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Curso Licenciatura de Enfermagem

Unidade Curricular de Educação para a Saúde

Projeto Health4Family

Cátia Alexandra Ferreira de Sousa nº 9107


Constança Rodrigues Flores nº9595
Joana Rita Cavaco Medeiros nº7634
Rafaela Domingos Ferreira nº9363
Surali Cantilal Geta nº9112

Lisboa
Fevereiro 2021
Curso Licenciatura de Enfermagem

Unidade Curricular de Educação para a Saúde

Projeto Health4Family

Cátia Alexandra Ferreira de Sousa nº 9107


Constança Rodrigues Flores nº9595
Joana Rita Cavaco Medeiros nº7634
Rafaela Domingos Ferreira nº9363
Surali Cantilal Geta nº9112

Regente da Unidade Curricular:


Ana Paula Fernandes das Neves
Professora Orientadora:
Sónia Patrício Lino Borges Rodrigues

Lisboa
Fevereiro 2021
ÍNDICE

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 5
1. ELABORAÇÃO DO PROJETO DE EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE ........................... 6
1.1 Diagnóstico de Situação .................................................................................................. 6
1.1.1 Identificação e caracterização rigorosa da população-alvo.................................. 6
1.1.2. Caracterização rigorosa dos determinantes do contexto ..................................... 7
1.1.3. Identificação de recursos internos e externos ....................................................... 7
1.1.4. Identificação rigorosa dos problemas na perspetiva de Educação para a Saúde
............................................................................................................................................. 9
1.1.5. Identificação das necessidades de Educação para a Saúde ............................... 10
1.1.6. Seleção e fundamentação da escolha do modelo de Educação para a Saúde... 10
1.2. Objetivos Gerais e Objetivos Específicos................................................................... 11
1.3 Proposta de Atividades ................................................................................................. 12
1.4 Avaliação do Projeto de Educação para a Saúde....................................................... 13
2. PLANEAMENTO PEDAGÓGICO DA SESSÃO QUE SEGREDOS ESCONDEM OS
RÓTULOS? .............................................................................................................................. 15
2.1 Escolha fundamentada do tema da sessão de Educação para a Saúde .................... 15
2.2 Formulação de objetivos da sessão de Educação para a Saúde ................................ 15
2.3 Mobilização de conteúdos ............................................................................................ 16
2.4 Definição de estratégias ................................................................................................ 17
2.5 Organização e fundamentação da avaliação .............................................................. 19
CONCLUSÃO......................................................................................................................... 20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 21
APÊNDICES
Apêndice I – Dados recolhidos dos processos clínicos da Sra. D. Jacinta Santos, do Sr.
José Santos e de Ana Santos
Apêndice II – Dados recolhidos na entrevista com a enfermeira da família Santos
Apêndice III – Dados recolhidos na consulta marcada pela Sra. D. Jacinta na USF
Rosa dos Ventos no dia 15 de janeiro de 2021
Apêndice IV – Dados recolhidos na visita domiciliária à família onde foi aplicada a
versão portuguesa autorizada do Questionário europeu de literacia para a saúde (HLS-
EU-PT)
Apêndice V - Explicação detalhada da Análise SWOT
Apêndice VI - Cronograma das atividades propostas
Apêndice VII- Avaliação Formativa
Apêndice VIII - Inquérito de satisfação
Apêndice IX - Plano da sessão Que segredos escondem os rótulos?
Apêndice X – Instrumento de avaliação dos resultados de aprendizagem da sessão Que
segredos escondem os rótulos
Apêndice XI – Instrumento de avaliação da eficiência da sessão Que segredos
escondem os rótulos?
Apêndice XII – Póster À Descoberta da Roda dos Alimentos
Apêndice XIII – Slides da Apresentação Oral
Apêndice XIV – Certificado de Participação
ANEXOS
Anexo I - Situação A com dados adicionais
Anexo II - Versão portuguesa autorizada do Questionário europeu de literacia para a
saúde (HLS-EU-PT)
Anexo III - Nutri-score
Anexo IV - Descodificador de Rótulos a entregar no final da sessão Que segredos
escondem os rótulos?

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 Análise SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças)................................. 9


LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AVC - Acidente Vascular Cerebral
DGS- Direção Geral de Saúde
IMC - Índice de Massa Corporal
Kg - Quilogramas
OMS - Organização Mundial de Saúde
PNPAS - Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável
USF - Unidade de Saúde Familiar
INTRODUÇÃO
No âmbito da Unidade Curricular de Educação para a Saúde, foi proposto aos
discentes a elaboração de um projeto de Educação para a Saúde e o desenvolvimento de um
plano de sessão do respetivo projeto. Após sorteio, foi atribuída ao grupo a situação A,
intitulada “A Promoção de uma Alimentação Saudável e da Atividade Física”.
O principal objetivo do trabalho apresentado é permitir a consolidação e aplicação
prática dos conteúdos lecionados ao longo da Unidade Curricular, de forma a que os
estudantes evoluam e se preparem para atividades que irão desenvolver na sua futura vida
profissional.
O trabalho apresentado subdivide-se nos seguintes três grandes temas: “Elaboração do
Projeto de Educação para a Saúde”, “Planeamento Pedagógico da Sessão de Educação para a
Saúde” e “Elaboração de um Póster de Educação para a Saúde”, sendo que este último se
encontra disponível no Apêndice XI.
Relativamente ao primeiro tema, este subdivide-se em “Diagnóstico da Situação” onde
se realizou a identificação e caracterização rigorosa da população-alvo, a identificação de
problemas e necessidades e a seleção e fundamentação da escolha do modelo de Educação
para a Saúde adequado para o caso, recorrendo à elaboração de uma análise SWOT;
“Definição de objetivos gerais e específicos do projeto” com auxílio da Taxonomia de Bloom;
“Proposta de Atividades”; e “Avaliação do Projeto de Educação para a Saúde”.
O segundo tema abrangeu a “Escolha fundamentada do tema da sessão de Educação
para a Saúde”; “Formulação de objetivos da sessão de Educação para a Saúde” também com
auxílio da Taxonomia de Bloom; “Mobilização de Conteúdos”; “Definição de Estratégias”; e,
por último, “Organização e fundamentação da avaliação da sessão”.
Basta-nos ainda referir que o trabalho escrito apresentado foi elaborado de acordo com
o “Guia Orientador para a Elaboração de Trabalhos Escritos, Referências Bibliográficas e
Citações Norma APA” elaborado pelo Centro de Documentação e Biblioteca da Escola
Superior de Enfermagem de Lisboa.

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1. ELABORAÇÃO DO PROJETO DE EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE
1.1 Diagnóstico de Situação
A situação que fez surgir a necessidade de elaboração do projeto de Educação para a
Saúde Health4Family encontra-se referida abaixo em formato original. Posteriormente, foram
acrescentados dados, pelo que se pode consultar a reformulação da mesma situação no Anexo
I.
A Sr.ª D. Jacinta Santos tem 30 anos, é casada com o Sr. José Santos há sete anos e
têm uma filha de cinco anos. O marido trabalha no ramo imobiliário e ela é secretária num
hospital há dez anos, onde passa por períodos de muito stress. Nos últimos cinco anos tem
vindo a aumentar de peso e a ter alterações dos valores da tensão arterial, bem como de
alguns valores de análises ao sangue. Sente-se triste com a sua imagem, mencionando que a
roupa não lhe serve e se cansa com facilidade. Seguindo o conselho do marido decidiu
marcar uma consulta na USF, da sua área de residência. Como enfermeiro/a desta Unidade,
qual seria a sua intervenção para com esta utente e respetiva família.

1.1.1 Identificação e caracterização rigorosa da população-alvo


De modo a possibilitar ainda um diagnóstico de situação mais completo e detalhado
que permitisse a identificação e caracterização da população-alvo, bem como a necessidade de
intervenção em todos os membros da família, a recolha de dados foi realizada através de:
consulta dos processos clínicos da Sra. D. Jacinta, do seu marido e sua filha (Apêndice I);
entrevista com a enfermeira de família (Apêndice II); marcação de uma primeira consulta, em
particular com a Sra. D. Jacinta Santos (Apêndice III); visita domiciliária à família (Apêndice
IV) onde foi aplicada a versão portuguesa autorizada do Questionário europeu de literacia
para a saúde (HLS-EU-PT) (Anexo II).
Verificou-se necessidade de intervenção nos três membros da família, nomeadamente
na Sra. D. Jacinta Santos, no Sr. José Santos e na filha de ambos, Ana Santos. Ainda que com
maior enfoque na Sra. D. Jacinta.
As principais informações obtidas em relação à Sra. D. Jacinta foram: Índice de Massa
Corporal (IMC) atual de 27 quilogramas (kg)/m2 que, segundo a Organização Mundial de
Saúde (OMS) (Tabela 1) corresponde a um estado nutricional de pré-obesidade; tensão
arterial normal alta; valores de colesterol total, LDL colesterol, HDL colesterol e triglicéridos
alterados; não efetua as refeições diárias todas o que leva a um maior consumo de alimentos
ao almoço e ao jantar; consumo frequente de comida pré-congelada e fast-food; ingestão
hídrica diária deficitária; consumo de chocolate como mecanismo de coping; fadiga; pouca
6
tolerância à atividade física; stress associado ao seu emprego; baixa autoimagem e
autoestima; estilo de vida sedentário; antecedentes familiares de obesidade e hipertensão
arterial; padrão de sono alterado derivado do stress. Referente ao Sr. José conheceram-se:
IMC atual de 25 kg/m2 que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) (Tabela 1)
corresponde a um estado nutricional de pré-obesidade; valores de tensão arterial normal alta;
ausências frequentes devido ao seu emprego. Respeitante a Ana Santos, destacamos o
consumo de frutas e vegetais quase exclusivamente na pré-escola e o consumo de alimentos
hipercalóricos ao fim de semana. O casal apresenta um nível de literacia em saúde suficiente e
a família encontra-se numa situação socioeconómica favorável.

