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Resenha do texto "Inclusão: construindo uma sociedade para todos"

Este texto tem como objetivo apresentar uma resenha do livro Inclusão: construindo
uma sociedade para todos, de Romeu Kazumi Sassaki, e serve como base teórica
para a elaboração da pesquisa de monografia.

Sassaki (1997) inicia seu texto afirmando que para um futuro breve todas as pessoas
acreditarão no paradigma da inclusão social como o caminho ideal para se construir
uma sociedade para todos, e que todos por ela lutassem para que, juntos na
diversidade humana, pudessem cumprir seus deveres de cidadania e gozar dos
direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e de desenvolvimento.

O autor descreve a batalha contra a exclusão a que estavam sujeitas e, ainda estão,
em muitos casos, as pessoas deficientes e as ideias que surgiram de integração e de
normalização, que “pareciam” levar à inclusão social, mas que estavam longe dela.

Segundo Sassaki (1997), as pessoas que possuem necessidades especiais, além


dessas necessidades, elas também possuem as necessidades inerentes a qualquer
ser humano, todavia, existem muitas barreiras para que possam tomar parte ativa na
sociedade.

São várias as necessidades especiais que podem resultar de condições atípicas, tais
como: deficiências mental, física, auditiva, visual e múltipla. Autismo, dificuldades de
aprendizagem, insuficiências orgânicas, superdotação, problemas de conduta,
distúrbios emocionais, de atenção, transtornos mentais. Algumas dessas condições
frequentemente são agravadas, ou são resultantes, de situações sociais
marginalizantes ou excludentes como o trabalho infantil, prostituição, privação cultural,
pobreza, desnutrição, saneamento precário e abuso persistente e severo contra
crianças.

O autor afirma que a sociedade atravessou diversas fases no que se refere às práticas
sociais. Ela excluiu as pessoas com condições atípicas, depois passou a atendê-las
em instituições segregadas, como escolas especiais, centros de reabilitação etc. Em
seguida veio a prática da integração social, a inserção pura e simples das pessoas
com deficiências, que conseguiam, por méritos próprios, utilizar espaços físicos e
sociais sem nada modificar na sociedade. Alguns necessitavam de adaptação para
tentar a convivência com os não deficientes, outros já foram inseridos em ambientes
separados, dentro dos sistemas gerais, ex.: classe especial dentro da escola regular.

Na verdadeira inclusão social, segundo Sassaki (1997), é a sociedade que deve ser
modificada para incluir todas as pessoas. Ela precisa ser capaz de atender às
necessidades de seus membros. A inclusão social é um processo que contribui para a
construção de um novo tipo de sociedade através de transformações, pequenas e
grandes, no ambiente, espaços, equipamentos, aparelhos, utensílios, transporte e na
mentalidade das pessoas, inclusive, do próprio portador da deficiência. Assim,
estaremos equiparando oportunidades para todos. E então poderemos dizer:
Educação inclusiva, transporte inclusivo, lazer inclusivo etc.

O autor enfatiza que além de fornecer espaços adequados, esta sociedade fortalece
as atitudes de aceitação das diferenças individuais e de valorização da diversidade
humana e ressalta a importância do pertencer, do conviver, do cooperar e contribuir
que todas as pessoas podem dar para construírem vidas comunitárias mais justas,
mais saudáveis e mais satisfatórias.

Sassaki (1997) termina seu texto dizendo que a inclusão é uma proposta, um ideal. Se
quisermos que a sociedade seja acessível e que dela todas as pessoas possam
participar, em igualdade de oportunidades, é preciso fazer desse ideal uma realidade a
cada dia. As ações de cada indivíduo, das instituições e dos órgãos públicos, deve ser
pensada e executada no sentido de divulgar os direitos, a legislação e programar
ações que garantam o acesso de todas as pessoas a todos os seus direitos. Sabe-se
que mudar o contexto de uma hora para outra é impossível. Desejar uma sociedade
acessível e se empenhar pela sua construção não pode significar o impedimento de
acesso das pessoas com deficiência aos serviços atualmente oferecidos, pelo
contrário, deve-se manter o olhar no ideal, mas os pés na realidade. A inclusão
envolve mudanças em todas as pessoas e é um trabalho longo e desafiador. Igualdade
de oportunidades é um desejo de muitas pessoas para um futuro, que esperamos, seja
breve.
Referência bibliográfica

SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Vol. 174. WVA,
1997.

