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FACILITADOR
FO-CO Família
Módulo 1:
Conviver com as Emoções - experiências
para Pais e Familiares de adolescentes
FICHA CATALOGRÁFICA
Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.
PDF.
CDD 152.4
Agradecimentos 4
Introdução 5
Com muita alegria agradecemos àqueles que foram generosos na construção das expe-
riências de aprendizagem do projeto FO-CO Família. Foram pessoas que acreditaram no
projeto, ofereceram sua experiência, seu tempo, compartilharam sua visão, ampliaram
nossos horizontes e fizeram tudo valer a pena. Acreditamos que juntos podemos dar
realidade a uma ideia e prosperar.
Agradecemos ao Rafael Serafim da Silva por sua presença, pelo suporte técnico ao pro-
jeto, por receber os participantes com alegria e compartilhar seu olhar gentil e com-
petente para todas as vivências que propusemos; ao Fernando Tsukumo por tornar a
experiência mais divertida e por compartilhar sua energia apaixonada ao ver as pessoas
experimentarem o conhecimento e sua competência incrível de dar forma às ideias pe-
dagógicas com ludicidade; à Viviane Ribeiro por nos apoiar com sua experiência em
intervenções online para pais, e por ter trazido sua energia amorosa e cuidadosa para a
equipe.
Nossa gratidão se estende infinitamente aos pais e familiares que participaram do pro-
jeto. Esta é uma escrita viva, com base nas experiências de cada participante. Todas as
dicas e a forma que sugerimos para a condução das atividades se manifestaram da nos-
sa troca.
Apoio: AFIP
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INTRODUÇÃO
O projeto FO-CO:
FOrmar para COnviver
“Somente em um espaço aberto e sem julgamento podemos
reconhecer o que estamos sentindo. Somente no espaço aberto, onde
não estamos tão ocupados com nossa própria versão da realidade,
podemos ver, ouvir e sentir os outros como realmente são, o que
torna possível estar e comunicar-se adequadamente com eles”.
Pema Chodron
Este “Guia do Facilitador” é uma das iniciativas do projeto FO-CO (FOrmar para COnvi-
ver), cujo objetivo é promover educação socioemocional e uma convivência mais com-
passiva entre as pessoas, nos ambientes educacionais. Uma postura mais compassiva
precisa passar pela promoção de habilidades socioemocionais, possibilitando a coerên-
cia e harmonia entre o que sentimos, o que pensamos e o que fazemos.
PENSAR SENTIR
FAZER
1 - Texto extraído de Amato TC, Opaleye ES, Grasso J & Noto, AR. Conviver com as Emoções. São Paulo: UNIVERSI-
DADE FEDERAL DE SÃO PAULO, 2021. Disponível em www.nepsiseducacao.com.br, acesso em 11/08/2022.
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INTRODUÇÃO
Esse Guia do facilitador é parte da formação FO-CO Família, assim se você é nosso alu-
no/a ou facilitador, com certeza vai desfrutar ainda mais dessa experiência, vivenciando a
cada encontro o que trazemos aqui apenas impresso. Caso ainda não tenha participado
da formação, terá acesso a conceitos e práticas de uso imediato em sua relação com o
adolescente com quem convive. O conhecimento ganha vida quando há a possibilidade
de experimentar as emoções e trocar experiências com outras pessoas que também as
vivenciaram (Amato, T., Opaleye, E., Grasso, J. & Noto, A., 2021).
Quando somos pais ou familiares de adolescentes, parece ainda mais desafiador convi-
ver com nossas emoções, pois convivemos com um ser que há pouco tempo atrás era
um bebê que dependia de nós para tudo, depois se tornou uma criança, às vezes agi-
tada, às vezes tranquila, mas cujo olhar para nós era apenas de admiração, medo ou/e
obediência. De repente estamos frente a frente com uma moça ou rapaz, demandando
liberdade ainda que dependente de nosso cuidado, querendo uma autonomia que só
a maturidade pode trazer, e os pais nesse momento podem ficar perdidos, acreditando
que já é tarde.
Esse guia traz informações preciosas e convites de transformação que podem mudar a
forma como você se relaciona com o adolescente com quem convive (quem sabe até
com outras pessoas da família ou trabalho), trazendo mais clareza, habilidade, observa-
ção e manejo emocional.
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INTRODUÇÃO
Cooperação: uma relação na qual cada um pode oferecer algo que contribui para a vida
coletiva.
Cu
ltu
a ra
ic
Conexão
Ét
de
pa
z
Convivência Cooperação
Compaixão
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INTRODUÇÃO
(Rosenberg, 2015)
Comunicação
não violenta
Práticas
contemplativas
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INTRODUÇÃO
Comunidade
científica
Profissionais
Participantes
Partici- Profis-
pantes sionais
Adota modelo circular
Comunidade
científica
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MÓDULO 1: CONVIVER
COM AS EMOÇÕES
Experiências para Pais e Familiares
FORMAÇÃO, E GUIA
DO FACILITADOR
Conviver com as emoções é a habilidade de reconhecer, aceitar e expressar o que sen-
timos independente de gostarmos ou não. Não podemos controlar o que sentimos, mas
podemos escolher o que fazer com as nossas emoções. Por isso, reconhecer a emoção
que está presente e saber usar as palavras ou outra linguagem para expressá-la é uma
habilidade fundamental para a convivência.
Este Guia do Facilitador serve para organização e consulta daqueles que querem facilitar
a experiência do Módulo 1 – Conviver com as emoções do FO-CO Família. A certificação
como facilitador do programa FO-CO Família requer a conclusão da formação vivencial
para facilitadores.
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Experiência de preparação
para o primeiro encontro
Nome: Colheita de Virtudes
Valor: Conexão
Como fazer:
Uma semana antes do início do curso, os participantes são con-
vidados a escolher três pessoas da sua confiança (que podem
ser do relacionamento pessoal ou profissional) para fazer as
perguntas. As respostas irão integrar a atividade de apresenta-
ção “Colheita de Virtudes”, experiência 3 (página 17), no nosso Dicas:
primeiro encontro.
Procure realmente enviar as instru-
ções com antecedência e mandar
um lembrete durante a semana,
Prática de preparação para o primeiro dia assim não geramos pressão e não
COLHEITA DE VIRTUDES deixamos cair no esquecimento.
Você pode enviar por mensagem
de texto ou vídeo. O vídeo gera
Escolha algumas pessoas da sua confiança e pergunte DICA
a elas: mais proximidade com o facilita-
Escute com atenção,
acolha com o dor, se for algo informal e descon-
a. Quais são as principais virtudes que você reconhece
em mim? (virtudes são as suas melhores qualidades. coração, anote pra traído, mas sugerimos usar a via
Fazem parte de quem você é) não esquecer e
apenas agradeça! que for mais confortável para você
b. Quais são meus maiores talentos? (talentos são coi-
No primeiro dia
(vídeo, texto ou áudio) junto com o
sas que você faz bem)
do curso vamos cartão de instruções.
conversar sobre isso.
Relato da facilitadora:
Ao enviar o vídeo e o cartão com instruções no grupo de WhatsApp, já recebíamos retorno, e as men-
sagens aqueciam a turma para realizar a experiência. Um anima o outro. Fiquei com receio de não ter
adesão, mas é realmente uma atividade muito simples, na maioria das vezes prazerosa e rápida.
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Encontro 1
CONVIVÊNCIA
E CONEXÃO ENTRE
AS PESSOAS
2 - Texto extraído de Amato TC, Opaleye ES, Grasso J & Noto, AR. Conviver com as Emoções. São Paulo:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, 2021. Disponível em www.nepsiseducacao.com.br, acesso em 11/08/2022.
1º dia
CONVIVÊNCIA
E CONEXÃO ENTRE
AS PESSOAS
Experiência 1
Nome: Boas vindas e orientações gerais
Valor: Conexão
Objetivo: Esta atividade tem como objetivo apresentar a estrutura do curso, apre-
sentar os facilitadores, orientações sobre câmera e microfone, e o convite para que
os participantes deixem a câmera aberta, quando possível.
Materiais: -
Duração: 10 minutos
Como fazer:
• Olá, sejam bem vindas, bem vindos, ao curso Conviver com as emoções, um aprendizado em famí-
lia. Hoje vamos apresentar para vocês a estrutura do curso, a forma como vamos nos comunicar ao
longo dessa jornada de 5 semanas, e também algumas orientações sobre câmera e microfone
• Nosso objetivo neste curso é que você aprenda a observar suas emoções, suas reações e melhore a
sua forma de se comunicar consigo mesmo e com as outras pessoas.
• Ao longo de 5 semanas vamos nos encontrar 1 vez na semana, toda _____ - feira, das ______, às _____.
• Em cada encontro vamos trazer alguns conceitos teóricos e muitas vivências, por isso, atente que
esse curso não poderá ser feito ao mesmo tempo que outras atividades. Separe 1h30 e dedique-se
da melhor forma que for possível para você vivenciar essa experiência.
• No período entre os encontros, enviaremos via whatsapp um convite para uma prática que poderá
ser feita ao longo da semana, antes do próximo encontro.
• Durante nossos encontros ao vivo, nosso convite é que você mantenha sua câmera aberta, assim
conseguimos nos conectar de forma mais próxima, lembrando que atrás de cada tela tem uma
mãe, um pai ou um cuidador de adolescentes que, assim como nós, estamos buscando novas for-
mas de conviver.
• Se tiver alguma dúvida ou queira perguntar, ou partilhar algo, fique a vontade para abrir o micro-
fone ou escrever no bate papo.
• Sabemos que quando entramos em contato com emoções, alguns podem se sentir mais mobiliza-
dos e precisar de uma escuta da nossa equipe. Se este for o seu caso, entre em contato pelo número
de telefone indicado que agendaremos essa conversa em outro horário fora do curso.
PERGUNTAS PARA GUIAR APRENDIZAGEM: Qual a disponibilidade de vocês para estare, realmente
presentes durante as próximas 5 semanas nessa jornada conosco? Alguma dúvida quanto ao funciona-
mento da sala virtual, câmera ou microfone?
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Experiência 1
Nome: Boas vindas e orientações gerais
Dicas:
Incentive os participantes a interagirem também pelo “bate papo” escrito, caso a plataforma
que você utilize tenha essa funcionalidade. Isso contribui para que pessoas mais tímidas ou que
precisem de um tempo maior para se sentirem à vontade também possam participar. Neste en-
contro é muito importante deixar claro que esse não é um grupo de terapia, e que neste espaço
não deverão ser trazidos segredos ou questões de cunho íntimo.