1.1.2. Caracterização rigorosa dos determinantes do contexto


De forma a garantir que o projeto de Educação para a Saúde seja elaborado à medida
das características e necessidades da família Santos, torna-se imperioso caracterizar os
determinantes do contexto.
Relativamente aos determinantes biológicos, temos um indivíduo do sexo masculino
com 35 anos (Sr. José) e dois indivíduos do sexo feminino, um com 30 anos (Sra. D. Jacinta)
e outro com cinco anos (Ana Santos). Ainda de destacar que a Sra. D. Jacinta apresenta
história familiar de obesidade e hipertensão arterial, o que leva a crer que existe maior
disposição genética para o desenvolvimento destas patologias.
Os determinantes socioeconómicos encontrados são o suporte familiar, o facto de tanto
a Sra. D. Jacinta como o Sr. José terem empregos fixos e bem remunerados e, portanto,
capacidade financeira favorável. Já os determinantes ambientais correspondem à disposição
de condições sanitárias favoráveis e habitarem numa zona com espaços de recreação ao ar
livre (Parque das Nações).
Referente ao estilo de vida, são de realçar alguns problemas, que serão caracterizados
com maior pormenor posteriormente, a nível da alimentação e da atividade física. O acesso
aos serviços decorre sem constrangimento, nomeadamente aos serviços de saúde, pois a
família possui um seguro de saúde como complemento.

1.1.3. Identificação de recursos internos e externos


Na identificação de recursos internos e externos, que contribui acentuadamente para o
diagnóstico de situação rigoroso e preciso, foi efetuada uma análise SWOT (forças, fraquezas,
oportunidades e ameaças), que é uma das técnicas mais utilizadas na elaboração de
diagnósticos (Ferrito, Ruivo & Nunes, 2010, p.14). Esta análise “permite a reflexão e a

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confrontação com os fatores positivos e negativos identificados” (Ferrito, Ruivo & Nunes,
2010, p.14) na situação para a qual se está a processar o desenvolvimento do projeto
Health4Family. Uma explicação mais detalhada da análise SWOT pode ser consultada no
Apêndice V.
• Suporte Familiar
• Literacia em Saúde de nível suficiente
Forças
• Capacidade financeira
• Sr. José ter preferência por refeições à base de peixe
Sra. D. Jacinta:
• Trabalhar em ambiente hospitalar
Fatores
• Trabalha em regime de horário fixo
Positivos
• Existência de copa no local de trabalho que permite
Oportunidades
levar comida caseira
Em relação a toda a família:
• Residência próxima de um local que permite fazer
exercício físico
• Colaboração entre a Unidade de Saúde Familiar
(USF) Rosa dos Ventos e a família Santos
Sra.D. Jacinta:
• Hábitos alimentares relacionados com a sua cultura
alentejana
• Mecanismo de coping: consumo de chocolate
• Baixa autoimagem e autoestima
• Estar em pré-obesidade - IMC 27
Fraquezas
• Tensão arterial normal alta
• Dados laboratoriais sanguíneos alterados
Sr. José:
• Estar em pré-obesidade - IMC 25
Fatores
• Tensão arterial normal alta
Negativos
Família:
• Hábitos alimentares deficitários, que conduzem a
uma má nutrição
• Vida sedentária

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• Stress relacionado com o emprego da Sra. D. Jacinta
e com a ausência frequente do Sr. José
Ameaças
• Proximidade do local de trabalho da Sra. D. Jacinta a
um restaurante de fast-food

Tabela 1 Análise SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças)

1.1.4. Identificação rigorosa dos problemas na perspetiva de Educação para


a Saúde
A identificação e definição de problemas é fundamental para um rigoroso diagnóstico
de situação e para a elaboração de um projeto de Educação para a Saúde (Ferrito, Ruivo &
Nunes, 2010, p. 12). Ocorre de forma complexa e deve possibilitar a identificação “das
prioridades de intervenção” (Ferrito, Ruivo & Nunes, 2010, p. 12) bem como a identificação
de necessidades de Educação para a Saúde.
Posto isto, foi possível aferir que os problemas encontrados na família Santos são,
principalmente, a alimentação inadequada e o sedentarismo. Estes problemas são causados
por conhecimentos deficitários sobre as consequências destes comportamentos, falta de
motivação e auto-eficácia para alterar os mesmos e ainda por níveis elevados de stress sem
aplicação de mecanismos de coping eficazes, pois “o stresse ativa mecanismos de recompensa
nos indivíduos que os pode levar a um aumento da ingestão alimentar, principalmente pela
procura de “alimentos de conforto” com elevado teor de açúcar e gordura” [Programa
Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), 2020a, p.11].
Trazem consequências como aumento de peso com consequente aumento do IMC,
fadiga, valores de tensão arterial elevados e dados laboratoriais alterados e, em última
instância, diminuição da qualidade de vida para todos os membros da família, pela
possibilidade do desenvolvimento de diversas patologias como a obesidade visto que a
“alimentação desequilibrada e a inatividade física, são fatores que podem influenciar a
prevalência desta doença.” (PNPAS, s. d., para.1).
As dimensões afetadas são: a biofisiológica por fadiga, tensão arterial elevada, dados
laboratoriais sanguíneos alterados e aumento do peso; a dimensão psicológica visto que a Sra.
D. Jacinta possui baixa autoimagem e autoestima; a dimensão social que pode ser afetada pela
dimensão psicológica e revelar repercussões a nível das relações sociais estabelecidas.
Os problemas são de intensidade elevada pois refletem-se já em alterações físicas
observáveis, como a pré-obesidade da Sra. D. Jacinta e do Sr. José, e em alterações físicas não

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observáveis, a título de exemplo, a tensão arterial normal alta. A evolução tem sido crescente
ao longo dos últimos cinco anos.

1.1.5. Identificação das necessidades de Educação para a Saúde


A família Santos encontra-se em fase de contemplação segundo o Modelo
Transteórico da Mudança de Comportamento de Prochaska e DiClemente. Esta fase
caracteriza-se pela ambivalência, que “pressupõe que o comportamento a mudar tem
características percebidas pelo doente como ganhos ou fatores positivos” (Cardoso, 2012, p.
242), o cliente considera a possibilidade de mudança, “ciente de que o problema existe, ainda
não está capaz de se comprometer a agir” (Cardoso, 2012, p. 242).
Assim sendo, as principais necessidades de Educação para a Saúde identificadas são as
seguintes: motivar para a mudança voluntária de comportamentos alimentares e de atividade
física, através de novas aprendizagens e aquisição de novas competências do domínio
cognitivo, psicomotor e afetivo sobre os temas e, adicionalmente, motivar para a aplicação de
novos mecanismos de coping que sejam mais adequados. Tendo sempre presente a
importância do reconhecimento, por parte da família, dos riscos dos comportamentos atuais e
dos benefícios da mudança de comportamentos.

1.1.6. Seleção e fundamentação da escolha do modelo de Educação para a


Saúde
Referem Toral & Slater (2007, p. 1645) que é necessário que os profissionais de saúde
possuam “habilidades técnicas que motivem os indivíduos no sentido desejado” e que seja
utilizado um modelo de Educação para a Saúde no planeamento de intervenções como base
para planear, implementar e avaliar as mesmas. Assim, o modelo de Educação para a Saúde
que se considera ser mais adequado para a situação é o Modelo Transteórico da Mudança de
Comportamento de James Prochaska e Carlo DiClemente, de 1982.
Segundo Toral & Slater (2007, p. 1641, p. 1646), este modelo aparenta ser promissor
na compreensão da mudança de comportamentos alimentares e mostra-se mais eficaz no
aumento de motivação quando as intervenções são direcionadas para cada etapa de mudança
de comportamento identificada pela teoria. As etapas de mudança são: pré-contemplação,
contemplação, decisão/preparação, ação, manutenção.
Para além da consideração dos estágios de mudança de comportamento, o modelo
Transteórico contempla a avaliação de outras dimensões “tais como os processos de mudança,
o equilíbrio de decisões e a auto-eficácia do indivíduo.” (Toral & Slater, 2007, p. 1647) e,
10
ainda a motivação, quer intrínseca, quer extrínseca, que desempenha um papel fundamental na
mudança de comportamentos.
De acordo com o modelo selecionado, é essencial o profissional de saúde possuir
conhecimento sobre fatores que motivam os seus clientes ou que impedem que os mesmos
realizem alterações nas suas dietas (Toral & Slater, 2007, p. 1644) e tal informação foi
recolhida na etapa de “Diagnóstico de Situação”. É um requisito mandatório o
reconhecimento por parte do cliente da “necessidade de alteração dos hábitos alimentares (...)
para iniciar uma mudança dietética” (Toral & Slater, 2007, p. 1645).
De acordo com Menezes, Bedeschi, Santos & Lopes (2016, p. 1195), os processos de
mudança incluem alterações cognitivas, experimentais e comportamentais que encorajam a
progressão entre os estágios de mudança. Esta revisão sistemática da literatura mostra
resultados positivos na aplicação do Modelo Transteórico a nível de alimentação e de
atividade física, traduzindo-se numa redução de parâmetros corporais como redução de peso
ou redução do índice de massa corporal, que são objetivos das intervenções a serem
desenvolvidas.

