Você está na página 1de 4

ISABEL

Boa tarde!
Me chamo Isabel e juntamente com a colega Mikaelly nós compomos o 6º
grupo.
A pergunta que norteou o nosso seminário é “Há lugar para as comunidades
terapêuticas?”
Decidimos que nós como grupo não deveríamos pegar a responsabilidade de
responder algo tão sério, mas sim fomentar a provocação na cabeça de todos
nós enquanto sociedade.
MIKAELLY
Segundo documento da ANVISA disponibilizado em 13 de outubro de 2021:
O que são?
São entidades privadas, sem fins lucrativos, na sua grande maioria financiadas
pelo governo (gratuitas), ou não (particulares), que realizam o acolhimento de
pessoas com transtornos decorrentes do uso abusivo de substâncias
psicoativas, em regime residencial transitório. O período de acolhimento varia
de 3 meses a 12 meses, conforme o projeto terapêutico da entidade.
A ANVISA traz dois tipos de comunidades terapêuticas. Cts acolhedoras e
médicas
Acolhedoras: MAIS COMUNS.
Aquelas instituições que não realizam terapêuticas que dependam de
profissionais de saúde. Não são consideradas serviços de saúde (não
integram o SUS e nem o SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL SUAS)
e sim de interesse à saúde ou social, por não realizarem terapêuticas que
dependam de profissionais de saúde, mas sim estabelecimentos sociais,
portanto integram o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas
(SISNAD). O principal instrumento utilizado durante o tratamento é a
convivência entre os pares. Não pode haver internação involuntária, pois é
necessário um laudo médico justificando a internação, mesmo a internação se
dando de forma voluntária precisa ser formalizada por escrito. Essas
comunidades terapêuticas não podem utilizar medicamentos psicotrópicos no
tratamento, a menos que ofereçam também serviços de saúde sob
responsabilidade de um médico.

Médicas: são serviços de saúde mental e que contará com responsabilidade


técnica médica, e por isso deverão cumprir uma série de exigências sanitárias
adicionais quando comparadas às Comunidades Terapêuticas Acolhedoras.
Pode haver internação involuntária.
Em regra, quando nos referimos à Comunidade Terapêutica estamos
tratando da Comunidade Terapêutica Acolhedora!
Quais órgãos ou entidades são responsáveis pela fiscalização das
Comunidades Terapêuticas?
Do ponto de vista sanitário, os serviços de saúde e de interesse à saúde são
fiscalizados pelas Vigilâncias Sanitárias locais. Assim, toda Comunidade
Terapêutica deve possuir Alvará Sanitário. Na fiscalização sanitária são
avaliados aspectos de infraestrutura, documentação, recursos humanos e
processos de trabalho. Em caso de irregularidades, diversas sanções podem
ser aplicadas, a depender da gravidade ou da reincidência da infração
sanitária; variando desde uma advertência, multa, apreensão e inutilização de
produtos, até a interdição do estabelecimento. Além disso, outros órgãos ou
entidades podem realizar fiscalizações dentro de seu âmbito de competências.
Assim, por exemplo, o Ministério Público pode realizar fiscalizações, Conselhos
profissionais podem fiscalizar questões ligadas ao exercício profissional etc.

Comunidades terapêuticas na prática:


