Você está na página 1de 4

Atualização

Schwartzman JS. Síndrome de Rett. Temas sobre Desenvolvimento 2009; 16(95):265-8.


#   

Médico Neuropediatra, Professor Titular do Programa de Pós-graduação em Distúrbios do
,0 &"/6 '  Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

CORRESPONDÊNCIA:
José Salomão Schwartzman
josess@terra.com.br.

A Síndrome de Rett (SR) está incluída no conceito dos Admite-se, na atualidade, prevalência da doença estimada
Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID), mas não faz entre 1:9.000 e 1:15.000 meninas, sendo uma das causas
parte dos Transtornos do Espectro Autista (TEA), uma vez que mais frequentes de deficiência mental severa que afeta o sexo
apresenta particularidades que a tornam muito distinta com feminino.
relação aos outros quadros incluídos nos TEA. Todavia, com No Brasil, a SR foi inicialmente identificada por Rosemberg
3
muita frequência, a SR é confundida, ao menos nas fases et al. . Desde então, vários trabalhos foram publicados no
4-8
mais inicias da doença, com o Autismo Infantil (AI). Brasil divulgando o quadro clínico e tornando possível a
1
Andreas Rett descreveu em 1966 uma condição caracteri- identificação de várias centenas de meninas afetadas. Apesar
zada por deterioração neuromotora em crianças do sexo femi- do número crescente de crianças diagnosticadas nos últimos
nino, acompanhada por hiperamonemia, tendo-a descrito anos, podemos testemunhar que em nosso país ainda são
como uma “Atrofia Cerebral Associada à Hiperamonemia”. poucos os profissionais da saúde que reconhecem esta condi-
Esse quadro clínico se tornou amplamente reconhecido ape- ção, o que faz com que boa parte das pacientes afetadas não
2
nas após a publicação do trabalho de Hagberg et al. , no qual receba o tipo de intervenção mais indicada.
foram descritas 35 meninas e no qual foi proposto o epônimo O diagnóstico clínico da SR pode ser orientado pelos crité-
de SR. Estudos posteriores não confirmaram a presença da rios definidos pelo Rett Syndrome Diagnostic Criteria Work
9 10
hiperamonemia em boa parte dos casos identificados. Group ou os propostos pelo DSM-IV-R (Quadro 1).

Quadro 1. Critérios diagnósticos para Transtorno de Rett (299.80).


Todos os quesitos abaixo:
- Desenvolvimento pré-natal e perinatal aparentemente normal
- Desenvolvimento psicomotor aparentemente normal durante os primeiros cinco meses de vida
- Perímetro cefálico normal ao nascer
- Início de todas as seguintes características após o período normal de desenvolvimento:
Î Desaceleração do crescimento cefálico entre a idade de cinco e 48 meses
Î Perda de habilidades manuais voluntárias anteriormente adquiridas entre a idade de cinco e 30 meses,
com o desenvolvimento subsequente de movimentos estereotipados das mãos (gestos como torcer ou lavar as
mãos, por exemplo)
Î Perda do envolvimento social no início das manifestações do transtorno (embora em geral a interação social
se desenvolva posteriormente)
Î Incoordenação da marcha ou dos movimentos do tronco
Î Desenvolvimento das linguagens expressiva ou receptiva severamente comprometido, com severo retardo
psicomotor

O diagnóstico, baseado inicialmente no quadro clínico e craniano e diminuição da interação social. Esse estágio tem a
anamnese, pode ser confirmado, ao menos em 80% dos ca- duração de alguns meses.
sos, por marcador biológico que está presente na maioria dos Segue-se o estágio rapidamente destrutivo, que inicia
casos, como veremos mais adiante. entre um e três anos de idade e tem duração de semanas ou
A doença evolui de forma previsível, em estágios que fo- meses. Uma rápida regressão psicomotora domina o quadro,
11
ram descritos por Hagberg e Witt-Engerström : com presença de choro imotivado e períodos de extrema irri-
O primeiro estágio, denominado estagnação precoce, ini- tabilidade, isolamento que lembra o AI, perda da fala e apare-
cia entre seis e 18 meses e caracteriza-se por parada no de- cimento dos movimentos estereotipados das mãos, com sub-
senvolvimento, desaceleração do crescimento do perímetro sequente perda da sua função manual práxica; disfunções