Atualizado em 24/07/2021

Resenha Crítica: Livro Inclusão (Construindo uma sociedade para todos)

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 A educação inclusiva visa assegurar

 Componentes da educação inclusiva:

 Diferença entre inclusão e integração

Educação Inclusiva: É o processo dos portadores de necessidades


especiais ou de distúrbios de aprendizagem na rede comum de ensino em
todos os seus graus.

“O princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças


deveriam aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou
diferenças que podem ter. As escolas inclusivas devem reconhecer e
responder às diversas necessidades de seus alunos, acomodando tanto estilos
como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de
qualidade à todos por meio de currículo apropriado, modificações,
organizações, estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias com a
comunidade (…) Dentro das escolas inclusivas, as crianças com necessidades
educacionais especiais deveriam receber qualquer apoio extra que possam
precisar, para que se lhes assegura uma educação efetiva (…)”

UNESCO, 1998.
“Qual a proposta da escola inclusiva? Abrir oportunidades adequadas à todas
as crianças. Dar condições também as crianças com necessidades educativas
especiais (devido a deficiência mental, auditiva, visual, física ou múltipla), para
que possam se desenvolver socialmente e intelectualmente junto com as
outras crianças na classe comum. É ma escola, portanto, que aceita todas as
diferenças e se adapta à variedade humana, criando ambiente propício ao
desenvolvimento das potencialidades individuais”.

SEMEGHINI, 1998, p. 13.

A educação inclusiva visa assegurar


 Benefícios para todos os alunos: Oportunidade de aprender uns com os
ouros, com relação às atitudes, habilidade s e os valores necessários para
a construção de uma comunidade inclusiva.
 Benefícios para os professores: Oportunidade de planejar e conduzir a
educação como parte de uma equipe. Oportunidade de melhorar suas
habilidades profissionais. Oportunidade de participar da vida escolar
diária.
 Benefícios para a sociedade: O valor social da igualdade; A superação
das experiências do passado; A sociedade informacional e a igualdade.

Componentes da educação inclusiva:


Os alunos freqüentam classes comuns com os colegas não deficientes da
mesma faixa etária. Este princípio assegura aos alunos deficientes e não
deficientes a oportunidade de aprenderem uns sobre os outros e reduz o
estigma experenciado por alunos que estavam separados anteriormente.

 Escola da vizinhança: Os alunos freqüentam uma escola comum em sua


vizinhança ou aquela que a família escolheu por uma razão particular.
 O professor ensina à todos os alunos: Em escolar inclusivas, o professor
tem a responsabilidade de educar tanto as crianças sem deficiência
como aquelas com deficiência. Tem também a responsabilidade de
assegurar que o aluno deficiente seja um membro integrante e
valorizado da sala de aula.
 Currículo adequadamente adaptado: Educação inclusiva significa que os
alunos com deficiência estão sendo ensinados no mesmo contexto
curricular e instrucional com os demais colegas de sala de aula. Materiais
curriculares comuns podem precisar ser adaptados, mas somente até o
nível necessário para satisfazer as necessidades de aprendizagem de
qualquer aluno.
 Métodos instrucionais diversificados: São aplicáveis às classes de hoje,
marcadas pela diversidade humana, os seguintes métodos – instrução
mutinível, a comunicação total, a aprendizagem por cooperação,
aprendizado baseado em atividades.
 Colaboração entre professores e outros profissionais: A tendência para
uma maior colaboração e apoio mútuo entre professores e a preferência
dos terapeutas e consultores em oferecer apoio na própria sala de aula
em vez de retirar alunos de lá beneficiam a prática educativa em geral e
a educação inclusiva em particular.
 Inclusão do aluno na vida social da escola: São partes importantes da
educação inclusiva os relacionamentos e interações sociais. Assim como
os demais alunos, aqueles com deficiência também precisam participar
da vida social da escola, como, por exemplo, conduzindo visitantes pela
escola ajudando no gerenciamento de equipes e trabalhando no
escritório da escola. Quanto mais presentes estiverem esses
componentes, maiores serão as chances de que a escola incluirá crianças
e jovens portadores de deficiência.

