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NEAD – Núcleo de Educação a Distância

ROTAS DE APRENDIZAGEM

BIOQUÍMICA II AULA

04

Biomarcadores da Função Cardíaca

Onde Chegar
• Definir as fases de aquisição e interpretação dos dados
bioquímicos;
• Capacitar o acadêmico com relação ao procedimento de coleta e
conservação de amostras biológicas envolvendo análises
bioquímicas;
• Definir os padrões de normalidade dentro dos valores de
referência;
• Analisar os principais biomarcadores bioquímicos no auxílio de
diagnóstico e monitoramento das patologias;
• Conhecer e compreender o valor potencial e as limitações dos
testes.
• Assegurar o desempenho e a interpretação apropriada de cada
teste.

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O que Aprender
• Biomarcadores cardíacos
• Enzimas cardíacas
• Patologias associadas

Desenvolvimento
Olá, meus queridos alunos!

Continuando a sequência dos nossos biomarcadores bioquímicos, nesta aula vamos falar
dos marcadores cardíacos. Por que o assunto é importante? O Brasil é recordista em
eventos cardiovasculares, um número muito grande de pacientes com hipertensão,
acima de 12 milhões de pessoas com hipertensão arterial sistêmica e 14 milhões
pacientes com diabetes mellitus, que podem desenvolver problemas hipertensivos.

Os marcadores cardíacos são usados em emergência e urgência, haja visto que são
exames que detectam se houve um infarto agudo do miocárdio ou uma isquemia
cardíaca.

Uma das causas que mais alteram os marcadores cardíacos, é a formação da placa de
ateroma, com a elevação de lipoproteínas (gorduras) aterogênicas na corrente sanguínea
(como o LDL- colesterol ou "colesterol ruim"), ocorre uma agressão no endotélio
vascular, expondo a camada íntima do endotélio, favorecendo a retenção das
lipoproteínas plasmáticas. O acúmulo de lipoproteínas (gorduras) aterogênicas,
diminuem a “luz” dos vasos, causando um processo inflamatório, quando o paciente tem
um pico de estresse e hipertensão, a placa pode se romper e o trombo se descola,
podendo obstruir uma artéria coronária causando um infarto agudo do miocárdio (IAM),
e se o trombo se deslocar para o cérebro pode causar um acidente cerebral vascular
isquêmico.

A isquemia causada pelo trombo no coração, ocasiona falta de oxigenação e nutrientes


levando a morte celular local, o paciente apresente sintomas, como: dor no peito, no
braço esquerdo, angústia e ofegante. Quando o paciente chega no hospital com o quadro

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acima, ele provavelmente entre em “rota cardíaca” e o médico solicitará os marcadores


cardíacos, seguintes:

• Creatinoquinase (CK)
• Creatinoquinase fração MB (CK-MB)
• Troponinas
• Mioglobina
• Desidroginase láctica (LDH)
• Proteína C Reativa ultrassensível

CREATINOQUINASE (CK) E CREATINOQUINASE FRAÇÃO MB (CK-MB)

A creatinoquinase (CK) é importante na regulação da produção e utilização de fosfato de


alta energia nos tecidos contráteis. Ela catalisa a fosforilação da creatinina em creatina
fosfato e possui 3 frações ou isoenzimas (CK-MM, CK-BB e CK-MB). Apesar de ser um
sensível marcador para lesão muscular, não é específica para o músculo cardíaco e só
deve ser utilizada na impossibilidade de outros marcadores mais modernos. A fração
mais específica da CK é a creatinoquinase fator MB (CK-MB) que se leva em torno de 4 a
6 horas após o início dos sintomas do infarto, com pico em torno de 18 horas,
normalizando-se entre 48 e 72 horas. Apesar de ter uma alta sensibilidade nas primeiras
12 horas no início dos sintomas (cerca de 93%), é pouco sensível para o diagnóstico nas
primeiras 6 horas de evolução. E, com o avanço das técnicas, hoje é possível dosar a
concentração da CK-MB massa e não apenas sua atividade com aumento da sensibilidade
e especificidade, clínica e analítica, respectivamente. A CK-MB massa eleva-se entre 3 e
6 horas após o início dos sintomas com pico entre 16 e 24 horas normalizando se entre
48 e 72 horas (LIMA,2016).

MIOGLOBINA

A mioglobina é uma hemoproteína citoplasmática transportadora de oxigênio de baixo


peso molecular, encontrada tanto no músculo esquelético quanto no músculo cardíaco.
Ao ser liberada rapidamente, começa a elevar-se no período de 1 a 2 horas após o início
dos sintomas com pico entre 6 e 9 horas, normalizando entre 12 e 24 horas. Tem
importância para afastar o diagnóstico do IAM, pois seu valor preditivo negativo pode
variar entre 83% e 98%, principalmente nos pacientes apresentando alterações
eletrocardiográficas que dificultam o diagnóstico (LIMA,2016).

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TROPONINAS

As troponinas, filamentos finos dos músculos estriados, são proteínas que formam um
complexo com 3 polipeptídios:

• Troponina C (TnC)
• Troponina I (TnI)
• Troponina T (TnT)

Elevam-se entre 4 e 8 horas após os sintomas, com pico entre 36 e 72 horas,


normalizando entre 5 e 14 dias. Apresentam a mesma sensibilidade diagnóstica do que
CK-MB entre 12 e 48 horas de elevação, mas em portadores de doença que diminuem a
especificidade da CK-MB elas são indispensáveis. A fibrina no soro pode provocar
resultados falso-positivos. A sugestão é utilizar as dosagens de troponinas T e I e da CK-
MB massa como marcadores, assim como substituir a CK-MB atividade pela massa
(LIMA,2016).

