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TRABALHO PROPOSTO PELA DISCIPLINA DIREITO PROCESSUAL

CIVIL.
CURSO: DIREITO
FACULDADE: UNA.

O conteúdo do texto em foco vislumbra apresentar ao leitor através de um


referencial teórico que predomine com ideologias concernentes ao fato que um juiz
tem por deveres de integridade, em que se resguarde dos precedentes jurídicos e
além disso, o dever de coerência, ou seja, as premissas e postulados por ele
estabelecidos vinculam-se a esse nas decisões futuras que produzirá aproximando-
se de um juiz isonômico e criterioso, e não discricionário subjetivo.
À priori, urge-se fazer menção favorável a premissa introdutória do artigo em
pauta: “Elementos para a (Re) construção da Teoria Geral da Decisão Judicial no
Processo Civil Brasileiro.” (CATHARINA, [S.D.]), quanto ao contexto de mudanças a
partir da Lei nº 13.105/2015, a qual originou um diapasão em torno das decisões
judiciais, objetivando-se a manutenção do diálogo entre os sujeitos processuais; o
que resultou na possibilidade de maior acessibilidade ao público do processo
judicial.
Ao que tange a teoria das decisões há de se convir com o entendimento do
Mestre Antônio Sá da Silva, o qual aborda que a teoria das decisões judiciais tem
como objeto de estudo a formulação de uma teoria que responda à questão de como
conduzir os juízes na formulação das decisões judiciais convincentes; ainda que
existam correntes contrárias, as quais salientam que os juízes não perseguem uma
lógica contributiva à orientação do raciocínio de elaboração da decisão judicial.
(CONGRESSO VIRTUAL, 2021).
Equivalendo-se do artigo referência (citado anteriormente) é eminente a
predominância em conformidade com o tema foco, porém é interessante enfatizar o
viés sobre a modificação ocorrida através do novo texto normativo de 2015. O qual
prevalece uma vertente devidamente estruturada como requisito válido à decisão
judicial. Algo que potencializa o entendimento de grande parte dos autores quanto a
predominância de uma fundamentação pautada em um precedente judicial objetivo,
realizando a eliminação dos demais que serão direcionados como parâmetros de
aplicabilidade a futuros casos concretos. (CATHARINA, [S.D]).
O que não deve ser omitido é o fator que após as mudanças estabelecidas
por meio do novo Código de Processo Civil ainda não foi aprimorada a teoria das
decisões como norte ao aplicador do Direito, no sentido de se resguardar de um
instrumento que possibilitasse a elaboração de uma decisão judicial com total
propriedade em fundamentação, em meio a um cenário composto por uma vastidão
de decisões judiciais, em que se dificulta a aplicação perante as novas exigências
estipuladas pela Lei nº 13.105/2015.
Após o que foi exposto previamente é inadmissível deixar de abordar sobre
sentença e seus elementos, assunto do qual está atrelado ao que foi sugerido.
Assim sendo, é notória a definição em torno do termo sentença sob a ótica do autor
Fredie Didier Jr.: “... sentença é o pronunciamento pelo qual o juiz, analisando ou
não o mérito da causa, põe fim a uma fase (cognitiva ou executiva) do procedimento
em primeira instância”. (DIDIER JR., ZANETI JR., 2016). Inerentes à sentença são
os elementos cuja função hermenêutica procede de uma verificação de validade e
eficácia através da composição estrutural da decisão judicial, tais elementos estão
previstos no texto do artigo 489 do Novo Código de Processo Civil, os quais serão
explanados a seguir.
O inciso I refere-se ao elemento relatório como exigência ao juiz, justificando-
se pelo fator de manifestar conhecimento da causa, corroborando que possui total
cognição quanto ao conteúdo relevante conferido durante a tramitação daquela
demanda, logo faz-se essencial a materialização do relatório completo e, portanto,
contendo todas as informações consideradas primordiais para o julgamento da
causa. Desse modo, demonstra tamanha relevância também ao que tange a
possibilidade de aplicação de um precedente processual, da necessidade de se
inteirar dos fatos para evitar determinados equívocos. Há uma exceção de acordo
com o que dispõe a Lei nº 9099/95 quanto a dispensa do relatório em se tratando de
sentenças prolatadas nos juizados especiais, pois prevalece uma maior
informalidade.