1.2. Objetivos Gerais e Objetivos Específicos


Os objetivos gerais e específicos devem estar definidos claramente pois sem esta etapa
“é impossível levar até ao fim um acto de planificação” (Ferrito, Ruivo & Nunes, 2010, p.
18).
Mão de Ferro (1999) citado por Ferrito, Ruivo & Nunes (2010, p. 18) refere que os
objetivos gerais descrevem os resultados esperados e enunciam aquilo que a família deve ser
capaz de fazer após a aplicação do projeto de Educação para a Saúde. Assim sendo, como
objetivo geral definimos: capacitar a Família Santos para um estilo de vida saudável.
Os objetivos específicos indicam “conhecimentos e aptidões” a adquirir pela família
“ao longo do seu processo formativo”. Podem ser do domínio cognitivo, afetivo e psicomotor
e resultam da “subdivisão de um objetivo geral mais vasto, em aprendizagens mais
elementares” (Ferrito, Ruivo & Nunes, 2010, p. 18). Posto isto, como objetivos específicos
definimos: analisar criticamente o seu estilo de vida atual; identificar os benefícios de uma
alimentação saudável e equilibrada bem como de uma ingesta hídrica adequada; compreender
a importância da Roda dos Alimentos como instrumento de referência para aquisição de
hábitos alimentares saudáveis; planear refeições que incluam pelo menos três grupos
constituintes da Roda dos Alimentos; elaborar uma ementa semanal, tendo em conta a Roda
dos Alimentos; aumentar o consumo de frutas e hortícolas em 50% no prazo de três meses;

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saber interpretar a informação nutricional que se encontra presente nos rótulos dos produtos
alimentares; enumerar duas estratégias para aumentar o consumo de água; aumentar o
consumo de água diário, para um litro no final do primeiro mês e para um litro e meio a partir
do segundo mês; reduzir a quantidade de sal para 5g por dia no máximo nos adultos, e 3g por
dia no máximo para Ana Santos; reduzir o IMC da Sra. D. Jacinta de 27 kg/m2 para 25 kg/m2
nos próximos seis meses; reduzir os valores da Sra. D. Jacinta de colesterol total, colesterol
LDL e triglicéridos, para valores padrão, no prazo de 6 meses; aumentar os valores da Sr. D.
Jacinta de colesterol HDL, para valores padrão, no prazo de seis meses; identificar os
benefícios da atividade física; planear atividade física em família; aumentar atividade física
com duração de 30 minutos, três vezes por semana; colocar em prática duas novas estratégias
de coping para lidar com o stress; melhorar o autoconceito e autoimagem da Sra. D. Jacinta.
Para a formulação destes objetivos foi utilizada a Taxonomia de Bloom e tido em
conta os domínios da aprendizagem: domínio cognitivo, domínio psicomotor e domínio
afetivo.

1.3 Proposta de Atividades


Com base nas etapas que se processaram anteriormente, foi elaborada então uma
proposta de atividades a realizar com a família Santos. São apresentadas nove atividades,
previstas decorrer de um de fevereiro de 2021 a 17 de maio de 2021, que podem ser
desenvolvidas em contexto domiciliário, em redor da residência da família, no Parque das
Nações, ou em consulta na USF Rosa dos Ventos, ressalvando-se que, se devido à situação
pandémica se verificar a impossibilidade das atividades propostas para a USF se realizarem
neste espaço, serão desenvolvidos por consulta via on-line. A maioria das atividades são
dirigidas à família Santos, com exceção das atividades sete e oito que serão realizadas em
exclusivo com a Sra. D. Jacinta. O cronograma das atividades propostas encontra-se
disponível no Apêndice VI.
A primeira atividade intitula-se Como é a alimentação para a Família Santos? e está
planeada para decorrer a um de fevereiro de 2021, na USF Rosa dos Ventos com duração de
30 minutos, das 18h às 18h30m. Como propósito, definiu-se: conhecer as perspetivas e
sentimentos da família e mitos face ao tema da alimentação.
A segunda atividade intitula-se Como é a atividade física para a Família Santos? e
está planeada para decorrer a oito de fevereiro de 2021, na USF Rosa dos Ventos com duração
de 30 minutos, das 18h às 18h30m. Como propósito, definiu-se: conhecer as perspetivas e
sentimentos da família e mitos face ao exercício físico.

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A terceira atividade intitula-se À descoberta da Roda dos Alimentos e está planeada
para decorrer a 22 de fevereiro de 2021, na USF Rosa dos Ventos com duração de 45 minutos,
das 18h às 18h45m. Como propósito, definiu-se: explorar o tema da Roda dos Alimentos e
capacitar para a aplicação da mesma nas refeições diárias.
A quarta atividade intitula-se Que segredos escondem os rótulos? e está planeada para
decorrer a oito de março de 2021, na USF Rosa dos Ventos com duração de 30 minutos, das
18h às 18h30m. Como propósito, definiu-se: informar e capacitar para a compra de alimentos
saudáveis.
A quinta atividade intitula-se À (re)descoberta do Parque das Nações e está planeada
para decorrer a 21 de março de 2021, nos arredores da residência da família no Parque das
Nações, com duração de 60 minutos, das 10h às 11h. Como propósito, definiu-se: criar um
peddy paper com vista a conhecer o espaço público ao redor da Residência para implementar
algumas atividades físicas em família.
A sexta atividade intitula-se O que vejo quando me olho ao espelho? e está planeada
para decorrer a cinco de abril de 2021, na USF Rosa dos Ventos, com duração de 30 minutos,
das 18h às 18h30m. Como propósito, definiu-se: explorar o tema da autoestima e
autoimagem.
A sétima atividade intitula-se Como lidar com o stress? e está planeada para decorrer
a 19 de abril de 2021, na USF Rosa dos Ventos, com duração de 30 minutos, das 18h às
18h30m. Como propósito, definiu-se: explorar o tema do stress e mecanismos de coping.
A oitava atividade intitula-se Culinária saudável em família e está planeada para
decorrer a um de maio de 2021, em contexto domiciliário da família, com duração de 45
minutos, das 10h45m às 11h30m. Como propósito, definiu-se: integrar toda a família na
confeção de refeições.
A nona atividade intitula-se O caminho é mais importante do que a chegada e está
planeada para decorrer a 17 de maio de 2021, na USF Rosa dos Ventos, com duração de 30
minutos, das 18h às 18h30m. Como propósito, definiu-se: efetuar um jogo pedagógico com
imagens de forma a consolidar as aprendizagens adquiridas sobre a alimentação saudável e a
atividade física e aplicar o instrumento de avaliação sumativa do projeto Health4Family.

1.4 Avaliação do Projeto de Educação para a Saúde


A avaliação é “um processo sistemático, contínuo e integral, destinado a determinar
até que ponto os objetivos foram alcançados” com o propósito de obter informação “para
tomar decisões ou para modificar uma decisão já tomada.”(Siglas, 2013, p. 69).

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Esta avaliação divide-se em três etapas: primeiro uma avaliação de diagnóstico ou
inicial onde se “Pretende justificar a pertinência da ação de formação, e neste sentido está
associada ao diagnóstico das necessidades de formação” e onde se percebe “os conhecimentos
e as capacidades dos formandos” (Siglas, 2013, p. 72), em segundo a avaliação formativa que
ocorre “no decurso da própria acção de formação e visa garantir as condições propícias à
realização da aprendizagem, permitindo o apoio permanente ao formando, o conhecimento do
grau de domínio dos objectivos pedagógicos, diagnosticar dificuldades de aprendizagem,
introduzir acções correctivas” (Rego, s.d., p.111), e por último a avaliação sumativa que,
segundo Siglas (2013, p. 72) é onde se verifica se foram alcançados os objetivos propostos, e
caso não o tenham sido, fazer algumas adaptações.
No que diz respeito à avaliação de diagnóstico, a mesma foi realizada na etapa
“Diagnóstico de Situação” através da aplicação dos instrumentos aí referidos.
Relativamente à avaliação formativa, recorreu-se ao método interrogativo, através da
elaboração questões ao longo das sessões, e foram desenvolvidos instrumentos de avaliação
no decurso das atividades. Adicionalmente, foi desenvolvida uma tabela de registo semanal
do consumo de água, sal, açúcar, fruta, hortícolas e exercício físico que pode ser consultada
no Apêndice VII.
Na avaliação sumativa, recorreu-se aos seguintes indicadores de avaliação: de
processo, onde está inserida a taxa de participação nas atividades realizadas em família, que
representa o quociente entre o número de elementos da família que participaram de forma
ativa nas atividades e o número de elementos da família presentes nas atividades; de
resultado, que se refere ao quociente entre o número de objetivos alcançados e o número de
objetivos definidos no projeto; e de atividade, que é o quociente do número de atividades que
foram realizadas e o número de atividades planeadas no projeto.
Na nona atividade, irá ser aplicado um inquérito de satisfação, disponível no Apêndice
VIII, para avaliar o grau de satisfação em relação: à duração das sessões e do projeto; à
importância e pertinência dos temas abordados nas sessões; à dinâmica, desenvolvida entre os
intervenientes; ao ambiente, devido ao facto de algumas atividades terem sido desenvolvidas
no domicílio e no seu arredor, e outras na USF Rosa dos Ventos; ao formador, a título de
exemplo a comunicação, pois é crucial para construir a “relação que os técnicos de saúde
estabelecem com os utentes” (Teixeira, s.d., p. 616).