Relato da facilitadora:
Depois de trabalhar com algumas turmas, percebi que neste primeiro momento é
comum que os participantes fiquem menos participativos, afinal para alguns pode
ser o primeiro curso online. Imagino que eles estejam querendo entender o curso e
avaliar se este faz sentido para o que procuravam.
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Experiência 2
Nome: Como Você Chega?
Valor: Conexão
Materiais: -
Duração: 10 minutos *
*O tempo desta atividade pode variar de acordo com o perfil da turma (mais ou
menos participativa), e pelo número de participantes.
Como fazer:
• A atividade que faremos agora chama-se check in, ou entrada. Neste momento observe como você
se sente, e diga, ou escreva em uma palavra, como você chega hoje neste encontro.
• Mas tem um detalhe importante, essa palavra precisa começar com a letra do seu nome. Isso mes-
mo! Vou dar alguns instantes para que você pense em uma palavra que começa com a primeira
letra do seu nome, e resume como você chega ao nosso encontro.
PERGUNTAS PARA GUIAR A APRENDIZAGEM: Lembrem-se que não precisam mudar nada, apenas
perceba como está neste momento. O que é possível perceber?
Dicas:
Relato da facilitadora:
Essa atividade é muito interessante porque gera ludicidade ao momento, e muitas
vezes algumas letras geram palavras de check in interessantes e engraçadas, propi-
ciando um quebra-gelo para o grupo.
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Experiência 3
Nome: Colheita de Virtudes
Valor: Conexão
Materiais: -
Duração: 25 minutos
Como fazer:
1ª PARTE
• Agora faremos uma atividade para nos conhecer melhor. Vocês lembram que pedimos há uma
semana que perguntassem a três pessoas da sua confiança quais são as suas virtudes e talentos?
• Lembram que a gente pediu para vocês anotarem? Quero checar se vocês precisam de um tempo
para buscar essas anotações. Caso alguém não tenha tido tempo de fazer, pode falar sobre virtudes
e talentos que vê em si mesmo.
• Agora vamos dividir vocês em grupos menores, com 3 pessoas em cada, para vocês compartilha-
rem o que ouviram acerca de suas virtudes e talentos. Essa é uma forma da gente se apresentar a
partir do que as outras pessoas enxergam de melhor na gente.
• Cada pessoa terá 2 minutos para falar, então é importante que quem está com a fala fique atento
ao tempo, para distribui-lo igualmente entre os colegas.
• Convidamos aqueles no papel de ouvintes a dedicar presença e completa atenção ao que o colega
está trazendo, evitando pensamentos ou julgamentos sobre o outro ou sobre si mesmo durante a
fala.
• Alguém poderia por favor me dizer o que entendeu para fazer nessa vivência? Eu também vou
deixar descrito no chat, e vocês podem consultar quando estiverem nas salas menores.
2ª PARTE
• Após a conversa nas salas menores, convidamos vocês a partilhar no grupo inteiro como foi a expe-
riência de se apresentar a partir de seus talentos e virtudes.
PERGUNTAS PARA GUIAR A APRENDIZAGEM: Como você se sentiu ao se apresentar dessa forma?
Teve alguns pensamentos ou julgamentos sobre si mesmo ao se apresentar dessa forma? Você já tinha
se apresentado assim? O que notou com a experiência? Como foi ouvir o outro de forma presente e
atenta? Como foi ser ouvido de forma presente e atenta?
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Experiência 3
Nome: Colheita de Virtudes
Dicas:
Como essa é a primeira experiência que usa o recurso de salas simultâneas, convém explicar aos
participantes sobre as etapas, para eles saberem o que esperar, por exemplo, se serão transfe-
ridos automaticamente ou terão que aceitar o convite para a sala, o tempo total que terão para
a atividade, se o retorno será automático etc. É importante deixar o mínimo de 3 participantes
por sala para o caso de algum perder a conexão e outros 2 conseguirem fazer a dinâmica. Para
evitar que os participantes esqueçam as instruções quando forem para as salas simultâneas,
é útil descrevê-las no chat antes da criação das salas, assim, eles podem acessá-las a qualquer
momento.
Relato da facilitadora:
É muito potente começarmos as atividades olhando sob a perspectiva de virtudes
e talentos, normalmente somos levados a olhar apenas para o negativo. O olhar do
outro nos ajuda a ter uma perspectiva diferente de nós mesmos, e também do outro
que viu em nós algo que às vezes nem nós mesmos conseguimos identificar.de cuidar
de algo.
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Experiência 4
Nome: Com-Trato de convivência
Intenção:
Estabelecer combinados de cuidado e ambiente seguro entre o grupo a partir do cultivo de
valores em comum
Reconhecer ações que representam os principais valores escolhidos
Materiais:
Papel e caneta;
Link para compartilhamento de ideias de forma interativa. Algum aplicativo online de aprendi-
zagem que torne possível unir os conhecimentos num mural ou arquivo único.(Ex: mentimeter,
slido, edupulses)
Duração: 30 minutos
Como fazer:
1ª PARTE
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Experiência 4
Nome: Com-Trato de convivência
• Observem essa nuvem de palavras. O que vocês notam? (Ler em voz alta as palavras que surgirem
e destacar que as maiores são as que se repetem).
• Agora vamos dividir vocês mais uma vez em salas simultâneas com três ou quatro pessoas, para
escolher os valores mais relevantes para esse grupo e listar ações (comportamentos) que cuidam
desse valor. Escrevam as frases que explicam essa ação. Por exemplo, se o valor que eu escolhi foi
respeito, que tipo de ação vai cuidar do respeito aqui no grupo? Uma resposta poderia ser “deixar
para falar quando o outro finalizar sua ideia”.
• Alguém pode por favor me dizer o que entendeu que é para fazer nessa vivência? Eu também
vou deixar descrito no chat, e vocês podem consultar quando estiverem nas salas menores.
2ª PARTE
• Após a conversa nas salas menores, convidamos vocês a partilhar para o grupo inteiro sobre como
foi a experiência.
• Vamos compartilhar inserindo as frases no link que vou compartilhar no chat. Escrevam o valor
antes da frase, por exemplo: respeito – deixar para falar quando o outro finalizar sua ideia.
• À medida que vocês vão inserindo as frases, eu vou lendo. Se alguém quiser fazer comentários, por
favor, abra o microfone. Vai ser muito rico se acontecer com a participação de vocês.
PERGUNTAS PARA GUIAR A APRENDIZAGEM: como foi pensar sobre os valores de convivência que
são importantes para mim? Como foi conhecer os valores dos outros? Quais são as ações que permi-
tem que esses valores sejam nutridos aqui no grupo?
• Vamos enviar para todos o nosso COM-TRATO de convivência. A cada aula procuraremos cultivar
essas ações, assim todos estaremos juntos cuidando desse espaço.
Relato da facilitadora:
Muitas vezes nós mesmos não conseguimos vivenciar nossos valores pelo simples fato
de não nos darmos conta de quais são nossos valores, ou ainda, sabemos que valores
apreciamos mas temos dificuldade de trazer a intenção para a ação, e essa experiência
ajuda o participante a desenvolver a auto responsabilidade. Ouvi frases do tipo: Nos-
sa, que importante olhar para esses valores em todas as nossas relações!
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Experiência 5
Nome: Família fictícia
Valor: Cooperação
Objetivo: Criar cooperativamente uma família fictícia (que não é a sua, mas poderia
ser), propiciando assim que algumas atividades dos próximos encontros tenham
como base vivências da família fictícia.
Materiais: Slide, com tabela para preenchimento das informações sobre a família
criada pelo grupo, planilha com as seguintes colunas: função parental, nome, idade,
características, dores e necessidades.
Duração: 12 minutos
Como fazer:
1ª PARTE
• Agora nós vamos conhecer uma família que vai nos acompanhar durante toda a jornada. Digo que
nós iremos conhecer porque eu também ainda não conheço, vamos criá-la juntos!
• Convido a todos e todas a darem sugestões sobre a família, precisamos de um sobrenome, de pelo
menos uma figura parental, ou seja, um adulto e um adolescente. Quem pode ajudar? É só abrir o
microfone ou escrever no bate papo.
• Conforme vocês vão criando a família, eu vou preenchendo essa tabela para que possamos lembrar
nas próximas semanas.
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Experiência 5
Nome: Família fictícia
• Qual a primeira pessoa que vamos incluir? Preciso de uma função parental, nome e idade.
• Cada personagem tem uma característica mais marcante, qual seria a dessa pessoa? Uma caracterís-
tica de personalidade ou comportamento marcante.
• Agora que terminamos a primeira pessoa vamos para a segunda. Precisamos de pelo menos 4 pes-
soas, para que possamos dar a oportunidade de vários papéis parentais, assim nossa experiência no
curso pode ser mais rica.
• Agora que criamos a família (citar o nome da família), ela nos acompanhará na nossa jornada durante
os 5 encontros, poderemos observar e vivenciar junto a eles desafios e situações dessa família que não
é a nossa, mais poderia ser.
• Por mais que não seja igual a sua família, procure perceber o que você identifica também na sua.
Aspectos em comum e aspectos que tornam a sua família única, assim como essa que criamos.
PERGUNTAS PARA GUIAR APRENDIZAGEM: Essa família poderia ser a sua? Tem alguém parecido?
É muito diferente?
Dicas:
O facilitador(a) vai precisar preencher a planilha, e por isso pode ser desafiante em alguns mo-
mentos também acompanhar o bate papo. Caso haja mais de uma pessoa da equipe, combi-
nem para que essa pessoa colete as sugestões do bate papo e passe para o (a) facilitador(a).
Importante destacar que as características pedidas para os membros da família não são físicas,
mas de comportamentos/personalidades. (rápida)
Relato da facilitadora:
A criação da família traz um caráter lúdico à experiência, bem como a sensação de
pertencimento e construção coletiva. É uma atividade animada e cada turma cria
uma família diferente. É divertido e empolgante!
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Experiência 6
Nome: Encontro com a família
Valor: Conexão
Materiais: -
Como fazer:
1ª Parte: 3 min
• Faremos agora uma atividade de visualização criativa. Se for possível, tente isolar qualquer possibi-
lidade de ser interrompido nos próximos 3 minutinhos.
