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Apresentação
Para o aprimoramento de um projeto, é essencial que o projetista compreenda as necessidades do
cliente e apresente opções eficientes. O conforto visual está diretamente ligado ao bem-estar dos
usuários, por isso, é essencial que sejam consideradas todas as atividades desenvolvidas no local.
Tanto a iluminação natural quanto a artificial devem ser cuidadosamente estudadas para que não
gerem desconforto. A simulação da iluminação permite ao profissional testar diversos mecanismos
e luzes, enquanto a renderização de imagens fotorrealísticas facilita a compreensão do projeto por
parte do cliente.
Bons estudos.
Sendo assim, indique que tipos de lâmpadas você irá aplicar no ambiente tridimensional, assim
como as definições que irá utilizar para garantir as propriedades dessas luzes.
Infográfico
Para compreender como um sistema de iluminação irá se comportar em um ambiente
tridimensional, é essencial compreender a sua desenvoltura no mundo real. Conceitos
luminotécnicos básicos devem ser estudados para que as configurações no sistema de iluminação
sejam aplicadas de forma coerente. O sistema de iluminação artificial não é constituído apenas por
luminárias, lâmpadas e equipamentos complementares, mas também por conceitos que configuram
o seu comportamento, como o fluxo luminoso, a iluminância, a luminância e a temperatura de cor.
Neste Infográfico, você vai conferir as definições desses conceitos essenciais para configurar um
sistema luminotécnico verossímil.
Aponte a câmera para o
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Conteúdo do livro
A iluminação projetada corretamente garante que o projeto terá qualidade após a sua execução e,
ainda, que pode ser eficiente energeticamente. A combinação adequada de luzes e sombras garante
modelos mais precisos e realistas, permitindo, assim, a compreensão do modelo em sua totalidade.
No capítulo Luz e sombra, da obra Projeto auxiliado por computador, base teórica desta Unidade de
Aprendizagem, você vai aprender a importância da iluminação adequada em um ambiente, os tipos
de luzes e as suas formas de configuração, assim como a utilização de sombras para gerar
profundidade e realismo às imagens geradas por meio de sistemas CAD.
Boa leitura.
PROJETO AUXILIADO
POR COMPUTADOR
Introdução
Neste capítulo, você vai aprender a importância da iluminação adequada
em um ambiente, os tipos de luzes e as suas formas de configuração,
assim como a utilização de sombras para gerar profundidade e realismo
às imagens geradas por meio de sistemas CAD. Mediante a configura-
ção adequada, ambientes fotorrealísticos podem ser classificados como
eficientes energeticamente, além de garantir a perfeita compreensão
daquilo que o profissional tem em mente.
Modelos tridimensionais permitem que dúvidas sejam sanadas e
facilitam correções nas etapas de projeto, evitando desgastes e desperdí-
cios durante a obra. Já o uso da iluminação adequada configura a forma
volumétrica de maneira correta, mostrando detalhes que muitas vezes
só seriam observados após o modelo ser executado.
O Ray Tracing foi desenvolvido com a finalidade de gerar uma visualização bidimensional
para uma cena tridimensional, sendo esta a primeira técnica criada para cálculo de
iluminação. Já o Radiosity foi criado para realizar o cálculo de trocas térmicas por radiação
entre duas superfícies, e somente depois começou a ser utilizado para simulação
computacional (STOUTZ, 2017).
A iluminação em uma cena pode ser modificada por meio da forma da luz,
podendo ser definida já no momento em que a cena é inserida ou alterada após
a sua inserção. As formas de luzes variam conforme o tipo de luz utilizada;
uma luz de spot, por exemplo, poderá ser aplicada em forma retangular ou em
forma de disco. Por sua vez, as luzes puntiformes e de rede podem ser do tipo
linear, retangular, em disco, cilindro ou esfera. Uma forma retangular pode
ser inserida como um painel em um teto, por exemplo, enquanto uma forma
linear pode representar uma lâmpada fluorescente tubular.
Ao renderizar uma cena, se o projetista não tiver inserido nenhum tipo de
iluminação, automaticamente o sistema irá utilizar a iluminação-padrão, que
corresponde a uma ou duas fontes luminosas distantes, utilizadas para iluminar
todas as faces do modelo, pois estas fontes seguem o ponto de vista conforme
o projetista orbita o modelo. Entretanto, ao inserir qualquer tipo de iluminação
na cena, é imprescindível que o profissional desative a iluminação-padrão.
