriminações e exclusão social, além incapacidade de concentração, aumento de situações
de efeitos destrutivos para os sujeitos que são alvos4. Por conflitivas com os colegas e longas pausas para o descanso.
fim, a violência objetiva ou sistêmica é aquela relacionada Por fim, os sintomas defensivos incluem a busca por
à exploração nas relações sociais, econômicas e políticas; isolamento, sentimentos de inferioridade e a pauperização
também é, por vezes, considerada invisível, pois é vista da qualidade das atividades laborais13.
como normal nas relações sociais5. Diante das considerações anteriores, acredita-se que
O fenômeno da violência pode assumir diversas estudos sobre a violência sofrida por professores sejam
composições ou práticas sociais, variando de acordo com o relevantes, visto que poderão contribuir para que os
período e local e ocorrendo de forma implícita ou explícita. docentes, em conjunto com os gestores e a sociedade,
A violência implícita é vista como precursora dos demais busquem estratégias para minimizar esse problema e, assim,
tipos, pois dela derivam suas diversas formas. Já a de caráter maximizar a qualidade de vida de todos os envolvidos.
explícito costuma ser rapidamente reconhecida como tal Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivos
e possui a utilidade de ilusoriamente manter a crença de conhecer as características dos professores vítimas de
que somente essa modalidade é nociva para a sociedade6. violência ocupacional que podem ocasionar SB e refletir
Nesse sentido, a violência implícita apresenta-se de sobre as medidas utilizadas para a redução dessa violência.

Rev Bras Med Trab. 2022;20(3):472-480

473
Ribeiro BMSS et al.

MÉTODOS apresentaram menores taxas de violência. Os mesmos


autores destacam que professores que trabalham em tempo
Realizou-se uma revisão narrativa, juntamente de integral no Estado Unidos (EUA) sofrem violência em
uma reflexão teórica-reflexiva. Foram conduzidas buscas maiores proporções, o que, de fato, pode estar relacionado
na biblioteca SciELO e nas bases de dados PubMed, Web ao tempo de exposição e à maior dedicação aos alunos.
of Science e Scopus com as seguintes palavras-chaves: Em contrapartida, Wei et al.15 verificaram que professores
violência, síndrome de burnout, esgotamento profissional, substitutos ou que atuavam em carga horária parcial
professores, estratégias e trabalho. Contudo, também foram apresentavam maiores índices de violência.
utilizados outros cabedais teóricos acerca da temática, Na rede estadual de São Paulo, há incentivos de salários
além da disciplina de saúde do trabalhador ofertada para professores que lecionam em comunidades mais
pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem de violentas. Conforme o tempo de experiência do professor,
Universidade Estadual no Paraná. Não foi delimitado ele tem prioridade na escolha das escolas que irá atuar
período de tempo para publicações e foram escolhidos anualmente, ou seja, professores mais expe­rientes podem
estudos que correspondessem aos objetivos dessa pesquisa. escolher onde os salários são maiores, atuando em escolas
mais vulneráveis e violentas14. Nem sempre a maior qua­
lificação dos professores é acompanhada por uma maior
RESULTADOS E DISCUSSÃO habilidade de controlar o comportamento dos discentes.
No entanto, o tempo de experiência auxilia principalmente
CONHECENDO AS CARACTERÍSTICAS DE no controle de agressões e ameaças14. Professores
PROFESSORES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA QUE com titulação de especialista ou titulação maior estão
TAMBÉM PODEM OCASIONAR SB mais propensos a ser vitimados quando comparados a
As autoras que analisaram o banco de dados do Registro profissionais com bacharelado/licenciatura15. Ressalta-se
de Ocorrência Escolar/Secretaria da Educação do Estado que professores de instituições de nível superior também
de São Paulo (ROE/SEE-SP) afirmam que a idade dos sofrem alguns tipos de violência20.
professores é fator impactante sobre a violência14, sendo Os professores que cursaram apenas o magistério
um fator de maior risco para violência. Estudos apontam possuem mais habilidades para tratar com questões de
que professores mais jovens estão mais sujeitos a sofrer violência do que os professores com formação de nível
violência em seu contexto laboral10,15. Os professores com superior ou pós-gradua­ ção. Essa questão pode estar
mais idade possuem mais tempo e experiência de ensino associada ao curso de formação do magistério, que insere os
e, assim, sabem lidar melhor com conflitos, apresentando profissionais mais cedo na carreira, aumentando o tempo
maior resiliência e níveis de estresse relacionado ao de experiência. Porém, não há relações estatisticamente
trabalho mais baixos16. significativas entre a titulação dos professores e outros
Ainda, a idade impacta de maneira indireta na violência tipos de violência14.
física e também é um fator correlativo às condições de Estudos investigaram as variáveis gênero, raça/cor,
trabalho, justificado pelos contratos temporários, os quais orientação sexual e religião ou crenças, considerando
são mais comuns entre os trabalhadores mais jovens17. Os fatores que podem expor os professores a maiores chances
professores temporários contam com piores condições de de sofrer violência. Exposição repetida a atos violentos gera
trabalho em relação aos docentes com vínculo profissional sofrimento e influencia de maneira negativa a saúde21-23.
estável. Ao ingressar no ambiente de trabalho, o professor O relatório Education at a Glance de 2011 pontua
pode decepcionar-se com a realidade escolar, podendo que as turmas brasileiras de ensino fundamental e médio
levar à insatisfação com o trabalho18. possuem aproximadamente 30 alunos, embora devessem
Outro fator que pode influenciar a violência é o tempo ser compostas por 24 alunos, ultrapassando o cálculo
de experiência, que auxilia principalmente no controle de mediano. Todavia, escolas públicas e privadas possuem
agressões e ameaças14. De acordo com Gerberich et al.19, diferenças no tamanho das turmas. Dentro da instituição
professores com mais tempo de experiência de trabalho privada, há tamanho considerável, enquanto na pública