Quanto ao inciso II, trata-se da fundamentação, elemento que manifesta
indispensabilidade no sentido que é um direito fundamental, logo, não há que se
falar de aplicabilidade correta do princípio do contraditório se a decisão não estiver
devidamente pautada numa fundamentação qualificativa. Tendo em vista que possui
duas funções básicas: endoprocessual e exoprocessual: a primeira diz respeito a
obrigação de dispor às partes um parecer quanto o que foi estipulado naquela
causa, por meio dos recursos previstos na legislação. No tocante a segunda função,
diz respeito ao ato de transferir ao público (democratizar) o que foi realizado quanto
a determinado processo a fim que se permita concretizar o controle da atividade
jurisdicional, tornando acessível a diversidade das regras processuais aplicadas, o
que se resulta na publicidade do entendimento de como agiu o juiz perante a tal
decisão, exigindo-se a fundamentação dessa. Manifesta também uma aplicabilidade
extraprocessual tendo em vista que será um parâmetro para futuras decisões
judiciais semelhantes. É válido salientar, que tal fundamentação será regida por
argumentos racionalizados em prol de atingir uma sentença coerente e íntegra. Faz-
se necessário finalizar tal diapasão expondo uma inovação proveniente do CPC de
2015 no § 1º do artigo em foco, em que reafirma os ditames do art. 93, IX, da
Constituição Federal, em que prescreve de modo expresso situações que
configuram uma sentença não fundamentada, portanto é imprescindível que o juiz
observe tal previsão legal para que evite a elaboração de uma decisão nula ou
viciada.
Por fim, quanto ao último elemento de sentença, indicado por dispositivo
(inciso III, artigo 489 do CPC), no qual o magistrado resolverá as questões
essenciais submetidas pelas partes, o que resultará na sua conclusão em torno
delas. Portanto, trata-se da etapa finalística em que o juiz estabelecerá a norma para
determinado caso concreto, objetivando a resolução daquelas questões que serão
passíveis de serem apreciadas no processo. Logo, o dispositivo é o crivo de
acolhimento ou não do pedido do autor, e em caso afirmativo o que deve ser feito
para que o direito material seja realmente realizado. Portanto é o comando que rege
a vida das partes e exprimem como essas devem se comportar diante de um caso
específico. (ARENHART, MARINORI, MITIDIERO, 2017).
Ao que condiz sobre a relação entre o princípio do contraditório e a
fundamentação, de modo inicial, faz-se referência aos dizeres do renomado autor
Cassio Scarpinella, em que afirma a compatibilidade do princípio de raízes
epistemológicas da Constituição Federal à devida aplicabilidade no direito
processual civil, o que justifica o caput do artigo 9º do CPC em que evidencia que
todas as decisões devem ser proferidas no instante que as partes forem ouvidas, ou
seja, acesso aos destinatários do prévio contraditório. (BUENO, 2020).
Em suma, o contraditório é definido como uma garantia de relevância acima
das outras, pois consiste na outorga de participação ativa às partes, em prol do
convencimento do juiz que sustentará a sentença. O contraditório distribui-se em
distintos modos de aplicabilidade: de modo antecipado, o que significa que as partes
acompanham o processo desde o início, porém não serão passíveis de suportar
quaisquer efeitos de decisões interlocutórias que não detenham de conhecimento,
tão somente através do proferimento de sentença final com devido exaurimento
cognitivo produzido pelo juiz. E o modo diferido ou postergado no tempo, estabelece
as situações de cabimento de exceções bem como na possibilidade de urgência em
decorrência do risco de dano material induzido pela parte ou provável perigo ao
resultado útil do processo; quando for evidenciado o direito do autor de tal demanda
e por fim, nos casos que cabem ação monitória. (BARROSO, 2018).
No tocante ao liame existente entre o princípio do contraditório e a
fundamentação das decisões judicias, torna-se eminente a obrigatoriedade de se
ater a uma fundamentação de excelência sobre as decisões judiciais, uma vez que é
por meio dela que haverá a percepção que o juiz se ateu do princípio do
contraditório ou não no decorrer do processo, em suma, conclui-se com dois
entendimentos de autores relevantes:

