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2º COMUNICAÇÃO E MARKETING
3º AS DIFERENTES ESCOLAS DO PENSAMENTO ESTRATÉGICO
AS DIFERENTES ESCOLAS DO PENSAMENTO
ESTRATÉGICO
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Esses autores discutiram as várias abordagens e descreveram a história, as origens, os conceitos bá-
sicos, aplicações, as vantagens, desvantagens e situações nas quais cada uma das dez (10) aborda-
gens do pensamento estratégico pode ser a mais apropriada:
1) Escola do Design: É uma das escolas mais influentes na formulação das estratégias empresari-
ais, a qual é baseada nos trabalhos de Chandler ([2]) e Selznick ([3]). Ela apresenta a elaboração da
estratégia como um processo de concepção, pela análise e combinação do ambiente interno com o
ambiente externo. A estratégia da organização é desenhada (design) em busca do melhor ajuste en-
tre o ambiente interno e o externo; ou seja, entre as capacidades e competências da empresa e as
oportunidades e ameaças presentes no ambiente de negócios.
A Matriz SWOT é a principal ferramenta dessa escola. Além disso, outros dois (2) fatores impor-
tantes para a construção das estratégias são os valores gerenciais, as crenças e preferências daque-
les que lideram a organização e a responsabilidade social – especificamente a ética da sociedade,
na qual a empresa está inserida. As principais críticas à essa escola são:
A avaliação de pontos fortes e fracos passa longe do aprendizado, pois a formação da estratégia
é um processo de concepção, em vez de aprendizado.
Existem muitos modelos de planejamento estratégico que seguem as prescrições da Escola do Pla-
nejamento. As principais etapas que se encontram na maioria desses modelos são: Determinação de
Objetivos e Metas (elaboração e quantificação dos resultados que a empresa quer alcançar nas suas
diversas áreas) e, as duas etapas seguintes, são semelhantes ao proposto pela Escola de Design, as
quais são explicitadas pela Análise SWOT.
Uma crítica a essa escola é que os planos elaborados apresentam pouca conexão com a realidade,
promovendo a visão de que planejamento e execução não estão relacionados. Mintzberg aponta o
seguinte problema nessa escola: a falácia de que a análise pode produzir a síntese; ou seja, de um
processo analítico formal pode-se extrair uma recomendação que sintetize um curso de ação a ser
seguido e prever descontinuidades.
Segundo Mintzberg, as principais críticas à essa escola estão relacionadas ao foco, contexto, pro-
cessos e nas estratégias em si. O foco é estreito, sendo orientado para o econômico em oposição ao
social e ao político. O contexto é direcionado para grandes empresas tradicionais. O processo com
excesso de formalização pode impedir não só o aprendizado e a criatividade, mas também o envol-
vimento emocional.
Trata-se da estratégia como perspectiva, associada com o senso de direção, imagem e foco presen-
tes na construção da visão de futuro da empresa. Logo, o conceito central dessa escola é a visão; ou
seja, uma representação mental da estratégia, criada e comunicada pelo líder. Daí o papel do empre-
endedor no desenvolvimento dessa escola remonta aos trabalhos de Schumpeter ([4]) e sua noção
de “destruição criativa”, a qual é o motor do Capitalismo ao mesmo tempo que o empreendedor se-
ria o guia desse motor. Na interpretação de Mintzberg, as principais características do processo de
geração das estratégias na organização empreendedora seriam:
A elaboração da estratégia é caracterizada pela busca incessante de oportunidades.
A elaboração da estratégia é marcada por saltos para a frente num terreno dominado por incerte-
zas.
As principais críticas a essa escola são a dependência excessiva da figura do líder visionário e as li-
mitações que isso pode gerar para o processo de geração de estratégias. O culto à personalidade ge-
ra uma sobrecarga com relação ao desempenho do líder e, uma questão que deve ser tratada com ri-
gor, é a falta de embasamento científico da associação do sucesso empresarial à personalidade em-
preendedora do líder.
5) Escola Cognitiva: Essa escola entende a formulação da estratégia como um processo mental e
analisa como as pessoas percebem padrões e informações. Usando a Psicologia Cognitiva, busca-se
entender os processos mentais dos gerentes. Ela surgiu em 1990, inspirada na teoria comportamen-
talista de Simon ([5]) e estuda como as crenças produzidas pelo senso comum são contempladas no
pensamento estratégico, associando processos individuais aos coletivos, do indivíduo à organiza-
ção.
Nota-se que essa escola faz uma ponte entre as escolas que possuem alto grau de objetividade; ou
seja, as escolas do Design, Planejamento, Empreendedorismo e as escolas mais subjetivas. A prin-
cipal crítica à essa escola é que ela é caracterizada mais por seu potencial do que por sua contribui-
ção. Apesar da importância da cognição para o processo de formação da estratégia, a Psicologia
Cognitiva ainda precisa resolver como se formam os conceitos na mente de um estrategista.
