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1. Um leitor é melhor do que o outro na proporção em que ele é capaz de tornar a sua leitura
mais ativa do que a outro. Ele é tanto melhor quanto exigir mais de si e do texto diante dele.
2. A escrita e a leitura são comparadas a função do lançador (pitcher) e do recebedor (catcher)
no baseball, esporte no qual ambos realizam uma função ativa, com papeis definidos. A
atividade inicia no lançador e termina no recebedor, assim como nos textos escritos. O que é
passivo é apenas a bola. A analogia não se aplicaria no fato de que na recepção pelo catcher
ou a bola é totalmente apreendida ou não. No texto a recepção pode se dar em diferentes
níveis, a depender do grau de atividade do receptor.
3. A leitura é melhor que a outra na medida em que o leitor lê mais ativamente que o outro, e
pelo fato de desempenhar melhor os inúmeros atos que compõe a leitura (ato complexo).
The Goals of Reading: Reading for Information and Reading for Understanding
4. O autor diz que o entendimento obtido da leitura pode ser tão adequado que contemple
exatamente aquilo que o autor quis dizer. Todavia, há casos em que o entendimento fica
aquém do objetivo do autor. Em alguns casos o leitor pode simplesmente ignorar tal fato e
permanecer com o entendimento abaixo do esperado ou buscar ajuda em outros livros ou
em pessoas que o explique aquilo que foi lido. Ambas as posturas estão incorretas. Deve-se
aprimorar as habilidades de leitura, as quais se constituem nos vários atos de leitura.
5. A leitura para informação e a leitura para entendimento se distinguem. Na primeira
aumenta-se apenas o estoque de informações, sem aumentar o entendimento. Na segunda
aumenta-se o entendimento, o que não quer dizer necessariamente o aumento do estoque
de informações (quer dizer, não há necessidade de lembrar mais informações que possuem
o mesmo grau de inteligibilidade que o leitor já possuía antes). O aprendizado é o aumento
do entendimento.
6. Para a leitura que aumenta o entendimento são necessárias 2 coisas: um escritor que
entenda mais que o leitor e que transmita em seu livro insights que ele possua e seu leitor
não, de maneira clara; um leitor que seja capaz de superar essa desigualdade em algum grau
(raramente o fará completamente). Nós somente aprendemos dos melhores.
7. O autor enfatiza que seu livro é sobre a arte de ler para aumentar o entendimento. O livro
não está preocupado com a leitura para entretenimento (lazer).
Reading as learning: The Difference Between learning by Instruction and learning by Discovery
8. Esclarecimento é obtido quando além de saber o que o autor diz, você conhece o que ele
quer dizer e o porquê ele disse aquilo. Claro que o bom leitor irá lembrar do que foi dito, ser
informado é o pré-requisito. Porém, não deve parar aí.
9. O primeiro tipo de ignorância é daqueles que não sabem ler, o segundo tipo é daqueles que
leem mal (são os eruditos estúpidos que os gregos chamavam de sophomores). Para se
evitar a erudição burra é necessário distinguir os tipos de aprendizado: aprender por
instrução e aprender por descoberta. A instrução se dá por intermédio de alguém
(descoberta auxiliada); a descoberta se dá por pesquisa, investigação e reflexão. O
aprendizado por instrução (descoberta auxiliada) se dá no discurso (oral ou escrito); O
aprendizado por descoberta se dá sem discurso – na natureza ou no mundo.
10. A leitura para entendimento exige o pensamento. O pensamento é apenas uma parte da
atividade de leitura. Também devemos utilizar os sentidos; a imaginação; a observação e a
lembrança (evocações).
11. O professor presente é aquele que nos fala. E o professor ausente é o autor do livro que
lemos.
12. Se tivermos uma dúvida, o professor presente nos responde, no caso do livro, nós mesmos
temos que responder.
13. Saber como o livro pode bem nos ensinar e saber responder essas questões que surgem
durante a leitura é o objetivo principal dessa obra.
14. O autor utiliza o termo “levels” [níveis] ao invés de tipos, porque cada nível contempla o
anterior, enquanto nos tipos, tem-se a ideia de separação. Todos os níveis devem ser
neessariamente observados em qualquer leitura.
15. O primeiro nível de leitura é a Leitura Elementar: na qual o leitor quer saber o que está
escrito naquela sentença; habilidade obtida durante a alfabetização. O segundo nível de
leitura é a Leitura Inspecional: em que o leitor quer saber do que o livro trata; trata-se de
uma pré-leitura ou leitura rápida com objetivo de identificar os pontos tratados na obra;
começa essencialmente no sumário. O terceiro nível de leitura é a Leitura Analítica: é o nível
de leitura mais completa (para um tempo ilimitado) e mais ativa; é mastigar e digerir o livro;
necessária (e conditio sine qua non) para leitura com a finalidade de alcançar entendimento;
o quarto nível é a Leitura Sintópica (ou Leitura Comparativa): último nível de leitura que
exige maior esforço, o leitor sobre um assunto lê diversos livros e os coloca em relação a
este assunto, e mais do que isso, constrói uma análise sobre algo que não está tratado em
nenhum deles; é uma arte difícil, porém recompensadora, que será tratada mais adiante.