14
2. PLANEAMENTO PEDAGÓGICO DA SESSÃO QUE SEGREDOS
ESCONDEM OS RÓTULOS?
2.1 Escolha fundamentada do tema da sessão de Educação para a Saúde
Tendo em conta o diagnóstico da situação e os objetivos do projeto, foram planeadas
nove atividades. Dessas atividades, foi a atividade quatro Que segredos escondem os rótulos?
selecionada para desenvolver o plano de sessão.
Foi verificada a necessidade de desenvolver o tema da rotulagem junto da família
Santos, nomeadamente sobre a leitura, interpretação, avaliação e aplicação da informação
nutricional presente nos rótulos das embalagens dos produtos alimentares. De acordo com
evidências científicas, "os consumidores têm dificuldade em interpretar a informação
nutricional obrigatória que está presente nos rótulos dos produtos alimentares.” (PNPAS,
2020b, p.32), dificuldade essa também diagnosticada na família.
“Em 2019, os hábitos alimentares inadequados dos portugueses foram o quinto fator
de risco que mais contribuiu para a perda de anos de vida saudável” (PNPAS, 2020b, p.15).
Considera-se o desenvolvimento de competências de leitura e interpretação de rótulos
fundamentais para ajudar o consumidor a tomar decisões na compra dos produtos alimentares
e optarem por produtos mais saudáveis, o que acaba por se refletir numa melhoria dos hábitos
alimentares e, consequentemente, numa melhoria da qualidade de vida e numa menor perda
de anos de vida saudável, tal como se pretende que se verifique na família Santos.

2.2 Formulação de objetivos da sessão de Educação para a Saúde


Considerando a Taxonomia de Bloom e os domínios de aprendizagem, definiu-se
como objetivo geral para a sessão Que segredos escondem os rótulos?: informar e capacitar
para a compra de alimentos saudáveis.
No respeitante aos objetivos específicos, selecionaram-se os seguintes: comparar os
valores nutricionais presentes nos rótulos do mesmo produto com marcas distintas; enumerar,
pelo menos três constituintes de um rótulo; selecionar dois alimentos que pertençam a cada
grupo nutricional apresentado; enumerar, pelo menos, uma função de cada um dos nutrientes
abordados; relacionar cada letra e cor do Nutri-score com a qualidade nutricional; identificar
dois tipos de aditivos alimentares; indicar pelo menos duas consequências negativas devido ao
consumo excessivo de sal; indicar pelo menos duas consequências negativas devido ao
consumo excessivo de açúcar.

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2.3 Mobilização de conteúdos
Para a seleção de conteúdos a abordar e, tendo em conta os objetivos formulados
anteriormente, bem como as características da população-alvo (idade, literacia, estado de
saúde, atitudes e conhecimentos), foram definidos três conceitos-chave: alimentação saudável,
rotulagem alimentar nutricional e nutrientes.
“O que se come e como se come é hoje aceite como sendo fator determinante do
estado de saúde ou de doença do indivíduo” (Faculdade Ciências da Nutrição e Alimentação
da Universidade do Porto, Instituto do Consumidor, 2004, p.8). De facto, os hábitos
alimentares, associados a um estilo de vida saudável, desempenham um papel fundamental no
controlo de doenças não transmissíveis cada vez mais presentes em países desenvolvidos. A
alimentação saudável deve, então, ser uma alimentação completa, variada e equilibrada, tendo
em conta a alimentação mediterrânica e baseada na nova Roda dos Alimentos.
Por outro lado, a capacidade de compreender corretamente os rótulos nutricionais
ajuda igualmente a promover escolhas alimentares mais saudáveis. Apesar da evidência
científica mostrar que “os consumidores têm dificuldade em interpretar a informação
nutricional obrigatória nos rótulos dos produtos alimentares” (PNPAS, 2020b, p.32), a
capacitação por parte dos profissionais de saúde assume uma importância fulcral, sendo um
tema considerado de extrema importância “na medida em que permite aos consumidores
fazerem escolhas alimentares mais adequadas às suas necessidades e preferências,
contribuindo igualmente para um correto armazenamento, preparação e consumo dos
alimentos” (Associação Portuguesa de Nutricionistas, 2017, p. 4).
Nesse sentido, o Nutri-score apresenta-se como o modelo de rotulagem em que a
probabilidade dos consumidores escolherem produtos alimentares mais saudáveis aumenta
três a cinco vezes, por oposição à ausência de sistema (PNPAS, 2020b, p. 33). O Nutri-score
consiste, assim, numa representação gráfica colorida, que também utiliza letras. O sistema
classifica o perfil nutricional de um produto alimentar em cinco categorias mutuamente
exclusivas. Um algoritmo inovador baseado em critérios nutricionais, validado
cientificamente, e que classifica os produtos, entre verde, associado à letra A, e vermelho,
associado à letra E (Goiana-Da-Silva, F., et al., 2019) e conforme Anexo III.
Segundo a Direção Geral de Fiscalização e Controlo da Qualidade Alimentar (2002), a
rotulagem deve obrigatoriamente conter as seguintes referências: denominação de venda do
produto, composição, data limite de consumo, nome do responsável pela rotulagem, a
quantidade líquida, o número de lote, escritas em língua portuguesa, de forma visível e
legível.

16
Para uma correta interpretação da informação nutricional constante nos rótulos,
consideramos ainda importante capacitar a família Santos para a compreensão dos diferentes
nutrientes e que alimentos estão incluídos em cada um dos grupos, tais como as proteínas,
presentes essencialmente, na carne, peixe, ovos, leguminosas e laticínios; os hidratos de
carbono (glícidos), encontrados em maiores quantidades em cereais e derivados (massa, arroz,
farinha e pão), leguminosas, tubérculos (batata), fruta, açúcar e mel; Gorduras (lípidos),
presentes em produtos de origem animal e vegetal, como natas, manteiga, margarina, gema de
ovo, azeite, óleos, frutos secos. Importante ainda destacar a gordura saturada presente em
alimentos de origem animal “especialmente como gordura de constituição das carnes, peles
das aves, produtos de charcutaria e óleos parcialmente hidrogenados, os quais se podem
encontrar em muitos alimentos processados”, e cujo “consumo excessivo aumenta o risco de
doenças cardiovasculares.” (Associação Portuguesa de Nutricionistas, 2010, p. 14)
Nos alimentos podemos ainda encontrar os aditivos, que são pequenas "adições" feitas
aos mesmos, como por exemplo: os corantes (E100; E180) que tem como função corar os
alimentos; os conservantes (E200; E252; E280; E285), prolongar a durabilidade dos
alimentos; os intensificadores de sabor (E620; E640), reforçar um gosto existente e os
acidificantes (E260; E297), aumentar a acidez.
O açúcar e o sal, presentes nos alimentos, naturalmente ou artificialmente, e quando
consumidos em quantidades elevadas são, igualmente, um fator de risco. Associado ao
consumo de açúcares podemos destacar a Diabetes, o aumento da gordura abdominal,
aumento de cáries, e envelhecimento precoce da pele. Relativamente ao sal, quando
consumido em excesso é uma das principais causas da hipertensão arterial, com risco
acrescido de possível Acidente Vascular Cerebral (AVC), obesidade e retenção de líquidos.
Por fim, o plano de sessão encontra-se disponível no Apêndice IX.

2.4 Definição de estratégias


A definição de estratégias foi elaborada tendo em conta que a sessão de Educação para
a Saúde selecionada é para uma família constituída por dois adultos e por uma criança com
cinco anos e, posto isto, procurou-se a adequação de forma a que todos os elementos da
família fossem integrados.
Torna-se necessária a definição de métodos uma vez que este “constitui sempre um
elemento fundamental na determinação dos caminhos a percorrer por formandos e
formadores” bem como “na orientação do trabalho pedagógico que é desenvolvido por uns e
por outros.” (Siglas, 2013, p. 36). Os métodos pedagógicos são um “Conjunto coerente de

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ações do formador destinadas a fazer desenvolver nas pessoas a capacidade de obter novos
conhecimentos e modificar atitudes e comportamentos” (Siglas, 2013, p. 36).
Após uma análise minuciosa dos vários métodos, tendo em consideração as vantagens
e desvantagens de cada um e, ainda os objetivos da sessão Que segredos escondem os
rótulos?, considerou-se que o mais pertinente seria a conjugação dos seguintes métodos
pedagógicos: expositivo, interrogativo, demonstrativo e ativo.
O método expositivo vai ser utilizado ao longo de toda a sessão na apresentação dos
temas. O referido método apresenta-se vantajoso para o ensino dos conceitos selecionados
para transmitir à família Santos, possibilita a utilização de meios visuais e audiovisuais, que
vão ser úteis visto que a sessão decorrerá em formato online devido à situação pandémica
causada pelo vírus Sars-Cov-2. A eficácia deste método pode ser comprometida uma vez que
“exige um grande domínio da comunicação linguística” e da “capacidade de empatia e
comunicação do formador” e “nem sempre provoca motivação” (Siglas, 2013, p. 39).
O método interrogativo surge no desenvolvimento da sessão, após a aplicação do
método expositivo, de forma a “facilitar a retenção de conhecimentos” (Siglas, 2013, p. 42).
Permite obtenção de feedback constante em relação às aprendizagens de cada elemento da
família pela formulação de perguntas diretas. Assim, mostra-se indicado para favorecer “a
participação dos formandos” (Siglas, 2013, p. 42). Um dos obstáculos associados a este
método passa pela exigência de “mais tempo que o método expositivo” (Siglas, 2013, p. 42).
O método demonstrativo, que visa a “transformação do saber teórico em saber prático”
(Siglas, 2013, p. 44), vai ser utilizado para verificar a capacidade que os formandos
adquiriram pela sua capacidade de seleção de dois alimentos de cada grupo nutricional. O
recurso a este método torna-se benéfico pois possibilita a “transmissão de conhecimentos
teóricos e práticos”, bem como “a participação dos formandos, dialogando, observando e
realizando” (Siglas, 2013, p. 45), adequando-se ao desenvolvimento do domínio psicomotor.
Do ponto de vista das suas desvantagens, este método exige recursos específicos.
O método ativo é adequado na prossecução dos objetivos do domínio afetivo, sendo
uma relevante vantagem o desenvolvimento da iniciativa e criatividade da família Santos,
possibilitando intervenção de todos na sessão e “impede a sensação de voltar à escola”
(Siglas, 2013, p. 46) para a Sra. D. Jacinta e para o Sr. José. É necessário um maior gasto de
tempo para este método do que para os restantes.
Em relação às técnicas utilizadas para a sessão, estas foram selecionadas de acordo
com os métodos: para o método expositivo, a exposição de conteúdos; para o método
interrogativo, a técnica das perguntas; para o método demonstrativo, a demonstração ou

18
apresentação por parte do formador e a aplicação pelo formando e, por último, para o método
ativo, o trabalho de grupo e jogos pedagógicos.
A sessão Que segredos escondem os rótulos? vai ser realizada, via on-line, em casa da
família Santos, devido ao contexto pandémico atual, causado pelo Sars-Cov-2 e terá a duração
de 30 minutos. Para esta sessão vão ser utilizados os seguintes recursos didáticos: recursos
naturais, que contemplam alimentos saudáveis (maçã) e alimentos não saudáveis (chocolate e
batatas fritas); recursos pedagógicos tais como a entrega de descodificador de rótulos e de um
certificado de participação, no final da sessão (via e-mail) que se encontram no Anexo IV e no
Anexo XIV respectivamente, e como a apresentação em formato PowerPoint; recursos
tecnológicos, como um computador, a Internet, e a aplicação Microsoft Teams.