• Nestes próximos momentos, ajeite seu corpo na cadeira, e caso se sinta à vontade, pode fechar os
olhos, ou deixá-los semi abertos olhando para um ponto à sua frente.
• Você está agora na casa da família _____ (nome que o grupo escolheu). Olhem em volta, cada mem-
bro dessa família está acomodado no sofá, outros em pé, Olhe para cada um, percebendo que cada
um tem características, dores e expectativas, assim como cada um de nós em nossas famílias.
• Neste momento você se aproxima do adolescente que faz parte desta família. Como em um passe
de mágica esse adolescente se transforma no adolescente com quem você convive, e ele olha para
você e agradece, diz que está muito feliz pois seu pai\mãe\familiar está no curso buscando recursos
para uma convivência mais compassiva e amorosa.
• E assim, com essa alegria gerada por esse encontro, vamos voltando a essa sala online, fazendo pe-
quenos movimentos com os dedos das mãos, dos pés, e abrindo os olhos quando quiser.
2ª Parte: 5 min
PERGUNTAS PARA GUIAR APRENDIZAGEM: Como foi esse encontro com o adolescente com quem
você convive? O que você sentiu quando descobriu que era o adolescente que você convive? E ao ouvir
a gratidão dele, o que sentiu?
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Experiência 6
Nome: Encontro com a família
Dicas:
Se você não tem muita familiaridade com a condução deste tipo de atividade, treine antes! Gra-
ve um áudio e ao fazer a prática, perceba se está falando rápido ou devagar demais, lembrando
que pelo tempo de cada encontro, será uma atividade rápida. Uma boa forma de você avaliar
o tempo é você praticar enquanto narra a instrução. Você passa a visualizar junto com os parti-
cipantes e isso lhe dá uma noção tanto de conteúdo para ser explorado, a partir da sua própria
experiência, como de tempo de condução da prática.
Relato da facilitadora:
Essa experiência de aprendizagem é muito bonita e profunda, muitas pessoas se
emocionam, pois percebem que realmente estão se dedicando a aprender e cultivar o
vínculo e convivência com o adolescente.
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Experiência 7
Nome: “Como saio do nosso encontro”
Valor: Autorregulação
Habilidade: Autoconhecimento
Materiais: -
Duração: 10 minutos *
*O tempo desta atividade pode variar de acordo com o perfil da turma (mais ou
menos participativa), e pelo número de participantes.
Como fazer:
PERGUNTAS PARA GUIAR APRENDIZAGEM: Agora que você ouviu como os outros saem daqui, como
você se sente? Dá vontade de algo? Não precisa falar, apenas observe em você mesmo.
Relato da facilitadora:
As atividades “Como saio do nosso encontro” me surpreendiam muito, pois a par-
tir delas era possível perceber qual o direcionamento do grupo quanto às vivências
propostas e se a resposta era positiva ou não. Eu lembrava de não criar expectativas
nesse momento, pois entendo que cada grupo é único e algumas atividades que não
geram mobilizações em uma determinada turma, podem levar outra turma a ques-
tões bastante profundas e por vezes desafiantes.
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Prática da semana
Escutar a si mesmo e ao outro
Valor: Convivência
Duração: 10 minutos
Como fazer:
Ao final do encontro o(a) facilitador(a) lembra os participantes
de que enviará nos próximos dias o convite para uma prática a
ser feita durante a semana, antes do próximo encontro. O envio
Dicas:
da prática é feito pelo grupo de mensagens.
• Nesta atividade que deverá ser feita durante a semana, es- Todas as práticas e experiências
colha uma pessoa de sua confiança e 1) Conte uma situação são convites que fazemos aos
do cotidiano que viveu e como se sentiu (exemplo de situa- participantes, para que possam
ção: caiu a internet no meio de uma conversa por vídeo). 2) levar os conteúdos dos encon-
Peça a essa pessoa que conte uma situação que ela viveu e tros para seu dia a dia. Nem
como ela se sentiu. sempre todos conseguem fazer,
• Enquanto faz a atividade, preste atenção às emoções que então programe-se para a par-
sente, e as sensações em seu corpo tanto ao contar a situa- tilha no próximo encontro com
ção como ao ouvir uma situação. ideias e testemunhos que você
possa trazer de sua própria vi-
• Na próxima semana falaremos sobre essa experiência.
vência ou de outras turmas.
Relato da facilitadora:
Cuidar do grupo de mensagens é desafiante em alguns momentos, principal-
mente quando são postadas mensagens que não tem relação com os encontros.
Dependendo do grupo, a interação é bem diferente, mas ao longo das turmas
percebi que é uma característica de cada grupo e um ótimo canal para envio das
práticas e tirar dúvidas.
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2º dia
PRATICAR A ESCUTA
DE SI E DO OUTRO
“Nossos relacionamentos têm o potencial de ser refúgio
sagrado, um lugar de cura e despertar. Com cada pessoa que
encontramos, podemos aprender a olhar atrás da máscara
e ver aquele que anseia amar e ser amado. Podemos lembrar
de dizer nossas bênçãos em voz alta.”
Tara Brach
Experiência 1
Nome: Como você chega?
Valor: Conexão
Habilidade: Autoconhecimento
Objetivo: Esta é uma atividade que vai ocorrer no início de cada encontro, com peque-
nas alterações de um dia para o outro, e tem como objetivo inserir o participante no
momento presente. Como se estivesse entrando em uma sala presencial, percebendo
como se sente neste momento, mas sem a intenção de mudar. O convite é contem-
plar seu ambiente interno chegando no encontro.
Materiais: -
Duração: 3 minutos
Como fazer:
• Hoje novamente vamos começar nosso encontro percebendo a nós mesmos. Observe como você
se sente, e diga, ou escreva em uma palavra, como você chega hoje neste encontro.
PERGUNTAS PARA GUIAR APRENDIZAGEM: Lembrem-se que não precisam mudar nada, apenas per-
ceba como está neste momento. O que é possível perceber? Quais são as sensações?
Dicas:
Dependendo do tamanho da turma, essa atividade também pode ser feita abrindo o
microfone e falando a palavra que conta como a pessoa chega. É possível ainda suge-
rir que cada participante que fala, chame o próximo que ainda não falou.
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Experiência 2
Nome: Relembrando o COM-TRATO
Valor: Convivência
Objetivo: Reafirmar e dar vida aos combinados e consolidar conhecimentos dos en-
contros anteriores, promovendo um tecer de saberes que vão sendo construídos a
cada encontro. Isso contribui para o engajamento e senso de pertencimento.
Duração: 5 minutos
Como fazer:
Relato da facilitadora:
É muito interessante perceber como, de forma sutil, já no segundo encontro consegui-
mos plantar a semente da interconectividade e interdependência.
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Experiência 3
Nome: Partilha sobre a prática
“Escutar a si mesmo e ao outro”.
Materiais: -
Duração: 10 minutos
Como fazer:
• No encontro anterior fizemos o convite para a prática da semana “Escutar a si mesmo e ao outro”
Alguém gostaria de compartilhar como foi vivenciar essa prática?
PERGUNTAS PARA GUIAR APRENDIZAGEM: Como foi a experiência de ouvir o outro tentando per-
ceber os julgamentos e deixá-los de lado por um tempo? Foi possível perceber as emoções presentes
quando falava e depois quando ouvia o relato do outro?
Dicas:
Relato da facilitadora:
Os momentos de partilha são por vezes intensos, para mim foram grandes oportunida-
des de aprendizado através da vivência do outro, principalmente para as pessoas que
não se sentem à vontade de partilhar. São muitos relatos de participantes mais quietos
no grupo mas que, ao final, nomeiam e agradecem pelo aprendizado que a partilha do
outro proporcionou.
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Experiência 4
Nome: Escuta que conecta, escuta que afasta.
Como fazer:
• Prepare-se para fazer encenações com duração de 1 a 2 minutos com os participantes. Cada uma
destas cenas terá uma pequena introdução e uma breve sessão de perguntas reflexivas para perce-
berem como se sentem assistindo as encenações.
• Após cada cena, retorne a postura de facilitador (sai do personagem que aqui chamamos Cida), per-
gunte como a pessoa se sentiu quando o interlocutor estava mais interessado em si do que a ouvir.
Cena 1
- Oi pessoal, o que vocês perceberam com a interrupção que a Cida fez? Vocês se identificam de algu-
ma maneira, seja quando estão falando ou ouvindo outras pessoas? Quantas vezes agimos assim em
nosso dia a dia sem perceber? Por enquanto apenas observem e percebam como se sentem ouvindo
a Cida.
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Experiência 4
Nome: Escuta que conecta, escuta que afasta.
Cena 2
Repetir Introdução
Cena 3
Repetir Introdução
Cena 4
Repetir Introdução
32
Experiência 4
Nome: Escuta que conecta, escuta que afasta.
PERGUNTAS PARA GUIAR APRENDIZAGEM: Você se viu em alguma das situações encenadas? O que
faltou nessas interações que poderia ter conectado as pessoas, ao invés de desconectar? O que você
achou da postura da “desescutadora”? Você percebe julgamentos? O que faz você se desconectar de
uma escuta? Em algum momento você julgou Desescutadora? Percebemos que algo acontecia com
ela, sem saber em qual contexto ela estava inserida, nem o que pode tê-la motivado a agir daquela for-
ma, e como essa falta de escuta e presença nos fez sentir.
Dicas:
O roteiro das encenações não é fixo, você pode encená-lo a partir do exemplo acima
ou mesmo inspirando-se nas pessoas de sua convivência que tem o mesmo tipo de
escuta que desconecta. Assim a encenação fica mais fluida e você mais tranquilo(a)!
Ensaiar frases e gestos para cada cena antes de começar ajuda também. Em todos os
momentos, observe a turma e os sinais de desconforto que são gerados, como risos
nervosos, balançando a cabeça entre outros.
Por meio da arte é possível enxergar e vivenciar situações que normalmente ficam
escondidas sob determinadas convenções sociais, por isso é muito precioso observar
que a encenação conecta os participantes e gera uma projeção de seus próprios atos.
Relato da facilitadora:
Eu gostei muito de fazer essa atividade pois a interpretação e interação com os partici-
pantes é muito rica, além de ser bastante divertido pois as pessoas vão se identificando
com os personagens.