Rev Bras Med Trab. 2022;20(3):472-480

474
Violência e burnout no trabalho docente

permanecem sete estudantes a mais por professor em escolaridade da mãe também é um fator que interfere nas
relação ao professor da escola privada24. violências: quanto maior a escolaridade da mãe, menor
A Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem as chances de conflitos com colegas14. Enfatiza-se que
(Teaching and Learning International Survey, TALIS) os docentes estão sendo acometidos pela SB e que essa
identificou que professores brasileiros, em média, profissão ainda continua sendo mais feminina28.
trabalham 25 horas de ensino por semana, passando a Vale destacar que a exposição prolongada a fatores
trabalhar 6 horas a mais que a média dos outros países laborais negativos ao longo do tempo leva o indivíduo a
de estudo, além de gastar 10 a 22% a mais tempo com um estado contínuo de preocupação, que supera os seus
atividades como correção de trabalhos e orientação25. limites emocionais. Isso resulta em sentimentos de cinismo,
Em relação ao número de alunos, turmas com números impotência e exaustão emocional relacionados ao trabalho,
pequenos (menos de 10) ou grandes (mais de 25) podem que contribuem para que o profissional tenha a vitalidade
influenciar a ocorrência de violência15. Professores citaram e a dedicação prejudicadas, promovendo insatisfação,
que isso é um fator associado à violência. No que tange à vontade de mudar de emprego e absenteísmo29. É fato que
punição propriamente dita, é fundamental que seja eficaz e a violência traz sentimentos negativos aos professores,
proteja tanto os professores quanto os próprios agressores, os quais contribuem para a desmotivação e afetam o
visto que a falta de orientação/aconselhamento auxilia no desempenho no processo de ensino-aprendizagem1,2.
aumento da violência. Ainda, um estudo que averiguou SB, liderança
Ainda, é comum os alunos desaparecerem com os ética e estratégias de enfrentamento em professores
pincéis atômicos e com o giz, evitando que a aula seja no Distrito Federal mencionou que a SB podem levar
realizada ou que inicie com atraso no horário. Arremessam ao absenteísmo e ao presenteísmo, sendo necessários
giz no professor, vaiam-no, tudo idealizado de forma avanços em conhecimento multidisciplinar sobre a
insistente para atrapalhar o trabalho do profissional. Em temática para possíveis estratégias de enfrentamento de
determinados episódios, há queimadura grave provocada agravos que prejudicam tanto a saúde física quanto mental
por cola corrosiva na cadeira do tutor, abaixo-assinados do professor30. Entretanto, acredita-se que os estudos
sem a menor fundamentação por grupo de estudantes, referidos de violência podem contribuir para observar
denúncias anônimas efetivadas por alunos expondo características de profissionais com chances de serem
fatos inverídicos no intuito de tumultuar a atuação do vitimados e sofrerem futuramente atos de violência e SB.
profissional26, entre outros problemas.
Condições laborais precárias podem tornar os MEDIDAS PARA REDUÇÃO DE VIOLÊNCIA
professores mais vulneráveis à violência física, ou seja, OCUPACIONAL NO TRABALHO DOCENTE
escolas localizadas em regiões com maior vulnerabilidade A prevenção da violência é de extrema necessidade,
apresentam maior probabilidade de violência17. McMahon pois a violência contribui para acidentes de trabalho,
et al.27, em seu estudo nos EUA, verificaram taxas de absenteísmo e sofrimento no trabalho, podendo provocar
violência contra professores maiores na zona urbana do agravos à saúde mental31. As medidas a serem tomadas
que em espaços rurais e suburbanos. Porém, no presente precisam ser holísticas, interdisciplinares e permanentes
estudo, não foram observados dados de caráter espacial. e promover incentivos para relações democráticas,
No que tange à raça/cor, o estudo não constatou convivência harmoniosa de seus integrantes e respeito às
associações significativas. Contraditório à pesquisa de diferenças, bem como são fundamentais políticas públicas,
McMahon et al.27, verificaram que professores afro- visto que a violência tem causas variadas32,33.
americanos relataram menor vitimização à violência27. Em uma revisão da literatura sobre formas de prevenção
Professores sem companheiros apresentaram taxas maiores de violência escolar, revelaram-se ações para melhorar o
de violência, visto que ter um companheiro pode abrandar clima organizacional e promover cultura de paz na escola,
os efeitos da violência, servindo de apoio15. Outros fatores tais como abrir as escolas nos finais de semana e realizar
que podem expor os professores a maiores riscos de sofrer atividades curriculares que visam à busca de resolutividade
violência são orientação sexual e religião ou crenças17. A de situações de conflito se configuram em estratégias