      


respiratórias (apneias em vigília, episódios de hiperventilação, repercussões sobre a oximetria e capnografia. Os eventos
expulsão de ar/saliva e outras), aerofagia, perdas de fôlego e respiratórios estudados, por definição, tinham duração superior
crises convulsivas começam a se manifestar. a cinco segundos e foram os seguintes:
O terceiro estágio, denominado de pseudoestacionário, (1) apneia ou contenção respiratória: evento em que há in-
ocorre entre dois e dez anos de idade: ocorre certa melhora de terrupção do ciclo respiratório em um intervalo maior do que
alguns dos sinais e sintomas, inclusive o contato social. Os cinco segundos;
distúrbios motores são evidentes, com presença de ataxia e (2) hiperventilação: período de inspirações e expirações de
apraxia, tremores, espasticidade, escoliose e bruxismo. alta amplitude e com frequência maior do que 30 respirações
Epilepsia pode se tornar menos importante, e as poucas por minuto, relacionadas ou não com a ocorrência de apneia;
pacientes que ainda retêm a deambulação gradualmente terão (3) respiração superficial: período de inspirações e expirações
prejuízos crescentes, acabando por perder a marcha indepen- de baixa amplitude, independentes da frequência respiratória;
dente. Podem surgir sinais de comprometimento do neurônio (4) apneia associada a breves esforços respiratórios: perí-
motor periférico com a presença de atrofias e arreflexia miotá- odos de apneia ou contenção respiratória intercalados com
tica. Movimentos coreoatetóticos são comuns neste estágio. pequeno número de ciclos respiratórios;
Costumávamos afirmar que meninas com SR eram nor- (5) padrão respiratório de Cheyne Stokes: alterações se-
mais ao nascimento e que sinais anormais se iniciavam por quenciais de aumento e diminuição das amplitudes respirató-
volta dos oito aos 18 meses de idade. Na verdade, sabe-se rias, caracterizadas por hiperventilação seguida de hipoventi-
12
hoje que, na maior parte dos casos, senão em todos, discre- lação e apneia.
tos sinais indicativos de alterações no desenvolvimento estão Quatro pacientes apresentaram pelo menos quatro dos
presentes desde muito cedo, como alterações do tono muscu- cinco eventos respiratórios, com níveis de saturação de oxigê-
lar, da postura, de certos movimentos faciais etc. nio prejudiciais à nutrição tecidual, com tendência à hipocapnia
O desenvolvimento da fala sempre está muito comprometi- em duas delas. Duas pacientes apresentaram dois tipos de
do, podendo nunca se desenvolver de forma funcional. Nos eventos respiratórios, com tendência à hipercapnia, sem im-
casos em que a criança já adquiriu alguns vocábulos, na fase portantes repercussões na oximetria. As demais pacientes não
de regressão pode deixar de fazê-lo. Casos em que há alguma apresentaram alterações respiratórias.
linguagem oral funcional são denominados de SR com pre- Na paciente que apresentava os níveis mais severos de
servação da fala e parecem constituir um subgrupo dentro saturação de oxigênio, melhora significativa foi obtida com a
13
desta população. Kerr et al. estudaram 265 casos com os administração oral de buspirona, droga agonista serotoninérgi-
16
tipos clássicos e atípicos de SR e comprovaram que 30% co tipo 1A . O uso desta droga se baseou em alguns estu-