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Experiência 5
Nome: Crachá
Materiais: Papel e caneta (pode ser lápis de cor ou canetinha), slide modelo.
Duração: 15 minutos
Como fazer:
• Para essa atividade, vamos usar o papel e caneta (ou lápis de cor ou canetinha) para criar um crachá
nosso de apresentação.
• Podemos deixar o papel no formato retangular, para parecer mesmo com um crachá. Convido você
a escrever no centro do papel o seu nome e nos quatro cantos uma palavra (ou frase) que descreva
um sonho, um valor, um medo e um talento que você tem.
• Vocês podem escolher qualquer sonho, valor, medo ou talento, não precisam se preocupar em es-
colher O mais importante da sua vida. Escolha um que SEJA SIMPLES, QUE VENHA LOGO À SUA
MENTE.
• Agora vamos dividir em grupos de três pessoas, nas salas simultâneas, e cada um tem três minutos
para se apresentar a partir dessas características.
• Algumas instruções importantes para escutar o colega: apenas ouça (não comente); seja curioso,
aberto; não acredite nos seus julgamentos ou avaliação sobre a pessoa; se notar pensamentos de
avaliação/interpretação volte a ficar atento ao que a pessoa fala. Dessa forma, cada um tem espaço
para falar sem ser interrompido.
34
Experiência 5
Nome: Crachá
2ª Parte
• Agora podemos partilhar nossa experiência com o grupo inteiro. Gostaria de ouvir sobre como foi
para vocês se apresentarem a partir dessas características: sonho, valor, medo e talento.
• PERGUNTAS PARA GUIAR APRENDIZAGEM: O que vocês notaram fazendo essa atividade? Como
foi falar sem ser interrompido e ouvir sem interromper?
• Estamos encerrando essa atividade, e deixamos uma pergunta, que não precisa ser respondida
agora, mas que nos ajude a nos perceber em nossas relações com o adolescente com quem convi-
vemos. A sua escuta te conecta ou desconecta do adolescente com quem você convive?
Dicas:
Relato da facilitadora:
Essa atividade permite que os participantes possam se conhecer melhor, agora a partir
de suas vulnerabilidades também. É comum eles trazerem a percepção de que a apre-
sentação a partir dessas características permite uma conexão rápida e profunda.
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Experiência 6
Nome: Encontro com a família
Por que ela não me Peito, barriga - Tristeza / frustração / Ir atrás dela - Caminhar
deu oi? Soco na barriga estranhamento atrás
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Experiência 6
Nome: Encontro com a família
Como fazer:
• Encontre uma posição confortável na sua cadeira, feche os olhos, ou deixe-os semi abertos, como for
mais confortável para você. Vou pedir para você imaginar uma cena\um cenário simples, e também
de forma simples, perceber o tanto que puder os seus pensamentos, emoções e sensações físicas.
• Imagine agora que você está na sala no apto da família XX, você vê os móveis, a mesa de refeições, e vê
também a (nome da figura materna da família fictícia) sentada no sofá assistindo televisão. Observe
se há sons nesse ambiente, vozes, sons da rua.
• Você escuta o barulho da porta se abrindo, e observa (nome do adolescente da família fictícia) entran-
do. (nome da figura materna da família fictícia) se levanta para recebê-la, e (nome do adolescente
da família fictícia) vai em direção a mãe e passa reto, sem cumprimentá-la.
• Agora perceba o que passa pela sua cabeça ao presenciar essa cena. Que pensamentos surgem? Per-
ceba quaisquer sentimentos. Há sensações no seu corpo ao presenciar essa cena? Note se tem um
impulso de tomar alguma atitude.
• Agora, desfaça esse cenário em sua mente, e com gentileza retorne a sua atenção a nossa sala virtual. 1
Com base nessa experiência, quem gostaria de compartilhar com o grupo como foi? Vou utilizar uma ta-
belinha para que possamos visualizar juntos tudo que acontece em nós no momento que algo acontece
e nos mobiliza de alguma forma.
• Olá! Gratidão por participar! Você pode nos dizer quais foram os pensamentos quando você presen-
ciou a chegada da adolescente. Nesse momento o facilitador(a) preenche a tabela com os insights
trazidos pelo participante, e segue o Inquiry, perguntando sobre as emoções, sensações no corpo, e
se havia alguma vontade urgente de fazer algo naquele momento.
Dicas:
Nessa atividade é comum o indivíduo falar de algo que vivenciou no passado, ou mes-
mo opiniões e sentimentos sobre a cena. Nosso papel como facilitadores é convidá-lo
a experiência presente, para que possa se conectar “com o que está vivo” no momento,
percebendo que cada uma destas questões (pensamentos, emoções, sensações e von-
tade de agir) acontecem simultaneamente, e quando apenas passamos por cima, con-
tinuamos apenas reagindo às situações, sem manejá-las e tampouco aprender com
elas.
Relato da facilitadora:
Essa é uma atividade que demandou de mim uma presença ainda mais consciente,
pois foi preciso “emprestar” algumas percepções e ajudar o participante a observar in-
ternamente tudo isso que acontece em breves instantes, ampliando tanto a sua percep-
ção como a auto observação.
1 - Bowen, S., Chawla, N., & Marlatt, G. A. (2015). Prevenção de recaída baseada em Mindfulness para comportamentos aditivos-um
guia para o clínico. Rio de Janeiro: Cognitiva.
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Experiência 7
Nome: PARAR
Valor: Conexão
Objetivo: Perceber a si mesmo, ao contexto e ganhar espaço para fazer escolhas com
consciência de cuidado consigo e com os outros
Materiais: Slide
Duração: 10 minutos
Parar
Percebemos o espaço
aberto de piloto automático
Atentar
Respirar Afunilamos a atenção
para experiência interna
Ampliar
Responder Percebemos o espaço aberto
de maior consciência
Como fazer:
• Vamos fazer uma meditação curta, que você pode usar a qualquer momento, em qualquer situação
e em qualquer lugar. Essa meditação se chama PARAR.
• Nesse momento, para melhorar seu aprendizado, é importante estar em um ambiente onde possa
não ser interrompido por uns 3 minutinhos pelo menos, e, se preferir, pode fechar os olhos. Se for
mais confortável, mantenha os olhos abertos.
• A primeira coisa que faremos é PARAR, exatamente como estamos agora, interromper qualquer
coisa que estejamos fazendo ou pensando e simplesmente parar para trazer nossa atenção com-
pletamente para nossa vida interior. É como se a gente fechasse nossos olhos para o mundo lá fora,
mas, na verdade, eles estão abertos para o que acontece dentro de nós.
• Convido você a levar sua atenção para ATENTAR sobre o que está acontecendo no seu corpo: quais
sensações você percebe nesse momento na sua pele? Percebe a temperatura? Os pontos de con-
tato do seu corpo com a roupa? Os pontos de pressão do seu corpo com a cadeira ou o chão que
dá suporte ao seu corpo nesse momento? Simplesmente notando toda e qualquer sensação que
esteja presente. Quais pensamentos passam pela sua cabeça? Que emoções estão presentes agora
com você? Não há nada certo ou errado, você está apenas atentando para a sua experiência nesse
momento.
• Agora vamos mover nossa atenção para o nosso RESPIRAR. Observe o ar entrando e saindo do seu
38
Experiência 7
5:
Nome: PARAR
Andando na Rua
corpo, perceba qual o ponto que mais chama atenção em você: é nas suas narinas? Na passagem
do ar pela garganta? Ou nos movimentos que seu peito faz ou seu abdômen? Note qual desses
pontos pode funcionar melhor como uma âncora para deixar sua atenção repousando por alguns
instantes na sua respiração. Você pode perceber se sua inspiração, que é quando o ar entra, está
diferente da sua expiração, que é quando o ar sai do nosso corpo. Veja se você consegue deixar a
sua expiração um pouco mais demorada que a sua inspiração, mas sem fazer pressão, tudo com
muita leveza. A expiração mais demorada é uma forma de acalmar nosso corpo. Tudo bem se não
conseguir dessa vez, você pode praticar isso outras vezes.
• Podemos deixar a respiração como pano de fundo nesse momento e AMPLIAR nossa atenção no-
vamente para o restante do corpo: quais sensações estão presentes? E pensamentos ou emoções?
Permanecem as mesmas ou algo novo surgiu? Podemos ampliar nossa percepção para tudo que
estiver presente agora na nossa experiência, de forma curiosa, como se a gente fosse um detetive
de nossa própria vida interior.
• E desse lugar de mais percepção sobre como você está agora, você pode RESPONDER com mais
consciência, de forma que suas escolhas possam cuidar de você mesmo e dos outros.
• Não se preocupe em encontrar uma resposta imediata, apenas treine abrir esse espaço de cons-
ciência cada vez mais até que as respostas coerentes aos seus valores apareçam com mais nitidez.
• Podemos então ir retomando a atenção para esse nosso espaço aqui com o grupo, abrindo os olhos
quando vocês se sentirem confortáveis. Essa atividade não tem partilha, mas aproveitem para dar
uma olhada nos seus colegas que estão aqui presentes. Assim como você, eles também têm uma
vida interior muito rica e intensa, que influencia muito as ações deles, e, talvez assim como você,
não tenham percepção disso. Contemple um pouco sobre o quanto nós somos parecidos nesse
aspecto, como seres humanos.
• É muito importante entender o que aconteceu aqui (Mostrar do PARAR). Nossa atenção costuma
estar no piloto automático, em um campo completamente aberto, e, ao PARAR, vamos pouco a
pouco afunilando nossa atenção na nossa experiência interna, até depois retornar aos estímulos
externos, de forma mais consciente.
• Como vocês estão saindo deste encontro? Como se sentem? Em uma frase ou palavra, o que vocês
têm a dizer?
Dicas:
Por ser uma meditação, o ideal é que possa ser praticado para si o suficiente para não necessitar ler
as instruções para os participantes, mas, sim, viver a meditação consigo mesmo enquanto narra as
instruções para os participantes. Mas, se houver necessidade de leitura, esta deve ser feita de forma
pausada e atenta com o tempo, para deixar os participantes “saborearem” cada instrução. Essa ativi-
dade é uma ferramenta para a regulação de um momento emocional, sendo muito útil para “resgate”
de momentos emocionais intensos, mas também seu uso pode ser útil em situações emocionais mais
neutras, apenas para praticar trazer mais consciência ao que se está fazendo. O tempo da meditação
pode ser adaptada para a ocasião, pode ter a duração de apenas alguns segundos ou alguns minutos,
demorando mais tempo na etapa de respiração. PARAR é um acrônimo que indica o desenho de uma
ampulheta, mostrando que nossa atenção costuma estar no piloto automático, em um campo com-
pletamente aberto, e, ao PARAR, vamos pouco a pouco afunilando nossa atenção na nossa experiência
interna, até depois retornar aos estímulos externos, de forma mais consciente.