2.5 Organização e fundamentação da avaliação


A avaliação diagnóstica “realiza-se antes de iniciar a ação/sessão de formação”
(Siglas, 2013, p. 72), sendo necessária para justificar a pertinência da sessão e, por isso,
encontra-se relacionada com o “diagnóstico das necessidades de formação” (Siglas, 2013, p.
72). Esta avaliação foi efetuada anteriormente na etapa de “Diagnóstico de Situação” quando
se tomou conhecimento das necessidades de Educação para a Saúde da Família Santos.
Por sua vez, a avaliação formativa ocorre durante a sessão “no processo de
aprendizagem” (Siglas, 2013, p. 72) e pode ser verificada pela adequação da sessão e dos
métodos, técnicas e recursos didáticos selecionados. É importante apurar se as aprendizagens
estão a ser apropriadas pela família, para que, caso não estejam, se possam efetuar as
alterações necessárias de forma a aumentar a eficácia da sessão e, a nível major, do projeto
Health4Family. Portanto, a avaliação formativa será realizada através da aplicação de
perguntas formuladas e do método teach-back ao longo da sessão Que segredos escondem os
rótulos?, que se incluem na avaliação oral.
A avaliação sumativa serve para efetuar um balanço final e, por isso, realiza-se no
final da sessão. É importante para verificar se os objetivos gerais e específicos estipulados
foram atingidos e para avaliar a eficiência da mesma.
Surge desta forma a necessidade de construir dois instrumentos de avaliação: um
primeiro que diz respeito à avaliação dos resultados de aprendizagem (que inclui avaliação
diagnóstica, formativa e sumativa), isto é da eficácia, e que se encontra disponível no
Apêndice X; um segundo para avaliar a sessão relativamente à sua eficiência (métodos,
meios, recursos didáticos, formandos, formadores) e que se encontra disponível no Apêndice
XI.

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CONCLUSÃO
A promoção de uma alimentação saudável, aliada à prática de exercício físico é, sem
dúvida, um dos temas e uma das principais preocupações a que muitas organizações de saúde,
nacionais e internacionais, tentam dar resposta ao longo dos últimos anos. De facto, o rápido
crescimento epidémico de doenças não-transmissíveis, já responsável por 60% das mortes
mundiais, está claramente relacionada com mudanças nos padrões alimentares globais e ao
aumento do consumo de gorduras, sal e açúcares industrialmente processados, segundo o
World Health Report (2002, p.4).
Os projetos de Educação para a Saúde desempenham, por isso, um “papel fulcral no
desenvolvimento de cidadãos e sociedades saudáveis, sustentáveis e felizes” (Carvalho, A. et
al., 2017, p. 6), sendo uma das principais estratégias de Promoção da Saúde. A Promoção da
Saúde enquanto “processo que visa aumentar a capacidade dos indivíduos e das comunidades
para controlarem a sua saúde, no sentido de a melhorarem”, não se apresenta assim como uma
“responsabilidade exclusiva do sector da saúde”, mas exige igualmente “estilos de vida
saudáveis para atingir o bem-estar”. (Carta de Ottawa, 1986).
A elaboração deste projeto de Educação para a Saúde, permitiu-nos assim trabalhar uma
das principais problemáticas com que muitas famílias se deparam nos dias de hoje, e em
especial, no atual contexto de pandemia. A capacitação para a realização de uma alimentação
saudável, para a escolha consciente e informada dos alimentos e para a prática de exercício
físico, permite assim que as famílias e comunidades possam “realizar totalmente o seu
potencial de saúde” e que sejam “capazes de controlar os fatores que a determinam.” (Carta
de Ottawa, 1986).
Este trabalho permitiu-nos ainda perceber que, para uma maior efetividade das ações de
Educação para a Saúde, estas intervenções não se devem apresentar como sendo ações de
carácter isolado, mas sim com uma continuidade (e pertinência) ao longo da duração do
projeto.
A construção deste projeto, com base na metodologia de trabalho de projeto foi, sem
dúvida, um dos maiores desafios que encontrámos, mais especificamente, sermos capazes de
avaliar a situação como um todo, olhando para todas as dimensões envolvidas e adequar a
nossa intervenção de modo a ser eficaz.
Contudo, consideramos que apesar das dificuldades, o desenvolvimento de um projeto de
Educação para a Saúde mostrou ter um papel muito significativo no treino de competências
fundamentais para a nossa futura prática profissional, uma vez que a Educação para a Saúde é
transversal a qualquer área de enfermagem.

20
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23
APÊNDICES
Apêndice I – Dados recolhidos dos processos clínicos da Sra. D. Jacinta
Santos, do Sr. José Santos e de Ana Santos
Sra. D. Jacinta
Através da consulta do processo clínico da Sra. D. Jacinta Santos, tomou-se conhecimento
que:
• Nasceu a 07/01/1991 em Ferreira do Alentejo, distrito de Beja
• Atualmente reside no Parque das Nações em Lisboa
• Possui seguro de saúde como complemento
• A sua gravidez foi acompanhada na USF Rosa dos Ventos
• No início da sua gravidez, portanto há cerca de seis anos, apresentava IMC de 21
kg/m2 e pesava 60,0 quilogramas (kg). Registou um aumento de peso durante a
gravidez de 18 kg. Perdeu apenas 6, 6 kg no pós-parto ficando com de IMC 25 kg/m2
e com peso de 71, 4 kg.
• Não apresenta doenças crónicas
• Última consulta na USF foi uma consulta de planeamento familiar a 20/11/2018

Sr. José
Através da consulta do processo clínico do Sr. José Santos, tomou-se conhecimento que:
• Nasceu a 26/07/1986 em Ericeira, distrito de Lisboa
• Possui seguro de saúde como complemento
• Não apresenta doenças crónicas
• Última consulta na USF foi a 19/06/2017 devido a laringite

Ana Santos
Através da consulta do processo clínico de Ana Santos, tomou-se conhecimento que:
• Nasceu a 04/11/2015 em Lisboa
• Tem seguro de saúde como complemento
• A sua mãe foi acompanhada na USF Rosa dos Ventos durante a gravidez e todas as
consultas de acompanhamento infantil de Ana Santos foram aí realizadas
• Fez todas as imunizações propostas pelo Programa Nacional de Vacinação
• Até à data, apresenta parâmetros de desenvolvimento infantil adequados para a sua
idade
• A sua última visita à USF ocorreu a 22/10/2020 para a consulta dos 5 anos (Exame
Global de Saúde) onde apresentou um IMC de 15 kg/m2, situando-se perto da curva de
percentil 50.
Apêndice II – Dados recolhidos na entrevista com a enfermeira da família
Santos
Sra. D. Jacinta Santos
Através de uma breve entrevista com a enfermeira da família Santos, tomou-se conhecimento
que:
• A Sra. D. Jacinta acompanha sempre a sua filha nas consultas e que é uma mãe
preocupada
• Na maioria das vezes, aparenta estar cansada e apresenta olheiras escuras e marcadas
• A enfermeira de família mencionou ainda que a aparência da Sra. D. Jacinta é
ligeiramente descuidada

Sr. José
Através de uma breve entrevista com a enfermeira da família Santos, tomou-se conhecimento
que:
• Não houve muitos contactos com o Sr. José, uma vez que não costuma acompanhar a
filha nas consultas, daí a enfermeira de família apenas ter contactado com ele um
número reduzido de vezes.
• Costuma recorrer à USF para a inoculação de vacinas e em caso de esporádicas
doenças agudas, no entanto, já não recorre a este serviço de saúde há alguns anos
• Sempre que o consultou encontrava-se sozinho, portanto sem acompanhamento

