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PRINCÍPIOS E

FORMAÇÃO DOS
CONTRATOS
Faculdade Anhanguera
Professor: Marcelo Velame
1. Princípio da boa-fé objetiva
2. Fase de negociações
O que vamos preliminares ou de puntuação
3. Fase de proposta, policitação

tratar hoje ou oblação


4. Fase de Aceitação
5. Local de Celebração do
contrato
6. Tempo de formação do
contrato
Princípio da
boa-fé objetiva
CONCEITO

● É o dever geral de lealdade e confiança que ocorre de forma recíproca entre


as partes de uma relação jurídica.
● Para que haja a sua aplicação, é necessária a existência de uma relação
jurídica entre duas pessoas, mesmo que não contratual, padrões de
comportamento exigíveis e condições suficientes para que as partes criem
um estado de confiança quanto ao negócio jurídico criado.
● A boa-fé objetiva promove a segurança jurídica, mantém a coerência e
estabiliza as expectativas nas relações sociais.
Conceito
● Trata-se de um princípio contido em uma cláusula geral, a ser aplicada de
acordo com o caso concreto.
● Tutela comportamento de forma objetiva, independente de boa ou má
intenção do sujeito.
● O Princípio tem atuação nas mais diversas áreas do direito, como obrigações,
contratos, processual civil, administrativo, família, consumidor e outras.
Boa-fé objetiva x Boa-fé subjetiva
● A boa-fé subjetiva está ligada a um valor interno, é a percepção dos
contratantes durante a relação contratual.
● A boa-fé subjetiva é um estado psicológico onde a pessoa pensa ter a
titularidade de um direito que só existe de forma aparente.
● É também chamada de boa-fé psicológica, consiste na ignorância do sujeito
dos vícios do ato que praticou.

● A boa-fé objetiva é regra de conduta, dever de agir com honestidade e


lealdade com a outra parte da relação contratual.
Boa-fé objetiva x Boa-fé subjetiva

● A boa-fé subjetiva possui previsão no Código Civil de 2002, em especial nos


artigos que tratam de mandato aparente (arts. 686 e 689), da boa-fé do
possuidor (arts. 1.201, 1.214 e 1.219) bem como do casamento putativo
contraído por cônjuge de boa-fé (art. 1561).
Boa-fé objetiva x Boa-fé subjetiva

● O oposto da boa-fé subjetiva é a má-fé, vez que se trata de estado psicológico


também aferido subjetivamente.
● O contrário a boa-fé objetiva é um comportamento despido de lealdade e
correção, tido como carecedor de boa-fé objetiva ou abusivo
● Decorrem da boa-fé objetiva três funções específicas:
○ de interpretação dos negócios jurídicos (art. 113),
○ de controle (art. 187),
○ de criação de deveres anexos (art. 422).
● São independentes de pactuação expressa, ou seja, não precisam constar em
contrato.
Funções da boa-fé objetiva
a) Função interpretativa
● A função interpretativa da boa-fé a apresenta como critério hermenêutico, a
fim de que as cláusulas contratuais sejam examinadas visando a interpretação
que privilegie a lealdade e a honestidade das partes.
● A interpretação conforme a boa-fé objetiva vedará interpretações maliciosas
e prejudiciais à outra parte, de modo a preservar a finalidade econômica e
social do negócio, mesmo que contrarie a vontade contratual.
● Está expressa no art. 113 do Código Civil.
Funções da boa-fé objetiva
CC Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e
os usos do lugar de sua celebração.
§ 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que:
I - for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do
negócio;
II - corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de
negócio;
III - corresponder à boa-fé;
IV - for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e
V - corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão
discutida, inferida das demais disposições do negócio e da racionalidade
econômica das partes, consideradas as informações disponíveis no momento de
sua celebração.
§ 2º As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de
preenchimento de lacunas e de integração dos negócios jurídicos diversas
daquelas previstas em lei.
Funções da boa-fé objetiva
b) Função de controle
● A boa-fé atua de forma a limitar e não admitir o exercício de direitos de
forma contrária à lealdade e confiança.
● A boa-fé objetiva se apresenta como um dos critérios estabelecidos pelo
Legislador para limitar o exercício de direitos de forma abusiva, por meio de
sua função de controle.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao


exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Funções da boa-fé objetiva
b) Função de controle
● Trata-se da vedação aos comportamentos que, em que pese aparentemente
lícitos, com base legal ou contratual, não estão de acordo com os standards
impostos pela boa-fé objetiva.
● A boa-fé funciona como critério para diferenciar o exercício regular e o
exercício irregular ou abusivo de direitos frente a outra parte.
Funções da boa-fé objetiva
c) Função criadora de deveres anexos
● Estes deveres impostos pela boa-fé objetiva são independentes da vontade
das partes e de pactuação expressa.
● Também conhecidos como deveres instrumentais, laterais, de conduta,
acessórios ou de proteção.

Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na


conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de
probidade e boa-fé.
Funções da boa-fé objetiva
c) Função criadora de deveres anexos
● Impõe às partes deveres outros que não aqueles previstos no contrato, como, a
título exemplificativo, o dever de informação, o dever de segurança, o dever de
sigilo, o dever de colaboração.
● Os deveres de conduta se aplicam tanto à fase de negociações preliminares,
quanto à execução da obrigação e, também, após o seu cumprimento.

Enunciado n. 24 do CJF - Em virtude do princípio da boa-fé, positivado


no art. 422 do novo Código Civil, a violação dos deveres anexos
constitui espécie de inadimplemento, independentemente de culpa.
Funções da boa-fé objetiva

● A atuação do magistrado, ao examinar o negócio jurídico através da boa-fé


objetiva pode vir a resultar na melhor interpretação da obrigação de acordo
com a lealdade e confiança que se exige, assim como integrar o negócio por
meio de deveres anexos ou limitar o exercício de direitos subjetivos.
Conceitos parcelares da boa-fé objetiva
Quanto à função integrativa da boa-fé, é preciso estudar os conceitos parcelares
da boa-fé objetiva:

● supressio e surrectio;
● tu quoque;
● venire contra factum proprium non potest;
● duty to mitigate the loss.
1. Supressio e surrectio
● A supressio pode ser conceituada como a inadmissibilidade de exercício de
um direito em razão da sua inércia, por contrariar a boa-fé.
● A supressio significa a supressão, por renúncia tácita, de um direito ou de uma
posição jurídica, pelo seu não exercício com o passar dos tempos.
● A abstenção do exercício de um direito cria na outra parte a expectativa de
que o direito não mais será utilizado, de modo que seu exercício seria
considerado desleal.
1. Supressio e surrectio
● Ao mesmo tempo em que o credor perde um direito por essa supressão,
surge um direito a favor do devedor, por meio da surrectio, direito este que
não existia juridicamente até então, mas que decorre da efetividade social,
de acordo com os costumes.
● Há o contínuo exercício de uma situação jurídica que faz surgir um direito
subjetivo que não existia até outrora, com a expectativa de que esta situação
não mais será alterada, estabilizando-se.
1. Supressio e surrectio
● Tratam-se de institutos analisados de forma objetiva, sendo desnecessária a
verificação acerca do ânimo das partes quanto a constituição ou supressão
de direitos, independente, portanto, de dolo ou culpa.

Art. 330, CC. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz


presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato.
“Correção monetária. Renúncia. O recorrente firmou com a recorrida o contrato de
prestação de serviços jurídicos com a previsão de correção monetária anual.
Sucede que, durante os seis anos de validade do contrato, o recorrente não
buscou reajustar os valores, o que só foi perseguido mediante ação de cobrança
após a rescisão contratual. Contudo, emerge dos autos não se tratar de simples
renúncia ao direito à correção monetária (que tem natureza disponível), pois, ao
final, o recorrente, movido por algo além da liberalidade, visou à própria
manutenção do contrato. Dessarte, o princípio da boa-fé objetiva torna inviável a
pretensão de exigir retroativamente a correção monetária dos valores que era
regularmente dispensada, pleito que, se acolhido, frustraria uma expectativa
legítima construída e mantida ao longo de toda a relação processual, daí se
reconhecer presente o instituto da supressio” (STJ, REsp 1.202.514/RS, Rel. Min.
Nancy Andrighi, j. 21.06.2011)
2. Tu quoque
● Designa a situação de abuso que se verifica quando um sujeito viola uma
norma jurídica e, posteriormente, tenta tirar proveito da situação em
benefício próprio.
● Evita-se que uma pessoa que viole uma norma jurídica possa exercer direito
dessa mesma norma inferido ou, especialmente, que possa recorrer, em
defesa, a normas que ela própria violou.

