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Após o hemograma, os exames de sangue mais solicitados são VHS, CPK, TSH,

PCR, exames para o fígado e o PSA, sendo este último um excelente marcado de
câncer de próstata. 

O exame VHS, ou Velocidade de Hemossedimentação ou Velocidade de


Sedimentação das Hemácias, é um exame de sangue muito utilizado para detectar
alguma inflamação ou infecção no organismo, podendo indicar desde um
simples resfriado, infecções por bactérias, até doenças inflamatórias como uma
artrite ou uma pancreatite aguda, por exemplo.
Este exame mede a velocidade da separação entre os glóbulos vermelhos e o
plasma, que é a parte líquida do sangue, pela ação da gravidade. Assim,
quando há um processo inflamatório na corrente sanguínea, são formadas
proteínas que diminuem a viscosidade do sangue e aceleram a velocidade de
hemossedimentação, provocando como resultado um VHS alto, que costuma ser
acima de 15 mm no homem e 20 mm na mulher.
Desta forma, o VHS é um exame muito sensível, pois consegue detectar
facilmente uma inflamação, porém é pouco específico, ou seja, não é capaz de
indicar qual o tipo, o local ou a gravidade da inflamação ou infecção que ocorre no
corpo. Por isso, os níveis de VHS devem ser avaliados pelo médico, que irá
identificar a causa de acordo com a avaliação clínica e a realização de outros
exames, como o PCR, que também indica inflamação ou hemograma, por
exemplo. 
Para que serve
O exame VHS é utilizado para identificar ou avaliar qualquer tipo de inflamação ou
infecção do corpo. O seu resultado pode identificar:
1. VHS alto
As situações que normalmente aumentam o VHS são infecções virais ou
bacterianas, como gripe, sinusite, amigdalite, pneumonia, infecção urinária ou
diarréia, por exemplo. No entanto, ele é muito utilizado para avaliar e controlar a
evolução de algumas doenças que alteram o seu resultado de forma mais
significativa, como:
 Polimialgia reumática que é uma doença inflamatória dos músculos;
 Arterite temporal que é uma doença inflamatória dos vasos sanguíneos;
 Artrite reumatoide que é uma doença inflamatória das articulações;
 Vasculites, que são inflamações da parede dos vasos sanguíneos;
 Osteomielite que é uma infecção dos ossos;
 Tuberculose que é uma doença infecciosa;
 Câncer.
Além disso, é importante lembrar que qualquer situação que altere a diluição ou a
composição do sangue pode alterar o resultado do exame. Alguns exemplos são
gravidez, diabetes, obesidade, insuficiência cardíaca, insuficiência renal,
alcoolismo, alterações da tireoide ou anemias.
2. VHS baixo
O exame VHS baixo, geralmente, não indica alterações. No entanto, é importante
lembrar que existem situações que podem manter o VHS anormalmente baixo, e
confundir a detecção de inflamações ou infecções. Algumas destas situações são:
 Policitemia, que é o aumento das células do sangue;
 Leucocitose severa, que é o aumento de glóbulos brancos no sangue;
 Uso de corticosteroides;
 Hipofibrinogenia, que é um distúrbio da coagulação do sangue;
 Esferocitose hereditária que é um tipo de anemia que se passa de pais para
filhos.
Valores de referência
Os valores de referência do exame VHS são diferentes para o homem, mulher ou
criança.
 Nos homens:
o em 1h - até 15 mm;
o em 2h - até 20 mm.
 Nas mulheres:
o em 1h - até 20 mm;
o em 2h -  até 25 mm.
 Nas crianças:
o valores entre 3 - 13 mm.
Atualmente, os valores do exame VHS na primeira hora são os de maior
importância, por isso são os mais utilizados.
Quando mais intensa a inflamação, mais o VHS pode se elevar, sendo que
as doenças reumatológicas e câncer podem causar inflamações tão graves que
são capazes de aumentar o VHS acima de 100 mm/h.