Ana Santos
Através de uma breve entrevista com a enfermeira da família Santos, tomou-se conhecimento
que:
• Ana Santos é uma criança assídua nas consultas estipuladas
• É alegre, gosta de brincar e é colaborativa em todos os procedimentos que são
efetuados
• Apresenta um desenvolvimento contínuo regular para a sua idade e sexo
• Tem comportamentos e verbalizações de carinho para com a mãe
Apêndice III – Dados recolhidos na consulta marcada pela Sra. D. Jacinta
na USF Rosa dos Ventos no dia 15 de janeiro de 2021
Sra. D. Jacinta
Através da realização da consulta marcada pela Sra. D. Jacinta, tomou-se conhecimento que:
• Viveu em Ferreira do Alentejo até aos 20 anos e desde então habita em Lisboa
• É católica não praticante
• Pratica uma alimentação sem qualquer tipo de restrição
• Não consome bebidas alcoólicas
• Stress laboral devido ao grande volume de trabalho, acentuado nos últimos meses
devido à pandemia causada pelo vírus Sars-Cov-2
• Devido ao stress laboral faz refeições “fora de horas”, ficando muitas horas sem
comer, o que acaba por levar a que na refeição principal (almoço ou jantar) coma em
maior quantidade
• Muitas vezes não toma o pequeno-almoço
• Nem sempre consegue levar comida confecionada de casa para o seu local de trabalho,
onde possui uma copa, acabando por consumir comida pré-congelada ou fast-food ao
almoço, esta última devido ao facto de ter um restaurante de comida rápida perto do
seu local de trabalho. Aponta como motivo a falta de tempo
• Uma vez que nasceu e cresceu em Ferreira do Alentejo, foi habituada a comer muito
carne, pelo que demonstra preferência por carne em oposição ao peixe
• Consome apenas entre um e dois copos de água por dia, não consumindo mais
nenhuma bebida incluindo refrigerantes
• Refugia-se no chocolate como mecanismo de coping, sendo que este consumo é mais
marcado à noite, chegando mesmo a consumir meia tablete de chocolate diariamente
• Em casa prefere cozinhar, sobretudo por causa da filha, preparando mais
frequentemente pratos de carne e hidratos de carbono (arroz, massa ou batatas), com
pouco recurso a vegetais, salada ou sopa. Diz também que gosta de vegetais e fruta,
mas que perde tempo a prepará-los e como sabe que a filha consome esses alimentos
na escola não sente necessidade em confecioná-los
• Efetuaram-se medições antropométricas, para determinar o peso, altura e Índice de
Massa Corporal (IMC) atual. Foram determinados os seguintes valores: altura de 1, 69
metros; peso de 77, 100 quilogramas; IMC de 27 kg/m2. Segundo a OMS (Tabela 1),
um IMC de 27 kg/m2 corresponde a um estado nutricional de pré-obesidade. Esta é
uma condição que se tem vindo a agravar nos últimos cinco anos
• Desde o nascimento da filha, a Sra. D. Jacinta e o Sr. José tornaram-se mais
sedentários, pois antes da gravidez praticavam juntos algumas caminhadas junto ao rio
Tejo. Atualmente não fazem qualquer tipo de atividade física porque sabe que se irá
sentir muito cansada
• Sente-se triste com a sua falta de resistência pois gostaria de conseguir acompanhar a
filha nas suas brincadeiras
• Apresenta valores de tensão arterial de 138/87 mmHg, que segundo a Sociedade
Portuguesa de Hipertensão (para. 7) se classifica em normal alta
• Os últimos dados laboratoriais de análises ao sangue, efetuadas há cerca de um mês,
apresentaram os seguintes valores: Colesterol total - 219 mg/dL, Triglicéridos – 220
mg/dL, HDL Colesterol – 42 mg/dL, LDL Colesterol – 115 mg/dL. Isto é, apresenta
elevados valores de colesterol total, LDL colesterol e triglicéridos, e baixos valores de
HDL colesterol.
• Antecedentes familiares de saúde: a sua mãe apresenta obesidade grau I e tem
hipertensão arterial, porém a restante família não apresenta problemas de saúde
significativos, tanto do lado da Sra. D. Jacinta como do lado do seu marido.
• Em relação ao seu padrão de sono, referiu ter insónia inicial com duração habitual de
uma hora, que dorme entre seis a sete horas seguidas todas as noites e que durante o
dia se sente com uma ligeira sonolência que tenta contrariar através do consumo de
café. Refere também que já se habituou a esta situação pois desde que foi mãe foram
poucas as noites que dormiu mais do que oito horas
• Menciona que não gosta de se ver ao espelho, não gosta do seu corpo e, por isso, não
sente vontade de se arranjar, como por exemplo, maquilhar-se
• Reconhece que o seu estilo de vida não é o ideal mas não sabe o que fazer para
melhorar

Sr. José Santos


Através da realização da consulta marcada pela Sra. D. Jacinta, tomou-se conhecimento que:
• Está preocupado com a sua esposa e foi o principal motivo pelo qual a Sra. D. Jacinta
recorreu ao serviço de saúde
• É católico não praticante
• Não apresenta restrições alimentares
• Trabalha no ramo imobiliário e devido ao seu emprego desloca-se frequentemente por
todo o país, ausentando-se, por vezes, por períodos de vários dias
• Não tem o hábito de comprar os alimentos nem de confecionar as refeições porque
nem sempre está em casa ou então chega muito tarde a casa, logo estas tarefas
apresentam-se como responsabilidade da sua esposa

Ana Santos
Através da realização da consulta marcada pela Sra. D. Jacinta, tomou-se conhecimento que:
• Frequenta o pré-escolar
• Pratica ginástica como atividade extracurricular
• O seu pequeno-almoço costuma ser torradas de pão de forma com manteiga e uma
caneca de leite
• O lanche da manhã, almoço e lanche da tarde são efetuados na escola em período
escolar. O seu almoço costuma ser sopa, um prato de carne ou peixe e salada. Já os
lanches são fruta, iogurte ou pão.
• O jantar feito em casa costuma ser um prato de carne ou peixe (com maior frequência
carne) e hidratos de carbono (arroz, massa ou batatas). Durante o fim de semana o
almoço corresponde às mesmas características do jantar habitualmente feito em dias
úteis em casa. O pequeno-almoço mantém-se, porém nos lanches (manhã e tarde), por
vezes, come pão com creme de chocolate e batatas fritas
• Acompanha as refeições com um copo de leite ou água e não bebe líquidos fora das
refeições
• Gosta de todo os tipos de comidas
• É principalmente a mãe que a vai pôr e buscar à pré-escola, no entanto, o pai vai
buscá-la pontualmente quando pode
Apêndice IV – Dados recolhidos na visita domiciliária à família onde foi
aplicada a versão portuguesa autorizada do Questionário europeu de
literacia para a saúde (HLS-EU-PT)
Família Santos
Através da realização da visita domiciliária, tomou-se conhecimento que:
• A família vive no quarto andar de um prédio com elevador
• Apresenta um valor de rendimento mensal superior às suas necessidades, pelo que
consideram que vivem sem dificuldades
• Dispõem de condições sanitárias adequadas
• Possuem eletrodomésticos essenciais e de condições adequadas para a confeção e
condicionamento de bens alimentares
• Após a aplicação da versão portuguesa autorizada do Questionário europeu de
literacia para a saúde (HLS-EU-PT) (Anexo II) e tratamento dos respetivos dados, foi
possível aferir que tanto a Sra. D. Jacinta como o Sr. José possuem um nível suficiente
de literacia em saúde
• No final da visita, verbalizaram que estavam contentes por começarem este projeto
juntos, visto que antevêem dificuldades mas que em família julgam que será mais fácil
transpô-las

Sr. José Santos


Através da realização da visita domiciliária, tomou-se conhecimento que:
• Durante o dia, apenas costuma comer ao almoço e ao jantar, não tomando o pequeno
almoço nem fazer refeições intermédias como lanches
• Almoça a grande maioria das vezes em restaurantes
• Para acompanhar a refeição bebe entre um e dois copos de vinho tinto
• Uma vez que nasceu e cresceu na Ericeira, foi habituado a comer muito peixe, pelo
que demonstra preferência por peixe em oposição à carne
• Apenas consome águas nos dias de maior calor no verão
• Confirmou não fazer qualquer tipo de atividade física desde que a filha nasceu
• Procedeu-se à medição de medidas antropométricas, com os seguintes resultados:
altura de 1, 75 metros; peso de 76, 6 kg; IMC de 25 kg/m2
• Os valores de tensão arterial foram de 123/86 mm/Hg, que segundo a Sociedade
Portuguesa de Hipertensão (para. 7) se classifica em normal alta
• Refere não se sentir-se mal com o seu peso, apesar de ter consciência de que poderia
melhorar a sua alimentação
• Encontra-se preocupado com a sua esposa e diz que sabe que as suas constantes
ausências são motivo de sobrecarga para ela. Ambiciona estar mais presente e passar
mais tempo com a sua família. Solicitou uma redução do número de viagens ao seu
chefe e foi correspondido, pelo que conseguirá passar mais tempo com a sua família
Apêndice V - Explicação detalhada da Análise SWOT
Os fatores positivos são as forças e as oportunidades. As forças são “elementos
favoráveis e internos ao próprio sistema” (Ferrito, Ruivo & Nunes, 2010, p.14) e, neste caso,
foram identificadas o suporte familiar, literacia em saúde de nível suficiente, a capacidade
financeira como possibilitadora de maior facilidade na aquisição de alimentos saudáveis e,
consequentemente, na adoção de uma alimentação saudável e ainda, o Sr. José ser natural da
Ericeira e mostrar preferência por refeições à base de peixe. Já “as oportunidades são de
carácter ou origem exógena” (Ferrito, Ruivo & Nunes, 2010, p.14) e foram identificadas, em
relação à Sra. D. Jacinta o facto de trabalhar em ambiente hospitalar (que se pode traduzir
numa maior sensibilização e numa maior facilidade de acesso à informação), a existência de
uma copa no local de trabalho que permite levar comida de casa e trabalhar em regime de
horário fixo (dias úteis das 8h às 17h); em relação à família, a zona de residência permite
fazer exercício físico como caminhadas e também a colaboração entre a Unidade de Saúde
Familiar (USF) Rosa dos Ventos e a família Santos.
Os fatores negativos são compostos por fraquezas, que são “pontos fracos ou
desvantagens, com carácter interno” (Ferrito, Ruivo & Nunes, 2010, p.14) e ameaças, que são
aspetos exteriores ao sistema que eventualmente o prejudicam (Ferrito, Ruivo & Nunes, 2010,
p.14). Para a situação em causa, as fraquezas são os hábitos alimentares deficitários na
família que conduzem a uma má nutrição e a vida sedentária; para a Sra. D. Jacinta, hábitos
alimentares relacionados com a sua cultura alentejana, (consumo excessivo de carnes
vermelhas e realização de refeições pesadas), o seu mecanismo de coping ser o consumo de
chocolate, a sua baixa autoimagem e autoestima, encontrar-se em pré-obesidade de acordo
com o seu IMC e ter os valores de tensão arterial normal alta e dados laboratoriais de análises
sanguíneas alterados; ainda em relação ao Sr. José, consideram-se fraquezas o facto de estar
em pré-obesidade e de ter tensão arterial normal alta. No que diz respeito às ameaças,
identificou-se o stress associado ao emprego da Sra. D. Jacinta e à ausência frequente do Sr.
José e concomitantemente a proximidade do local de trabalho da Sra. D. Jacinta a um
restaurante de fast-food.
Apêndice VI - Cronograma das atividades propostas
01.02.21 08.02.21 22.02.21 08.03.21 21.03.21 05.04.21 19.04.21 01.05.21 17.05.21