Art. 150, CC. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma


pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização.
APELAÇÃO CÍVEL. DECLARAÇÃO DE NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO.
INSTRUMENTO PARTICULAR DE CESSÃO DE DIREITOS. VÍCIOS EXISTENTES.
CONHECIMENTO. ANUÊNCIA DAS PARTES. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA.
TU QUOQUE. O princípio da boa-fé objetiva tem por escopo assegurar o
comportamento ético, de confiança e lealdade entre os contratantes. Um de seus
desdobramentos, o tu quoque, intimamente ligado à proibição de comportamento
contraditório (venire contra factum proprium), tem por fim impedir que a conduta
abusiva de uma das partes coloque a outra em situação desvantajosa. É vedado
à parte que de forma voluntária e consciente celebra contrato com diversos
vícios, aduzir posteriormente, em seu favor, a sua ilicitude, porquanto tal atitude
caracteriza flagrante abuso de direito. (TJDF. Acórdão 1080464,
07044593320178070003, Relator: CARMELITA BRASIL, 2ª Turma Cível, data de
julgamento: 7/3/2018, publicado no DJE: 13/3/2018. Pág.: Sem Página Cadastrada.)
3. Venire contra factum proprium
● Conhecido como vedação ao comportamento contraditório
● A expressão diz respeito ao exercício de uma posição jurídica em
contradição ao comportamento anteriormente assumido (factum proprium),
violando a confiança legítima anteriormente estabelecida pela outra parte.
3. Venire contra factum proprium
● O fundamento da vedação ao comportamento contraditório não se dá pela
mera contradição dos atos, o que, ressalta-se, é até tolerado pelo direito.
● Tem como função justamente proteger a confiança legítima na primeira
manifestação do agente, não sendo tolerada que seja simplesmente
desfeita por outro comportamento contraditório.
● Não havendo expectativa qualquer, não há ofensa à confiança capaz de
prejudicar a outra parte, de modo a que não se justifica, nesta hipótese, a
imposição de manutenção do comportamento ou uma possível reparação.
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. BEM DE FAMÍLIA.
IMPENHORABILIDADE. ACORDO JUDICIAL. GARANTIA. PAGAMENTO. REEXAME
FÁTICO. COMPORTAMENTO CONTRADITÓRIO. VEDAÇÃO.
1. Acórdão impugnado pelo recurso especial publicado na vigência do Código de
Processo Civil de 2015 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ).
2. É válida a transação homologada pelo Juízo, nos autos da execução, em que o
devedor assume o compromisso de vender o bem de família para quitar a dívida em
debate, configurando comportamento contraditório a posterior alegação de que o
imóvel estaria protegido pela impenhorabilidade prevista na Lei nº 8.009/1990.
3. Na espécie, rever os termos do acordo e seus significados exigiria exceder os
fundamentos do acórdão impugnado e adentrar no exame das provas dos autos,
procedimentos vedados pela Súmula nº 7/STJ.
4. Agravo interno não provido.
(AgInt no AREsp 1886576/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA
TURMA, julgado em 29/11/2021, DJe 03/12/2021)
4. Duty to mitigate the loss
● Trata-se do dever imposto ao credor de mitigar suas perdas, ou seja, o
próprio prejuízo.

