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19/02/2024
Abuso do Direito
Artigo 334º CC
Face à interpretação de Menezes Cordeiro a parte bons costumes ou pelo fim social ou
económico desse direito ficou fazia. Menezes Cordeiro vem dizer que o abuso do direito
é um mecanismo relativo à boa fé.
Por vezes alguns acórdãos referem os bons costumes.
O abuso de direito, na nossa jurisprudência, é a basicamente a manifestação do princípio
da boa fé.
Dissecação do artigo
Direito ⟶ interpretada de forma extensíssima, não é apenas direitos subjetivos, não são
apenas situações jurídicas ativas, todas as situações jurídicas (ativas/passivas,
direitos/deveres) cabem no âmbito de aplicação do 334.
A ciência jurídica evolui da periferia para o centro, tem sido tendencialmente assim. Na
análise a milhares e milhares de decisões, de diferentes países, com sistemas políticos
diferentes, começou-se a identificar a boa fé num sentido quase básico de justiça, era
invocada em várias situações.
A boa fé é invocada a prepósito da venire contra factum proprium, quando alguém
constrói uma torre apenas para prejudicar terceiros, quando alguém convence outro que
não é necessário uma forma especifica de um contrato e depois vem reclamar que não
foi feito da forma correta.
Essas situações tipo, são depois ligadas, e permite analisar o(s) fundo(s) um por um,
estes dão origem aos princípios.
Quando identifico os princípios do meio, tudo fica integrado.
Tutela da confiança
Elementos (podem ser encontrados nas situações tipo que se funda o principio da
confiança):
Caso prático:
A cria a convicção a B que vai atuar de determinada forma e depois volta atrás. E
quando volta atrás há um prejuízo e B vai a tribunal e diz: não pode ser, foi me criada a
convicção, ele está a voltar atrás, é uma situação abusiva de venire contra factum
proprium.
Situações tipo
Caso prático:
A tem uma garagem que não usa e B seu vizinho ao aperceber-se que a garagem não é
utilizada, estaciona lá o automóvel, leva para lá uma série de caixas. Todos os dias A
passa pela garagem, vê que B tem lá o automóvel e nada diz. Chegam a falar. Passam se
10 anos, A envia uma carta a B dizendo: quero que me pagues 10 anos de renda.
Situação de confiança: B acha que pode usar garagem sem ter de pagar nada.
Elemento extra que trás muita confiança aos tribunais: passagem do tempo – torna os
outros elementos mais robustos e a relação de confiança é mais forte.
A não perde o lugar na garagem, não deixa de ser proprietário, perde é o direito de
exigir a renda.
- Inalegabilidade formal
Situação clássica: contrato promessa de compra e venda imóvel
Caso prático:
Imputação da confiança: fortíssima por A que depois volta atras com a sua palavra