Atividade
1

Atividade
2

Atividade
3

Atividade
4

Atividade
5

Atividade
6

Atividade
7

Atividade
8

Atividade
9
Apêndice VII- Avaliação Formativa
Registo semanal do consumo de água, sal, açúcar, fruta, hortícolas e exercício físico

1 colher de chá = 5g Semana: ..../ .... /...... a .... / .... / ......

Porções: folheto informativo do Plano Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável

Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado Domingo

Consumo de água
(L/dia)

Valor diário de
referência: 1.5L1/2L2 dia

Consumo de sal
(colheres/dia)

Valor diário de
referência: 5g/dia3

Valor seguro e
adequado: 2g/dia4
Consumo de açúcar
(colheres/dia)

Valor diário de
referência: 25g/dia5

Consumo de fruta
(porções/dia, tipo de
fruta)

Referência: 3 a 5
porções6

Consumo de
hortícolas
(porções/dia)

Referência: 3 a 5
porções7
Atividade física Tempo: Tempo: Tempo: Tempo: Tempo: Tempo: Tempo:
(tempo e tipo de
atividade por dia)

Referência: 150 minutos


semanais de atividade
física moderada ou 75 Tipo de Tipo de Tipo de Tipo de Tipo de Tipo de Tipo de
minutos de atividade atividade: atividade: atividade: atividade: atividade: atividade: atividade:
vigorosa, ou combinação
equivalente8

Fontes:
1
Direção-Geral da Saúde – Programa Nacional para a promoção da alimentação saudável. https://alimentacaosaudavel.dgs.pt/roda-dos-alimentos/
2
European Food Safety Authority (EFSA). https://www.efsa.europa.eu/en/interactive-pages/drvs
3
Direção-Geral da Saúde. https://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/estrategia-para-a-reducao-do-consumo-de-sal-na-alimentacao-em-portugal-relatorio-pdf.aspx
4
European Food Safety Authority (EFSA). O valor de referência é designado de "seguro" porque toma em conta as evidências que descrevem a relação entre a ingestão de sódio e
o risco de Doença Cardiovascular na população em geral e "adequado" de acordo com a definição de uma ingestão adequada. https://www.efsa.europa.eu/en/interactive-
pages/drvs
5
Direção-Geral da Saúde. https://www.dgs.pt/em-destaque/o-desafio-de-reduzir-o-consumo-de-acucar-no-dia-a-dia.aspx
6
Direção-Geral da Saúde – Programa Nacional para a promoção da alimentação saudável. https://alimentacaosaudavel.dgs.pt/roda-dos-alimentos/
7
Direção-Geral da Saúde – Programa Nacional para a promoção da alimentação saudável. https://alimentacaosaudavel.dgs.pt/roda-dos-alimentos/
8
Direção-Geral da Saúde – Programa Nacional para a promoção da atividade física. https://www.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2017/10/DGS_PNPAF2017_V7.pdf
Apêndice VIII - Inquérito de satisfação
AVALIAÇÃO SUMATIVA

Inquérito de satisfação

Relativamente ao serviço de saúde:

1. Como classifica o tempo de espera para a consulta de enfermagem?

Inadequado Adequado

2. Como classifica a duração da consulta?

Inadequado Adequado

3. Como classifica o tempo decorrido entre consulta?

Inadequado Adequado

4. Como classifica o espaço onde decorram as sessões?

Inadequado Adequado

Relativamente ao projeto de Educação para Saúde:

1. Os objetivos foram expressos de forma clara, permitindo uma compreensão da


finalidade do projeto?

Confusa Clara
Os conteúdos foram apresentados de forma compreensível?

Confusa Clara

2. Os conteúdos foram apresentados com um grau de detalhe adequado?

Inadequado Adequado

3. Os temas das sessões foram apresentados segundo uma sequência lógica?

Confusa Clara

4. As atividades propostas foram adequadas à aprendizagem de cada conteúdo?

Inadequado Adequado

5. Os conteúdos apresentados têm aplicabilidade no quotidiano?

Nenhuma Completa

6. A linguagem utilizada nos materiais facilita uma leitura acessível?

Inacessível Acessível
7. A informação disponibilizada foi suficiente?

Insuficiente Suficiente

8. As utilizações de estratégias interativas para consolidação dos conhecimentos foram


adequadas/pertinentes?

Inadequado Adequado

9. O material utilizado foi adequado?

Inadequado Adequado

10. O enfermeiro(a) conduziu as sessões de um modo motivante para os participantes?

Fraca Forte

11. O feedback e o apoio prestado pelo enfermeiro(a) foram suficientes?

Insuficiente Suficiente
12. A linguagem utilizada pelo enfermeiro(a) foi apropriada para a compreensão dos
conteúdos?

Inapropriada Apropriada

13. O enfermeiro(a) demonstrou abertura para o diálogo?

Nenhuma Bastante

14. Como classifica a postura adotada pelo enfermeiro(a)?

Inadequada Adequada

15. Como classifica a duração do projeto face à quantidade dos temas abordados e os
objetivos estabelecidos?

Muito curto Muito longo

Relativamente à avaliação global do projeto:

1. Qual a satisfação global deste projeto?

Insatisfeito Muito satisfeito


2. Indique três aspetos positivos do projeto.

3. Indique três aspetos negativos do projeto.

4. Que sugestões de melhoria apresenta para um futuro aperfeiçoamento do projeto?

5. Comentário final.
Apêndice IX - Plano da sessão Que segredos escondem os rótulos?
Plano de sessão (antes)

Local: Contexto domiciliário via on-line Hora: 18h-18h30

Data: Oito de março de 2021 Formador: Enfermeira da USF Rosa dos Ventos

Tema da sessão: Que segredos escondem os rótulos?

População-alvo: Família Santos

Objetivos:
Objetivo geral: Informar e capacitar para a compra de alimentos saudáveis.
Objetivos específicos:
• Comparar os valores nutricionais presentes nos rótulos do mesmo produto com marcas distintas;
• Enumerar, pelo menos, três constituintes de um rótulo;
• Selecionar dois alimentos que pertençam a cada grupo nutricional apresentado;
• Enumerar, pelo menos, uma função de cada um dos nutrientes abordados;
• Relacionar cada letra e cor do Nutri-score com a qualidade nutricional;
• Identificar dois tipos de aditivos alimentares;
• Nomear pelo menos duas consequências negativas devido ao consumo excessivo de sal;
• Nomear pelo menos duas consequências negativas devido ao consumo excessivo de açúcar.

Pré-requisitos dos formandos: Pertencer à Família Santos


Duração da sessão: 30 minutos

Seleção de conteúdos: Alimentação saudável; Nutrientes; Rótulos.

Recursos didáticos:
• Naturais (alimentos saudáveis e não saudáveis),
• Pedagógicos (rótulos e slides)
• Tecnológicos (internet e aplicação “Microsoft Teams”)

Instrumento(s) de avaliação:
• Instrumento de avaliação dos resultados de aprendizagem da sessão Que segredo escondem os rótulos?
• Instrumento de avaliação da eficiência da sessão Que segredo escondem os rótulos?

Documentação de apoio a distribuir: Descodificador de Rótulos


Guia da sessão (durante)

Fases Objetivos Conteúdos Estratégias Tempo Avaliação


específicos
Métodos e Atividades Recursos didáticos
Técnicas

Introdução Alimentaçã Expositivo; Exposição Apresentação em 5 Mostrar três


o saudável Interrogativo sobre formato minutos alimentos e
alimentação PowerPoint;um escolher o mais
saudável; Jogo computador, saudável.
pedagógico Internet e aplicação
Microsoft Teams;
alimentos saudáveis
e não saudáveis;

Desenvolvimento Comparar os valores Nutrientes e Expositivo; Exposição Apresentação em 20 Mostrar três


nutricionais presentes Rótulos. Interrogativo sobre os formato minutos imagens de
nos rótulos do Demonstrativo; nutrientes; PowerPoint; um alimentos para
mesmo produto com Ativo. Jogo computador, cada nutriente
marcas distintas; pedagógico, Internet e aplicação abordado e pedir
Enumerar, pelo em grupo; Microsoft Teams; para dizer qual
menos três Exposição Alimentos dos alimentos
constituintes de um sobre os saudáveis e não não é
rótulo; rótulos; saudáveis; representativo do
Selecionar dois Técnica da nutriente; mostrar
alimentos que Pergunta. imagem de um
pertençam a cada rótulo e pedir
grupo nutricional para identificar
apresentado; quais os
Enumerar, pelo constituintes dos
menos, uma função rótulos presentes.
de cada um dos
nutrientes abordados;
Relacionar cada letra
e cor do Nutri-score
com a qualidade
nutricional;
Identificar dois tipos
de aditivos
alimentares;
Nomear pelo menos
duas consequências
negativas devido ao
consumo excessivo
de sal;
Nomear pelo menos
duas consequências
negativas devido ao
consumo excessivo
de açúcar.