Quanto maior o arcabouço vocabular, maior será a aptidão neste nível. Todavia não há necessidade de um domínio
completo do léxico para realizar a leitura elementar, embora seja de bom alvitre ampliar o repertório vocabular, durante as
leituras. Se você estiver lendo um livro em língua estrangeira, leia um tópico completo e circule as palavras que você não
compreendeu. Esforce para obter do contexto o significado da palavra. Afinal, para realizar a leitura elementar é muito mais
importante entender o contexto do que uma palavra individualizada. Ser alfabetizado é conseguir ler o que está escrito,
mas entender o que está ali é com o tempo. Por exemplo, tente traduzir a frase: “la critique est aisée l’art est difficile”.
Aqueles que tem a língua portuguesa como língua materna, não terão dificuldade com a frase, talvez apenas com a palavra
“aisée”, porém do contexto é possível entender que o autor da frase está fazendo uma comparação entre a crítica e a arte,
daí é possível concluir que “aisée” possa ser traduzido como o oposto de “difficile”, ou seja, algo que é fácil.
Consequentemente, fica claro que para a leitura elementar, o domínio da gramática e da lógica é mais eficaz do que o
arcabouço vocabular, podendo inclusive suprir sua eventual deficiência, muito embora, seja necessário.
17. Etapas no progresso de leitura da criança: 1ª etapa - prontidão para leitura (nascimento até
6/7 anos) para iniciar a instrução para leitura é necessário identificar - prontidão física: boa
visão e audição; prontidão intelectual: visualização e memorização de palavras e
cominações; prontidão de linguagem: falar claramente e combinar corretamente as
sentenças; prontidão pessoal. Queimar etapas é autodestrutivo e pode gerar desgosto pela
leitura. Um possível atraso não é preocupante. 2ª etapa – leitura de materiais bem simples
(300 a 400 palavras) - e esperado que leiam livros simples e com entusiasmo. O autor
observa que nesta fase ocorre um fenômeno misterioso: ao ler determinado símbolo, a
criança acha-o sem sentido, em um primeiro momento, porém 2 ou 3 semanas depois, sabe
exatamente o que significa (ninguém até hoje conseguiu explicar essa façanha intelectual
surpreendente e imbatível, realizada antes dos 7 anos). 3ª etapa - construção de vocabulário
e descoberta de palavras, com a dica do contexto. Nesta etapa a criança consegue ler
qualquer coisa e descobre que a leitura lhe confere autonomia. 4ª etapa – refinamento e
aprimoramento das técnicas anteriores.
18. A primeira etapa corresponde à pré-escola (jardim de infância); a segunda etapa à primeira
série do ensino fundamental; a terceira ao fim da quarta série do ensino fundamental
(alfabetização funcional - ampliação e vocabulário e compreensão dos contextos); a quarta
ao término do ensino fundamental - pode ler qualquer coisa, embora nada sofisticado ainda,
estando apta às leituras do ensino médio.
A primeira etapa de leitura deve estar concluída antes ou bem no início do ensino médio.
19. Apenas quando concluída a primeira etapa. Apenas quando pode ler e aprender
independentemente, o estudante pode se tornar um bom leitor.
20. A maior parte dos cursos de leitura hoje existentes nada mais faz do que reforçar a leitura
elementar.
21. Um bom ensino médio com bases nas artes liberais, se nada mais fizer, deve formar
competente leitores analíticos. Uma boa universidade, se nada mais fizer, deve produzir
leitores aptos para a leitura sintópica, capazes de ler e pesquisar sobre qualquer tema. Isso
frequentemente não ocorre. 20 anos se passam sem que o aluno saiba ler. Algo está errado.
22. Não basta ampliar o número de pessoas com acesso à educação, nem tornar a população
funcionalmente alfabetizada. É necessário ir além. Uma nação de leitores competentes.
4 – THE SECOND LEVEL OF READING: INSPECTIONAL READING
23. Para fazer a leitura inspecional é necessário dominar a leitura elementar, isto é, deve ser
apto para ler um texto de autor de maneira mais ou menos contínua, sem ter que parar para
olhar o sentido de muitas palavras, e sem tropeçar sobre a gramática e a sintaxe. Você deve
ser apto a pega o sentido da maior parte das sentenças e parágrafos, embora não precise
pegar tudo.