6) Escola do Aprendizado: Essa escola trata a estratégia como um processo emergente, no qual os
gerentes prestam atenção ao que funciona ou não ao longo do tempo e incorporam esse aprendiza-
do ao seu plano de ação gerencial. A Escola do Aprendizado desafiou todas as outras, pois ela é um
modelo de formação estratégica desenvolvida pela aprendizagem e define que a estratégia pode ser
encontrada e produzida por toda a organização. Uma empresa que aprende buscar transferir interna-
mente conhecimento, despende energia olhando para fora de seus limites em busca do conhecimen-
to. Por outro lado, as críticas a essa escola estão relacionadas com os seguintes problemas:
7) Escola do Poder: Para essa escola a formulação da estratégia é um processo de negociação entre
indivíduos, grupos de interesse (stakeholders) e coalizões. Sendo assim, enfatiza-se a utilização do
poder, da influência e da política para negociar estratégias ao alcance de interesses particulares. A
concepção do poder como eixo central no desenvolvimento das estratégias pode ser abordada em
dois (2) ramos dessa escola:
Poder Micro: Quando consideramos o lado político dentro da organização e sua influência da
administração das organizações e, nesse caso, o foco recai nos conflitos entre os stakeholders in-
ternos na organização.
Poder Macro: Onde se exploram as relações da organização com o ambiente de negócios, a utili-
zação do poder e da política para cooperar ou conflitar com os stakeholders externos da organi-
zação.
Um exemplo para o sentido “micro” refere-se às negociações dos departamentos de uma empresa
para o lançamento de novos produtos ou a venda de uma unidade de negócios. Um exemplo para o
sentido “macro” relaciona-se às negociações e pressões de uma empresa numa situação pré-fali-
mentar por empréstimos subvencionados pelo governo. Mas, a principal crítica à essa escola refere-
se ao exagero de suas colocações, pois a formação da estratégia envolve poder, mas não apenas is-
so. Falta atenção nos padrões de se formam, mesmo em situações de conflito.
8) Escola Cultural: Essa escola entende a formação de estratégia como um processo enraizado na
força social da cultura, envolvendo vários grupos e setores dentro da empresa. É o contraponto da
Escola de Poder, onde o interesse é individual e o sistema é fragmentador. Na escola Cultural o in-
teresse é comum e o sistema é integrador. As principais premissas dessa escola são:
O processo de formulação da estratégia é de interação social, baseado nas crenças e valores par-
tilhados pelos colaboradores da empresa.
9) Escola Ambiental: A formação da estratégia é um processo reativo; ou seja, uma resposta aos
desafios impostos pelo ambiente de negócios no qual a empresa está inserida. Logo, o foco no am-
biente é fundamental porque as estratégias são reativas, focadas nas respostas às mudanças no am-
biente. Nessa escola, quanto mais estável o ambiente externo, mais formalizada a estrutura interna.
Já a dinâmica e a complexidade do ambiente levam a uma série de contingências que precisam ser
monitoradas dinamicamente.
As principais críticas a essa escola se referem a uma visão restrita de opção estratégica, diante do
fator ambiental. Nessa escola, as organizações devem considerar não a existência de opções, mas as
condições que aumentam (ou restringem) a amplitude das opções. Além disso, existe a necessidade
de o ambiente ser sondado com precisão para que se tenha uma rica descrição de como ele se apre-
senta.
10) Escola da Configuração: Essa escola oferece a possibilidade de integração das ideias apresen-
tadas das outras escolas estudadas. A formação da estratégia é um processo de transformação da or-
ganização, descrevendo a empresa e o contexto que a cerca como configurações. Essa escola deter-
mina que, ao estabelecer o equilíbrio numa fase de existência da empresa, é chegado o momento de
criar uma estratégia para saltar para um estado superior.
A principal crítica a essa escola foi feita por Donaldson ([6]), quando ressaltou que as configura-
ções representam uma abordagem falha à teorização, pois simplificam demasiadamente o entendi-
mento das organizações e não consideram as muitas singularidades apresentadas na complexa reali-
dade do mundo organizacional.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
([1]) MINTZBERG, Henry, AHLSTRAND, Bruce, LAMPEL, Joseph. “Safari de Estratégia”. Por-
to Alegre: Bookman, 2000
([2]) CHANDLER, Jr. A. “Strategy and Structure: chapters in the history of the industrial enterpri-
se”. Cambridge, MA: MIT Press, 1962
([4]) SCHUMPETER, J.A. “Capitalism, Socialism and Democracy”. New York: Harper & Row,
1950
([5]) SIMON, H. A. “Administrative Behavior”. New York: Macmillian, 1957
([6]) DONALDSON, L. “For Cartesianism: Against Organization Types and Quantum Jumps. In
for Positivist Theory: Proving the Hard Cores”
Professor, Jornalista e Palestrante. Articulista de importantes Jornais no RJ, autor de vários livros
sobre Estratégias de Marketing, Promoção, Merchandising, Recursos Humanos, Qualidade no
Atendimento ao Cliente e Liderança. Por mais de 30 anos treinou equipes de Atendentes, Supervi-
sores e Gerentes de Vendas, Marketing e Administração em empresas multinacionais de bens de
consumo e de serviços. Elaborou o curso de Pós-Graduação em “Gestão Empresarial” e atualmente
é Diretor Acadêmico do Polo Educacional do Méier e da Associação Brasileira de Jornalismo e Co-
municação (ABRICOM). Mestre em Gestão Empresarial e especialista em Marketing Estratégico