CPK
A creatinofosfoquinase, conhecida pela sigla CPK ou CK, é uma enzima que
atua principalmente nos tecidos musculares, no cérebro e no coração, sendo
solicitada a sua dosagem para investigar possíveis danos a esses órgãos. 
O médico pode solicitar este exame quando a pessoa chega ao hospital com
queixa de dor no peito ou para verificar se há indícios de um AVC ou alguma
doença que afete os músculos, por exemplo. 
Valores de referência
Os valores de referência da creatinofosfoquinase (CPK) são de 32 e 294 U/L para
homens e 33 a 211 U/L para mulheres mas podem variar dependendo do
laboratório onde é realizado o exame. 
Para que serve
O exame creatinofosfoquinase (CPK) é útil para ajudar no diagnóstico de doenças
como infarto, insuficiência renal ou pulmonar, dentre outras. Essa enzima é
subdividida em três tipos de acordo com o seu local de atuação:
 CPK 1 ou BB: Pode ser encontrada nos pulmões e no cérebro,
principalmente;
 CPK 2 ou MB: É encontrada no músculo cardíaco e por isso pode ser
utilizada como marcador de infarto, por exemplo;
 CPK 3 ou MM: Está presente em o tecido muscular e representa 95% de
todas as creatinofosfoquinases (BB e MB).
A dosagem de cada tipo de CK é feito por diferentes métodos laboratoriais de
acordo com as suas propriedades e de acordo com a indicação médica. Quando é
solicitada a dosagem de CPK para avaliar o infarto, por exemplo, é dosada a CK
MB além de outros marcadores cardíacos, como a mioglobina e a troponina,
principalmente.
É considerado normal o valor de CK MB igual ou inferior a 5 ng/ mL e sua
concentração normalmente está elevada em caso de infarto. Os níveis de CK MB
costumam aumentar 3 a 5 horas após o infarto, atinge um pico em até 24 horas e o
valor volta a ser normalizado entre 48 a 72 horas após o infarto. Apesar de ser
considerado um bom marcador cardíaco, a dosagem de CK MB para diagnóstico
do infarto deve ser feita juntamente com a troponina, principalmente, pois os
valores de troponina voltam ao normal cerca de 10 dias após o infarto, sendo,
portanto, mais específico
O que significa CPK alto e baixo
O aumento da concentração da enzima creatinofosfoquinase pode indicar:
  CPK alta CPK baixa

CPK BB Infarto, AVC, tumor no cérebro, convulsões, insuficiência --


pulmonar

CPK Inflamação cardíaca, lesão no peito, choque elétrico, em --


MB caso de desfibrilação cardíaca, cirurgia ao coração

CPK Lesão por esmagamento, exercício físico intenso, longa Perda de massa
MM imobilização, uso de drogas ilícitas, inflamação no corpo, muscular, caquexia
distrofia muscular, após eletromiografia e desnutrição

CPK Ingestão exagerada de bebidas alcoólicas, devido ao uso de --


TOTAL remédios como anfotericina B, clofibrato, etanol,
carbenoxolona, halotano e succinilcolina administrados
juntos, intoxicação com barbitúricos

Caso o exame seja solicitado com o objetivo de diagnosticar o infarto, é


recomendado que seja a avaliada a relação entre CPK MB e CPK através da
seguinte fórmula: 100% x (CK MB/ CK total). Caso o resultado dessa relação seja
superior a 6%, é indicativo de lesões no músculo cardíaco, porém caso seja
inferior a 6%, é sinal de lesões no músculo esquelético, devendo o médico
investigar a causa.

O exame de troponina é feito para avaliar a quantidade das proteínas troponina T


e troponina I no sangue, que são liberadas quando existe lesão no músculo do
coração, como quando acontece um infarto, por exemplo. Quanto maior for a lesão
no coração, maior é a quantidade destas proteínas no sangue.
Assim, em pessoas saudáveis, o teste de troponina normalmente não identifica a
presença destas proteínas no sangue, sendo considerado um resultado negativo.
Os valores normais da troponina no sangue são:
 Troponina T: 0,0 a 0,04 ng/mL
 Troponina I: 0,0 a 0,1 ng/mL
Em alguns casos, este exame pode ainda ser pedido com outros testes de sangue,
como a dosagem da mioglobina ou da creatinofosfoquinase (CPK).