24. A leitura inspecional tem 2 níveis (leitores mais experientes fazem as duas ao mesmo
tempo): 1 nível: Leitura Inspecional I: Pré-leitura ou Sondagem Sistemática: skimming ou
fazer uma pré-leitura – permite saber se o livro merece ser lido e mesmo que não seja lido,
já lhe fala muito – 1º ver o título e o prefácio (subtítulo, objetivo do autor...); 2º estude o
sumário da obra para obter um sentido geral da estrutura do livro; 3º estude o índice
remissivo ou o index (se houver): são termos que o autor entende cruciais (ver passagens) 4º
leia a contracapa e a sobrecapa; 5º - veja os capítulos que aparentemente contenham o
cerne da argumentação do livro, atentando-se para eventuais resumos de declarações; 6º -
folheie as páginas cavando aqui e ali, lendo um parágrafo ou outro... ler as duas ou três
últimas páginas ou o epílogo se houver. Poucos minutos ou uma hora que economizarão
tempo na leitura da obra principal; 2 nível: Leitura Inspecional II – Leitura Superficial
Posso dizer algo, que talvez muitos irão me criticar, mas a leitura inspecional é a mais importante. Com ela você elimina
99% das leituras que não irão contribuir para o seu desenvolvimento como pessoa e para sua compreensão da realidade
(Adler fala isso no subtópico da pirâmide dos livros). Com ela você adquire uma ampla visão da literatura universal. Com
ela você facilita o trabalho para compreensão dos livros que valem a pena ser lidos, porém são difíceis. Com ela você
consegue fazer a leitura sintópica.
Posso dizer que a leitura inspecional amplia sua visão para a universalidade das obras literárias produzidas, enquanto a
leitura analítica limita sua visão para uma única obra. Isto não quer dizer que ambas são necessárias, porém somente com
a leitura inspecional eu consigo identificar aquilo que vale a pena reduzir minha atenção para uma única obra, durante um
tempo da minha vida.
25. Qual a abordagem correta? Ao enfrentar um livro difícil pela primeira vez, leia-o
completamente sem parar para olhar ou ponderar as coisas que você não entende
completamente. Provavelmente o livro será compreendido em uma segunda leitura, mas
tem que ler todo pelo menos uma. Mesmo que não leia uma segunda vez, ainda que se
entenda metade de um livro difícil, ainda assim é melhor que nada;
26. As constantes paradas para consultar dicionários, referências, comentários acadêmicos
feitas prematuramente apenas impedem a leitura em vez de ajudar;
On Reading Speeds
31. Os cursos de leitura dinâmica ensinam a ler com a mente e não com os olhos (problema da
fixação com os olhos, subvocalização, regressões na página);
32. Técnica de utilizar os dois dedos para aumentar a velocidade da leitura;
33. Concentração é outro nome para leitura ativa. O bom leitor lê ativamente concentrado.
34. Compreensão é muito mais do que saber do que o texto diz ou resolver simples questões
sobre o texto.
A leitura de um texto vai muito além da chamada análise de texto, pautada meramente em
termos lógicos. O leitor precisa utilizar sua imaginação, utilizar-se de suas evocações (outras
leituras e principalmente experiências reais)...
37. Todo livro deve ser lido não mais lentamente do que merece, e não mais rapidamente que
você possa lê-lo com satisfação e compreensão.
38. A sondagem ou pré-leitura é sempre uma boa ideia para saber se o livro merece uma leitura
mais lenta ou mais rápida. Além disso, todo livro em que se deseja ler mais cuidadosamente
é importante a sondagem para se ter uma ideia de sua estrutura ou de sua forma.
39. Não tenha medo de ser superficial na primeira leitura de um livro difícil.
40. A primeira etapa da leitura inspecional (sondagem sistemática) antecipa a primeira etapa da
leitura analítica: compreender a estrutura do livro; e a segunda etapa da leitura inspecional
(leitura superficial) serve para a segunda etapa da leitura sistemática, é o passo inicial da
interpretação do conteúdo do livro.
41. A leitura deve ser vista como um trabalho (portanto, ativa), cujos frutos são o crescimento
mental e espiritual.
The Essence of Active Reading: The Four Basic Questions a Reader Asks
a. Do que o livro trata como um todo? Tema central e como o autor divide a exposição
em tópicos e subtópicos [4 primeiras regras da leitura analítica - abaixo]
b. O que está sendo dito em detalhe e como? Ideias, mensagens e asserções que
apresentam o pensamento particular do autor [4 regras de interpretação da leitura
analítica (leitura para interpretação) - abaixo]
c. É o livro verdade, no todo ou em parte? Aqui o leitor após conhecer a mente do
autor, ele vai tirar suas próprias conclusões [7 últimas regras da leitura analítica -
abaixo]
d. E daí? A informação fornecida é importante. Por que o autor pensa que é
importante? Por que seria importante para mim? [7 últimas regras da leitura
analítica - abaixo]
43. A leitura inspecional auxilia nas respostas das duas primeiras perguntas, embora ajude a
resposta das últimas duas. A leitura analítica não é bem realizada se as duas últimas
perguntas não forem respondidas. A última questão é mais importante para a leitura
sintópica.
44. Fazer essas 4 perguntas deve ser um hábito. Mais do que isso, saber responder
precisamente e corretamente.
45. A arte da leitura corresponde a ter a habilidade para saber fazer e responder essas
perguntas.
46. Para ler ativamente você deve não apenas a vontade de fazê-lo, mas também a habilidade -
a arte que permite você se elevar dominando aquilo que a princípio pareça além de você.