17-22
nunca desenvolveram palavras inteligíveis, 55% perderam dos que sugeriam o seu potencial efeito benéfico a partir
totalmente a fala após algum desenvolvimento inicial, 15% das hipóteses sobre as possíveis causas dos distúrbios respi-
retinham algumas palavras e 6% tinham linguagem suficiente ratórios tão frequentes na SR. Cerca de 10 dias após a intro-
para fazer algum uso funcional, conseguindo emitir frases. dução da droga, os familiares relataram sensível diminuição no
Muito embora a ocorrência de manifestações epilépticas número e na severidade das apneias que podiam perceber.
seja frequente, essa ocorrência tem sido seguramente super- Cinco meses após a avaliação inicial, nova poligrafia mostrou
valorizada uma vez que estas pacientes apresentam alguns que a média de saturação de oxigênio aumentou de 86,9% para
outros fenômenos paroxísticos, tais como perda de consciên- 91,0% e o período de saturação inferior a 90% reduziu-se em
cia por hipóxia causada por crises prolongadas de apneia que 42,2%. Apesar dos bons resultados obtidos com esta paciente,
são, em geral, confundidas com crises epilépticas. Alguns são necessários estudos com maior número de casos e com
episódios de apneia são prolongados e severos o suficiente acompanhamento a longo prazo para que se possa avaliar a real
para causar uma convulsão tônico-clônica generalizada; po- eficácia desta droga no tratamento de pacientes com SR. É ne-
rém essa crise não deve confundida com uma crise epiléptica, cessário levar-se em conta que a buspirona tem seu uso restrito
4
já que tem gênese inteiramente diversa . em pacientes com manifestações epilépticas, de modo que este
14
Hagberg et al. , por exemplo, referem-se a uma incidên- possível efeito indesejável terá que ser levado em consideração
cia de 94% de epilepsia nas séries de pacientes com idades quando da prescrição em pacientes com SR, considerando-se
variando de quatro a 58 anos por eles observadas. Segura- sua maior suscetibilidade à crises convulsivas.
mente estes números se referem a algum subgrupo específico As manifestações epilépticas na SR podem ocorrer sob vá-
de pacientes com SR ou há algum viés na amostra ou no rias formas de crises e podem ser de muito difícil controle, não
diagnóstico. respondendo bem à maioria dos fármacos dos quais dispomos.
Para avaliar com maior cuidado a frequência e tipo de alte- Independentemente da ocorrência de manifestações clíni-
15
rações respiratórias, Anadaku e Schwartzman estudaram a cas de epilepsia, o Eletroencefalograma (EEG) é anormal após
ocorrência e as características das alterações respiratórias em as fases iniciais da doença. À medida que a criança passa do
cinco pacientes com a forma clássica e em três com a forma estágio I para o II, o traçado mostra-se progressivamente mais
atípica. As meninas foram avaliadas por poligrafia em vigília lento, surgindo elementos pontiagudos, projetando-se, em
quanto aos gases respiratórios: saturação periférica de oxigê- geral, nas áreas centro-parietais de forma bilateral. Com o
nio e concentração de gás carbônico ao final da expiração. progredir da síndrome podem surgir descargas por espícula-
Analisaram a ocorrência de seis eventos respiratórios e suas onda lenta principalmente em sono. No estágio IV pode haver