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Experiência 8
Nome: “Como saio do nosso encontro”
Valor: Conexão
Habilidade: Autoconhecimento
Materiais: -
Duração: 10 minutos *
*O tempo desta atividade pode variar de acordo com o perfil da turma (mais ou
menos participativa), e pelo número de participantes.
Como fazer:
PERGUNTAS PARA GUIAR APRENDIZAGEM: Agora que você ouviu como os outros saem daqui, como
você se sente? Dá vontade de algo? Não precisa falar, apenas observe em você mesmo.
Relato da facilitadora:
As atividades “Como saio do nosso encontro” me surpreendiam muito, pois a par-
tir delas era possível perceber qual o direcionamento do grupo quanto às vivências
propostas e se a resposta era positiva ou não. Eu lembrava de não criar expectativas
nesse momento, pois entendo que cada grupo é único e algumas atividades que não
geram mobilizações em uma determinada turma, podem levar outra turma a ques-
tões bastante profundas e por vezes desafiantes.
40
3º dia
FATO E JULGAMENTO,
REAÇÕES AUTOMÁTICAS
“Às vezes os pais fazem coisas que criam uma ruptura
em uma conexão íntima. É nosso dever como pais refletir
sobre tais rupturas e nos esforçar para repará-las, para nos
desculpar por ter contribuído com o conflito”
Daniel Siegel
Experiência 1
Nome: Chegando no clima
Valor: Conexão
Habilidade: Autoconhecimento
Materiais: Slide
Duração: 8 minutos
Como fazer:
• Hoje novamente vamos começar nosso encontro percebendo a nós mesmos. Observe como você
se sente, e diga, checando as sensações no corpo, emoção presente ou pensamentos que possam
te levar a perceber como se sente no momento presente.
PERGUNTAS PARA GUIAR APRENDIZAGEM: Lembrem-se que não precisam mudar nada, apenas per-
ceba como está neste momento. O que é possível perceber?
Dicas:
Dependendo do tamanho da turma, essa atividade também pode ser feita abrindo o microfone
e falando a palavra que conta como a pessoa chega. É possível ainda sugerir que a cada partici-
pante que fala, chame o próximo que ainda não falou.
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Experiência 2
Nome: Retomando o encontro anterior
Duração: 12 minutos
Como fazer:
• Neste momento que começamos nosso terceiro encontro do curso Foco Família, conviver com as
emoções, vamos retomar o que vivenciamos até aqui.
• Percebemos como ouvir é um passo importante para estabelecer um diálogo, muitas vezes falamos
com a gente mesmo e nossos pensamentos, deixando de perceber o que o outro quer comunicar.
• Neste momento o facilitador(a) pode trazer alguma fala ou vivência da semana anterior para exem-
plificar o quanto a escuta pode nos afastar ou nos conectar com as pessoas com quem convivemos.
• Semana passada pudemos observar que escuta começa com a escuta de nós mesmos, dos nossos
pensamentos, e assim a gente abre espaço para ouvir genuinamente o outro. Lembrando que mais
do que não interromper, a escuta é um estado de presença no qual, em determinados momentos,
até podemos interromper, mas não para falar de nós, mas sim entender melhor e acolher o que o
outro nos traz.
PERGUNTAS PARA GUIAR APRENDIZAGEM: Como foi sua escuta essa semana? O que foi possível ob-
servar quanto a sua forma de escuta?
Dicas:
Nesse momento de retomada, é possível abrir para 1 ou 2 pessoas compartilharem suas expe-
riências durante a semana, sobre a forma como ouvem
43
Experiência 3
Nome: Como foi PARAR para você?
Habilidade: Autorregulação
Materiais: -
Duração: 15 minutos
Como fazer:
• Ou seja, é normal e esperado que nosso cérebro avalie a situação o mais rápido possível, mas o con-
vite é sair do piloto automático e ouvir de coração aberto a outra pessoa, e também avaliar o que de
fato está acontecendo. E para treinar isso na prática vamos fazer uma brincadeira chamada “vou te
contar uma história” (esta última frase já é o convite para a próxima experiência).
PERGUNTAS PARA GUIAR APRENDIZAGEM: Como foi a experiência Parar para perceber o que estava
acontecendo no seu ambiente interno, dando espaço para atentar, respirar? Foi possível perceber as
emoções e pensamentos? Foi possível apenas observar a sua respiração? E ao final, ampliando a aten-
ção ao ambiente, o que foi possível observar?
Relato da facilitadora:
O PARAR costuma ser a técnica que os participantes levam consigo por todo o curso
e além! Em certos momentos, eu utilizei também PARAR para me ajudar a manter a
presença em momentos mais desafiantes que ocorreram no curso.
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Experiência 4
Nome: Vou te contar uma história…
Objetivo: Perceber como nosso cérebro é condicionado a criar histórias e julgar si-
tuações com base em experiências anteriores sem perceber o que está acontecen-
do no momento presente.
Como fazer:
Nas orientações abaixo, quando ler pai, entenda neste caso a figura paterna. No exemplo abaixo, utili-
zamos o pai de uma família fictícia criada no primeiro dia.
Parte 1- Preparação do roteiro da história com os personagens da família criada pela turma.
• Agora convidamos vocês a ouvirem uma história, e na medida que forem ouvindo a história, vão
percebendo que a mente cria múltiplas interpretações a partir do que é contado.
• O pai está em casa, e assim como muitas pessoas durante a pandemia, começou a trabalhar de
casa, online.
• O adolescente tem utilizado bastante telas em geral (celular, vídeo game), e foi feito um combinado
entre eles, de que durante um certo período do dia, os filhos não poderiam acessar sites, jogar e
nem mexer no celular. Um dia, (personagem figura materna ou paterna) teve uma folga entre uma
atividade e outra e saiu do quarto, encontrou o/a (adolescente) na cozinha, assistindo vídeo no celu-
lar no horário que haviam combinado não ter uso de telas. O pai/mãe começou a ficar muito bravo,
o estômago revirou.
• Pausa: Agora, perceba os seus pensamentos, o que você acha que está acontecendo nessa cena?
• Perceba o que você sente por\pela (figura materna ou paterna) quando pensa isso? O que você
sente pelo adolescente?
• Continuando: O pai (figura materna ou paterna) começou a gritar que não acreditava no que estava
vendo, que era um absurdo ele/ela estar no celular, e ainda ficar vendo video no horário que era para
estudar...disse para o\a adolescente que estava de castigo por 1 mês sem celular, e que depois disso
não ia confiar mais nele\nela ( tudo isso falando bem alto).
• Pausa: Agora, perceba seus pensamentos, você tem alguma opinião ou julgamento sobre a atitude
do adolescente? Pensa alguma coisa sobre a atitude do pai?
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Experiência 4
Nome: Vou te contar uma história…
• Perceba se tem emoções presentes nesse momento. Perceba o que você sente por (figura paterna)
quando pensa isso. O que você sente por (adolescente)? Mudou alguma coisa?
• Continuando: adolescente ficou vermelho/a, olhava para a tela, olhava para o pai sem responder,
então o pai foi se aproximando e observou que (adolescente) estava em uma reunião do grupo de
trabalho, e o vídeo fazia parte da atividade da escola.
Parte 2 - Criação da sala e envio da turma para salas simultâneas. Orientamos que as salas sejam
formadas sempre por trios.
• Agora, convidamos a todos a conversarem nas salas simultâneas, em trios, como foi se perceber jul-
gando uma situação sem saber ao certo o que estava acontecendo? O objetivo é que vocês possam
dialogar sobre a experiência de se perceberem criando histórias na mente, a partir da história que é
contada, e não tentar encontrar soluções ou julgar a cena que acontece na história.
• Parte 3 - Após o tempo estipulado, trazer os participantes de volta para a sala principal.
• Como foi fazer a atividade, que percepções vocês tiveram nas salas. Isso já aconteceu com você?
Vocês perceberam que no encontro anterior, em que a Cida não estava atenta a escuta, tivemos al-
guns julgamentos sobre ela, e depois pudemos perceber que, não sabíamos ao certo seu contexto,
tampouco o que a motivou a agir daquela forma. Pudemos perceber também como nos sentimos
ao presenciar conversas como aquelas que são tão comuns em nosso dia a dia (referência a expe-
riência 4 do Dia 2).
PERGUNTAS PARA GUIAR APRENDIZAGEM: Foi possível perceber a diferença entre o fato e o julga-
mento na atividade que fizemos? Nossa mente foi desenvolvida e refinada por milhares de anos para
julgar de forma rápida para nossa segurança, mas nem sempre essa avaliação é o que está aconte-
cendo de fato. A partir dessa experiência, você pode começar a praticar em seu dia a dia. Quando algo
acontecer, convide-se a perceber, “estou observando o fato, ou julgando a partir de experiências ante-
riores?”
Dicas:
Esteja preparado para acolher os participantes, essa atividade é intensa e promove muitos in-
sights. Esteja atento ao tempo, pois apesar de parecer extensa, pode acontecer de muitas pes-
soas pedirem a palavra e o tempo de repente ficar apertado!
Relato da facilitadora:
A experiência de me perceber julgando é muito rica e ao mesmo tempo mobilizadora.
Esta atividade propicia uma intensa identificação com os outros participantes, e tam-
bém sentimentos de culpa e arrependimento. Foi importante estar preparada para
acolher o que viesse, e ajudar os participantes a se acolherem também, por meio da
auto aceitação, auto compaixão e lembrando de que é sempre possível reparar, pedir
desculpas, quando por ventura julgamos mal ou nos excedemos.
46
Experiência 5
Nome: Como você gostaria que
falassem com você?
Materiais: Roteiro das formas de falar através de um “fato”, e a mesma ideia de co-
municação feita através de um “julgamento”.