O uso da iluminação garante uma aparência natural e realista à cena,
reforçando a clareza e a tridimensionabilidade dos objetos que a compõem.
Nesse aspecto, as luzes que utilizam valores fotométricos, ou seja, energia
luminosa, definem a iluminação com maior precisão, de forma similar ao
mundo real (Figura 1). Como as luzes fotométricas utilizam arquivos de da-
dos Illuminating Engineering Society (IES), que são dados publicados pelos
fabricantes de iluminação, elas garantem padrões luminosos equivalentes aos
existentes no mercado. Neste sentido, é possível experimentar diversos tipos de
luminária, com intensidade de luz e temperatura de cor variáveis, resultando
assim nos efeitos desejados para o projeto em questão (AUTOCAD..., 2018a).
4 Luz e sombra
Luzes puntiformes
As luzes de ponto geram efeitos gerais de iluminação e podem ser utilizadas
para representar velas e lâmpadas, simulando a origem da iluminação. Já as
luzes puntiformes de destino apresentam propriedades de alvo, podendo ser
direcionadas para um objeto adicionando-se uma luz ou alterando-se uma já
existente. Na Figura 3, a luz puntiforme é representada pelo elemento formado
por um círculo com a cruz com eixo central.
6 Luz e sombra
Uma luz puntiforme pode ter a sua intensidade alterada por meio do seu
posicionamento ou de seu quadrado inverso, e pode ser atenuada pela prede-
finição-padrão, que corresponde a opção “Nenhum”.
Propriedades fotométricas podem ser alteradas em luzes puntiformes ao se
utilizar a variável Lighting Units com unidades americanas, definidas como
“1” (numeral um), ou com unidades do Sistema Internacional, definidas como
“2” (numeral dois), conforme as seguintes definições:
Luzes de spot
A projeção da luz de spot é representada por um feixe de luz, como se fosse
uma lanterna ou um spot direcional. Por emitir um cone de luz direcional, é
possível controlar a direção e o tamanho deste cone. Este tipo de iluminação
Luz e sombra 7
Luzes de rede
A luz de rede corresponde à distribuição da intensidade da luz, ao utilizar
uma origem luminosa. Pode ser utilizada para representar uma iluminação
não uniforme, também chamada de luz anisotrópica, advinda de dados reais de
fabricantes de luzes. Desta forma, garante uma luz renderizada mais precisa,
tomando como base as luzes de ajuste e a puntiforme.
A distribuição de luz direcional é armazenada em um arquivo-padrão de
dados fotométricos, em formato IES. Esta distribuição deve-se à emissão
de luz por uma fonte, onde uma luz puntiforme, que se encontra no centro
fotométrico, se aproxima da fonte, e mediante esta aproximação, a distribui-
ção dá-se apenas na direção de saída. Com um conjunto pré-determinado
de ângulos horizontais e verticais, há a possibilidade de o sistema calcular a
intensidade luminosa ao longo de uma direção arbitrária, por meio de inter-
polação (AUTOCAD..., 2018d).
Os dados fotométricos são indicados com a utilização de um diagrama
goniométrico, que representa a intensidade luminosa de uma fonte, podendo
variar no ângulo vertical, mas sendo fixo no horizontal, exceto se a distribui-
ção for simétrica no eixo. Há ainda a possibilidade da utilização de mais de
um diagrama para apresentar de forma completa a distribuição. Na Figura 5,
é possível observar um diagrama goniométrico de uma distribuição de teia.
Neste link, você encontra comandos e variáveis do sistema para iluminar cenas.
https://qrgo.page.link/4DX3q
Montagem de cenas
A iluminação deve ser disposta de maneira uniforme, para que não haja di-
ferenças excessivas de luz e sombra, sendo essencial que haja contraste para
que os elementos sejam percebidos. Entretanto, este contraste não deve ser
excessivo para não gerar ofuscamento.
Lima (2003) e Tavares (2007) afirmam que devem ser seguidos os seguintes
estágios para realizar uma simulação de iluminação: formular o problema,
construir o modelo, determinar os dados de entrada e saída, implementar,
verificar a eficiência do modelo, experimentar, analisar os resultados e do-
cumentar. Todas estas etapas devem ser cumpridas para que os resultados
sejam confiáveis e completos.