Enunciado n. 169 do CJF/STJ da III Jornada de Direito Civil: O


princípio da boa-fé objetiva deve levar o credor a evitar o
agravamento do próprio prejuízo.
AGRAVO DE INSTRUMENTO - CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - OBRIGAÇÃO DE
FAZER - EXECUÇÃO DA MULTA COMINATÓRIA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA -
DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO JUDICIAL - NÃO CONSTATAÇÃO -
PROCEDIMENTO REALIZADO - "DUTY TO MITIGATE THE LOSS" - DEVER DE
MITIGAR A PERDA. Em se tratando de obrigação de fazer imposta à
municipalidade, a medida extrema e excepcional de constrição de verba pública
somente estaria autorizada para fins de imediato cumprimento da determinação
judicial. Uma vez demonstrado que a decisão judicial foi devidamente cumprida, a
execução da multa pela mora no cumprimento da obrigação não deve prevalecer,
mormente quando constatado que o próprio paciente contribui para o retardo do
procedimento e que o atraso não causou prejuízos à parte. Necessidade de
mitigar o prejuízo pelo descumprimento da decisão judicial, no denominado
"duty to mitigate the loss", que consiste na obrigação do credor de buscar evitar
o agravamento do devedor, restringindo o dano às menores proporções
possíveis. (TJMG - Agravo de Instrumento-Cv 1.0000.20.540928-7/002, Relator(a):
Des.(a) Kildare Carvalho , 4ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 24/06/2021,
publicação da súmula em 25/06/2021)
Relatividade
contratual
● O contrato, como típico instituto de direito pessoal, gera efeitos inter partes,
em regra.
● Trata-se da máxima res inter alios acta neque nocet neque prodest, ou seja, a
coisa feita entre terceiros não pode prejudicar e nem aproveitar se não as
próprias partes.
● O princípio da relatividade dos efeitos contratuais encontra exceções na
própria codificação privada.
● Em outras palavras, é possível afirmar que o contrato também pode gerar
efeitos perante terceiros.
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. ATENDIMENTO MÉDICO HOSPITALAR DE EMERGÊNCIA.
MATERIAIS CIRÚRGICOS. SOLICITAÇÃO PELO MÉDICO ASSISTENTE ATRAVÉS DO HOSPITAL.
MATERIAL SEM COBERTURA PELO PLANO DE SAÚDE. DEMANDA AJUIZADA PELA FORNECEDORA EM
FACE À CONSUMIDORA FINAL. RESPONSABILIDADE DIRETA INEXISTENTE. ILEGITIMIDADE PASSIVA
DECLARADA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. - A relação jurídica contratual entre o Hospital e
o fornecedor de instrumentos e produtos cirúrgicos é completamente distinta e independente das
relações jurídicas formadas entre Paciente-Hospital, Hospital-Plano de saúde e Plano de saúde-
beneficiário. E à luz do Princípio da relatividade dos efeitos das convenções (res inter alios acta), o
contrato, como típico instituto de direito pessoal, vincula exclusivamente aqueles que nele intervêm,
salvo algumas exceções, como a estipulação em favor de terceiro, o contrato com pessoa a declarar,
dentre outras hipóteses legais, todas inaplicáveis ao presente caso. - A legitimidade para ser parte se
verifica diante da pertinência subjetiva para a causa, ou seja, deve ser extraída a partir da relação jurídica
material em que se repousa a pretensão. No caso, não restou comprovado qualquer vínculo jurídico entre
o fornecedor de materiais cirúrgicos hospitalares e a destinatária final, que se submeteu a tratamento
médico no nosocômio e após prévia comunicação e aceitação da sua condição de beneficiária de plano
de saúde. - Consoante jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, em se tratando de relação de
consumo, a responsabilidade solidária não pode ser invocada para atrair o consumidor para responder
pelo pagamento da dívida junto ao fornecedor eventualmente responsável pelo prejuízo que se pretende
reparar (REsp 1695781/SP). - APELAÇÃO CONHECIDA E DESPROVIDA. (Acórdão 1272611,
07014403620198070007, Relator: LUÍS GUSTAVO B. DE OLIVEIRA, 4ª Turma Cível, data de julgamento:
5/8/2020, publicado no DJE: 19/8/2020. Pág.: Sem Página Cadastrada.)
● Quatro exemplos de exceções podem ser destacados:
a. A estipulação em favor de terceiro, tratada entre os arts. 436 a 438 do CC
b. A promessa de fato de terceiro (arts. 439 e 440 do CC)
c. O contrato com pessoa a declarar ou com cláusula pro amico eligendo (arts. 467 a 471 do CC)
d. A tutela externa do crédito ou eficácia externa da função social do contrato (art. 421 do CC)

● Serão estudados em aula própria.


