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PROVAS BIOQUÍMICAS DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

Discentes:
Beatriz de Souza Borges - 1925552067
Alan Felipe de Almeida Cavalcanti - 1615552055
Gabriel Gonçalves da Silva - 1915552021
Vanessa de Araujo Cruz - 1815551074

Docente:
Fabio Pereira Mesquita

Disciplina:
Bioquímica Clínica

Data:
23/09/2022
RESUMO:

O infarto agudo do miocárdio (IAM) vem sendo responsável por um índice cada
vez maior de mortalidade no Brasil. É uma lesão irreversível do tecido cardíaco
por ausência de nutrientes e oxigênio, identificado através de sinais clínicos
como a dor precordial forte que atinge o membro superior esquerdo e
localidades próximas.
É de extrema importância identificar os marcadores bioquímicos presente no
infarto para que se tenha um diagnóstico decisivo e de confiança, facilitando o
início do tratamento e o seguimento da evolução do paciente. O diagnóstico
final é baseado na análise clínica do paciente juntamente com o
eletrocardiograma e os níveis dos marcadores bioquímicos presente na lesão. O
presente estudo teve como objetivo fazer um levantamento dos marcadores
bioquímicos utilizados no diagnóstico do infarto agudo do miocárdio através de
uma revisão bibliográfica.
Concluiu-se então que os marcadores bioquímicos mais utilizados de imediato
frente a um infarto agudo do miocárdio são: a mioglobina, troponina I e a fração
CK-MB, existindo também outros tipos como Aspartatoaminotransferase (AST) e
a Lactato desidrogenase (LDH).

INTRODUÇÃO:

O infarto agudo do miocárdio no Brasil é classificado como uma das principais


doenças que acometem o sistema cardiovascular. Consiste na morte celular do
músculo cardíaco decorrente da não disponibilização de oxigênio ou
estreitamento das artérias coronárias, diminuindo assim o fluxo sanguíneo para
o coração.
Os sinais mais comuns são desconforto torácico, geralmente no meio do peito
(tipo aperto), de nível leve ou forte, podendo insistir por alguns minutos ou
cessar e retornar novamente. Esses sintomas diversificam muito de uma pessoa
para outra, podendo em poucos casos a dor assemelhar-se com um tipo de
indigestão, queima no estômago ou azia. O efeito de um infarto pode levar ao
falecimento por arritmia maligna, ruptura miocárdica, disfunção contrátil ou
perda aguda de área extensa do músculo cardíaco, arriscando a essencial
missão do coração, que é bombear o sangue, impedindo o funcionamento de
outros órgãos.
Por ser um dos principais motivos de mortalidade, no decorrer do
atendimento emergencial diante do IAM é essencial fazer um eletrocardiograma
(ECG), mas não é o bastante. Desse modo, os marcadores bioquímicos são
aplicados como táticas de investigação junto com os elementos clínicos do
paciente e o resultado do ECG.
Esses marcadores bioquímicos são a expressão dos filamentos cardíacos, que
podem ser descobertos pelas enzimas creatina quinasse (CK), lactato
desidrogenasse (LDH) e aspartatoaminotransferase (AST), além destes, outros
marcadores são utilizados, como a mioglobina e as troponinas T (cTnT) e I (cTnI).
Os marcadores citados são dosados através do soro do paciente por reações
enzimáticas, obtendo-se um resultado imediato. Nem todos estes marcadores
são exclusivos do IAM, podendo também estar alterados em outras patologias,
dessa forma é necessário à análise clínica do paciente e exames adicionais para
um diagnóstico mais preciso.
Pesquisas evidenciam que o processo inflamatório está inteiramente
envolvido no evento de formação das placas ateroscleróticas, podendo assim
avaliar os marcadores inflamatórios como citosinas, contagem total de
leucócitos e PCR.