Rev Bras Med Trab. 2022;20(3):472-480

475
Ribeiro BMSS et al.

eficazes. Essas ações devem ser realizadas para intervenções a socialização e o rigor no cumprimento de normas;
individuais com alunos, orientações profissionais e ações aplicação de advertência; e expulsão e/ou transferência
de promoção para regras de convivência, devendo ser para outra escola. Essas medidas resultaram em um menor
permanentes e sistemáticas e levando em conta cada índice de violência nas escolas investigadas35.
realidade escolar, com as singularidades e especificidades Acredita-se que as instituições religiosas têm um papel
inerentes a cada instituição escolar32. importante para a sociedade e podem ser um dos meios
Enfatiza-se que a qualidade de interação entre alunos de reflexões e diminuição da violência em qualquer esfera
e professores influencia de maneira positiva na prevenção, social. No ano de 2018, a Campanha da Fraternidade,
diminuição ou resolução dos casos de violência. É fato que cujo enfoque foi Fraternidade e a Superação da Violência,
a formação de vínculo pode gerar um ambiente escolar foi promovida como estratégia de diminuição de atos
acolhedor e mais humano e, por consequência, com menos violentos no Brasil, abordando formas e tipos de violência
riscos para atos de violência14. De acordo com Tavares & na sociedade brasileira36.
Pietrobom14, a participação dos pais em atividades esco­ É preciso evitar a ocorrência de violência no ambiente
lares possui associação significativa com o menor nível laboral e, para isso, é necessário a adoção de gestões que se
de violência escolar, ou seja, quando o núcleo familiar é preocupem com a qualidade de vida dos trabalhadores37.
estruturado, os alunos estão menos propensos a engajar-se Ressalta-se que, nessa reflexão, considerou-se violência
em situações violentas. no trabalho qualquer ação, incidente ou comportamento
Em nível de políticas públicas, há a criação do alicerçado em uma atitude instintiva do agressor, em
Programa de Prevenção à Violência Contra Educadores consequência da qual um profissional é agredido, ameaçado,
(PNAVE), que foi apreciado em 11 de dezembro de sofre algum dano ou lesão durante o desenvolvimento
2013, o qual objetiva criar medidas punitivas para os do seu labor. Ainda, pode ser considerada o resultado da
alunos ou funcionários que atentarem atos violentos. relação de diversos fatores, com ênfase nas condições
As principais propostas mencionadas no documento laborais e na relação entre o trabalhador e o agressor38-40.
sugerem implantação de campanhas educativas, cujos Vítimas de violência ocupacional que não denunciam
objetivos incluem a prevenção de violência física e o acontecimento podem apresentar fragilidade na
moral evitando constrangimento contra educadores; autoconfiança em relação ao trabalho41. Da mesma forma,
afastamento temporário ou definitivo da unidade de professores que sofrem violência física e moral nem sempre
ensino do aluno ou funcionário violador, dependendo denunciam o incidente ou não procuram seus direitos por
do grau do ato cometido; transferência do aluno infrator medo de represálias de alunos ou de suas famílias.
para outra instituição, após a análise das autoridades Gurgel & Matos42 afirmam que, para a prevenção de
educacionais; licença temporária do professor que esteja atos de violência, é preciso que se tenha uma educação,
em situação de risco de suas atividades laborais, sem perder especialmente na primeira infância, que contribua para
seus vencimentos; e pena de detenção de 3 a 9 meses ou o processo de socialização da criança, tornando-a mais
multa para o agressor34. Embora exista o PNAVE, pode- paciente, bem como para o desenvolvimento de princípios
se inferir que não foram muitos os avanços em mudanças de moralidade e civilidade, o que pode contribuir
no ambiente escolar para impedir atos de violência tanto efetivamente para reduzir o comportamento agressivo43.
contra professores, funcionários ou alunos. Alguns pesquisadores vêm se preocupando em
Um estudo35 mostra que estratégias utilizadas por compreender o processo de prevenção de acidentes
professores para combater a violência laboral incluíram de trabalho e segurança do trabalho. Existe, portanto,
palestras; reuniões com a família; divulgação da legislação e a obrigatoriedade da implantação de estratégias pelas
do regimento interno da escola; reuniões com professores e empresas brasileiras para lidar com tais eventos, como os
conselho escolar, secretaria de educação e conselho tutelar; controles estabelecidos pelas legislações vigentes, voltados
diálogos com os alunos envolvidos; manter os alunos mais à intervenção e ao monitoramento da saúde no âmbito
tempo em atividades de sala de aula; afixação de cartazes; organizacional44. São necessárias mudanças estruturais que
dramatizações de atividade recreativa para melhorar possibilitem ao Brasil formas de organização social mais