47. Fazer e responder as perguntas pode ser feito com a mente, mas será melhor feito com o
lápis. Além de ler entre as linhas, escrever entre as linhas.
48. Quando você compra um livro ele é seu, mas apenas se torna completamente seu quando
você escreve nele.
49. Vantagens de marcar o livro: mantém completamente acordado; pensar tende a expressar-
se em palavras; escrever ajuda memorizar.
52. Tente usar as páginas iniciais para indicar o raciocínio; ao término do livro use as páginas
iniciais para fazer um breve esboço do livro; e as últimas para usar como index pessoal.
54. A leitura inspecional é rápida, mas tem algumas perguntas a serem feitas, e por isso devem
ser anotadas. 1ª - que tipo de livro é este; 2º do que esse livro trata; 3º qual a estrutura do
livro. Anotar no sumário ou na folha de rosto.
55. São notas estruturais, porque não dizem respeito ao conteúdo do livro.
56. Durante uma leitura analítica, você necessitará dar respostas às questões sobre a verdade e
a importância do livro.
57. As notas que você faz na leitura analítica não são estruturais mas conceituais. Eles
concernem aos conceitos do autor, e também dos seus próprios, na medida em que eles
forem ampliados e aprofundados durante a leitura do livro.
58. A leitura sintópica também é conceitual, mas as referências dizem respeito a outros livros.
Na leitura sintópica há um passo além, qual seja tomar notas da forma da discussão (Adler
chama de notas dialéticas) - discussão engajada por todos os autores (mesmo sem que eles
saibam). Feitas em papel separado. Uma estrutura de questões e afirmações sobre um único
assunto.
59. Aprender fazendo. Depois da prática, fica mais fácil. E você faz muito melhor do que fazia no
começo. Você faz como se tivesse nascido para isso.
60. A arte somente é aprendida e possuída quando agimos de acordo com as regras. Não basta
saber as regras.
61. Cada ato separado requer sua completa atenção enquanto você está fazendo. Depois que
você praticar as partes separadamente, você poderá não apenas fazer cada uma com maior
facilidade e menos atenção, mas poderá também gradualmente colocá-las juntas em uma
suave corrida de todas elas.
62. As regras que se aplicam aos livros maiores e mais difíceis, também se aplicam a quaisquer
materiais, embora possa ser necessário fazer uma adaptação.
63. 1º estágio da leitura analítica: dá ao leitor uma ideia sobre a estrutura do livro (a finalidade é
a delineação estrutural do livro). Completar este estágio (saber dizer do que o livro trata e
delinear sua estrutura como se vê abaixo) é o primeiro passo para ler analiticamente. Não
quer dizer que para aplicar as quatro regras, o leitor tenha necessidade de segui-las
cronologicamente, ele faz tudo ao mesmo tempo.
a. 1ª regra: Saber que tipo de livro se trata, e saber isso o mais cedo possível, de
preferência antes de ler (um romance, uma peça, um poema, um texto de
exposição). Há de se reconhecer que existem vários tipos de livros expositivos (ex:
filosofia e história; física e moral). Para tentar descobrir do que o livro trata antes de
ler, é importante a leitura inspecional (título, subtítulo, sumário, prefácio,
introdução, index). Poucos leem o título do livro e se questionam sobre o que é o
livro. Os nomes dos capítulos (no sumário) fornecem as dicas sobre do que se trata o
livro. O autor tenta expor essas informações no prefácio, dada a importância dessa
primeira regra. Também é importante já ter as linhas gerais de classificação na
mente. Além de saber de qual tipo o livro trata, deve-se saber de que tipo este livro
é. Entre os livros expositivos podemos distinguir livros de história e de filosofia; e
ambos dos livros de ciência e matemática. Distinção básica: livros teóricos dos livros
práticos. Livros práticos falam sobre algo; livros teóricos como fazer ou o que você
deve fazer (artes: engenharia, medicina, culinária, moral, economia, ética, política e
livros normativos). Quando for impossível classificar o livro pelo título, subtítulo,
prefácio, index, etc, será necessário ler partes do livro que contenham resumos ou:
passagens importantes no início e final. Livros práticos contém as palavras deveria, é
necessário, bom e mal, fins e meios... Livro teórico contém “é” e não “deveria” ou “é
necessário”, quer demonstrar a verdade sobre algo... Os livros teóricos são
tradicionalmente: história, filosofia e ciências. A essência da história é a narração.
História é cronotópica (fatos que ocorreram em determinado tempo e lugar).
Ciência lida com questões que podem se repetir qualquer tempo ou lugar. Ciência
busca leis e generalizações; Filosofia busca a verdade. Ciência: fatos que não podem
ser verificados na experiência do homem normal. Importância de identificar a
classificação do livro: encontrar a sala de aula; cada tipo de disciplina tem o seu
método de ensinar;
Todo livro que merece ser lido possui uma unidade e uma organização. Assim como as
demais obras de artes possuem uma unidade, o livro quanto mais próximo de uma obra de
arte, mais terá uma unidade profunda.
