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prévio sobre o que os alunos compreendem por memória. Uma vez feito esse
pequeno exercício com a participação de todos, podem ser abordados o que os
historiadores entendem pelo mesmo conceito e quais são os principais debates
que o envolvem.
Depois disso, o primeiro passo é lembrar os alunos que a memória não é a
mesma coisa que lembrança, uma vez que esta remete a uma experiência
individual de um acontecimento. Aquela, por sua vez, não é necessariamente uma
experiência individual, pois pode reproduzir uma visão do passado compartilhada
(coletiva) e que nem todos os membros que partilham dela vivenciaram. Dessa
forma, a memória é uma construção que pode ser transmitida para gerações
seguintes.
Uma vez pontuada essa questão, é importante definirmos que a memória é
uma reconstrução do passado feita de maneira parcial e limitada, levando em
consideração o que um indivíduo ou um grupo entende como o passado. A
memória é uma reconstrução do passado feita sem o processo crítico pelo qual a
história é feita.
Isso acontece porque a memória não faz uma análise crítica das fontes ou a
utilização de metodologias científicas, tampouco coloca o trabalho final em
apreciação científica, como os historiadores fazem. A memória é uma
reconstrução do passado que é feita, frequentemente, de acordo
com interesses políticos, econômicos ou ideológicos do presente.
Assim, essa falta de embasamento crítico da memória faz com que ela possa ser
instrumento para mitificar ou demonizar acontecimentos ou personalidades do
passado. Dentro disso, algo comum realizado com a memória é
o esquecimento de determinados acontecimentos históricos, uma vez que o que
não for interessante na glorificação ou demonização desses é simplesmente
esquecido.