O exame é feito a partir de uma amostra de sangue que é encaminhada para o


laboratório para análise. Para este tipo de análise clínica não é necessário
qualquer tipo de preparação como ficar de jejum ou evitar medicamentos.
A troponina é o principal marcador bioquímico utilizado para confirmar o infarto.
Sua concentração no sangue começa a elevar 4 a 8 horas após o infarto e volta à
concentração normal após cerca de 10 dias, podendo indicar ao médico quando
aconteceu o exame. Apesar de ser o principal marcador de infarto, a troponina
normalmente é dosada juntamente com outros marcadores, como a CK-MB e a
mioglobina, cuja concentração no sangue começa a aumentar 1 horas após o
infarto.

O exame de troponina também pode ser pedido devido a outras causas de


lesões no coração, como acontece nos casos de angina que vão piorando ao
longo do tempo, mas que não apresentam sintomas de infarto.
O que significa o resultado
O resultado do exame de troponina em pessoas saudáveis é negativo, pois a
quantidade de proteínas liberadas no sangue é muito baixa, sendo pouco ou não
detectada. Assim, se o resultado der negativo 12 a 18 horas após uma dor no
coração, é muito pouco provável que tenha acontecido um infarto, sendo que
outras causas como excesso de gases ou problemas digestivos, sejam mais
prováveis.
Já quando o resultado é positivo, significa que existe alguma lesão ou alteração no
funcionamento cardíaco. Valores muito altos, normalmente são sinal de um infarto,
mas valores menores, podem indicar outros problemas como:
 Batimento cardíaco muito acelerado;
 Pressão arterial elevada nos pulmões;
 Embolia do pulmão;
 Insuficiência cardíaca congestiva;
 Inflamação do músculo do coração;
 Traumas causados por acidentes de trânsito;
 Doença renal crônica.
Normalmente, os valores de troponinas no sangue ficam alterados por cerca de 10
dias, podendo ser avaliados ao longo do tempo para garantir que a lesão está
sendo tratada corretamente.

O exame de mioglobina é feito para verificar a quantidade dessa proteína no


sangue com o objetivo de identificar lesões musculares e cardíacas. Essa proteína
está presente no músculo cardíaco e nos outros músculos do corpo, fornecendo o
oxigênio necessário para a contração muscular.
Assim, a mioglobina normalmente não está presente no sangue, só sendo liberada
quando há uma lesão em algum músculo após uma lesão esportiva, por exemplo,
ou durante um infarto, em que os níveis dessa proteína começam a aumentar no
sangue 1 a 3 horas após o infarto, atinge o pico entre 6 e 7 horas e volta ao normal
após 24 horas.
Por isso, em pessoas saudáveis, o exame de mioglobina é negativo, só sendo
positivo quando existe um problema em algum músculo do corpo.

Funções da Mioglobina
A mioglobina está presente nos músculos e é responsável por se ligar ao oxigênio
e o armazenar até que haja necessidade. Assim, durante a realização de atividade
física, por exemplo, o oxigênio armazenado pela mioglobina é liberado para gerar
energia. No entanto, na presença de qualquer situação que comprometa os
músculos, pode haver liberação de mioglobina e de outras proteínas na circulação.
A mioglobina está presente em todos os músculos estriados do corpo, incluindo o
músculo cardíaco, sendo, portanto, também utilizado como marcador de lesão
cardíaca. Dessa forma, a medição de mioglobina no sangue é pedida
quando existe suspeita de uma lesão muscular causada por:
 Distrofia muscular;
 Pancada grave nos músculos;
 Inflamação muscular;
 Rabdomiólise;
 Convulsões;
 Infarto.
Embora possa ser usado quando existe suspeita de infarto, o teste mais usado
atualmente para confirmar o diagnóstico é o exame de troponina, que mede a
presença de outra proteína que só está presente no coração, não sendo
influenciada por outras lesões musculares.
Além disso, caso seja confirmada a presença de mioglobina no sangue e esteja
em valores muito elevados, pode ainda ser feito um teste de urina para avaliar a
saúde renal, já que níveis muito elevados de mioglobina podem provocar lesões
nos rins, prejudicando o seu funcionamento.
O que significa Mioglobina alta
O resultado normal do exame de mioglobina é negativo ou inferior a 0,15 mcg/dL,
já que em situações normais a mioglobina não é encontrada no sangue, apenas
nos músculos.
No entanto, quando são verificados valores acima de 0,15 mcg/dL, é indicado no
exame que a mioglobina está alta, sendo normalmente indicativo de problema no
coração ou nos outros músculo do corpo e, por isso, o médico pode pedir exames
mais específicos como eletrocardiograma ou marcadores cardíacos para chegar
em algum diagnóstico mais específico.
Níveis elevados de mioglobina também podem ser sinal de outros problemas não
relacionados com os músculos, como consumo excessivo de álcool ou problemas
renais, e por isso o resultado deve ser sempre avaliado com o médico tendo por
base o histórico de cada pessoa.