O próprio Adler diz que se trata apenas de uma fórmula, porém o estudante deve
aproximar-se dela, sendo capaz de dar conta da estrutura do livro.
Adler acrescenta que o esforço para se aproximar desta fórmula não precisa ser
dispensado para qualquer livro. Mesmo os leitores mais hábeis não o fazem. Todavia, uma
noção, ainda que básica, da estrutura do livro, deve ser conhecida.
A fórmula não permite ir além daquilo que o autor disse. Embora o tema possa se
estender indefinidamente, o livro está limitado em sua própria estrutura, e é essa
estrutura que deve ser delineada.
A estrutura do livro (aquela que lhe dá unidade) pode não corresponder com a divisão em
capítulos, subcapítulos etc, determinados assuntos podem ser retomados em diferentes
capítulos ou adiantados, para serem melhor explicados depois etc. O ponto é faça o seu
próprio delineamento do livro. Isto não significa que você deva ignorar completamente a
divisão feita pelo autor.
d. 4º regra: Ache onde os problemas do autor são. O autor antes de escrever começa
com perguntas. O livro contém as respostas. O leitor deve estar a apto a encontrar
as perguntas ordenadamente. Auxilia nas duas regras acima. Exemplo de questões
teóricas: Isto existe? Que tipo de coisas é esta? O que causou isto para existir, ou em
quais condições isto pode existir, ou, por que isto existe? A que propósito isto serve?
Quais são as consequências desta existência? Quais são as características próprias,
seus tratos típicos? Quais são as relações para outras coisas do mesmo tipo ou de
tipo diferente? Como isto comporta? Exemplo de questões práticas: Para que fim
deve ser solicitado? Quais os meios devem ser escolhidos para dado fim? O que
deve ser feito para atingir um certo objetivo e em qual ordem? Sobre estas
condições, o que é a coisa certa a fazer, ou o melhor em vez do pior? Sobre quai
condições isto seria melhor a fazer em vez disso?
Adler diz que na leitura analítica o leitor faz dois movimentos simultâneos, o primeiro
(primeiro estágio) de buscar a unidade do livro, realizando a sua delineação estrutural; e o
segundo (segundo estágio) de "quebrar" o livro em tantas partes até chegar nas
proposições e nos argumentos... O primeiro estágio é de delineação e o segundo estágio
de interpretação.
Em primeiro lugar, fica claro que a proposição é mais importante do que a frase.
O texto por si só é apenas o instrumento necessário para veicular o pensamento
do autor. O texto sempre fala de algo, se refere a algo. Este algo é a proposição.
Em segundo lugar, todo texto para sua interpretação exige a evocação de
experiências pessoais do leitor, seja de outros textos, seja de expediências
próprias.
Proposições não existem no vácuo. Elas referem ao mundo no qual nós vivemos.
A menos que você mostre certo entendimento com os fatos reais ou possíveis
para o qual a proposição se referia ou de algum modo, você está jogando com
palavras, não lidando com pensamento e conhecimento.
65. A leitura de um livro é uma conversa, na qual o leitor tem a última palavra, mas para ser
honesto com o escritor é necessário respeitar certas regras de etiqueta intelectual. Em
primeiro lugar o leitor deve escutar atentamente o seu interlocutor e jamais criticá-lo sem
entendê-lo. A leitura, portanto, é um exercício essencialmente ativo. Para uma leitura
abrangente é necessário que o leitor possa julgar o livro, ou seja, dizer se o ensinamento que
o escritor quer transmitir é verdade ou não. e se aquele conteúdo tem importância para ele.
Isto é feito com o trabalho da crítica. A aprendizagem (teachability) compreende tanto a
habilidade para entender completamente o que é ensinado, mas também para julgar
(embora uma etapa preceda a outra). A ideia do entendimento se relaciona com a gramática
e a lógica, enquanto do julgamento com a retórica (presente em qualquer comunicação
humana).
66. É óbvio que o autor novamente faz menção às artes liberais quando associa as etapas da
leitura com o Trivium, pois o Trivium é um dos pilares das artes liberais (ao lado do
Quadrivium). Adler é muito feliz quando diz que para o leitor criticar ele deve entender. A
retórica só é adequadamente utilizada, quando o leitor possui boa proficiência na gramática
e na lógica e a aplica durante a leitura. Após a compreensão (gramática e lógica) -
responsividade, o leitor tem a responsabilidade de tomar uma posição, dialogando com o
autor (retórica).
67. As regras de etiqueta na crítica conferem ao leitor, “no debate”, não apenas polidez, mas
também eficiência.
68. A crítica pode e deve ser feita apenas quando o livro foi ouvido e entendido pelo leitor, ou
seja, as duas etapas da leitura analítica necessariamente devem ter sido atendidas.
69. Regras:
a. 9ª regra: Você deve estar apto a dizer: com razoável certeza (e isso demanda
bastante trabalho), “Eu entendi”, antes que você possa dizer: “Eu concordo”, ou “Eu
discordo”, ou “Eu suspendo o julgamento” (todas as possibilidades de crítica sobre
um livro). Lembre-se que o entendimento de um livro pode demandar a leitura de
outro livro do mesmo autor.
b. 10ª regra: Quando você discordar faça sem gerar disputas ou contendas. Esteja
preparado para a disputa. O mais importante é chegar ao conhecimento da verdade,
não vencer o debate.