MARCADORES IMPORTANTES:
Aspartato aminotransferase - AST Aspartato aminotransferase, antes
denominada de transaminase glutâmico oxalacética (TGO) está presente nas
fibras musculares esqueléticas e cardíacas, nos parênquimas hepático,
pancreático e renal, nos eritrócitos e no sistema nervoso central. A referência a
esta enzima possui caráter histórico por ter sido a primeira enzima utilizada
para diagnóstico de pacientes com infarto do miocárdio. Seu uso com esta
finalidade foi abandonado em razão do surgimento de outros marcadores mais
sensíveis e mais específicos. Creatina quinase total e isoenzimas - CK A creatina
quinase é enzima composta pela união de duas subunidades do tipo B e/ou M,
em três combinações possíveis, que correspondem às isoenzimas CK-BB, CK-MB
e CK-MM. Cada uma delas possui atividade preponderante em algum tecido ou
órgão específico: - isoenzima CK-BB: próstata, útero, placenta, tiróide, cérebro e
musculatura lisa; - isoenzima CK-MB: 1% da CK total em músculo esquelético e
45% em músculo cardíaco; - isoenzima CK-MM: 99% da CK total em músculo
esquelético e 55% em músculo cardíaco. A determinação da creatina quinase
total não é mais recomendada para o diagnóstico de infarto do miocárdio, por
causa da ampla distribuição nos tecidos, resultando em baixa especificidade. A
isoenzima MB é uma opção adequada, especialmente se a dosagem de uma das
troponinas não estiver disponível. Esta isoenzima possui elevadas sensibilidade
e especificidade para o diagnóstico de lesão do músculo cardíaco. Em geral, são
realizadas três determinações seriadas num período de 9 a 12 horas. Se as três
dosagens estiverem dentro dos intervalos de referência, o diagnóstico de
infarto pode ser excluído. Preferencialmente, deve-se realizar a dosagem da
massa de proteína correspondente à isoenzima (CK-MB massa) e não da
atividade enzimática. A concentração da CK-MB se eleva de 3 a 8 horas após o
processo lesivo, atinge um pico em 24 horas e normaliza em 72 a 96 horas após
um episódio único e limitado. A intensidade da elevação se correlaciona com o
volume de tecido lesado e com o prognóstico. O intervalo de referência para a
isoenzima CK-MB, avaliada pela massa, é de até 5ng/mL de soro. Desidrogenase
láctica total e isoenzimas - DHL Tendo em vista sua ampla distribuição em
diferentes tecidos, resultando em baixa especificidade, a determinação da
atividade da desidrogenase láctica total não é mais recomendada para o
diagnóstico ou acompanhamento do paciente com lesão cardíaca. Mioglobina A
mioglobina é uma proteína constituinte das células dos músculos esquelético e
cardíaco. A determinação no soro pode ser útil para descartar o diagnóstico de
infarto agudo do miocárdio, uma vez que possui elevado valor preditivo
negativo. Por ser uma proteína presente no citoplasma e de baixo peso
molecular, é liberada para a circulação precocemente após lesão isquêmica da
fibra miocárdica. Concentrações elevadas são observadas 1 a 2 horas após o
início da dor, atingindo o pico em 12 horas e, em geral, normalizando 24 horas
após um episódio único. Esta curva contribui para que a determinação seriada
seja útil no diagnóstico de re-infarto em pacientes com dor precordial
recorrente. Elevação de mioglobina circulante não é específica de lesão
cardíaca, ocorrendo no trauma da musculatura esquelética e na insuficiência
renal, por exemplo. Os métodos de dosagem mais amplamente utilizados
incluem turbidimetria e nefelometria, sendo o limite de referência até 0,15
µg/mL de soro. Troponinas - cTnT e cTnI Troponinas são proteínas estruturais
envolvidas no processo de contração das fibras musculares esqueléticas e
cardíacas. O complexo troponina é composto por três proteínas: troponina T,
troponina I e troponina C. Como existem diferenças antigênicas entre as
troponinas dos músculos esqueléticos e cardíacos, o uso de anti-soros
específicos permite a identificação e quantificação de cada uma delas. As
troponinas T (cTnT) e I (cTnI) são consideradas como os marcadores bioquímicos
mais específicos e sensíveis para o diagnóstico de lesão isquêmica do miocárdio.
As troponinas podem ser dosadas no soro por imunoensaios com anticorpos
monoclonais dirigidos contra sítios antigênicos específicos e são considerados
como limites de referência, para a troponina T a concentração de 0,1ng/mL e
para a troponina I, 0,26ng/mL. Insuficiência renal terminal, insuficiência cardíaca
congestiva, sepse, miocardite, taquicardia supra-ventricular e mixedema podem
se acompanhar de elevações dos níveis séricos de troponinas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

O Infarto Agudo do Miocárdio, também conhecido como ataque cardíaco,


consiste na morte do musculo cardíaco, como consequência de uma diminuição
do suprimento sanguíneo, ou seja, uma isquemia. Se dá através da falta de
cuidado do paciente e/ou um tratamento incorreto que levou o paciente a uma
insuficiência cardíaca que vai levar a morte. Deve-se realizar um
acompanhamento do paciente que já se encontrar dislipidêmico ou com
alterações das funções cardíacas, afim de se evitar o Infarto Agudo do
Miocárdio.

CONCLUSÃO:

Os marcadores mais solicitados pelos profissionais da área da saúde para


pacientes que sofrem um infarto agudo do miocárdio são as troponinas,
isoenzima CK-MB e a mioglobina, tendo como critério de escolha para os
mesmos, a alta especificidade para a região cardíaca, sendo utilizados em
conjunto como exame clínico e o eletrocardiograma para que se tenha um
diagnóstico preciso e seguro.

REFERÊNCIAS:

- JARROS L. C.; JUNIOR G. Z. Avaliação de Risco Cardíaco e o Diagnóstico do


Infarto Agudo do Miocárdio no laboratório de Análises Clínicas. Revista UNINGÁ
Review, v.19, n.3,pp.05-13, 2014.
- KALIL F. R. Infarto Agudo do Miocárdio. 2009.
- MOTTA VT. Bioquímica clínica para o laboratório, princípios e interpretações.
4ª ed. São Paulo: Missau; 2003.
- PEREIRA P. R.; NASSER, T. F. Os principais Marcadores Bioquímicos Utilizados
no Diagnóstico de Infarto Agudo do Miocárdio. NewsLab, ed.177, p.82-86, 2015.
- PINHEIRO P. Infarto fulminante, causas e sintomas. 2010. Disponível em
RAMOS, A. M.; PELLANDA, L. C.; GUS, I.; PORTAL, V. L. Marcadores Inflamatórios
da Doença Cardiovascular em Idosos. ArqBrasCardiol. p. 233-240, 2009.
- ROBBINS, S.; CONTRAN, R. S. Bases Patologicas das Doenças, 8ª edição, Rio
Janeiro, Elsevier, 2010.
- FILHO S. L. R. G. Aptassensor eletroquímico para detecção de troponina
cardíaca T (cTnT), um marcador para infarto agudo do miocárdio. 2015. 75f.
Tese (Programa de Pósgraduação em Biologia Aplicada à Saúde do Laboratório
de ImunopatologiaKeizoAsami – LIKA/UFPE) Universidade Federal de
Pernambuco, Recife-pe, 2015.

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