DESIDROGINASE LÁCTICA (LDH)

A desidrogenase láctica (LDH) é uma enzima fundamental nos metabolismos lipídios e


pode ser encontrada na maioria dos tecidos. Catalisa a reação de conversão reversiva do
piruvato em lactato e, em anaerobiose, este último pode ser convertido em glicose, por
gliconeogênese. Composta por terâmetros de unidade H (heart) ou M (muscle), pode
estar em cinco isoenzimas, LDH-1, LDH-2, LDH-3, LDH-4 e LDH-5. Antigamente, era
utilizada para características de se levar em torno de 36 a 48 horas após IAM. Além disso,
a LDH total e a razão LDH-1:LDH-2 se mostram alteradas por 4 a 7 dias (LIMA,2016).

PROTEÍNA C REATIVA ULTRASSENSÍVEL

A proteína C-reativa (PCR) é uma proteína de fase aguda, sintetizada no fígado, em


resposta a citocinas inflamatórias. A dosagem da PCR por métodos de alta sensibilidade
(PCR-US) consegue detectar níveis baixíssimos desta proteína e constitui um marcador
inflamatório de baixo grau com forte valor preditivo independente para evento
cardiovascular. A elevação dos níveis de PCR-US e sua interação com fatores de risco
clássicos podem levar a alterações do perfil pró-aterosclerótico do paciente. Assim, a
PCR-US constitui um marcador clínico importante por suas características de boa

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estabilidade, alta sensibilidade, boa reprodutibilidade e precisão. No entanto, em


condições inflamatórias agudas, a elevação dos níveis de PCR de 6 a 8 horas iniciais,
podendo alcançar valores de até 300 mg/dL em 48 horas. Nessas situações a PCR-US não
deve ser utilizada como preditor de risco cardíaco (LIMA,2016).

INVESTIGAÇÃO BIOQUÍMICA

FONTE: Shutterstock

Vá mais Longe
Capítulo Norteador: Capítulo 25- ARAÚJO, Marcus Vinícius Ferreira de; GALANTE,
Fernanda (org.). Princípios da bioquímica: para universitários, técnicos e profissionais
da área de saúde. São Paulo: Rideel, 2018. Biblioteca Virtual.

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Agora é sua Vez!


Interação

Organize um fluxograma com os marcadores que aparecem no início do infarto do


miocárdio e quantos dias eles permanecem. Exemplo:

1 a 2 horas após o
início dos sintomas
Mioglobinas
INFARTO AGUDO

Troponinas
MIOCÁRDIO

CK-MB

PROTEÍNA C REATIVA
ULTRASSENSÍVEL

Questão para Simulado

1 – Para auxiliar o médico no tratamento correto e realizar o diagnóstico do paciente com


suspeita de infarto agudo do miocárdio, qual marcador abaixo tem baixa especificidade?

a) PCR-US

b) Troponinas

c) CK-MB

d) LDH

e) Nenhuma das alternativas

Resposta: Letra D

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Comentário: A desidrogenase láctica (LDH) é uma enzima fundamental nos metabolismos


lipídios e pode ser encontrada na maioria dos tecidos. Entretanto, tem baixa
especificidade a IAM. Citado também no slide 6 – aula 4.

"Organize-se: 6 horas semanais – mínimo sugerido para autoestudo"

REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFIA BÁSICA

CONN, Eric E.; STUMPF, P. K. Introdução a Bioquímica. São Paulo: Blucher, 1976. E-book.
Dsiponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/177711

ARAÚJO, Marcus Vinícius Ferreira de; GALANTE, Fernanda (org.). Princípios da


bioquímica: para universitários, técnicos e profissionais da área de saúde. São Paulo:
Rideel, 2018. E-book. Disponível
em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/174250/pdf/0

DAU, Ana Paula Arêas (org.). Bioquímica humana. São Paulo: Pearson Educ, Niterói:
Universidade Federal Fluminense, 2014. E-book. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/22138/pdf/0

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

ALMEIDA, Maria de Fátima da Costa (org.). Boas práticas de laboratório. 2. ed. São
Caetano do Sul: Difusão Editora, 2013. E-book. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/164093/pdf/0

MARIA, Carlos Alberto. Bioquímica básica: introdução à bioquímica dos hormônios,


sangue, sistema urinário, processos digestivos e absorptivo e micronutrientes. 2. ed. Rio
de Janeiro: Interciência, 2014. E-book. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/49799/pdf/0

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LUCENA, Malson Neilson de (org.). Bioquímica experimental. Rio de Janeiro: Editora


Interciências, 2019. E-book. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/176617/pdf/0

MORAN, Laurence A.; HORTON, Robert H.; SCRIMGEOUR, Gray K., PERRY, Marc D.
Bioquímica. 5. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. E-book. Disponível
em:https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/4233/pdf/0

MICHELACCI, Yara M. et al. Manual de práticas e estudos dirigidos: química, bioquímica


e biologia molecular. São Paulo: Editora Blucher, 2014. E-book. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/164739/pdf/0

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