      


melhora no traçado, com diminuição dos elementos pontiagu- No que se refere às alterações neuropatológicas, sabemos
dos, principalmente após os 10 anos de idade, quando podem que em boa proporção dos casos ocorre desaceleração do
ser inibidas pela movimentação passiva dos dedos da mão crescimento craniano a partir do terceiro mês de vida. O lobo
23
contralateral . frontal, o núcleo caudado e o mesencéfalo são as regiões em
Muito embora dados da literatura informem que boa parte que têm sido observadas as reduções mais evidentes. Segun-
36
das pacientes com SR apresentam quadros de desnutrição, do Belichenko et al. , os sinais e sintomas observados na SR
24
por vezes bastante severos, pesquisa conduzida no Brasil poderiam ser decorrentes de uma alteração da sinaptogênese
não demonstrou a presença de desnutrição entre as crianças pós-natal.
37
examinadas e, ao contrário do que era previsto, várias das Shahbazian et al. conseguiram produzir um modelo ani-
pacientes apresentavam sobrepeso. mal da SR em camundongos e, mais recentemente, Guy et
38
Fatores que podem prejudicar a sobrevida destas pacien- al. conseguiram reverter sinais e sintomas da SR em camun-
tes são as infecções intercorrentes, morte súbita (durante o dongos do sexo feminino nos quais o gene MeCP2, anterior-
sono) e problemas respiratórios decorrentes de disfunção mente silenciado, foi reativado. Após a reativação, os animais
pulmonar secundárias à escoliose severa que desenvolvem já maduros e sintomáticos apresentaram evidente regressão
com frequência. dos sinais anormais, alguns deles voltando a se comportar
A morte súbita deve ter relação com evidências de disfunção como animais normais.
25
autonômica. Julu et al. verificaram que o tono vagal cardíaco
era inferior ao de meninas controles e similares aos de recém-  
nascidos normais. O tono vagal cardíaco era suprimido no ápice
da atividade simpática, tanto durante períodos de hiperventila- 1. Rett A. Über ein elgenartiges hirnatrophisches Syndrom bei Hyperammonamie
in Kindesalter. Wein Med Wochenschr 1966; 116:723-6.
ção quanto nos de perda de fôlego, podendo desencadear ar-
2. Hagberg B, Aicardi J, Dias K, Ramos O. A progressive syndrome of autism,
ritmias cardíacas e, possivelmente, morte súbita. dementia, ataxia, and loss of purposeful hand use in girls: Rett’s syndrome:
A SR era considerada uma desordem restrita ao sexo fe- Report of 35 cases. Ann Neurol 1983; 14:471-9.
minino, com herança dominante ligada ao cromossomo X, em 3. Rosemberg GS, Arita F, Campos C, Coimbra AR, Ellovitch S, Geres S. Sín-
que todos os casos teriam uma mutação nova e letal no sexo drome de Rett: Análise dos primeiros cinco casos diagnosticados no Brasil. Arq
Neuropsiquiat 1987; 45:143-58.
masculino. Em 1999, foram identificadas mutações no gene
26,27 4. Schwartzman JS. Síndrome de Rett. Temas sobre Desenvolvimento 1990; 1(1):1-8.
MeCP2 em pacientes com a SR . Além disso, mutações no 5. Schwartzman JS. Síndrome de Rett. Rev Bras Psiquiatr 2003; 25(2):110-3.
gene MeCP2 têm sido descritas em outras condições neuroló- 6. Pozzi CM, Rosemberg S. Rett syndrome: Clinical and epidemiological aspects
gicas, incluindo dificuldades de aprendizagem escolar, autismo in a Brazilian institution. Arq Neuro-Psiquiatr 2003; 61(4):909-15.
28
e deficiência mental ligada ao cromossomo X . 7. Mercadante MT, Van der Gaag RJ, Schwartzman JS. Transtornos invasivos
A proteína MeCP2 produzida pelo gene correspondente do desenvolvimento não-autísticos: Síndrome de Rett, transtorno desintegrativo
da infância e transtornos invasivos do desenvolvimento sem outra especificação.
atua como um repressor global de transcrição. Atualmente se Rev Bras Psiquiatr 2006; 28(suppl.1):s12-s20.
consegue identificar mutações no gene MeCP2 em cerca de 8. Lima FT. Estudo clínico e molecular de pacientes com síndrome de Rett
75% a 80% dos casos com diagnóstico clínico de SR; por [tese]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de
outro lado, sabemos também que várias mutações já foram Medicina; 2004.

identificadas, de forma que é possível que os fenótipos variá- 9. The Rett Syndrome Diagnostic Criteria Work Group. Diagnostic criteria for Rett
29 Syndrome. Ann Neurol 1988; 23:425-8.
veis da SR se devam a essas diferentes mutações .
10. Associação Americana de Psiquiatria. Manual diagnóstico e estatístico de
Na grande maioria dos casos, a condição é de ocorrência transtornos mentais - DSM-IV-TR. 4. ed. [Tradução: C. Dornelles]. Porto Alegre:
esporádica, e a mutação é de origem paterna. Nos raros casos Artmed; 2002.
familiares a mãe é portadora da mutação. 11. Hagberg B, Witt-Engerström J. Rett syndrome: A suggested staging system
for describing impairment profile with increasing age towards adolescence. Am J
Com a identificação do marcador biológico da SR começa- Med Genet 1986; 24:47-59.
ram a ser identificados meninos com a condição. A SR no 12. Nomura Y, Segawa M. Clinical features of the early stage of the Rett syn-
sexo masculino pode ocorrer quando da associação da SR drome. Brain Dev 1990; 12:16-9.
com a síndrome de Klinefelter (ocorrência com probabilidade 13. Kerr AM, Belichenko P, Woodcock T, Woodcock M. Mind and brain in Rett
da ordem de um para 10 a 15 milhões de nascimentos) e em disorder. Brain Dev 2001; 23:S44-9.