Além disso, para realizar uma simulação de iluminação faz-se necessário
a apresentação dos seguintes critérios: geometria do modelo, informações
referentes ao observador e câmera sintética; propriedades óticas dos materiais
(reflexão, refração e transmissão da luz); fontes luminosas; e informações
sobre o entorno, como vegetações e edificações vizinhas.
Assim os resultados gerados e as respostas que a ferramenta apresenta são
considerados os dados de saída, que podem ser: imagens sintetizadas, como
extensão TIF, JPG, BMP, GIF ou PIC; imagens analíticas, do tipo falsecolor
ou curvas isolux; informações numéricas e gráficas referentes à distribuição
de iluminância e luminância; e a previsão de conforto visual, que compreende
a análise de prováveis ofuscamentos.
Utilizando o mesmo modelo 3D, é possível gerar novos pontos de vista,
por meio da utilização de técnicas baseadas em reconstrução explícita do
modelo da cena. Estas técnicas se dividem em passivas e ativas. Nas técnicas
ativas, há algum elemento da cena que é controlado, podendo ser alguma
fonte de luz especial, por exemplo. Já as técnicas passivas compreendem as
demais técnicas, que não têm a capacidade de controlar a cena de algum modo
(APOLINÁRIO; TEICHRIEB; KELNER, 2006).
Jean-Yves Bouguet criou uma técnica ativa que compreende o lançamento
de sombras sobre a cena com um lápis ou uma vareta e a deformação da
imagem da sombra com a finalidade de estimular a forma tridimensional em
cena. Existem duas variações desta técnica. Na primeira, há dois planos de
14 Luz e sombra
Figura 10. Exemplo de reflexão e refração de raio de forma a deixar a imagem da cena
com alto índice de realismo.
Fonte: AutoCAD... (2014b, documento on-line).
ANDALÓ, F.; VIEIRA, M. H.; MERINO, E. Iluminando objetos 3D: iluminação tradicional
versus iluminação realista. Design e Tecnologia, Porto Alegre, v. 1, n. 10, p. 44-54, 2010.
Disponível em: https://www.ufrgs.br/det/index.php/det/article/view/35/28. Acesso
em: 15 maio 2019.
APOLINÁRIO, E. L.; TEICHRIEB, V.; KELNER, J. Reconstrução 3D em ambientes com luzes
estruturadas. In: WORKSHOP SOBRE APLICAÇÕES DE REALIDADE VIRTUAL, 2006, recife.
Anais [...]. Pernambuco, 2006. Disponível em: http://www.lbd.dcc.ufmg.br/colecoes/
wrva/2006/0019.pdf. Acesso em: 15 maio 2019.
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AUTOCAD: sobre as luzes de ponto. Autodesk, [s. l.], 13 abr. 2018b. Disponível em:
https://knowledge.autodesk.com/pt-br/support/autocad/learn-explore/caas/Clou-
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BE8262325AB0-htm.html. Acesso em: 15 maio 2019.
AUTOCAD: sobre as luzes de rede. Autodesk, [s. l.], 13 abr. 2018d. Disponível em: https://
knowledge.autodesk.com/pt-br/support/autocad/learn-explore/caas/CloudHelp/clou-
dhelp/2018/PTB/AutoCAD-Core/files/GUID-3AF9C92E-1B3B-4E12-8F69-E3401AB33AB4-
htm.html. Acesso em: 15 maio 2019.
AUTOCAD: sobre como utilizar sombras na renderização. Autodesk, [s. l.], 21 ago. 2014a.
Disponível em: https://knowledge.autodesk.com/pt-br/support/autocad/learn-explore/
caas/CloudHelp/cloudhelp/2015/PTB/AutoCAD-Core/files/GUID-1C4B54C0-632F-4283-
9DA0-814C77F5543B-htm.html. Acesso em: 15 maio 2019.
Luz e sombra 17
AUTOCAD: sobre luzes de spot. Autodesk, [s. l.], 13 abr. 2018c. Disponível em: https://
knowledge.autodesk.com/pt-br/support/autocad/learn-explore/caas/CloudHelp/
cloudhelp/2018/PTB/AutoCAD-Core/files/GUID-DECAAB49-93DA-4E79-A78E-
CCF752D3C652-htm.html. Acesso em: 15 maio 2019.