Rev Bras Med Trab. 2022;20(3):472-480

476
Violência e burnout no trabalho docente

democráticas e eficazes na defesa dos direitos fundamentais Ribeiro et al.50 destacam que é preciso criar projetos
ao trabalho e à saúde, bem como um ambiente equilibrado para maximizar a qualidade de vida e o controle de
para atuar e prevenir a violência no trabalho. Nesse sentido, segurança, propiciar o crescimento profissional dentro da
é preciso que as escolas e autoridades brasileiras possam organização e investir no aprimoramento, que é essencial
assumir suas responsabilidades, já que competem a eles para o desenvolvimento e sucesso de uma organização.
outorgar, liberar, conceder e fiscalizar. Assim, políticas Nesse sentido, percebe-se que programas saudáveis,
que promovam participação democrática, direções de motivacionais e adaptativos destinados à resiliência se
informações, desarmamento, direitos humanos igualitários tornam necessários para lidar com os estressores no
e resolução de conflitos sem utilizar a violência, ancorando- ambiente de trabalho.
se em segurança no trabalho, podem reduzir e prevenir a É fundamental e um direito de todo trabalhador
violência contra professores, alunos e funcionários. a disponibilidade de um ambiente saudável para o
Por fim, enfatiza-se que é complexo tratar de violência no desenvolvimento de suas atividades. Assim, é preciso
ambiente escolar, visto que problemas sociais na realidade cuidar do bem-estar físico, mental e social das pessoas, em
brasileira são enormes e contribuem para tal fenômeno. especial da saúde mental, visto que ainda tem sido pouco
Entretanto, reafirma-se que é preciso planejamento revelada pelos trabalhadores em virtude de preconceitos
conjunto entre todos os envolvidos para a busca de e é tida como um problema invisível51. A prevenção
soluções, bem como é imprescindível políticas públicas da saúde mental também precisa investigar a dinâmica
que atendam aos reais anseios da sociedade e culminem de relacionamento dos profissionais com o seu meio
em menos violência nas escolas, ou seja, é preciso buscar externo, respeitando a salubridade psicológica e mental
objetivos comuns, visto que a escola não deve ser cenário dos professores52. Desse modo, a averiguação dos riscos
de violência de qualquer ordem, seja física, verbal, psíquica da SB nos professores contribuirá para o planejamento de
ou sexual, entre outras. estratégias que visam a cuidar da saúde do trabalhador.
O enfretamento da SB pode utilizar estratégias
ESTRATÉGIAS PARA PREVENIR E COMBATER A de intervenções focadas no trabalhador, baseadas em
SÍNDROME DE BURNOUT habilidades comportamentais e cognitivas de coping,
O burnout ocasiona inúmeras consequências ao educação em saúde, atividade física e meditação. Outras
trabalhador, desde dores musculoesqueléticas, insônia, ferramentas dizem respeito ao relacionamento individual,
fadiga prolongada até sintomas depressivos45, os quais à organização e ao trabalho em equipe; assim, os planos
podem resultar em insatisfação no trabalho, absenteísmo devem ser elaborados de acordo com a necessidade da
e abandono da profissão. Assim, profissionais habilitados pessoa que está acometida pela SB48. Entretanto, cabe
dentro do contexto escolar podem proporcionar estratégias destacar que a violência como causadora da SB tem causas
de enfretamento saudáveis46. que, muitas vezes, não estão diretamente relacionadas à
Para que se possa ter êxito nas estratégias de prevenção escola, necessitando de investigações e ações públicas para
de SB, é necessário ter em mente que a SB é reflexo do atuar na causa real.
ambiente de trabalho e que, dessa forma, é preciso identificar Adotar hábitos de vida saudáveis em relação a
as causas antes de propor soluções47. Primeiramente, é alimentação, exercício físico, sono e lazer também é uma
necessário identificar os agentes estressores no local de medida para prevenir o aparecimento da SB, pois são fatores
trabalho e perceber os riscos que esses agentes podem que proporcionam a saída da rotina do ambiente laboral.
provocar à saúde do trabalhador48. Também é necessário Ainda, promover encontros e eventos para professores com
observar como o profissional responde a determinadas enfoque em como reconhecer os sintomas pode se configurar
situações estressantes, entendendo suas características em estratégia, na qual se expõem as situações vivenciadas e
pessoais e reações emocionais49. Por meio de planejamentos as trocas de experiências com o grupo, propiciando apoio
e implementações de ações, é possível reduzir ou eliminar mútuo, solidariedade e, consequentemente, redução de
estressores laborais48. tensão no ambiente laboral48.