O exame TSH serve para avaliar a função da tireoide e normalmente é pedido pelo
clínico geral ou endocrinologista, para avaliar se esta glândula está funcionando
corretamente, e em caso de hipotireoidismo, hipertireoidismo, ou no seguimento
em caso de câncer diferenciado de tireoide, como o folicular ou papilífero, por
exemplo.
O hormônio tireoestimulante (TSH) é produzido pela hipófise e tem como finalidade
estimular a tireoide a produzir os hormônios T3 e T4. Quando os valores de TSH
se encontra aumentado no sangue, significa que a concentração de T3 e T4 no
sangue está baixa. Já quando se encontra em baixas concentrações, T3 e T4
estão presentes em altas concentrações no sangue.

Valores de referência
Os valores de referência do TSH variam de acordo com a idade da pessoa e com
o laboratório em que o exame é realizado, sendo normalmente:
Idade Valores
1ª semana de vida 15 (μUI/mL)

2ª semana até 11 meses 0,8 – 6,3 (μUI/mL)

1 a 6 anos 0,9 – 6,5 (μUI/mL)

7 a 17 anos 0,3 – 4,2 (μUI/mL)

+ 18 anos 0,3 – 4,0 (μUI/mL)

Na gravidez  

1º trimestre 0,1 – 3,6 mUI/L (μUI/mL)

2º trimestre 0,4 – 4,3 mUI/L (μUI/mL)

3º trimestre 0,4 – 4,3 mUI/L (μUI/mL)

O que podem significar os resultados


TSH alto
 Hipotireoidismo: Na maioria das vezes o TSH alto indica que a tireoide
não está produzindo hormônio suficiente, e por isso a hipófise, tenta
compensar isso aumentando os níveis de TSH no sangue para que a tireoide
exerça sua função de forma adequada. Uma das características do
hipotireoidismo é o TSH alto e o T4 baixo, e pode indicar hipotireoidismo
subclínico quando o TSH está alto, mas o T4 está dentro do normal.

 Remédios: O uso de baixas doses de medicamentos contra o


hipotireoidismo ou outros remédios, como por exemplo Propranolol,
Furosemida, Lítio e medicamentos com iodo, podem aumentar a concentração
de TSH no sangue.
 Tumor na hipófise também pode causar o aumento do TSH. 
Os sintomas relacionados ao TSH alto são os típicos do hipotireoidismo, como
cansaço, aumento de peso, prisão de ventre, sensação de frio, aumento de pêlos
na face, dificuldade de concentração, pele seca, cabelos e unhas frágeis e
quebradiças.

TSH baixo 
 Hipertireoidismo: O TSH baixo normalmente indica que a tireoide está
produzindo T3 e T4 de forma excessiva, aumentado estes valores, e por isso a
hipófise diminui a liberação do TSH para tentar regular a função da tireoide.
 Uso de medicamentos: Quando a dose do medicamento contra
hipotireoidismo está alta demais, os valores do TSH ficam abaixo do ideal.
Outros remédios que podem causar TSH baixo são: AAS, corticoides,
agonistas dopaminérgicos, fenclofenaco, heparina, metformina, nifedipina
ou piridoxina, por exemplo. 
 Tumor na hipófise também pode levar ao TSH baixo.
Os sintomas relacionados ao TSH baixo são os típicos do hipertireoidismo,
como agitação, palpitação cardíaca, insônia, perda de peso, nervosismo, tremores
e diminuição da massa muscular. Nesse caso é normal o TSH estar baixo, e o T4
alto, mas se o T4 ainda estiver entre 01 e 04 μUI/mL, isso pode indicar
hipertireoidismo subclínico. TSH baixo e T4 baixo, pode indicar anorexia nervosa,
por exemplo, mas em todo caso o diagnóstico é dado pelo médico que solicitou o
exame.