AUTOCAD: sobre planos de fundo e sombras. Autodesk, [s. l.], 13 abr. 2018e. Disponível
em: https://knowledge.autodesk.com/pt-br/support/autocad/learn-explore/caas/
CloudHelp/cloudhelp/2018/PTB/AutoCAD-Core/files/GUID-3B761239-3387-4613-8FF3-
A8DDC0FAC4E4-htm.html. Acesso em: 15 maio 2019.
LIMA, T. B. S. Uso da simulação computacional em projetos de iluminação interna. 2003.
Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura, Uni-
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br:8080/ri/bitstream/ri/12292/1/Dissertação_ThaisLima.pdf. Acesso em: 15 maio 2019.
ROCHA, M. M. B.; AMORIM, A. L. Validação da sombra projetada através de ferramentas
CAD: uma contribuição metodológica. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOMETRIA DES-
CRITIVA E DESENHO TÉCNICO, 16., Santa Cruz do Sul. Anais [...]. Rio Grande do Sul, 2003.
STOUTZ, R. M. Estudo comparativo entre fluxos de trabalho de simulações de ilumina-
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TAVARES, S. G. Simulação computacional para projeto de iluminação em arquitetura.
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Leituras recomendadas
AUTOCAD: sobre a forma da luz. Autodesk, [s. l.], 13 abr. 2018. Disponível em: https://
knowledge.autodesk.com/pt-br/support/autocad/learn-explore/caas/CloudHelp/clou-
dhelp/2018/PTB/AutoCAD-Core/files/GUID-9BED71F4-2D22-4E58-976F-7956E623C803-
htm.html. Acesso em: 15 maio 2019.
AUTOCAD: sobre a simulação do sol e do céu. Autodesk, [s. l.], 13 abr. 2018. Disponível
em: https://knowledge.autodesk.com/pt-br/support/autocad/learn-explore/caas/
CloudHelp/cloudhelp/2018/PTB/AutoCAD-Core/files/GUID-B9D5A91D-D14A-4ABF-
941F-1727EB7217D4-htm.html. Acesso em: 15 maio 2019.
AUTOCAD: sobre reflexões e refrações de tracejamento de raio. Autodesk, [s. l.], 21 ago.
2014. Disponível em: https://knowledge.autodesk.com/pt-br/support/autocad/learn-
-explore/caas/CloudHelp/cloudhelp/2015/PTB/AutoCAD-Core/files/GUID-498BD4DA-
2C96-421E-9C6E-75CFF38FF5ED-htm.html. Acesso em: 15 maio 2019.
CYPRIANO, A. Iluminação artificial na percepção da arquitetura: considerações sobre as-
pectos quantitativos e qualitativos no processo de projeto. 2013. Dissertação (Mestrado
18 Luz e sombra
Nesta Dica do Professor, você vai aprender um pouquinho mais sobre as luzes utilizadas nos
sistemas CAD, assim como a relevância de uma iluminação adequada para garantir qualidade a um
bom projeto.
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Exercícios
A) Luzes de sistema.
B) Luzes puntiformes.
C) Luzes diversas.
D) Luzes padrão.
E) Luzes de rede.
D) Especificar o brilho inerente da luz, pela indicação de intensidade, pelo fluxo ou pela
luminosidade da lâmpada.
Qual é o mecanismo que permite examinar a intensidade luminosa nos ângulos vertical e
horizontal simultaneamente, representando a distribuição de luz tridimensionalmente?
A) Luminárias.
B) Teia goniométrica.
C) Diagrama fotométrico.
D) Lâmpadas.
E) Teia fotométrica.
A) Renderizar a cena.
5) Para que os elementos de uma cena sejam percebidos, é essencial que haja contraste,
entretanto, não deve haver diferenças excessivas de luz e sombra, ou seja, a iluminação deve
ser disposta de maneira uniforme. A iluminação é a principal condicionante para que as
sombras sejam exibidas em um desenho.
Quais são os tipos de sombras geradas por objetos sombreados em uma Viewport?
Neste Na Prática, você vai acompanhar o passo a passo para a representação de luzes fotométricas
embutidas em geometrias tridimensionais.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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Fundamentos de arquitetura
Leia o Capítulo 4 da obra de Lorraine Farrelly, sobre a representação gráfica para expressar ideias e
conceitos mediante a utilização de recursos digitais.