(UNIVERSIDADE ASSISTENTE/Procurador/VUNESP/2018) Considere as seguintes
afirmativas: i) não se confunde com a prescrição, resultando na perda de um direito
pelo seu não exercício por tempo suficiente para gerar na outra parte da relação
jurídica a confiança de que o mesmo não mais será exigido; ii) surgimento de um
direito não previsto na relação contratual, mas que se incorpora no patrimônio de
uma das partes em razão do comportamento reiterado da outra; iii) vedação ao
comportamento de uma das partes da relação contratual que viola regra
estabelecida no acordo e tenta se aproveitar de situação favorável decorrente da
violação em que ela mesma incorreu. As assertiva referem-se, respectivamente, a
a) supressio, surrectio e tu quoque.
b) tu quoque, surrectio e supressio.
c) surrectio, supressio e tu quoque.
d) tu quoque, supressio e surrectio.
e) surrectio, tu quoque e supressio.
(UNIVERSIDADE ASSISTENTE/Procurador/VUNESP/2018) Considere as seguintes
afirmativas: i) não se confunde com a prescrição, resultando na perda de um direito
pelo seu não exercício por tempo suficiente para gerar na outra parte da relação
jurídica a confiança de que o mesmo não mais será exigido; ii) surgimento de um
direito não previsto na relação contratual, mas que se incorpora no patrimônio de
uma das partes em razão do comportamento reiterado da outra; iii) vedação ao
comportamento de uma das partes da relação contratual que viola regra
estabelecida no acordo e tenta se aproveitar de situação favorável decorrente da
violação em que ela mesma incorreu. As assertiva referem-se, respectivamente, a
a) supressio, surrectio e tu quoque.
b) tu quoque, surrectio e supressio.
c) surrectio, supressio e tu quoque.
d) tu quoque, supressio e surrectio.
e) surrectio, tu quoque e supressio.
Formação dos
contratos
● O contrato nasce da conjunção de duas ou mais vontades coincidentes, sem
prejuízo de outros elementos, o que consubstancia aquilo que se denomina
autonomia privada.
● A formação do contrato consiste em um processo pautado em uma sequência
de atos e comportamentos humanos coordenados entre si.
● Trata-se de regra para a maioria dos contratos, podendo haver alterações no
caso concreto.
Fases de formação dos contratos
● Entendem-se 3 fases de formação dos contratos:
1. Fase de negociações preliminares ou de puntuação;
2. Fase de proposta, policitação ou oblação;
3. Fase de contrato definitivo - aceitação.

● Estuda-se, ainda, o contrato preliminar que tem natureza contratual própria.


Fase de negociações
preliminares ou de
Puntuação
Conceito
● Essa é a fase em que ocorrem debates prévios, entendimentos, tratativas ou
conversações sobre o contrato preliminar ou definitivo.
● Puntuação é conversa pré-contratual que ocorre antes da existência de um
acordo de vontades, ou seja, antes da formação do contrato.
● Nesta fase, as partes definem as regras do negócio a ser celebrado e a sua
conveniência.
● Pode consistir em uma solicitação de orçamento ou qualquer comportamento
indicativo do interesse em celebrar um contrato.
Responsabilidade civil na fase pré-contratual
● Essa fase não está prevista no Código Civil de 2002;
● Justamente por não estar regulamentado no Código Civil, não se pode dizer
que o debate prévio vincula as partes, como ocorre com a proposta.
● É inerente ao princípio da liberdade contratual que os indivíduos tenham
autonomia de optar pela contratação.
● Desse modo, não haveria responsabilidade civil contratual nessa fase do
negócio, uma vez que este descumprimento não seria um ato ilícito, embora
deva ser observada a boa-fé entre as partes, conforme Enunciados n. 25 e
170 do CJF/STJ.
Responsabilidade civil na fase pré-contratual
● Aquele que desrespeita a boa-fé objetiva na fase de debates pode cometer abuso
de direito (art. 187 do CC), o que gera o seu dever de indenizar.
● A ruptura nas negociações gera responsabilidade apenas quando é injustificada
e arbitrária, causando legítima expectativa na outra parte da conclusão do
negócio.