Rev Bras Med Trab. 2022;20(3):472-480

477
Ribeiro BMSS et al.

Por fim, e para fins de um melhor entendimento sobre CONSIDERAÇÕES FINAIS


os programas mais usados para prevenir ou reduzir o Neste estudo, foi possível conhecer as características dos
surgimento da SB, apresentam-se programas com enfoque professores vítimas de violência ocupacional que podem
específico nos trabalhadores, na organização ou em ocasionar SB, tais como idade, tempo de experiência,
ambos53-55. Em relação à organização, os programas devem vínculo de trabalho, nível de escolaridade, local de atuação,
estar voltados para mudanças no ambiente organizacional quantidade de alunos, variáveis de gênero e raça/cor,
que objetivem diminuir a demanda laboral e aumentar o orientação sexual e religião ou crenças.
controle do nível de participação nas tomadas de decisões, Pode-se afirmar que a violência tem acometido os
tais como: procedimentos de trabalho, reestruturação professores e, por sua vez, pode desencadear a SB. Assim,
de atividades, avaliação do labor e supervisão53. Os são necessários planejamentos de ações que envolvam
programas devem estar pautados para ampliar e qualificar os professores, os alunos e seus pais ou responsáveis, os
as habilidades singulares do trabalhador e suas estratégias funcionários e os gestores para propiciar um ambiente
de enfrentamento, ampliar o apoio social e emocional, laboral seguro e mais saudável. É imprescindível
aumentar a competência profissional por meio de que o poder público também atue com suas devidas
educação continuada, estimular atividades extralaborais competências e não considere a violência algo natural e
(como prática de exercícios físicos, esportes e relaxamento banal, mas sim um fenômeno que prejudica a qualidade
ou busca por algum hobby particular), criar momentos de de ensino-aprendizagem e provoca doenças e agravos na
descansos durante o trabalho e programar objetivos56-58. saúde dos professores e de outros trabalhadores.
Acredita-se que esse estudo proporcionou
entendimento sobre o fenômeno da violência no trabalho Contribuições das autoras
de professor e sua influência no surgimento da SB. É BMSSR foi responsável pela concepção, análise formal dos
dados e redação – esboço original. Participou da investigação, da
necessário planejar estratégias que diminuam a ocorrência captação dos recursos e da redação – revisão & edição do texto.
da violência, bem como não a enxergar como culturalmente JTM foi responsável pela concepção, análise formal dos dados e
redação. Participou da investigação, da captação dos recursos e
aceita no trabalho e sem solução, evitando-se, assim, sua da redação – revisão & edição do texto. BASSR foi responsável
banalização no cotidiano laboral dos professores. Diante pela concepção, análise formal dos dados e redação. Participou
da investigação, da captação dos recursos e da redação – revisão
disso, vale salientar que esta pesquisa pode ser fundamental & edição do texto. Todos as autoras aprovaram a versão final
para minimizar os atos de violência e, consequentemente, submetida e assumem responsabilidade pública por todos os
o surgimento da SB. aspectos do trabalho.