70. Dizer que não entende o livro pode ser uma forma de crítica. Neste caso, o leitor deve
demonstrar as razões da falta de inteligibilidade da obra.
71. Se o leitor entendeu o livro e concorda integralmente com o escritor, neste caso o seu
trabalho está feito, não tem mais obrigações críticas. Se o leitor discordar ou suspender o
julgamento deverá dar mais alguns passos.
72. Adler diz que não basta acompanhar o raciocínio do autor, ou seja, é insuficiente
acompanhar o encadeamento dos argumentos trazidos, mas é imprescindível confrontar os
argumentos, para que o leitor diga, ao final, se concorda ou não.
O erro nisto se torna óbvio tão logo lembramos que o autor está fazendo julgamentos sobre o
mundo em que nós vivemos. Ele alega estar nos dando conhecimento teórico sobre o meio em
que as coisas existem e se comportam, ou conhecimento prático sobre o que deve ser feito.
Obviamente, ele pode estar tanto certo como errado. Sua alegação está justificada apenas na
medida em que ele fala a verdade, na medida em que aquilo que ele fala está provavelmente na
linha da evidência. De outra forma, sua alegação é infundada.
Primeira proposição: em um livro ou em uma exposição oral... o expositor (vivo ou morto) fala da
realidade; Segunda proposição: sobre a realidade ele faz certos juízos: afirmações e negações etc;
Terceira proposição: Estes juízos podem ser teóricos ou práticos; Quarta proposição: O autor pode
estar certo ou não; Quinta proposição: Se o autor está certo o suas afirmações e negações bate
com a realidade, quer dizer, ele diz a verdade; Sexta proposição: Se o expositor fala a verdade,
provavelmente, está fundamentado em evidências.
Se o expositor não está falando da realidade, mas apenas construindo um jogo de palavras, o
leitor ou o ouvinte deve perceber isso, mas isso somente depois de entender realmente o
expositor.
73. Se o leitor compreendeu o autor e mesmo assim a discordância continua, neste caso, surgiu
uma controvérsia (issue).
74. Se você discorda é porque para você o autor cometeu um erro em algum ponto, e não
porque você está verbalizando um pré julgamento;
a. 1ª condição: você deve reconhecer as emoções que você traz para o debate ou
aquelas que surgem durante ele;
b. 2ª condição: você deve deixar suas suposições claras. Deve reconhecer que tem pré
julgamentos. Uma boa controvérsia não pode se resumir a uma querela sobre
suposições. Se algum dos interlocutores deixa oculto suas suposições e debatem
sobre questões tendo suposições diferentes não vão chegar a lugar nenhum. Se o
debate ficar também apenas nas suposições a controvérsia será infrutífera. Cada um
dos interlocutores somente pode debater se assumirem, mesmo que
temporariamente, as suposições do outro, e debater se aqueles desdobramentos
são verdadeiros, para tanto é importante a utilização da lógica. É óbvio que o debate
poderá ir para as premissas, mas nesse caso será pouco proveitoso.
c. 3ª condição: tentar ser imparcial. O leitor – um dos interlocutores – deve ter a
habilidade de ser simpático com o livro – o outro interlocutor.
76. Adler reconhece que estas condições são as ideais, mas que em razão da natureza humana,
podemos falhar, ele então propõe quatro caminhos para serem seguidos mais fáceis de
serem seguidas. Após falarmos: “Entendi, mas eu discordo”, continuamos:
a. Você está desinformado;
b. Você está mal informado;
c. Você é ilógico - seu raciocínio não é coerente;
d. Sua análise está incompleta.
77. O leitor deve ser específico quanto ao seu apontamento, não basta dizer: “você está
desinformado”, ele deve dizer em que o autor está desinformado. Não é possível que ele
esteja desinformado em tudo. Além disso deve fundamentar seu ponto de vista.
78. O autor está desinformado quando lhe falta algum conhecimento relevante para a sua
conclusão. Você deve estar apto a indicar qual conhecimento é este.
79. O autor está mal informado quando sustenta algo que é falso ou menos provável. Apenas
deve ser feito tal apontamento quando a informação acarreta consequências à conclusão do
autor.
80. Dizer que o autor é ilógico é dizer que ele cometeu falácias de duas sortes: 1. non sequitur: a
conclusão não segue as razões oferecidas; 2. inconsistência: duas coisas que o autor disse
são incompatíveis. O leitor deve demonstrar claramente esses defeitos de lógica.
81. Os três primeiros apontamentos dizem respeito aos termos, proposições e argumentos do
autor, ao passo que o quarto diz respeito ao todo.