Enunciado n. 25 CJF - O art. 422 do Código Civil não inviabiliza a


aplicação pelo julgador do princípio da boa-fé nas fases pré-contratual e
pós-contratual.
Enunciado n. 170 CJF - A boa-fé objetiva deve ser observada pelas
partes na fase de negociações preliminares e após a execução do
contrato, quando tal exigência decorrer da natureza do contra
RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535 DO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. AUSÊNCIA. DECLARATÓRIOS PROCRASTINATÓRIOS.
MULTA. CABIMENTO. CONTRATO. FASE DE TRATATIVAS. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA
BOA-FÉ. DANOS MATERIAIS. SÚMULA Nº 7/STJ. [...] 3. A responsabilidade pré-
contratual não decorre do fato de a tratativa ter sido rompida e o contrato não ter sido
concluído, mas do fato de uma das partes ter gerado à outra, além da expectativa
legítima de que o contrato seria concluído, efetivo prejuízo material. 4. As instâncias de
origem, soberanas na análise das circunstâncias fáticas da causa, reconheceram que
houve o consentimento prévio mútuo, a afronta à boa-fé objetiva com o rompimento
ilegítimo das tratativas, o prejuízo e a relação de causalidade entre a ruptura das
tratativas e o dano sofrido. A desconstituição do acórdão, como pretendido pela
recorrente, ensejaria incursão no acervo fático da causa, o que, como consabido, é
vedado nesta instância especial (Súmula nº 7/STJ). 5. Recurso especial não provido. (REsp
1051065/AM, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado
em 21/02/2013, DJe 27/02/2013)
Fase de proposta,
policitação ou oblação
Conceito
● A fase de proposta, denominada fase de oferta formalizada, policitação ou
oblação, constitui a manifestação da vontade de contratar, por uma das
partes, que solicita a concordância da outra.
● Trata-se de uma declaração unilateral de vontade receptícia, ou seja, que só
produz efeitos ao ser recebida pela outra parte.
Partes da proposta:
● Policitante, proponente ou solicitante – aquele que formula a proposta,
estando a ela vinculado, em regra.
● Policitado, oblato ou solicitado – aquele que recebe a proposta e, se a acatar,
torna-se aceitante, o que gera o aperfeiçoamento do contrato (choque ou
encontro de vontades).
● O oblato poderá formular uma contraproposta, situação em que os papéis se
invertem: o proponente passa a ser oblato e vice-versa.
Formas de proposta
● A proposta será:
1. Escrita - Quando enviada pela via documental (ex.: carta)
2. Oral - quando feita de viva voz.
3. Tácita - Quando exteriorizada por atos inequívocos (ex.: Exposição de
objeto com preço fixado na mercadoria)

● Não existe proposta silenciosa ou silêncio como forma de proposta.


Força vinculante da proposta
● Na etapa conhecida como oferta, em regra, a proposta vincula o proponente,
quando séria e completa, com a presença de todos os elementos do contrato.
● Surge o dever de concluir o contrato definitivo.
● A manifestação da vontade da aceitação deve ser pura e simples (art. 431).

CC, art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário


não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das
circunstâncias do caso.
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou
modificações, importará nova proposta.
Força vinculante da proposta
● Caso o ofertante, diante da aceitação da oferta, se recuse a contratar, poderá
ocorrer indenização por perdas e danos.
● De acordo com o caso concreto e havendo a aceitação da proposta, poderá
se exigir pelo credor a obrigação prometida, com seu cumprimento forçado.
Contraproposta
● Presente uma aceitação fora do prazo, com adições, restrições ou
modificações, haverá nova proposta, de forma a inverterem-se os papéis
entre as partes (art. 431 do CC).
Hipóteses em que a proposta deixa de ser obrigatória
a) Quando resulte de seus termos
Não obriga a proposta que consta a previsão de facultatividade de
vinculação pelo ofertante em caso de aceitação, constando termos como
“salvo confirmação”.
a) Natureza do negócio
Há negócios em que a oferta pela sua própria natureza é aberta, com a
natural faculdade de mantê-la ou não, como as propostas ao público que
sejam disponíveis a estoque.
a) Circunstâncias do caso (art. 428 CC)
Estão previstas no art. 428 do CC quatro possibilidades que ressalva a
vinculatividade da proposta.
Hipóteses em que a proposta deixa de ser obrigatória

c) Circunstâncias do caso:
● Deixa de ser obrigatória a proposta, se, feita sem prazo a pessoa presente,
não foi imediatamente aceita (art. 428, inc. I);
● Não será obrigatória a proposta se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver
decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do
proponente (art. 428, inc. II, do CC);
● Não será obrigatória a proposta se, feita a pessoa ausente, não tiver sido
expedida a resposta dentro do prazo dado pelo proponente (art. 428, inc. III,
do CC);
● Por fim, não obriga a proposta, se antes dela ou juntamente com ela, chegar
ao conhecimento da outra parte – o oblato – a retratação do proponente
(art. 428, inc. IV, do CC).
● Pessoa presente é aquela em que existem plenas condições materiais de
imediata resposta pelo aceitante ao proponente. Dispensa-se a presença
física.
● Pessoa ausente é aquela que não possui meios para responder prontamente
ao ofertante.
Proposta direcionada ao público
● Esse caráter receptício é mantido se a promessa for direcionada ao público
(CC, art. 429), hipótese em que o oblato (solicitado) é determinável, não
determinado;
● Também nessa hipótese, a proposta vincula aquele que a formulou quando
encerrar os requisitos essenciais do contrato, salvo se o contrário resultar
das circunstâncias ou dos usos.
● Em complemento, é possível revogar a oferta ao público, pela mesma via da
divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada (art.
429, parágrafo único, do CC).
Contrato entre presentes e entre ausentes
● Inicialmente, deve-se entender formado o contrato entre presentes quando
houver uma facilidade de comunicação entre as partes para que a proposta
e a aceitação sejam manifestadas em um curto período de tempo.
● Como não há critérios fixados pela lei, cabe análise caso a caso,
particularmente diante dos novos meios de comunicação à distância.
Contrato entre presentes e entre ausentes