REFERÊNCIAS
1. Lima AFT, Coêlho VMS, Ceballos AGC. Violência na escola e 7. Almeida NR, Bezerra Filho JG, Marques LA. Análise sobre a
transtornos mentais comuns em professores. Rev Port Enferm violência no trabalho em serviços hospitalares. Rev Bras Med
Saude Ment. 2017;6:31 PM-6. Trab. 2017;15(1):101-12.
2. Schneider JK. Violência na escola a partir da perspectiva 8. Ali PA, Dhingra K, McGarry J. A literature review of intimate
docente. Número Even Pedagog. 2016;7(2):822-42. partner violence and its classifications. Aggress Violent Behav.
3. Zizek S. Violência: seis reflexões laterais. São Paulo: 2016;31:16-25.
Boitempo; 2014. 9. Moon B, McCluskey J. School-based victimization of teachers
4. Bispo FS, Lima NL. A violência no contexto escolar: uma leitura in Korea: focusing on individual and school characteristics. J
interdisciplinar. Rev CEFAC. 2014;30(2):161-80. Interpers Violence. 2016;31(7):1340-61.
5. Miguel LF. Violência e política. Rev Bras Psiquiatr. 2.015/3088). 10. Melanda FN, Santos HG, Urbano MR, Carvalho WO, González
6. Hoffmann ME. Abordagem sociopsicológica da violência e AD, Mesas AE, et al. Poor relationships and physical violence at
do crime. Palhoça: UnisulVirtual; 2012 [citado em 2 set. 2021). school are associated with more forms of psychological violence
Disponível em: https://docplayer.com.br/17520417-Abordagem- among Brazilian teachers: a cross-sectional study. J Interpers
sociopsicologica-da-violencia-e-do-crime-marcos-erico- Violence. 2020;35(5-6):1294-310.
hoffmann.html