A administração das comunidades terapêuticas no Brasil sempre esteve muito
ligada a movimentos religiosos, com maior destaque para iniciativas privadas
vinculadas à fé católica ou evangélica. Por essa razão, em muitas delas,
observa-se o pilar da “espiritualidade’ junto com os da disciplina e do
trabalho. Não há obrigatoriedade de que a prática espiritual seja
necessariamente uma doutrinação religiosa cristã, isso pode se justificar
principalmente pela própria origem do modelo no país.
O objetivo das comunidades terapêuticas é fazer com que a pessoa interrompa
completamente o consumo de álcool e outras drogas a partir do modelo da
abstinência, diferente do modelo defendido pela redução de danos, que prevê
um uso responsável e consciente a partir da redução gradativa como a colega
colocou. Antes de ingressar na comunidade terapêutica, é exigido que a
pessoa se comprometa com a abstinência como condição para o início do
tratamento.
ABSTINÊNCIA MALEFICIOS: ansiedade, insônia, perda de apetite, tremor das
mãos, sudorese, reflexos aumentados, bocejos e humor deprimido.
Uma vez dentro, os/as pacientes interrompem o vínculo com a comunidade
exterior, ou seja, os parentes e amigos – vai haver uma convivência restrita
apenas entre os próprios pares e os funcionários– onde os indivíduos
começarão a participar de uma rotina disciplinarizada que alterna trabalhos
diversos e práticas de espiritualidade religiosa.
MIKAELLY
Comunidades terapêuticas e Governos Bolsonaro e Lula
Trouxe 4 matérias para que a gente veja como era o cenário das CTs na
gestão passada e se houve alguma mudança nesse panorama após a
transição do Governo.
 Comunidades terapêuticas poderão acolher jovens entre 12 e 18 anos.
GOV 07 DE JULHO DE 2020.
 Financiamento de comunidades religiosas para tratamento de
dependentes dispara com Bolsonaro. CARTA CAPITAL 25 DE JULHO
DE 2022.
 Governo usou R$ 75 mi da Covid para financiar comunidades
terapêuticas. 29 DE OUTUBRO DE 2022 - METRÓPOLES
 Governo Lula é criticado por criar área para comunidades terapêuticas
após pressão de religiosos. FOLHA DE SÃO PAULO – 23 DE JANEIRO
DE 2023
Comunidades terapêuticas poderão acolher jovens entre 12 e 18 anos.
GOV 07 DE JULHO DE 2020.
A primeira matéria fala sobre uma reunião do Conad (Conselho Nacional de
Políticas Sobre Drogas) com a finalidade de permitir que jovens entre 12 e 18
anos, que tinham problemas com álcool ou outras drogas, pudessem se juntar
a grupos de tratamento. Isso se daria de forma voluntaria, mas com a
permissão por escrito de um dos pais ou responsável.
Também fala que houve uma conversa sobre como prevenir o uso das drogas,
especialmente entre os jovens e reforça que o Estatuto da Criança e do
Adolescente seria seguido em todas as decisões.
Financiamento de comunidades religiosas para tratamento de
dependentes dispara com Bolsonaro. CARTA CAPITAL 25 DE JULHO DE
2022.
A segunda matéria traz um foco no aumento do financiamento das CTs no
governo Bolsonaro, essa foi uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos de
Segurança e Cidadania (CESeC).
A matéria informa que o financiamento das CTs no governo Bolsonaro disparou
saindo de 300 para 560 milhões de reais, já no primeiro período do governo. A
reportagem também informa que no início de 2018, o governo federal
financiava 2.900 vagas; em dezembro de 2021, o número saltou para 10.657 e
que a meta era chegar a 24.320 vagas em 2022.
Governo usou R$ 75 mi da Covid para financiar comunidades
terapêuticas. 29 DE OUTUBRO DE 2022 - METRÓPOLES
A terceira matéria traz informações sobre o uso indevido de verbas da Covid-19
para financiar as CTs. Segundo os dados foram levantados pelo Metrópoles
junto ao Tesouro Nacional Transparente e ao Siga Brasil, as CTs receberam
cerca de R$ 75 milhões, em 2021 e 2022, do montante reservado para o
combate ao coronavírus. E além do aumento do repasse, a gestão também
isentou as entidades de tributos.
“A comunidade terapêutica é a cloroquina da saúde mental, e o governo
investe nisso justamente por um viés ideológico, uma vez que boa parte dessas
instituições são evangélicas”, avalia o psiquiatra Deivisson Vianna Dantas dos
Santos.
Governo Lula é criticado por criar área para comunidades terapêuticas
após pressão de religiosos. FOLHA DE SÃO PAULO – 23 DE JANEIRO DE
2023
Nesta matéria, foi discutida a criação de um departamento específico para
apoiar as Comunidades Terapêuticas (CTs). O departamento chamado de
Departamento de Apoio a Comunidades Terapêuticas foi criado como parte do
Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à
Fome.
Essa criação foi uma resposta a pedidos das lideranças religiosas ligadas às
CTs. Porém gerou algumas críticas das organizações de direitos humanos que
são contra o modelo das CTs. Depois disso, devido às pressões, o governo
passou a afirmar que o setor está sendo revisado. Para evitar conflitos, há
discussões sobre a possibilidade de mudar o nome do departamento para
mostrar que ele não é exclusivamente voltado às CTs.
Esse departamento não fazia parte da estrutura original do novo ministério e foi
criado por decreto pouco tempo após os representantes das CTs se reunirem
com a equipe do ministro Wellington Dias. Foi informado que esses
representantes estavam insatisfeitos com a extinção da Senapred (Secretaria
Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas) criada no governo Bolsonaro.
A matéria informa ainda que o orçamento de 2023 possui uma reserva de R$
272 milhões destinada à "redução da demanda de drogas", mas que esses
recursos seriam principalmente direcionados para as CTs.
PASSAR VÍDEO
Minuto 07:11 pra passar o ultimo vídeo

Asilamento***

Você também pode gostar