A proteína C-reativa, também conhecida por PCR, é uma proteína produzida


pelo fígado que, geralmente, está aumentada quando existe algum tipo de
processo inflamatório ou infeccioso acontecendo no corpo, sendo um dos
primeiros indicadores a estar alterado no exame de sangue, nessas situações.
Essa proteína é muito utilizada para avaliar a possibilidade de existir alguma
infecção ou processo inflamatório não visível, como apendicite, aterosclerose
ou suspeita de infecções virais e bacterianas, por exemplo. No entanto, a PCR
também pode ser usada para avaliar o risco que uma pessoa tem de desenvolver
doenças cardiovasculares, já que, quanto mais alta, maior o risco deste tipo de
doenças.
Este exame não aponta exatamente qual a inflamação ou infecção que a pessoa
possui, mas um aumento nos seus valores indica que o corpo está combatendo
algum agente agressor, o que também pode se refletir no aumento dos leucócitos.
Dessa forma, o valor de PCR deve ser sempre analisado pelo médico que pediu o
exame, pois ele poderá pedir outros exames e avaliar o histórico de saúde da
pessoa, para chegar no diagnóstico mais correto.

Valor normal de PCR


O valor de referência para a PCR, tanto em homem quanto em mulheres, é de até
3,0 mg/L ou 0,3 mg/dL. Em relação ao risco cardiovascular, os valores que indicam
a chance de desenvolver uma doença cardíacas são:
 Alto risco: acima de 3,0 mg/L;
 Médio risco: entre 1,0 e 3,0 mg/L;
 Baixo risco: menor que 1,0 mg/L.
Assim, é importante que os valores da PCR se encontrem entre 1 e 3 mg/L.
Valores baixos da proteína C-reativa também podem ser observados em algumas
situações, como em pessoas que tiveram grande perda de peso, prática de
exercícios físicos, consumo de bebidas alcoólicas e uso de alguns medicamentos,
sendo importante que o médico identifique a causa.
A interpretação do resultado deve ser feita pelo médico, pois para que se chegue à
conclusão diagnóstica, é importante que outros exames sejam analisados em
conjunto, sendo assim possível identificar melhor a causa do aumento ou
diminuição da PCR.
O que é o exame de PCR ultra sensível
O exame da PCR ultra sensível é pedido pelo médico quando quer avaliar o risco
da pessoa ter problemas cardiovasculares, como infarto ou AVC. Nesse caso o
exame é solicitado quando a pessoa se encontra saudável, sem nenhum sintoma
ou infecção aparente. Este exame é mais específico e consegue detectar
quantidades mínimas de PCR no sangue.
Se a pessoa for aparentemente saudável e apresentar valores de PCR ultra
sensível altos, significa que tem risco de desenvolver doença arterial periférica, ou
sofrer um infarto ou AVC, e por isso deve se alimentar corretamente e praticar
exercícios regularmente. 
O que pode ser PCR alta
A proteína C-reativa alta surge na maior parte dos processos inflamatórios e
infecciosos do corpo humano, podendo estar relacionada com diversas situações
como presença de bactérias, doenças cardiovasculares, reumatismo e, até,
rejeição de um transplante de órgão, por exemplo.
Em alguns casos, os valores da PCR podem indicar a gravidade da inflamação ou
infecção:
 Entre 3,0 a 10,0 mg/L: geralmente indicam inflamações leves ou infecções
ligeiras como gengivite, gripe ou resfriado;
 Entre 10,0 a 40,0 mg/L: pode ser sinal de infecções mais graves e
infecções moderadas, como catapora ou infecção respiratória;
 Mais de 40 mg/L: geralmente indica infecção bacteriana;
 Mais de 200 mg/L: pode indicar septicemia, uma situação grave que coloca
em risco a vida da pessoa.
O aumento desta proteína também pode indicar doenças crônicas e por isso o
médico deve solicitar outros exames para tentar descobrir o que levou o seu
aumento na corrente sanguínea, já que a PCR não é capaz, sozinha, de
determinar a doença.
O que fazer quando a PCR está alta
Após confirmar os valores altos da PCR, o médico deverá avaliar o resultado dos
outros exames solicitados, bem como avaliar o paciente, levando em conta os
sintomas apresentados. Assim, a partir do momento em que é identificada a causa,
o tratamento pode ser iniciado de forma mais direcionada e específica.
Quando o paciente apresenta somente um mal estar sem que haja qualquer outro
sintoma ou fatores de risco específicos, o médico poderá solicitar outros exames,
como a dosagem de marcadores tumorais ou tomografia computadorizada, por
exemplo, para que seja verificada a chance do aumento da PCR estar relacionada
ao câncer.
Quando os valores da PCR estão acima de 200 mg/L e o diagnóstico de infecção é
confirmado, normalmente é indicado que a pessoa fique internada para receber
antibióticos pela veia. Os valores da PCR começam a subir em 6 horas após o
início da infecção e tendem a baixar quando se inicia o uso de antibióticos. Se 2
dias após o uso de antibióticos os valores da PCR não diminuem, é importante que
o médico estabeleça outra estratégia de tratamento.