Rev Bras Med Trab. 2022;20(3):472-480

478
Violência e burnout no trabalho docente

11. Oliveira AHC. Agressões e violências contra professores nas em professores de escolas municipais da cidade de João Pessoa,
escolas públicas [Monografia]. João Pessoa: Universidade PB. Rev Bras Psiquiatr. 2010;13(3):502-12.
Estadual da Paraíba; 2014. 29. Trépanier SG, Fernet C, Austin S. A longitudinal investigation
12. Maslach C, Leiter MP, Jackson SE. Making a significant difference of workplace bullying, basic need satisfaction, and employee
with burnout interventions: researcher and practitioner functioning. J Occup Health Psychol. 2015;20(1):105-16.
collaboration. J Organ Behav. 2012;33(2)296-300. 30. Lourenço VP. Absenteísmo, presenteísmo, síndrome de burnout,
13. Guimarães LAM, Cardoso WLCD. Atualizações da síndrome de liderança ética e estratégias de enfrentamento em professores
burnout. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2004. no Distrito Federal [Dissertação de Mestrado]. Brasília: Centro
14. Tavares PA, Pietrobom FC. Fatores associados à violência Universitário de Brasília; 2016.
escolar: evidências para o estado de São Paulo. Estud Econ. 31. Pai D, Lautert L, Souza SBC, Marziale MHP, Tavares JP. Violence,
2016;46(2):471-98. burnout and minor psychiatric disordes in hospital work. Rev
15. Wei C, Gerberich SG, Alexander BH, Ryan AD, Nachreiner Esc Enferm USP. 2015;49(3):457-64.
NM, Mongin SJ. Work-related violence against educators in 32. Silva FR, Assis SG. Prevenção da violência escolar: uma revisão
Minnesota: rates and risks based on hours exposed. J Atheroscler da literatura. Educ Pesqui. 2018;44:e157305.
Res. 2013;44:73-85. 33. Becker KL, Kassouf AL. Violência nas escolas públicas brasileiras:
16. Kourmousi N, Alexopoulos EC. Stress sources and manifestations uma análise da relação entre o comportamento agressivo dos
in a nationwide sample of pre-primary, primary, and secondary alunos e o ambiente escolar. Nova Econ. 2016;26(2):653-77.
educators in Greece. BMC Public Health. 2016;4:73. 34. Souza M. Educação aprova programa de prevenção à violência
17. Melanda FN, Santos HG, Salvagioni DAJ, Mesas AE, González contra professors. Fonte: Agência Câmara de Notícias
AD, Andrade SM. Violência física contra professores no espaço [publicação online]; 2013. Disponivel em: https://www.camara.
escolar: análise por modelos de equações estruturais. Cad leg.br/noticias/424102-educacao-aprova-programa-de-
Saude Pública. 2018;34(5):e00079017. prevencao-a-violencia-contra-professores/
18. Both J, Nascimento JV, Sonoo CN, Lemos CAF, Borgatto AF. Bem- 35. Carvalho MG, Oliveira GF, Carita A. Representações da violência
estar do trabalhador docente em Educação Física ao longo da por professores. Id On Line Revista Psicol. 2016;10(29):7-22.
carreira. Rev Educ Fis UEM. 2013;24(2):233-46. 36. Peduzzi P. Ao lançar Campanha da Fraternidade 2018, CNBB diz
19. Gerberich SG, Nachreiner NM, Ryan AD, Church TR, McGovern que corrupção é violência. Brasília: Agência Brasil; 2018 [14 jun.
PM, Geisser MS, et al. Case-control study of student-perpetrated 2020]. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/
physical violence against educators. Ann Epidemiol. noticia/2018-02/cnbb-diz-ao-lancar-campanha-da-fraternidade-
2014;24(5):325-32. 2018-que-corrupcao-e-violencia
20. Cruz GV, Pereira WR. Diferentes configurações da violência nas 37. Santos FPA, Vidal LM, Bittencourt IS, Boery RNSO, Sena ELS.
relações pedagógicas entre docentes e discentes do ensino Estratégias de enfrentamento dos dilemas bioéticos gerados
superior. Rev Bras Enferm. 2013;66(2):241-50. pela violência na escola. Physiol. 2011;21(1):26781.
21. Cruz Rios F, Chong WK, Grau D. The need for detailed gender- 38. Portoghese I, Galletta M, Leiter MP, Cocco P, D’Aloja E, Campagna
specific occupational safety analysis. J Atheroscler Res. M. Fear of future violence at work and job burnout: A diary study
2017;62:53-62. on the role of psychological violence and job control. Burn Res.
22. Berger M, Sarnyai Z. “More than skin deep”: stress neurobiology 2017;7:36 AM-46.
and mental health consequences of racial discrimination. Stress. 39. Organización Internacional del Trabajo. Programa conjunto:
2015;18(1):1-10. nueva iniciativa contra la violência laboral em el sector del
23. Triana MC, Jayasinghe M, Pieper JR. Perceived workplace racial salud. Ginebra: OIT; 2002 [citado en 14 jun. 2020]. Disponible
discrimination and its correlates: a meta-analysis. J Organ Behav. en: https://www.ilo.org/global/about-the-ilo/newsroom/news/
2015;36:491-513. WCMS_071411/lang--es/index.htm
24. Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas 40. World Health Organization. Relatório mundial sobre violência
Educacionais Anísio Teixeira. Pesquisa internacional sobre e saúde. Geneva: OMS; 2002 [citado em 2 set. 2021). Disponível
ensino e aprendizagem: relatório nacional. Brasília: Ministério da em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-content/
Educação; 2014 [citado em 14 jun. 2020]. Disponível em: https:// uploads/2019/04/14142032-relatorio-mundial-sobre-violencia-e-
download.inep.gov.br/acoes_internacionais/pesquisa_talis/2013/ saude.pdf
talis2013_relatorio_brasil.pdf 41. Bobroff MCC, Martins JT. Assédio moral, ética e sofrimento no
25. Organization for Economic Cooperation and Development trabalho. Rev Bioet. 2013;21(2):251-8.
(OECD). TALIS 2013 results: an international perspective on 42. Gurgel CR, Matos FAS. A violência contra professores: saberes e
teaching and learning. Paris: ISMP; 2014. práticas. Parnaíba: Anais IV FIPED; 2012.
26. Calhau LB. Bullying: o que você precisa saber. 2ª Ed. Niterói: 43. Lochner L. Education, work, and crime: A human capital
Editora Impetus; 2010. approach. NBER Working Paper Series, 10478. Cambridge:
27. Mcmahon SD, Martinez A, Espelage D, Rose C, Reddy LA, Lane K, National Bureau of Economic Research , 2004. 43 p.
et al. Violence directed against teachers: Results from a national 44. Vassem AS, Fortunato G, Bastos SAP, Balassiano M. Fatores
survey. Psychol Sch. 2014;51(7):753-66. constituintes da cultura de segurança: olhar sobre a indústria de
28. Batista JBV, Carlotto MS, Coutinho AS, Augusto LGS. Prevalência mineração. Gest Prod. 2017;24(4):719-30.
da síndrome de burnout e fatores sociodemográficos e laborais