Diferença entre inclusão e integração


A prática de integração e inserção da pessoa deficiente preparada para
conviver na sociedade repousa em princípios até então considerados
incomuns, tais como: A aceitação das diferenças individuais, a valorização de
cada pessoa, a convivência dentro da diversidade humana, a aprendizagem
através da cooperação. Principalmente nos anos sessenta e setenta, baseou-se
no modelo médico da deficiência para torna-la apta a satisfazer os padrões
aceitos no meio social (familiar, escolar, profissional, recreativo, ambiental).

A prática de inclusão e modificação da sociedade como pré-requisito para a


pessoa com necessidades especiais buscar seu desenvolvimento e exercer a
cidadania. Incipiente na década de oitenta, porém consolidada nos anos
noventa, vem seguindo o modelo social da deficiência, segundo o qual a
nossa tarefa é a de modificar a sociedade (escolar, empresas, programas,
serviços, ambientes físicos, etc…) Para torna-la capaz de acolher a todas as
pessoas que, uma vez, incluídas nessa sociedade em modificação, poderão ter
atendidas as suas necessidades, comuns e especiais.

Exclusão antes de 1900: Nessa fase nenhuma atenção educacional foi


provida às pessoas com necessidades especiais, que eram consideradas
indígenas de educação escolar.

Segregação institucional (1920-1970): Por absoluta impossibilidade de


acesso às escolas comuns por parte das crianças e jovens portadores de
deficiência, suas famílias uniram-se para criar escolas especiais, hospitais e
residências que eram também utilizados como locais de educação especial.

Integração: Crianças e jovens com deficiências mais aptos eram


encaminhados às escolas comuns e lá ficavam se conseguissem acompanhar
as aulas. As escolas especiais continuaram existindo e novas escolas especiais
foram criadas. Nessa fase, surgiram as classes especiais e as salas de recursos
dentro das escolas comuns.

Exclusão e segregação até 1960: Provisão de abrigos e prestação de


cuidados médios, sociais e religiosos. A família e a sociedade tinham atitudes
de super proteção, piedade e caridade, impondo à pessoa com deficiência
uma vida segregada. A imagem da pessoa com deficiência era a de alguém
inválido, socialmente inútil e incapaz permanentemente.

Integração (1960-1980): Provisão de programas e serviços de reabilitação e


educação especial. As atitudes da família mostravam que o portador de
deficiência deve enfrentar os desafios da vida e integrar-se na sociedade. A
imagem da pessoa com deficiência passou a ser ou de um “coitadinho” (vítima
do destino ou da sociedade) ou de um “vilão” (figurinhas simbólicas como
Capitão Gancho ou mafioso cego, por exemplo) ou de um “super-herói”
(muito esforçado, supera todos os obstáculos).

Da integração à inclusão 1980 até hoje: Surge a idéia de que a família e a


sociedade devem adaptar-se às necessidades de todas as pessoas, tenham
deficiência ou não. A imagem da imagem da pessoa com deficiência é aquela
de alguém que toma decisões e tem maior autonomia nos ambientes físico e
social.

Sassaki, Romeu Kazumi. Inclusão – Construindo uma sociedade para todos.


Ed. 3ª, Rio de Janeiro, 1999, p. 41, 42, 43

Autora: Soraya M. Marques

Fonte: https://pedagogiaaopedaletra.com/resenha-critica-inclusao/

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