Duração: 15 minutos
Como fazer:
• Como vocês puderam perceber, existem diversas formas de ouvir, e diversas formas de nos comuni-
car, e isso tudo acontece mediado pelo que pensamos e sentimos sobre uma determinada situação.
• Nunca teremos acesso a todos os ângulos sobre uma determinada situação, e precisamos cuidar
para que a forma de expressar o que sentimos não seja carregada dos julgamentos ou avaliações
que fazemos das situações;
• Vou falar algumas frases agora de duas formas, e vocês me dizem qual delas conecta, e qual des-
conecta.
• Frase 1 e 1.2:
- Percebi que você não concluiu aquela tarefa que combinamos, quando você irá concluir?
• Frase 2 e 2.1
- Hoje você não guardou as roupas limpas no armário, pode guardá-las agora?
• Frase 3 e 3.1
- Percebo que você não está prestando atenção ao que estou falando agora.
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Experiência 5
Nome: Como você gostaria que
falassem com você?
PERGUNTAS PARA GUIAR APRENDIZAGEM: o que vocês sentiram no corpo ao ouvir as duas frases?
Como foi com a primeira? e a segunda? Se elas fossem ditas a você, qual preferiria ouvir? Porque?
• Como seria possível mudar a forma como nos expressamos com base nos fatos e não nos julgamen-
tos? O que muda? Até a entonação de nossa voz muda quando nos expressamos com base em nos-
sos julgamentos e avaliações. Como o PARAR pode ajudar nesses momentos? Foi possível perceber
a razão disso acontecer? Quando rotulamos, ou falamos com base no nosso julgamento ao invés
de falarmos o fato, automaticamente a pessoa se prepara para se defender, e nesse momento as
portas do diálogo se fecham.
• Como fazemos combinados com o adolescente? Seriam esses combinados unilaterais? Outra ques-
tão é como os adultos confundem o “falar” com o conversar. Uma conversa onde apenas um fala, no
caso pais ou cuidadores, as portas do diálogo se fecham e existe aí um monólogo.
Dicas:
Relato da facilitadora:
Essa atividade é muito divertida! E ao mesmo tempo trouxe para mim e para os
participantes insights importantes sobre nossa própria forma de nos comunicarmos.
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Experiência 6
Nome: Avaliação e observação.
Duração: 5 minutos
Como fazer:
• Agora, faremos a leitura de um poema por Ruth Bebermeyer, e transcrita por Marshall Rosenberg
em seu livro Comunicação não violenta (p.51), criador de uma das teorias que utilizamos como base
deste curso, chamada Comunicação não violenta. Convidamos a todos que abram ouvidos, mente
e coração para a leitura a seguir:
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Experiência 6
Nome: Avaliação e observação.
PERGUNTAS PARA GUIAR APRENDIZAGEM: Como este poema se conecta com as atividades anterio-
res? Você já se percebeu julgando e rotulando? Como é isso com o adolescente com quem convive?
Dicas:
Leia o poema antes da atividade, sinta as palavras e medite sobre como temos um olhar cris-
talizado sobre o outro. Assim, ao ler para os participantes, poderá sentir em si o efeito dessas
palavras no grupo. Esta é uma atividade importante, porém, caso o tempo comece a ficar curto,
está tudo bem não fazer a leitura durante o encontro, mas enviá-la posteriormente no grupo ou
por email.
Relato da facilitadora:
Este poema complementa de forma artística as atividades desenvolvidas anterior-
mente. A arte nos toca de formas diferentes, ampliando e consolidando o entendi-
mento dos conceitos apresentados e vivenciados.
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Experiência 7
Nome: PARAR
Valor: Autoconsciência
Objetivo: Perceber a si mesmo, ao contexto e ganhar espaço para fazer escolhas com
consciência de cuidado consigo e com os outros
Materiais: -
Duração: 10 minutos
Como fazer:
• Vamos fazer a meditação PARAR que você já conhece. Vou repetir as instruções caso algum colega
não estava presente.
• Nesse momento, para melhorar seu aprendizado, é importante estar em um ambiente onde possa
não ser interrompido por uns 3 minutinhos pelo menos, e, se preferir, pode fechar os olhos. Se for
mais confortável, mantenha os olhos abertos.
• A primeira coisa que faremos é PARAR, exatamente como estamos agora, interromper qualquer
coisa que estejamos fazendo ou pensando e simplesmente parar para trazer nossa atenção com-
pletamente para nossa vida interior. É como se a gente fechasse nossos olhos para o mundo lá fora,
mas, na verdade, eles estão abertos para o que acontece dentro de nós.
• Convido você a levar sua atenção para ATENTAR sobre o que está acontecendo no seu corpo: quais
sensações você percebe nesse momento na sua pele? Percebe a temperatura? Os pontos de con-
tato do seu corpo com a roupa? Os pontos de pressão do seu corpo com a cadeira ou o chão que
dá suporte ao seu corpo nesse momento? Simplesmente notando toda e qualquer sensação que
esteja presente. Quais pensamentos passam pela sua cabeça? Que emoções estão presentes agora
com você? Não há nada certo ou errado, você está apenas atentando para a sua experiência nesse
momento.
• Agora vamos mover nossa atenção para o nosso RESPIRAR. Observe o ar entrando e saindo do seu
corpo, perceba qual o ponto que mais chama atenção em você: é nas suas narinas? Na passagem
do ar pela garganta? Ou nos movimentos que seu peito faz ou seu abdômen? Note qual desses
pontos pode funcionar melhor como uma âncora para deixar sua atenção repousando por alguns
instantes na sua respiração. Você pode perceber se sua inspiração, que é quando o ar entra, está
diferente da sua expiração, que é quando o ar sai do nosso corpo. Veja se você consegue deixar a
sua expiração um pouco mais demorada que a sua inspiração, mas sem fazer pressão, tudo com
muita leveza. A expiração mais demorada é uma forma de acalmar nosso corpo. Tudo bem se não
conseguir dessa vez, você pode praticar isso outras vezes.
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Experiência 7
Nome: PARAR
• Podemos deixar a respiração como pano de fundo nesse momento e AMPLIAR nossa atenção no-
vamente para o restante do corpo: quais sensações estão presentes? E pensamentos ou emoções?
Permanecem as mesmas ou algo novo surgiu? Podemos ampliar nossa percepção para tudo que
estiver presente agora na nossa experiência, de forma curiosa, como se a gente fosse um detetive
de nossa própria vida interior.
• E desse lugar de mais percepção sobre como você está agora, você pode RESPONDER com mais
consciência, de forma que suas escolhas possam cuidar de você mesmo e dos outros.
• Não se preocupe em encontrar uma resposta imediata, apenas treine abrir esse espaço de cons-
ciência cada vez mais até que as respostas coerentes aos seus valores apareçam com mais nitidez.
• Podemos então ir retomando a atenção para esse nosso espaço aqui com o grupo, abrindo os olhos
quando vocês se sentirem confortáveis. Essa atividade não tem partilha, mas aproveitem para dar
uma olhada nos seus colegas que estão aqui presentes. Assim como você, eles também têm uma
vida interior muito rica e intensa, que influencia muito as ações deles, e, talvez assim como você,
não tenham percepção disso. Contemple um pouco sobre o quanto nós somos parecidos nesse
aspecto, como seres humanos.
• É muito importante entender o que aconteceu aqui (Mostrar do PARAR). Nossa atenção costuma
estar no piloto automático, em um campo completamente aberto, e, ao PARAR, vamos pouco a
pouco afunilando nossa atenção na nossa experiência interna, até depois retornar aos estímulos
externos, de forma mais consciente.
• Como vocês estão saindo deste encontro? Como se sentem? Em uma frase ou palavra, o que vocês
têm a dizer?
Dicas:
Por ser uma meditação, o ideal é que possa ser praticado para si o suficiente para não necessitar ler
as instruções para os participantes, mas, sim, viver a meditação consigo mesmo enquanto narra as
instruções para os participantes. Mas, se houver necessidade de leitura, esta deve ser feita de forma
pausada e atenta com o tempo, para deixar os participantes “saborearem” cada instrução. Essa ativi-
dade é uma ferramenta para a regulação de um momento emocional, sendo muito útil para “resgate”
de momentos emocionais intensos, mas também seu uso pode ser útil em situações emocionais mais
neutras, apenas para praticar trazer mais consciência ao que se está fazendo. O tempo da meditação
pode ser adaptada para a ocasião, pode ter a duração de apenas alguns segundos ou alguns minutos,
demorando mais tempo na etapa de respiração. PARAR é um acrônimo ilustrado na que indica o de-
senho de uma ampulheta, mostrando que nossa atenção costuma estar no piloto automático, em um
campo completamente aberto, e, ao PARAR, vamos pouco a pouco afunilando nossa atenção na nossa
experiência interna, até depois retornar aos estímulos externos, de forma mais consciente.
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Experiência 8
Nome: “Como saio do nosso encontro”
Valor: Autorregulação
Habilidade: Autoconhecimento
Materiais: -
Duração: 10 minutos *
*O tempo desta atividade pode variar de acordo com o perfil da turma (mais ou
menos participativa), e pelo número de participantes.
Como fazer:
PERGUNTAS PARA GUIAR APRENDIZAGEM: Agora que você ouviu como os outros saem daqui, como
você se sente? Dá vontade de algo? Não precisa falar, apenas observe em você mesmo.
Relato da facilitadora:
As atividades “Como saio do nosso encontro” me surpreendiam muito, pois a par-
tir delas era possível perceber qual o direcionamento do grupo quanto às vivências
propostas e se a resposta era positiva ou não. Eu lembrava de não criar expectativas
nesse momento, pois entendo que cada grupo é único e algumas atividades que não
geram mobilizações em uma determinada turma, podem levar outra turma a ques-
tões bastante profundas e por vezes desafiantes.
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Experiência 9
Nome: Prática da semana “Fato e emoção”
Duração: 4 minutos
54
Experiência 9
Nome: Prática da semana “Fato e emoção”
Como fazer:
• Essa prática é um convite para percebermos primeiro nossos pensamentos decorrentes de fatos
ocorridos, e após este passo, nomear a emoção que está presente.
• Para nos ajudar a perceber as emoções e ampliar nosso repertório de estados emocionais, envia-
mos junto à atividade uma lista baseada no livro Comunicação Não Violenta de Marshall Rosenberg
(2015).