Garantir a participação dos afetados na construção do provimento, base da


compreensão do contraditório, só será plenamente garantida se a referida
decisão apresentar em sua fundamentação a argumentação dos respectivos
afetados. (BARROS, 2008).

Mais do que garantia de participação das partes em simétrica paridade,


portanto, o contraditório deve efetivamente ser entrelaçado com o princípio
(requisito) da fundamentação das decisões de forma a gerar bases
argumentativas acerca dos fatos e do direito debatido para a motivação das
decisões. Uma decisão que desconsidere, ao seu embasamento, os
argumentos produzidos pelas partes no iter procedimental será
inconstitucional e, a rigor, não será sequer pronunciamento jurisdicional,
tendo em vista que lhe faltaria a necessária legitimidade. (LEAL, 2002).

REFERÊNCIAS

ARENHART, Sérgio Cruz; MARINONI, Luiz Guilherme; MITIDIERO, Daniel. Manual


de Processo Civil. 2ª. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR14724. Informação e


documentação - trabalhos acadêmicos - apresentação. Rio de Janeiro: 2021.
BARROS, Flaviane de Magalhães. A fundamentação das decisões a partir do
modelo constitucional de processo. Revista do Instituto de Hermenêutica
Jurídica. p.131- 148, Porto Alegre, v. 1, n. 6, 2008.

BARROSO, Carlos Eduardo Ferraz de Mattos. Processo Civil: Teoria Geral do


Processo e Processo de Conhecimento. 16 ª ed. São Paulo: Saraiva Educação.
Pág. 18, 2018.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.

BRASIL. Lei nº 13.105. Institui o Novo Código de Processo Civil. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 17 março 2015. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Data de
acesso em: 06 de abril de 2021.

BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil. Volume Único. 6ª


ed. São Paulo: Saraiva Educação.

CATHARINA, Alexandre de Castro. Elementos para a (Re) construção da Teoria


Geral da Decisão Judicial no Processo Civil Brasileiro. Artigo Científico. [S.D.].
Data de acesso: 08 de abril de 2021. Disponível em:
<file:///C:/Users/thami/Downloads/58-1-72-1-10-20170819%20(1).pdf>.

CONGRESSO VIRTUAL, CHIABARA, Homero; SILVA, Antônio de Sá da. A Teoria


da Decisão Judicial. Vídeo aula, publicada em: 23 de fevereiro de 2021. Data de
acesso: 05 de abril de 2021. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=vhcCUwhUh2o>.

DIDIER JÚNIOR, Fredie; ZANETI JÚNIOR, Hermes. Curso de Direito Processual


civil. Processo coletivo.11. ed. V.3. Salvador : JusPodivm, 2016.
HELLMAN, Renê. Processo Civil II, Elementos da Sentença. Vídeo aula,
publicada em: 01 de fevereiro de 2021. Data de acesso: 07 de abril de 2021.
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=baa7_wz6MMQ >.

LEAL, André Cordeiro. O contraditório e a fundamentação das decisões no


direito processual democrático. Belo Horizonte: Mandamentos, 2002.

MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo


Curso de Processo Civil. Teoria do Processo Civil. v. 1. 2. ed. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2017.

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