Conclusão Expositivo; Síntese; Apresentação em 5 Avaliação


Interrogativo; Esclarecer formato minutos sumativa
Demonstrativo. dúvidas e PowerPoint;um
questões; computador,
Aplicação da Internet e aplicação
avaliação Microsoft Teams;
sumativa;
Apêndice X – Instrumento de avaliação dos resultados de aprendizagem da
sessão Que segredos escondem os rótulos?
Avaliação Diagnóstica
A avaliação diagnóstica foi realizada na etapa “Diagnóstico de Situação”, de uma
forma mais exaustiva sobre a rotulagem na visita domiciliária. A pertinência da sessão
verificou-se pelas respostas às seguintes questões:

1. P: O que é para si uma alimentação saudável?


R: Uma alimentação que tenha um pouco de tudo como carne, peixe, massa, frutas…
2. P: Consegue-me referir três alimentos saudáveis.
R: Frutas, como por exemplo, a maçã, a laranja, as uvas
3. P: E agora três alimentos menos saudáveis. Pode ser?
R: Bolos, batatas fritas, bolachas.
4. P: O que são, para si, nutrientes?
R: São partes dos alimentos, fazem parte deles.
5. P: Que nutrientes conhece?
R: Não tenho a certeza se são, mas proteínas, fibras e hidratos de carbono.
6. P: Consegue dar dois exemplos de alimentos representativos de cada um dos nutrientes
que mencionou?
R: Para as proteínas o peixe e a carne, para as fibras os cereais e para os hidratos de
carbono pão e bolos.
7. P: Sabe qual é o consumo diário de sal recomendado para os adultos? E para uma criança
com a idade da Ana (cinco anos)?
R: Não sei os valores em concreto.
8. P: Sabe qual é o consumo diário de açúcar recomendado para os adultos? E para uma
criança com a idade da Ana (cinco anos)?
R: Também não sei.
9. P: Consegue-me dizer duas consequências de um consumo elevado de sal?
R: Sei que faz mal ao coração!
10. P: E duas consequências de um consumo elevado de açúcar?
R: Ajuda a engordar e pode causar diabetes.
11. P: Imagine o rótulo de uma embalagem de um alimento. Que informação consta nesse
rótulo?
R: Diz o nome do produto, diz os ingredientes que leva, a data de validade e assim de
repente não me recordo de mais nada.
12. P: O que são para si aditivos alimentares?
R: Calculo que sejam coisas que se adicionem aos alimentos, mas não sei especificar.

P – Pergunta (colocada pela enfermeira)


R – Resposta (dada pela Sra. D. Jacinta e/ou pelo Sr. José)

Avaliação Formativa
Após a temática inicial da “Alimentação saudável”: Mostrar três imagens: uma maçã,
um chocolate e um pacote de batatas fritas. Perguntar qual é o alimento mais saudável.
Após temática dos “Nutrientes”: Mostrar três imagens de alimentos para cada
nutriente abordado e pedir para dizer qual dos alimentos não é representativo do respetivo
nutriente.
Após temática dos “Rótulos: Mostrar imagem de um rótulo e pedir para identificar
quais os constituintes dos rótulos presentes, de acordo com os que foram abordados.

Avaliação Sumativa
1. Observe os seguintes rótulos e compare os valores nutricionais presentes nos mesmos:

Iogurte líquido normal (170g) Iogurte líquido magro (170g)

Declaração nutricional por 100g Declaração nutricional por 100g

Energia: 327 kJ / 77 kcal Energia: 118 kJ / 28 kcal

Lípidos: 1, 4g Lípidos: 0,2 g

Lípidos dos quais saturados: 0,9 g Lípidos dos quais saturados: 0,1 g

Hidratos de carbono: 13,5 g Hidratos de carbono: 3,3 g

Hidratos de carbono dos quais açúcares: 13,4 Hidratos de carbono dos quais açúcares: 3,3
g g

Fibra: 0,2 g Fibra: 0,3 g

Proteínas: 2,6 g Proteínas: 3,3 g

Sal: 0,1 g Sal: 0,1 g


2. Indique três constituintes dos rótulos.

3. De acordo com o Nutri-Score, que produto tem melhor valor nutricional?

https://auchaneeu.auchan.pt/vida-saudavel/nutricao/nutri-score-marca-
propria/#1573039517745-7206efb7-327b

4. Indique dois tipos de aditivos alimentares.

5. Dizer uma função de cada um dos seguintes grupos de nutrientes: proteínas, hidratos
de carbono, lípidos.

6. Indique duas consequências de um consumo excessivo de sal.

7. Indique duas consequências de um consumo excessivo de açúcar.


Apêndice XI – Instrumento de avaliação da eficiência da sessão Que
segredos escondem os rótulos?
Sessão: Que segredos escondem os rótulos?
Nome: ________________________________________________________________
Data: ___/___/_______

Instruções de preenchimento:
· Colocar uma cruz (x) no campo que quer assinalar.
· Nas perguntas de resposta aberta, deverá responder dentro da caixa de texto

Considera que os conteúdos abordados foram:

SIM NÃO

Úteis

Pertinentes

Interessantes

Adequados

Considera que a forma como os conteúdos foram abordados foi:

SIM NÃO

De fácil compreensão

A um ritmo adequado

Adequada

Motivante

Criativa

Eficaz
Integrativa/ Inclusiva

Pertinente

Considera que a dinâmica desenvolvida durante a sessão foi:

Nada Satisfatória Pouco Satisfatória Satisfatória Muito Satisfatória

Considero que as perguntas efetuadas:

SIM NÃO

Foram pertinentes

Ajudaram-me a compreender

Promoveram a participação

Considero que o jogo efetuado:

SIM NÃO

Foi pertinente

Ajudou-me a compreender

Promoveu a participação
Considero as imagens dos alimentos eram:

SIM NÃO

Percetíveis

Adequadas

Compreensíveis

Agradáveis

Considero a apresentação utilizada na sessão:

SIM NÃO

Percetível

Adequada

Compreensível

Agradável

Considero o Descodificador de Rótulos entregue no final da sessão:

SIM NÃO

Útil

Pertinente

A sessão decorreu via on-line devido ao contexto pandémico. Tendo em conta esta situação,
pedimos que responda às próximas perguntas:
Quais foram as maiores desvantagens?

Quais foram as maiores vantagens?

O que podia ter corrido melhor?

O que correu bem?

SIM NÃO

O horário da sessão foi adequado

A duração da sessão foi adequada

A postura do enfermeiro foi adequada

A comunicação foi adequada


A interação foi adequada

Houve espaço para debate

Houve espaço para colocação de questões

Comentário final:

A preencher pelo formador:

Taxa de adesão:
número de pessoas presentes ___
número de pessoas convocadas ___

Taxa de participação:
Número de pessoas que deu opinião e falou da sua experiência ___
Número de pessoas presentes ___

Notas:
Apêndice XII – Póster À Descoberta da Roda dos Alimentos
Apêndice XIII – Slides da Apresentação Oral
Apêndice XIV – Certificado de Participação
ANEXOS
Anexo I - Situação A com dados adicionais
Apresentamos a situação A com o acréscimo dos dados considerados úteis. Os
mesmos encontram-se sublinhados.

A Sra. D. Jacinta Santos tem 30 anos, é casada com o Sr. José Santos há sete anos e
têm uma filha, Ana Santos, de cinco anos, que frequenta o pré-escolar. O marido tem 35
anos, apresenta excesso de peso e trabalha no ramo imobiliário e ela é secretária num
hospital há dez anos, onde passa por períodos de muito stress e onde passa grande parte do
seu tempo sentada. Nos últimos cinco anos tem vindo a aumentar de peso e a ter alterações
dos valores da tensão arterial, bem como de alguns valores de análises ao sangue,
nomeadamente colesterol total, LDL, HDL e triglicéridos encontram-se elevados. Sente-se
triste com a sua imagem, mencionando que a roupa não lhe serve e se cansa com facilidade e
que não consegue brincar e acompanhar a sua filha como deseja.
Seguindo o conselho do marido decidiu marcar uma consulta na USF Rosa dos Ventos, da
sua área de residência no Parque das Nações.
Como enfermeiro/a desta Unidade, qual seria a sua intervenção para com esta utente e
respetiva família.
Anexo II - Versão portuguesa autorizada do Questionário europeu de
literacia para a saúde (HLS-EU-PT)
Fonte: Marques, J. P. D. (2015). Literacia em Saúde: Avaliação através do European Health
Literacy Survey em português num serviço de internamento hospitalar (Dissertação de
Mestrado). ISCTE Business School, Lisboa.
Anexo III - Nutri-score
Abaixo encontram-se duas imagens do tipo de rotulagem Nutri-Score. Esta escala é baseada
em cores e letras como se pode ver e apresenta cinco categorias de qualidade nutricional,
sendo que a letra A e a cor verde correspondem à melhor qualidade nutricional e a letra E e
cor vermelha correspondem à pior qualidade nutricional.

Fonte:

https://auchaneeu.auchan.pt/vida-saudavel/nutricao/nutri-score-marca-
propria/#1573039517745-7206efb7-327b
Anexo IV - Descodificador de Rótulos a entregar no final da sessão Que
segredos escondem os rótulos?
Fonte: https://nutrimento.pt/activeapp/wp-content/uploads/2015/11/Cart%c3%a3o-Rotulos-
para-impress%c3%a3o.pdf

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