Dicas:
Todas as práticas e experiências são convites que fazemos aos participantes, para que possam
levar os conteúdos dos encontros para seu dia a dia. Nem sempre todos conseguem fazer, então
programe-se para a partilha no próximo encontro com ideias e testemunhos que você possa
trazer de sua própria vivência ou de outras turmas.
Relato da facilitadora:
Esse é o primeiro contato estruturado da maioria dos participantes com a comunica-
ção não violenta, com a percepção de pensamentos e como o que pensamos influen-
cia em nossas ações. Perceber que há um pensar, um sentir, e que o corpo também
responde às situações e aos nossos pensamentos é muito importante.
55
4º dia
EMOÇÕES E
NECESSIDADES
“Isto é educação emocional na prática: dar às pessoas as
ferramentas que lhes permitam sair da insensibilidade
emocional ou do caos assustador, para uma vivência
emocionalmente equilibrada, positiva e centrada no coração”
Claude Steiner
Experiência 1
Nome: O Pote
Valor: Conexão
Habilidade: Autoconsciência
Duração: 10 minutos
Como fazer:
• Imagine que seu corpo é um pote. A função do pote é ar- Essa é uma atividade de aber-
mazenar conteúdos, e sua capacidade de fazer isso depen- tura, então uma postura aco-
de de algumas condições. Por exemplo: se o pote estiver lhedora e animada pode tra-
furado, nenhum conteúdo para. Tudo vai vazar. zer um ambiente positivo ao
curso, favorecendo abertura
• Agora observe seu corpo, faça uma pausa de segundos e dos participantes. A ideia não
observe como está seu “pote” hoje. Vou mostrar algumas é tomar muito tempo, mas fa-
opções (hora de mostrar as imagens dos potes). zer um esquenta, uma checa-
gem de como chegam. Outros
• O pote pode estar furado (nenhum conteúdo para), enve- potes podem ser criados pelos
nenado (qualquer conteúdo que entra é modificado), vira- participantes, e isso é muito
do para baixo (bloqueado para receber qualquer conteúdo), bem-vindo, pois torna a ativi-
vazio e mal posicionado (preparado para receber qualquer dade mais personalizada ao
conteúdo, mas posicionado muito acima da garrafa) ou va-
clima da turma.
zio e posicionado (preparado para receber qualquer con-
teúdo e posicionado para receber o conteúdo).
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Experiência 1
Nome: O Pote
PERGUNTAS PARA GUIAR A APRENDIZAGEM: vocês tinham percebido como estavam antes de co-
meçar essa atividade? Por que checar o pote é importante? Em quais momentos seria importante
checar nosso “pote” no dia a dia?
Relato da facilitadora:
Foi revelador ver a diversidade de estados que cada pessoa chega na sala de aula.
Fiquei animada! Muitas variações do pote surgiram (meio cheio e com furo pequeno,
por exemplo), demonstrando bom entendimento e engajamento dos participantes.
FURADO VAZIO
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Experiência 2
Nome: Memórias do encontro anterior
Duração: 5 minutos
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Experiência 2
Nome: Memórias do encontro anterior
Como fazer:
• Vamos começar nosso encontro hoje relembrando a jornada que percorremos ao longo dos 3 en-
contros anteriores, percebemos a importância da escuta interna (como me sinto, meus pensamen-
tos), da escuta externa, ou seja, nossa abertura e curiosidade para ouvir o outro, e também como
muitas vezes reagimos aos pensamentos sobre os fatos, e não necessariamente sobre os fatos em
si.
• Como vocês percebem que o cansaço e sobrecarga atrapalham na convivência? pois cuidar de nós
nem sempre é prioridade.
• O que é possível fazer, dentro da realidade objetiva de cada mãe e pai aqui presente, para que o
autocuidado esteja presente?
PERGUNTAS PARA GUIAR APRENDIZAGEM: O que é possível fazer frente aos desafios que você viven-
cia hoje? Será que o adolescente com quem você convive também está passando por desafios?
Dicas:
Relato da facilitadora:
A retomada é sempre muito rica e uma ótima oportunidade para reforçar ou comple-
mentar pontos do encontro anterior que por falta de tempo ou alguma outra questão,
não foi possível de ser abordado da forma planejada, ou ainda se ficaram dúvidas.
Aproveite essa oportunidade para checar se os conceitos apresentados até aqui estão
sendo apreendidos pelos participantes.
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Experiência 3
Nome: Partilha sobre a prática “Fato e emoção”
Duração: 10 minutos
Como fazer:
• Nos encontros anteriores pudemos perceber como funciona esse piloto automático que traz uma
cascata de emoções, sensações, pensamentos e vontade de agir. Nesta prática, foi possível começar
a exercitar a observação do que ocorre em nós. Hoje vamos dar mais um passo para perceber e nos
ajudar a manejar essas emoções de forma que possamos agir de modo mais consciente, respeitoso
e compassivo conosco mesmo e com o adolescente com quem convivemos.
PERGUNTAS PARA GUIAR APRENDIZAGEM: Como foi para você perceber a emoção? Foi possível no-
mear? A lista contribuiu para você ampliar o repertório de emoções?
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Experiência 3
Nome: Partilha sobre a prática “Fato e emoção”
Dicas:
Tenha já preparada a lista de emoções caso seja necessário no decorrer da atividade. É im-
portante na nossa condução oferecer a equanimidade das emoções, introduzindo o con-
ceito de que toda emoção se revela para cuidar de algo importante para nós e por isso,
embora algumas emoções possam ser desconfortáveis, elas não podem ser classificadas
como negativas ou ruins. Tentar fugir das emoções desconfortáveis nos tira a oportunidade
de investigar o que realmente é importante para nós que essa emoção está tentando cuidar.
Relato da facilitadora:
Não estamos acostumados a olhar para dentro, perceber o que sentimos e nomear as
emoções. Um cuidado que tive nesta experiência foi ajudar os participantes a diferen-
ciar emoções que sentimos, ou uma tentativa de colocar sobre o outro a responsabi-
lidade do que sentimos, por exemplo: “Você me ofendeu”, ao invés de buscar nomear
aquilo que sentiu de fato, que pode ser tristeza, decepção etc.
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Experiência 4
Nome: Valores e Necessidades
Duração: 17 minutos
5 minutos retomada da nuvem de palavras + 12 minutos sala simultânea
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Experiência 4
Nome: Valores e Necessidades
Como fazer:
Parte 1
• Agora vamos voltar ao nosso primeiro encontro e ver novamente a nossa nuvem de palavras, com
os valores que decidimos juntos cuidar ao longo de nossa jornada.
• Vejam que dentro desse grupo há muitos valores em comum, e agora eu gostaria de apresentar
para vocês um modo diferente de olhar para esses valores, que são as necessidades humanas uni-
versais!
• Em nosso caminho até aqui, percebemos a importância de observar os fatos, perceber nossos jul-
gamentos e como nos sentimos. As emoções são como mensageiras de que nossas necessidades
estão ou não estão sendo atendidas. “Do que você estava precisando cuidar, que necessidade es-
tava ou não sendo atendida?
• Agora, convidamos vocês para juntos, nas salas simultâneas, conversarem sobre a prática da sema-
na e qual necessidade poderia estar presente sendo ou não atendida na situação ou fato vivencia-
do. “Do que você estava precisando cuidar, que necessidade estava ou não sendo atendida?
Parte 2
• As necessidades são compartilhadas por todos nós, em qualquer lugar do mundo e cultura, aqui va-
mos usar a lista compilada por Marshall Rosenberg em seu livro “ Comunicação não violenta (2006).
PERGUNTAS PARA GUIAR APRENDIZAGEM: Foi possível identificar as necessidades? Foi possível no-
mear? A lista contribuiu para você ampliar o repertório de necessidades?
Dicas:
Nessa atividade a conexão dos valores da nuvem de palavras, com as necessidades universais
contribui para o entendimento. Mas lembre-se que se conectar com a necessidade demanda
treino, tempo e muitas vezes nessa primeira atividade os participantes têm mais dificuldade de
apreender o que significa. Por isso, esteja preparada(o) para acolher o não saber e abrir espaço
para a aprendizagem que o grupo em si, através do diálogo, pode oferecer.
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Experiência 4
Nome: Valores e Necessidades
Relato da facilitadora:
Um dos principais desafios nessa atividade é a confusão entre necessidades e estra-
tégias. Por exemplo, dinheiro é uma estratégia que usamos para atendermos às ne-
cessidades de proteção física, de segurança, de nutrição ou de lazer. Outro desafio é a
compreensão equivocada que identificar as necessidades nos coloca no lugar de pre-
cisar atendê-las a qualquer custo, especialmente quando essas necessidades parecem
“conflitar” com necessidades de outras pessoas, por exemplo, eu tenho necessidade de
silêncio e paz e o adolescente com quem convivo tem necessidade de expressão e di-
versão, que por meio da estratégia de ouvir música alta, ele está buscando contemplar
sua necessidade, mas não atende a minha. Nesse caso, simplesmente desligar o som
não cuida de todos os envolvidos, mas talvez a estratégia de um fone de ouvido pode
cuidar. Nem sempre vai ser fácil identificar as estratégias que cuidam de todas as ne-
cessidades, mas o caminho do diálogo e acolhimento das necessidades de todos é mais
propício para a criatividade dessas estratégias do que a decisão individual.
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Experiência 5
Nome: Tente adivinhar
Valor: Conexão
Materiais:
- O facilitador/a precisa estar com a história do encontro anterior em mãos.
- Slide com a lista de necessidades que foi disponibilizada na experiência anterior.
Como fazer:
• Nesta experiência de aprendizagem o facilitador/a retoma a história e vai perguntando o que o per-
sonagem podia estar precisando naquele momento de conflito.
• Agora vamos apresentar para vocês uma lista de palavras que são necessidades humanas univer-
sais, compilado por Marshall Rosenberg para nos ajudar a aumentar nosso vocabulário de necessi-
dades, assim como fizemos com as emoções.
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Experiência 6
Nome: Viagem no tempo
Materiais: Slide com nuvem de palavras do Com-trato desta turma e uma nuvem da
turma dos adolescentes.
Como fazer:
Parte 1
• Nosso convite agora é para que você faça uma breve viagem no tempo.
• Tente trazer da memória as necessidades que foram ou não atendidas quando você era adoles-
cente.