82. Se o leitor passou pelos três primeiros apontamentos sem fazer qualquer observação, ele
concorda com o autor em alguma medida. No quarto apontamento, não há discordância,
mas uma observação quanto à limitação na realização do propósito do autor. Neste caso, o
leitor pode suspender o julgamento até completar aquele entendimento com outros livros.
83. Dizer que a análise do autor é incompleta é dizer que ele não resolveu todos os problemas
que ele começou, ou que ele não fez um bom uso do seus materiais, como possível, que ele
não viu todas as implicações e ramificações, ou que ele falhou ao fazer distinções que são
relevantes para seu empreendimento.
84. Um livro é tão melhor quanto fala mais a verdade e comete menos erros.
85. A completude de um livro é dada pela quantidade de distinções válidas que o autor faz. Daí a
necessidade de conhecer os termos. E para o autor a necessidade de precisão no uso da
linguagem.
86. A última etapa da delineação da estrutura do livro é saber quais os problemas que o autor se
propôs; e a última etapa da interpretação é saber quão completo o autor conseguiu ser no
seu empreendimento. A última etapa da delineação considera quão adequado o autor
conseguiu colocar o problema; a última etapa da interpretação considera o grau de
satisfatoriedade em resolvê-los.
87. O método apresentado por Adler para a leitura analítica é o método ideal, por isso
dificilmente iremos alcançá-lo. Mas seremos bons leitores tão próximo alcancemos o
método.
88. Quanto à quantidade de livro, Adler diz claramente que o importante não é ler muitos livros,
mas ler bem. Thomas Hobbes diz, "Se eu ler tantos livros como a maioria dos homens fazem,
eu seria tão idiota como eles são". Os grandes escritores na maioria dos casos não leram
todos os livros que estavam na lista de livros obrigatórios da sua época, mas o pouco que
eles leram, eles os dominaram, tornando pares dos autores destes livros. É melhor aplicar
com o máximo de proximidade das regras da leitura analítica lendo pouco livros do que
conhecer superficialmente uma grande quantidade.
89. Claro que cada livro tem aquilo que merece. Uns são para passar pelo crivo de todas estas
regras, outros apenas pela leitura inspecional.
90. Todas as regras dadas até agora permitem que o leitor possa ler o livro sem ajuda de outros
livros (leitura intrínseca).
92. Quatro categorias de ajuda externa: primeiro, as relevantes experiências; segundo, outros
livros; terceiro, comentários e resumos; quatro, livros de referência.
93. Antes de buscar ajuda de outros livros, devemos nos esforçar para esgotar todas as regras
da leitura extrínseca. Somente depois de darmos nosso melhor na leitura intrínseca,
podemos partir para a ajuda externa.
94. Adler descreve dois tipos de experiência: a experiência comum e a experiência especial.
95. O filósofo, como um poeta, apela para a experiência da humanidade. Ele não trabalha em
laboratórios ou pesquisa de campo. Consequentemente para entender e testar uma linha de
princípios de um filósofo você não precisa de ajuda externa da experiência especial. Ele se
refere ao seu próprio senso comum e sua observação diária do mundo no qual você vive.
98. Adler introduz o capítulo dizendo que muitos ficam desanimam com um grande livro,
quando percebem sua insuficiência, primeiro porque não sabem ler sequer um único livro, e
segundo porque esquecem que aquele livro pode estar intimamente relacionado com outros
livros (importância de uma lista), e terceiro porque os livros seguem uma ordem cronológica
que não pode ser ignorada, pois é óbvio que o escritor mais recente foi influenciado pelos
seus antecessores.
100. Dois problemas básicos nos comentários: nem sempre o comentário está correto (na
maioria das vezes não está); e quando está certo, normalmente está incompleto.
101. Não leia um comentário antes de ler o livro e de fazer todos os esforços para tentar
entendê-lo. Fazê-lo pode distorcer seu entendimento. Você irá ler o livro com os olhos do
crítico ou do acadêmico. Ler o livro antes te coloca em posição de igualdade com eles.
104. Uma dose de conhecimento é exigida para usar livros de referência. Os livros de
referência não curam a ignorância total.
105. 4 tipos de conhecimento exigidos para usar o livro de referência: 1. ideia ainda que
vaga daquilo que se quer buscar; 2. você deve saber onde encontrar o que você quer saber;
3. saber como ler o livro de referência; 4. saber aquilo que os autores dos livros de
referência consideram como informação transmissível por obras de referência (apenas
questões em que há certa anuência geral)
106. Não leia um bom livro consultando o dicionário a cada palavra. Faça apenas quando
for essencial para entender o sentido geral do autor.
107. Tenha em mente que o dicionário é sobre palavras e não sobre coisas.
108. Palavras podem ser vistas de 4 maneiras: 1. Palavras são coisas físicas; 2. Palavras
desempenham um papel gramatical e para cada uso, pode mudar o sentido (a mesma
palavra pode ser substantivo, verbo, adjetivo e advérbio e para cada uso pode ter uma lista
de sentidos diferentes) - isto se agrava nas línguas não flexionadas como o inglês; 3. Palavras
são signos, podendo assumir vários significados, conforme a finalidade; 4. O uso da palavra é
convencionado, pois as palavras são signos fabricados pelo homem.
