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Universidade Federal de Minas Gerais

Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas


Graduação em Ciências Socioambientais
Aluna: Marina Ribeiro Coimbra

Fichamento do texto: Utopia – Thomas Morus

O autor, através de uma narrativa ficcional, descreve a ilha da “Utopia” em


seus aspectos históricos, físicos, culturais, econômicos, religiosos e as
relações sociais que conformam o espaço e com ele interage.

A Ilha foi colonizada por Utopus e durante a narrativa nota-se importantes


traços de um regime colonial e etnocêntrico, bem exemplificado no trecho:
“Este conquistador teve bastante gênio para humanizar uma população
grosseira e selvagem e para formar um povo que ultrapassa hoje todos os
outros em civilização.” (p.75). Composta por 54 cidades ditas “idênticas”
com as mesmas leis, instituições, idioma e costumes, observa-se uma
enorme homogeneização sócio espacial e colonização das diferenças em
todo o território.

A produção agrícola é realizada em terras afastadas da cidade através de


um regime de mão de obra rotativa, no qual são enviados após um período
determinado de anos, pessoas para morar no campo e produzir alimentos
para as cidades. Os utopianos produzem seu próprio alimento e o excedente
da produção é reservado para os países vizinhos, as colheitas são realizadas
coletivamente e as famílias agrícolas são extensas e centralizadas na figura
paterna e materna.

O sistema econômico interno de Utopia não utiliza o dinheiro e praticam o


“princípio da posse comum” no qual os moradores obrigatoriamente trocam
de casa através de sorteio, outro aspecto explicita a lógica do “comum” é a
estrutura da cidade, composta por quatro quarteirões iguais e ao centro de
cada quarteirão, possui um mercado onde os pais de família retiram o que
necessitam sem precisar pagar e como é uma cidade abundante, nunca falta
nada a ninguém.

Em relação aos aspectos econômicos observa-se durante a descrição a


repulsa a riqueza e ao supérfluo e um senso de praticidade em relação aos
bens materiais, demonstrado pela homogeneização da vestimenta – com
diferenciação a partir do gênero e estado civil- e a inexistência de adornos
ou enfeites pessoais específicos. Valores pautados na utilidade das coisas,
da natureza e não reconhecem a riqueza material como algo a ser
valorizado. Desaprovam atitudes como venerar os ricos, “uma republica
cujas instituições são formalmente opostas a todas as espécies de gêneros
de extravagancia.” (p.128). Se a avareza é condenada, a volúpia
amplamente aceita e valorizada assume outro sentido que lhes é atribuído
como “verdadeiros prazeres”, que provem da natureza e segue as leis da
natureza e do bem comum. Sendo assim, prazeres criados pelo homem são
superficiais e distantes da real recompensa divina.

O sistema politico é estruturado através de magistrados com a figura central


do príncipe que dentre os quatro escolhidos pelo povo, é eleito pelos
sifograntes que por sua vez são escolhidos por três famílias. “Todos os três
dias os taníboras se reúnem em conselho com o príncipe para deliberar
sobre os negócios do país.” (p. 86). As instituições possuem a função de
controle do príncipe e demais representantes para que não haja conspiração,
evidenciando um forte nacionalismo e estrutura moral específica que se
perpetua através do controle politico-institucional e também cidadão-
cidadão. “Reunir-se fora do senado e das assembleias do povo para
deliberar sobre assuntos públicos é crime punido com a morte.” (p.86).
Todos trabalham seis horas por dia, existe divisão sexual do trabalho onde
as mulheres se ocupam de tarefas mais “leves” e os homens concebidos
como “fortes” as atividades mais trabalhosas, a escravidão é amplamente
citada e os escravos são homens que cometem crimes e os indígenas, sendo
os últimos considerados os mais miseráveis. A ociosidade é inconcebível e
constantemente controlada e contida. Um dos principais valores morais sob
qual está estruturada a sociedade Utopia é a produtividade e ocupação do
tempo e todos seguem a mesma estrutura de horários cotidianamente.

Autor aponta que seis horas são suficientes para grande produtividade
porque todos os moradores de Utopia trabalham em atividades úteis e o
capital produz atividades inúteis. Poucos cidadãos se ocupam somente de
atividades intelectuais e o trabalho produtivo e manual é valorizado e ocupa
lugar central na dinâmica da Ilha.

Retomando o aspecto da divisão igualitária da partilha material (entre os


não escravos) que rege utopia, aponto exemplos como as refeições
coletivas, as redistribuições alimentícias e até familiares nas quais famílias
que possuem mais membros cedem membros para as menos numerosas e
da mesma forma com os alimentos entre as cidades. Tal fundamento é
claramente expresso na frase, “a natureza convida todos os homens a se
ajudarem mutuamente e a partilharem em comum do alegre festim da
vida.” (p.126).

Entretanto é uma sociedade extremamente hierarquizada na qual os


príncipes e demais cargos políticos só são destinados aos que se dedicam
exclusivamente ao “letramento”, apenas os homens nunca deixam suas
casas, escravos são designados a realizarem atividades consideradas pelos
moradores da ilha como desumanas, entre outros aspectos que denotam
essa hierarquização social.
Jamais discutem sobre o bem e o mal sem partir dos pressupostos da
religião e da filosofia

Procurar a felicidade sem violar as leis.

Medicina preventiva.

Antropocêntricos.

Casamento (lembrar de tudo)

Maioria monoteísta e todos acreditam em um ser supremo, Liberdade


religiosa, creem em uma vida futura,Devotos,Educação da criança é
responsabilidade do sacerdote

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