• Escolha uma situação corriqueira da sua adolescência como uma festa que os pais não deixaram
que você fosse, ou um presente que recebeu, ou uma amizade de quem gostava ou teve conflitos.
• Agora, nas salas simultâneas, conversem sobre essas experiências e logo mais retornamos à sala
principal.
Parte 2:
• De volta a sala principal, gostaríamos de mostrar para vocês a nuvem de palavras do nosso grupo, e
as necessidades/ valores que escolhemos cuidar. Ao lado está a nuvem de palavras dos adolescen-
tes de uma turma do FO-CO Adolescentes. O que vocês percebem quando observam essas duas
nuvens de palavras? Quem gostaria de compartilhar?
Perguntas para guiar aprendizagem: Como foi perceber as próprias necessidades quando adolescen-
te, e entrar em contato agora com a nuvem dos adolescentes?
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Experiência 6
Nome: Viagem no tempo
Dicas:
Esta experiência pode mobilizar o participante caso este acesse memórias dif íceis, esteja
preparado/a para acolher e oferecer uma escuta em outro momento fora do encontro. Ao
mesmo tempo, é uma grande oportunidade do adulto reconhecer e apreciar a alteridade
do adolescente com quem convive, oferecendo a opção de fazer diferente do que recebeu
quando era adolescente.
Relato da facilitadora:
Como a nossa geração foi mais exposta à uma educação autoritária e menos afetiva,
essa é uma experiência que inicialmente me causou preocupação se eu conseguiria
sustentar a emoção da turma, pela evocação de memórias por vezes dolorosas. Mas
ao longo de algumas experiências, ficou claro o potencial de “virada de chave” que
esse tipo de experiência compartilhada promove e isso é um dos principais objetivos
do programa. Vale a pena cuidar de si para oferecer essa experiência com bastante
presença e autenticidade, deixando que o ambiente vulnerável seja enriquecedor ao
invés de assustador.
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Experiência 7
Nome: Leitura do poema
“Palavras são janelas ou são paredes”.
Duração: 3 minutos
Como fazer:
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Experiência 8
Nome: Partilha sobre a prática
“Fato, emoção e necessidade”.
Duração: 10 minutos
Dica:
Como fazer:
• No encontro anterior fizemos o convite para a prática da semana “Fato, emoção e necessidade”.
• Nos encontros anteriores pudemos perceber como funciona esse piloto automático que traz uma
cascata de emoções, sensações, pensamentos e vontade de agir. Nesta prática, foi possível co-
meçar a exercitar a observação do que ocorre em nós, percebendo nossas emoções. Hoje vamos
dar mais um passo para perceber quais as necessidades que estão ou não estão sendo atendidas
nesta situação que você escolher para a prática.
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Experiência 8
Nome: Partilha sobre a prática
“Fato, emoção e necessidade”.
Dicas:
Relato da facilitadora:
Não estamos acostumados a olhar para dentro, perceber o que sentimos e nomear as
emoções e nossas necessidades. Importante salientar que perceber e nomear nossas
necessidades é importante para nos conhecermos e buscarmos o que é importante, as
outras pessoas não são obrigadas a satisfazer nossas necessidades, e esse é um ponto
importante nesta caminhada, a auto responsabilidade sobre conhecer nossas emoções
e necessidades, levando em conta que o outro também tem suas necessidades.
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5º dia
TECENDO SABERES
Valor: Conexão
Materiais: Slide
Duração: 3 minutos
Como fazer:
• Hoje novamente vamos começar nosso encontro percebendo a nós mesmos. Observe como você
se sente, e diga, ou escreva em uma palavra, como você chega hoje neste encontro.
Perguntas para guiar aprendizagem: Lembrem-se que não precisam mudar nada, apenas percebam
como está neste momento. O que é possível perceber?
Dicas:
Dependendo do tamanho da turma, essa atividade também pode ser feita abrindo o micro-
fone e falando a palavra que conta como a pessoa chega. É possível ainda sugerir que a cada
participante que fala, chame o próximo que ainda não falou.
Relato da facilitadora:
No último encontro essa atividade traz o sentimento de gratidão e também expec-
tativa, afinal foram 5 semanas juntos! Um misto de tristeza pela turma que acaba,
e alegria pela oportunidade que todos têm de mudar para melhor suas relações em
família!
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Experiência 2
Nome: Partilha sobre a prática
“Fato, emoção e necessidade”.
Duração: 10 minutos
Dica:
Como fazer:
• No encontro anterior fizemos o convite para a prática da semana “Fato, emoção e necessidade”
Perguntas para guiar aprendizagem: Como foi para você observar a necessidade por trás da emoção?
Foi possível nomear? A lista contribuiu para você ampliar o repertório de necessidades?
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Experiência 2
Nome: Partilha sobre a prática
“Fato, emoção e necessidade”.
Dicas:
Tenha em mente que os momentos de partilha são convites, e que em algumas turmas nem
sempre haverá uma intensa participação. Porém, na maioria das vezes muitas pessoas que-
rem participar. Por isso, tenha sempre atenção ao tempo das atividades, e caso comece a
atrasar, diga que nesse momento a fala será aberta a 3 pessoas, por exemplo.
Relato da facilitadora:
Os momentos de partilha são por vezes intensos, e surgem grandes oportunidades de
aprendizado através da vivência do outro, principalmente para as pessoas que não
se sentem à vontade de partilhar. Como facilitadora, alguns desses momentos foram
desafiantes, mas ao longo do programa criamos um vínculo que permite um apoio
autêntico tanto nossa quanto do grupo quando surgem situações mais mobilizadoras.
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Experiência 3
Nome: Tecendo saberes
Duração: 30 minutos
Como fazer:
Parte 1:
• Agora vamos acompanhar a família fictícia em mais um capítulo de sua vida diária. Prestem aten-
ção a essa história:
“(Nome do adolescente da família fictícia), que está no nono ano, tem 14 anos, está bem concentrada
reunindo materiais recicláveis para um trabalho da escola. Ela está em seu quarto, já separou algumas
garrafas pet, tampinhas e algumas caixas de leite, olhou para o relógio e percebeu que ia se atrasar para
a escola, fechou a porta do quarto e saiu feliz por ter adiantado essa parte do trabalho que precisa ser
entregue ao final da semana.
Algumas horas depois, enquanto (Nome do adolescente da família fictícia) estava na escola, (Nome da
figura materna da família fictícia), a mãe, entrou no quarto e viu aquela bagunça, “”um monte de lixo”,
e apesar de não entender bem, pensou em ajudar a filha a arrumar a bagunça, juntou tudo em um
saco grande e colocou no lixo.
Quando (Nome do adolescente da família fictícia) chegou da escola, ficou furiosa ao chegar no quarto
e não ver os itens separados tão cuidadosamente para o trabalho, foi a sala e perguntou quem tinha
acabado com todo o trabalho dela. (Nome da figura materna da família fictícia), que estava na sala,
veio ao encontro da filha explicando que tinha ajudado a menina a arrumar aquela bagunça, e estava
esperando que (Nome do adolescente da família fictícia) fosse mais agradecida.
• Nessa jornada que percorremos ao longo dos 3 encontros anteriores, percebemos a importância da
escuta interna (como me sinto, meus pensamentos), da escuta externa, ou seja, nossa abertura e
curiosidade para ouvir o outro, e também como muitas vezes reagimos aos pensamentos sobre os
fatos, e não necessariamente sobre os fatos em si.
• Percebemos que muitas vezes o cansaço e sobrecarga podem nos atrapalhar na convivência, pois
nem sempre colocamos como prioridade cuidar de nós
• Assim, nosso convite é perceber o que é possível dentro da realidade objetiva de cada mãe e pai
aqui presente.
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Experiência 3
Nome: Tecendo saberes
Agora, nas salas simultâneas, vamos olhar e conversar sobre o fato, as emoções e necessidades presen-
tes nessa cena. Pensando nesta história que você ouviu, e lembrando do que aprendemos até agora,
quais os fatos, emoções e necessidades você acha que (Nome do adolecente da família fictícia) tinha
nessa cena? E (Nome da figura materna da família fictícia)?
Ao retornar da sala, quem gostaria de partilhar como foi e o que vocês identificaram?
Parte 2: Agora, o convite é conversar nos pequenos grupos sobre como essa história pode terminar de
forma que todos estariam sendo cuidados. Cuidando de você e cuidando da pessoa? Quais ações em-
páticas poderiam ser tomadas?
PERGUNTAS PARA GUIAR APRENDIZAGEM: O que é possível fazer frente aos desafios que você viven-
cia hoje? Será que o adolescente com quem você convive também está passando por desafios?
Dicas:
Relato da facilitadora:
Aproveitei esta atividade para perguntar sobre dúvidas que ainda permanecem, ou
algum aspecto que ainda precisa de clareza. Foi muito interessante perceber como os
conteúdos apresentados durante o programa emergem lindamente nesta experiência
de aprendizagem!
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Experiência 4
Nome: Percebo, mas como agir?
Duração: 5 minutos
Como fazer:
• Um ponto importante neste diálogo é trazer aos participantes a ideia de que toda mudança precisa
de intenção, prática, e assim como todos os humanos, vamos errar. Mas a diferença a partir de agora
é o convite para acolher o erro, e com intenção fazer diferente em uma próxima oportunidade.
PERGUNTAS PARA GUIAR APRENDIZAGEM: O que é possível fazer frente aos desafios que você viven-
cia hoje? Será que o adolescente com quem você convive também está passando por desafios?
Relato da facilitadora:
Gostei muito de fazer essa atividade pois nesse momento do programa, depois de
todo a jornada percorrida, os participantes esperam uma receita para aplicar o que
aprenderam, quando na verdade o que eles e cada um de nós precisa é intenção, au-
tocompaixão para aceitar que erramos e seguir em frente sem esmorecer.
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Experiência 5
Nome: Mínimo Passo Elegante
Duração: 20 minutos
Como fazer:
• Vamos nos dividir em trios durante 7 minutos. Dividam esse tempo entre vocês, para cada um con-
tar o que escolheu, e, se precisar, procure ajudar seus colegas que não escolheram ainda.
• Boa viagem!
Relato da facilitadora:
Essa atividade é muito inspiradora, ouvir pais e familiares que há tempos não se co-
nectam de forma respeitosa e compassiva trazendo ideias de pequenos e grandes atos
para mudar, deixou meu coração quentinho!
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