Fora tudo isso, uma palavra pode também ser usada como figura de linguagem.
109. Regras para uso de enciclopédia: 1. não ser escravo delas; 2. não serve para resolver
questões em que há disputa, as enciclopédias tratam de fatos (ou idealmente deveria ser
assim), e fatos não deveriam ser debatidas em primeiro lugar; 3. sobre um fato, talvez seja
interessante pesquisar em mais de uma enciclopédia.
110. Considerando que dicionário tratam de palavras e enciclopédias de fatos, Adler traz
as seguintes regras para o uso das enciclopédias: 1. Fatos são proposições; 2. Fatos são
proposições “verdadeiras” e não questões de opinião; 3. Fatos são reflexos da realidade; 4. a
partir de novos estudos, certos fatos que eram tidos como inquestionáveis podem ser
revistos; fatos são culturalmente determinados (tendemos a julgar como sendo fatos as
proposições dos cientistas e a não o fazer quando se trata de proposições dos primitivos);
Quando Adler escreveu seu livro não havia internet. Hoje, a internet faz o papel da maior parte
das ajudas externas: dicionário, referências e enciclopédias. Todavia, eu mesmo já me deparei
com muitas referências históricas, bibliográficas e até mesmo vocábulos que tive muita
dificuldade de achar na internet; neste caso, precisamos recorrer às enciclopédias, livros de
referência e dicionários (principalmente etimológicos)
PART THREE
112. Os livros práticos jamais podem por si mesmos resolver os problemas que eles se
propõem resolver. Eles dependem de ações na realidade.
113. A ação é altamente particularizada: aqui, agora e em certas circunstâncias. O livro
prático não prevê estas situações particularizadas. Fazem previsão de regras apenas gerais
que podem se aplicar em situações semelhantes.
114. Os livros práticos são divididos naqueles que enfatizam as regras e naqueles que
enfatizam os princípios que fundamentam as regras (clássicos de economia, moral e
política).
115. As regras são comportamentos que devemos realizar para atingir uma finalidade. Os
argumentos servem para fundamentar a regra. Estes argumentos podem ser princípios ou
exemplos.
116. A diferença do livro puramente teórico e do livro prático que enfatiza os princípios
práticos, é que neste sempre é possível perceber uma regra implícita nos princípios
“práticos”. Além disso, o bom leitor irá saber identificar como tais regras se aplicam
concretamente.
117. O bom leitor também irá encontrar nos livros que enfatizam regras, os princípios
subjacentes.
118. No caso dos livros puramente teóricos, o critério para concordância ou discordância
relaciona com a verdade do que está sendo dito, mas no que diz respeito ao livro prático,
isto dependerá: se aquilo que está sendo dito funciona; e se leva ao fim que você acha
correto, ao fim que você corretamente desejou.
119. 2 questões que devem ser respondidas nos livros práticos: Quais são os objetivos dos
autores; quais os meios para alcançar aquilo que ele propõe.
120. O livro prático tentará te convencer dos seus fins. Todo livro prático tem um aspecto
do orador e do propagandista. Ele vai apelar para suas emoções, a fim de ganhar a sua
vontade. A melhor forma de se proteger contra a propaganda, é saber que se trata de uma
propaganda, e para que ela serve.
121. O leitor deve estar ciente deste apelo às emoções e sopesar este apelo, evitando
decisões apressadas e irrefletidas.
122. Além disso, o leitor deve conhecer sobre a personalidade do autor e seu contexto
histórico (ex: na Grécia Antiga a escravidão era legalizada, então para ler os autores da
época é necessário saber disso).
a. Do que o livro trata como um todo? Não muda muito nos livros práticos. Lembrando
que as 4 primeiras regras da leitura analítica para interpretação respondem essa
pergunta. No que diz respeito aos livros práticos, a última regra é fundamental para
os livros práticos, pois trata exatamente de descobrir quais problemas que o autor
quer resolver;
b. O que está sendo dito em detalhe e como? Usar as 4 regras de interpretação da
leitura analítica (leitura para interpretação), fazendo um paralelo com o item acima,
aqui vamos dar destaque a regra 8 da leitura analítica, que nos dirá como resolver os
problemas
c. É o livro verdade, no todo ou em parte? No caso dos livros teóricos iremos comparar
com nossa experiência pessoal do modo como as coisas são; no livro prático, vamos
ter que entender os meios e fins colocados pelo autor e compará-los com o fim que
achamos correto e se esses meios são adequados para ele.
d. E daí? No livro teórico, se concordarmos com o livro ele mudará nossa visão de
mundo; ao passo que no livro prático, exigirá uma ação de nossa parte.
125. Nós temos experiências através do uso do sentido e da imaginação. Para saber algo
nós usamos os poderes do julgamento e da razão, os quais pertencem ao intelecto.
126. Nos livros expositivos devemos sempre permanecer alertas, nos livros de literatura
devemos deixá-los agir sobre nós. Escapar para a realidade mais profunda da nossa vida
interior.