alguns meninos que apresentam quadros encefalopáticos 14. Hagberg B, Berg M, Steffenburg U. Three decades of sociomedical experi-
30-33 ences from West Swedish Rett females 4-60 years of age. Brain Dev 2001;
severos . Estes últimos apresentam alta mortalidade peri- 23:S28-31.
natal e podem não ser adequadamente identificados. Uma vez 15. Andaku DK, Schwartzman JS. Análise do padrão respiratório em pacientes
que, apesar da severidade do quadro, alguns meninos sobre- com síndrome de Rett. Temas sobre Desenvolvimento 2003; 12(69):15-25.
vivem, a pesquisa de mutações no gene MeCP2 se jusfica na 16. Andaku DK, Mercadante MT, Schwartzman JS. Buspirone in Rett syndrome
respiratory dysfunction. Brain Dev 2005; 27:437-8.
presença de severa encefalopatia em menino sem uma etiolo-
17. Julu POO, Kerr AM, Apartopoulos F, Al-Rawas S, Witt-Engerström I,
gia plausível.
Engerström L et al. Characterisation of breathing and associated central auto-
A não comprovação de mutações no gene MeCP2 em ca- nomic dysfunction in the Rett disorder. Arch Dis Child 2001; 85:29-37.
sos com o quadro clínico muito sugestivo da síndrome leva a 18. Southall DP, Kerr AM, Tirosh E, Amos P, Lang MH, Stephenson JBP. Hyper-
pensar na possibilidade do envolvimento de algum outro gene ventilation in the awake state: Potentially treatable component of Rett syndrome.
Arch Dis Child 1988; 63:1039-48.
e já há evidências de que o gene CDKL5 estaria alterado em
34,35
alguns casos de SR .