Rev Bras Med Trab. 2022;20(3):472-480

479
Ribeiro BMSS et al.

45. Salvagioni DAJ, Melanda FN, Mesas AE, González AD, Gabani 52. Fonseca RTM. Assédio moral organizacional: o poder diretivo
FL, Andrade SM. Physical, psychological and occupational pode adoecer e causar feridas. In: Gediel JAP, Silva EF, Zanin F,
consequences of job burnout: A systematic review of the Mello LE, editores. Estado, poder e assédio: relações de trabalho
literature. PLoS One. 2017;12(10):e0185781. na administração pública. Curitiba Guanabara Koogan, 2015. p.
46. Brown CA, Schell J, Pashniak LM. Occupational therapists’ 31-52.
experience of workplace fatigue: issues and action. Work. 53. Awa WL, Plaumann M, Walter U. Burnout prevention: a review of
2017;57(4):517-27. intervention programs. Patient Educ Couns. 2010;78(2):184-90.
47. Marine A, Ruotsalainen J, Serra C, Verbeek J. Preventing 54. Halbesleben JRB, Buckley MR. Burnout in organizational life. J
occupational stress in healthcare workers. Cochrane Database Manag. 2004;30(6):859-79.
Syst Rev. 2006;4:CD013879. 55. Van der Klink JJ, Blonk RW, Schene AH, van Dijk FJ. The benefits
48. Medanha MH, Bernardes PF, Shiozawa P. Desvendando o burn- of interventions for work-related stress. Am J Public Health.
out: uma análise interdisciplinar da síndrome do esgotamento 2001;91(2):270-6.
profissional. São Paulo: LTr; 2018. 56. Abalo JAG, Roger MC. Burnout: una amenaza a los equipo de la
49. Jeung D-Y, Kim C, Chang S-J. Emotional labor and burnout: a salud. Lime II Jornada de Actualización en Psicología de la Salud,
review of the literature. Emerg Med J. 2018; 59:197-3. Asociación Colombiana de Psicologia de la Salud; 1998.
50. Ribeiro BMSS, Hirai VHG, Teston EF. A redução de perícias 57. Gunasingam N, Burns K, Edwards J, Dinh M, Walton M. Reducing
médicas baseado na gestão de absenteísmo, rotatividade stress and burnout in junior doctors: the impact of debriefing
e qualidade de vida no trabalho. Rev Eletron Gest Saude. sessions. Postgrad Med J. 2015;1074:182-7.
2018;9(3):393-403. 58. Salanova M, Llorens S. Estado actual y retos futuros en el estudio
51. Merlo AR, Bottega CG, Perez KV, editores. Atenção ao sofrimento del burnout. Pap Psicol. 2008;29(1):59-67.
e ao adoecimento psíquico do trabalhador e da trabalhadora:
cartilha para profissionais do Sistema Único de Saúde. Porto
Alegre: Evangraf; 2014 [citado em 2 set. 2021). Disponível em: Endereço para correspondência: Beatriz Maria dos Santos Santiago Ribeiro –
https://renastonline.ensp.fiocruz.br/sites/default/files/arquivos/ Rua Prof. Hélio Lourenço, 3900 – Bairro Vila Monte Alegre – CEP: 14040-902
recursos/saude_mental_trabalho_cartilha.pdf – Ribeirão Preto (SP), Brasil – E-mail: beatrizsantiago1994@hotmail.com

2022 Associação Nacional de Medicina do Trabalho


Este é um artigo de acesso aberto distribuído nos termos de licença Creative Commons.

Rev Bras Med Trab. 2022;20(3):472-480

480

Você também pode gostar