● Caso o negócio seja formado entre presentes, a proposta ou oferta pode


estipular ou não prazo para a aceitação.
○ Se não houver prazo, a aceitação deverá ser manifestada imediatamente.
○ Porém, se houver prazo, deverá ser pronunciada no termo concedido, sob
pena de reputar-se não aceita, ressalvados os casos de aceitação tácita.
● Então, o contrato entre presentes é formado a partir do momento em que o
oblato aceita a proposta, ou seja, torna-se aceitante, por ter ocorrido o
choque ou encontro de vontades das partes envolvidas.
Contrato entre presentes e entre ausentes
● O contrato será considerado formado entre ausentes (ou inter absentes)
quando não houver tal facilidade de comunicação quanto à relação
pergunta-resposta.
● O exemplo clássico de contrato inter absentes é o contrato epistolar cuja
proposta é formulada por carta, via correio.
● Entretanto, diante dos novos métodos de comunicação eletrônica, tal figura
contratual perdeu a sua importância prática.
Contrato entre presentes e entre ausentes
● Se a formação ocorrer entre ausentes, o contrato deve ser reputado como
concluído a partir do momento em que a aceitação for expedida (art. 434,
caput, do CC).
● Dessa maneira, conclui-se que o Código Civil em vigor, adota a teoria da
agnição – ou da informação –, na subteoria da expedição, como regra geral.
Fase de contrato
definitivo - Aceitação
● O aceite do oblato forma o consenso, sendo que seu primeiro efeito será a
vinculação de ambas as partes às obrigações contratualmente assumidas.
● A partir de então, o contrato estará aperfeiçoado, gerando todas as suas
consequências.
● Em regra, a aceitação deve ser sempre expressa, ressalvado o art. 432 do
CC (aceitação excepcional pelo silêncio ou ausência de recusa).
● A aceitação tardia da proposta desvincula o proponente, que não será
obrigado à contratação diante da resposta intempestiva.
Aceitação tácita ou silêncio eloquente
● Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa,
ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, caso
não chegue a tempo a recusa (art. 432 CC).
● Ordenamento jurídico brasileiro adotou a teoria do silêncio qualificado, pelo
qual se admite a juridicidade do silêncio, quando as circunstâncias ou os usos
o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. (art. 111
CC)
● Exemplos: Casos de renovação ou prorrogação de contratos como os de
locação de imóveis e contratos que pactuam que a ausência de cancelamento
implicará a renovação automática.
(Prefeitura de Guarapari-ES/Procurador Municipal/IBEG/2016) Nos termos do Código Civil, a liberdade
de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato sendo que os
contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os
princípios da probidade e boa-fé. Assim, analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA:
I. Em regra, a proposta de contrato obriga o proponente, salvo se o contrário não resultar dos termos
dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
II. A liberdade de forma é princípio contratual básico que não admite exceções, vez que assegurada
pela autonomia da vontade.
III. A boa-fé objetiva é princípio contratual com várias funções, não se limitando à interpretação do
negócio jurídico.
IV. Pelo princípio da liberdade contratual, é lícito às partes estipular contratos atípicos, desde que sua
escolha recaia sobre um dos previstos no Código Civil.
V. O princípio do “pacta sunt servanda” não admite exceções, uma vez que qualquer revisão do
contrato atentaria contra o princípio da boa-fé.
a) Apenas as assertivas I, II e III são verdadeiras.
b) Apenas as assertivas I e III são verdadeiras.
c) Apenas as assertivas II e V são verdadeiras.
d) Apenas as assertivas I, III e IV são verdadeiras.
e) Apenas as assertivas I, II e IV são verdadeiras.
(Prefeitura de Guarapari-ES/Procurador Municipal/IBEG/2016) Nos termos do Código Civil, a liberdade
de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato sendo que os
contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os
princípios da probidade e boa-fé. Assim, analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA:
I. Em regra, a proposta de contrato obriga o proponente, salvo se o contrário não resultar dos termos
dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
II. A liberdade de forma é princípio contratual básico que não admite exceções, vez que assegurada
pela autonomia da vontade.
III. A boa-fé objetiva é princípio contratual com várias funções, não se limitando à interpretação do
negócio jurídico.
IV. Pelo princípio da liberdade contratual, é lícito às partes estipular contratos atípicos, desde que sua
escolha recaia sobre um dos previstos no Código Civil.
V. O princípio do “pacta sunt servanda” não admite exceções, uma vez que qualquer revisão do
contrato atentaria contra o princípio da boa-fé.
a) Apenas as assertivas I, II e III são verdadeiras.
b) Apenas as assertivas I e III são verdadeiras.
c) Apenas as assertivas II e V são verdadeiras.
d) Apenas as assertivas I, III e IV são verdadeiras.
e) Apenas as assertivas I, II e IV são verdadeiras.
(EBSERH/IBFC/Advogado/HUGG-UNIRIO/2017) Analise as afirmativas abaixo e assinale a
alternativa CORRETA.
I. Deixa de ser obrigatória a proposta se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi
imediatamente aceita.
II. Deixa de ser obrigatória a proposta se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido
tempo suficiente para chegar a proposta ao conhecimento do proponente.
III. Deixa de ser obrigatória a proposta se, feita a pessoa presente, não tiver sido expedida a
resposta dentro do prazo dado.
IV. Deixa de ser obrigatória a proposta se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao
conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
V. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao
contrato, ainda que o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
a) Apenas os itens I e III estão corretos.
b) Apenas os itens II e IV estão corretos.
c) Apenas os itens I e IV estão corretos.
d) Apenas os itens III e V estão incorretos.
e) Apenas os itens IV e V estão incorretos.
(EBSERH/IBFC/Advogado/HUGG-UNIRIO/2017) Analise as afirmativas abaixo e assinale a
alternativa CORRETA.
I. Deixa de ser obrigatória a proposta se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi
imediatamente aceita.
II. Deixa de ser obrigatória a proposta se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido
tempo suficiente para chegar a proposta ao conhecimento do proponente.
III. Deixa de ser obrigatória a proposta se, feita a pessoa presente, não tiver sido expedida a
resposta dentro do prazo dado.
IV. Deixa de ser obrigatória a proposta se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao
conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
V. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao
contrato, ainda que o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
a) Apenas os itens I e III estão corretos.
b) Apenas os itens II e IV estão corretos.
c) Apenas os itens I e IV estão corretos.
d) Apenas os itens III e V estão incorretos.
e) Apenas os itens IV e V estão incorretos.
Referências
● DINIZ, Maria H. Curso de Direito Civil Brasileiro: Teoria Das Obrigações Contratuais e
Extracontratuais. v.3. São Paulo: Editora Saraiva, 2023. E-book. ISBN 9786553628007.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553628007/. Acesso
em: 16 jul. 2023.
● FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Manual de Direito Civil. 7. Ed. rev. E atual.
Salvador: Ed. JusPodivm, 2023.
● GAGLIANO, Pablo S.; FILHO, Rodolfo Mario Veiga P. Novo Curso de Direito Civil - Contratos -
Vol. 4. Sao Paulo: Editora Saraiva, 2022. E-book. ISBN 9786553622289. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553622289/. Acesso em: 16 jul. 2023.
● GONÇALVES, Carlos R.; LENZA, Pedro. Direito Civil: Parte Geral, Obrigações, Contratos (Parte
Geral). v.1. (Coleção Esquematizado®). São Paulo: Editora Saraiva, 2023. E-book. ISBN
9786553628168. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553628168/. Acesso em: 16 jul. 2023.
● TARTUCE, Flávio. Direito Civil: Teoria Geral dos Contratos e Contratos em Espécie - Vol. 3. Rio
de Jaeiro: Grupo GEN, 2022. E-book. ISBN 9786559643608. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559643608/. Acesso em: 16 jul. 2023
Até a próxima
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