      (


19. Marcus CL, Carroll JL, McColley SA, Loughlin GM, Curtis S, Pyzik P et al. 28. Neul JL, Zoghbi HY. Rett syndrome: A prototypical neurodevelopmental
Polysomnographic characteristics of patients with Rett syndrome. J Pediatr 1994; disorder. Neuroscientist 2004; 10(2):118-28.
125:218-24. 29. Huppke P, Laccome F, Krämer N, Engel W, Hanefeld F. Rett syndrome:
20. Julu POO, Kerr AM, Hansen S, Apartopoulos F, Jamal GA. Functional evi- Analysis of MeCP2 and clinical characterization of 31 patients. Hum Mol Genet
dence of brainstem immaturity in Rett syndrome. Eur Child Adolesc Psychiatry 2000; 9:1369-75.
1997; 6(S1):47-54. 30. Dotti MT, Orrico A, De Stefano N, Battisti C, Sicurelli F, Severi S et al. A Rett
21. Wilken B, Lalley P, Bischoff AM, Christen HJ, Behnke J, Hanefeld F et al. syndrome MECP2 mutation that causes mental retardation in men. Neurology
Treatment of apneustic respiratory disturbance with a serotoninreceptor agonist. 2002; 58:226-30.
J Pediatr 1997; 130:89-94. 31. Schwartzman JS, Bernardino A, Nishimura A, Gomes RR, Zatz M. Rett
22. Kerr AM, Julu POO, Hansen S, Apartopoulus F. Serotonin and breathing syndrome in a boy with a 47,XXY karyotype confirmed by a rare mutation in the
dysrhythmia in Rett syndrome. In: Perat MV [ed]. New developments in child MECP2 gene. Neuropediatrics 2001; 32:162-4.
neurology. Bologna: Monduzzi Editore; 1998. p. 191–5. 32. Topçu M, Topaglu H, Renda Y, Berket M, Turanl, G. The Rett syndrome in
23. Dunn HG. Importance of Rett syndrome in child neurology. Brain Dev 2001; males. Brain Dev 1991; 13:62.
23:538-43. 33. Schwartzman JS, Souza AM, Faiwichow G, Hercowitz LH. Fenótipo Rett em
24. Schwartzman F. Avaliação nutricional, consumo e práticas alimentares, paciente com cariótipo XXY. Arq Neuropsiquiatr 1998; 56:824-8.
prevalência de constipação intestinal e anemia em pacientes com síndrome e 34. Weaving LS, Williamson SL, Bennetts B, Davis M, Ellaway CJ, Leonard H et
Rett [tese]. São Paulo: Departamento de Nutrição da Universidade Federal de al. Effects of MECP2 mutation type, location and X-inactivation in modulating
São Paulo; 2000. Rett syndrome phenotype. Am J Med Genet 2003; 118A:103-14.
25. Julu PO, Kerr AM, Hansen S, Apartopoulos F, Jamal GA. Immaturity of 35. Miltenberger-Miltenyi G, Laccone F. Mutations and polymorphisms in the
medullary cardiorespiratory neurones leading to inappropriate autonomic reac- human methyl CpG-binding protein MECP2. Hum Mut 2003; 22:107-15.
tions as a likely cause of sudden death in Rett’s syndrome. Arch Dis Child 1997;
36. Belichenko PV, Hagberg B, Dahlström A. Morphological study of neocortical
77:464-5.
areas in Rett syndrome. Acta Neuropathol 1997; 93:50-61.
26. Amir RE, Van den Veyver IB, Wan M, Tran CQ, Francke U, Zoghbi HY. Rett
37. Shahbazian MD, Young JI, Yuva-Paylor LA, Spencer CM, Antalffy BA, Noe-
syndrome is caused by mutations in X-linked MECP2, encoding methyl-CpG-
bels JL et al. Mice with truncated MeCP2 recapitulate many Rett Syndrome
binding protein 2. Nat Genet 1999; 23:185-8.
features and display hyperacetylation of histone H3. Neuron 2002; 35:243-54.
27. Wan M, Lee SS, Zhang X, Houwink-Manville I, Song HR, Amir RE et al. Rett
38. Guy J, Gan J, Selfridge J, Cobb S, Bird A. Reversal of neurological defects in
syndrome and beyond: Recurrent spontaneous and familial MECP2 mutations at
a mouse model of Rett syndrome. Science 2007; 23;315(5815):1143-7.
CpG hotspots. Am J Hum Genet 1999; 65:1520-9.

Comunicação

Monteiro CBM. Manuseio e Adequação de Atividades Funcionais (MAAF) no tratamento da paralisia cerebral. Temas sobre Desenvolvi-
mento 2008; 16(95):268-270.


 3%& $ " $
  .  "   

Fisioterapeuta, Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mac-
"       kenzie, Doutor pela Universidade de São Paulo, Professor da Disciplina de Pediatria da Faculda-
de de Fisioterapia das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU).

A abordagem fisioterápica MAAF (Manuseio e Adequação rápico na Paralisia Cerebral.


de Atividades Funcionais) foi desenvolvida para propiciar ao A utilização dessas três atualidades pela abordagem
fisioterapeuta a possibilidade de utilizar no tratamento da Para- MAAF ocorre conforme segue:
lisia Cerebral a interação de três atualidades fundamentais
para direcioná-lo durante a organização da proposta terapêuti-    
ca, a saber:
1. uma linguagem comum para melhorar e efetivar comuni- Aprovada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em
cações entre profissionais que trabalham com as consequên- 2001 e traduzida para o português em 2003, a CIF tem como
1
cias de condições ou estados de saúde da pessoa com Parali- objetivos específicos :
sia Cerebral, conforme proposta pela CIF (Classificação Inter- a) proporcionar base científica para a compreensão e o es-
1
nacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde) ; tudo da saúde e de suas condições, de seus determinantes e
2. justificativas científicas que possam direcionar a organi- efeitos;
zação do tratamento fisioterápico na Paralisia Cerebral com a b) estabelecer uma linguagem comum para a descrição da
Prática Baseada em Evidências (PBE); saúde e dos estados relacionados para melhorar a comunica-
3. e, principalmente, os conhecimentos advindos da apren- ção entre diferentes usuários, profissionais de saúde e pesqui-
dizagem motora que podem fundamentar o tratamento fisiote- sadores.

      

Você também pode gostar