TGO e TGP 
TGO e TGP são enzimas produzidas pelo fígado e cuja concentração no sangue
se encontra aumentada quando há lesões nesse órgão, sendo consideradas
ótimos indicadores de hepatite, cirrose e câncer de fígado, por exemplo. O valor
normal de TGP varia entre 7 e 56 U/L e o de TGO entre 5 e 40 U/L. 
TGO ou Alto: Morte celular, infarto, cirrose aguda, hepatite, pancreatite, doença renal,
AST câncer, alcoolismo, queimaduras, trauma, injúria por esmagamento, distrofia
muscular, gangrena.
Baixo: Diabetes não controlado, beribéri.

TGP ou Alto: Hepatite, icterícia, cirrose, câncer de fígado.


ALT

PSA - Antígeno Prostático Benigno


O PSA é um hormônio produzido pela próstata, sendo normalmente solicitado pelo
médico para avaliar o funcionamento dessa glândula. O valor de referência do
PSA é entre 0 e 4 ng/mL, no entanto pode variar de acordo com a idade do
homem e com o laboratório em que foi realizado o exame, sendo os valores
aumentados normalmente indicativos de câncer de próstata.
Avalia o funcionamento Alto: Próstata aumentada, prostatite, retenção de urina aguda,
da próstata biópsia prostática por agulha, ressecção trans-uretral da próstata,
câncer de próstata.

O que é o hemograma?

Hemograma é o exame utilizado para avaliar as três principais linhagens de células do


sangue: hemácias, leucócitos e plaquetas. Ele é utilizado para o diagnóstico de várias
doenças, incluindo anemia, infecções e leucemia.

Apesar de ser extremamente comum, esse é um exame que ainda causa muita
confusão na população e até nos meios de comunicação. Algumas pessoas acham que
todo exame de sangue é um hemograma, como se ambos os termos fossem
sinônimos. Isto é um equívoco.

O exame de sangue não funciona como o antivírus do seu computador que faz
automaticamente um rastreamento em toda a máquina à procura de algo errado. Quando o
médico solicita uma coleta de sangue, ele precisa dizer para o laboratório o que pretende que
seja analisado na amostra. No sangue circulam várias substâncias que podem ser dosadas ou
pesquisadas, tais como proteínas, anticorpos, células, eletrólitos (potássio, sódio, cálcio,
magnésio, etc.), colesterol, hormônios, drogas e até bactérias ou vírus, em caso de infecção.
Se o médico quiser saber como andam os níveis de colesterol, ele precisa escrever no pedido
que deseja uma dosagem do colesterol; se o objetivo for saber se a glicose do sangue anda
controlada, ele solicita a dosagem da glicose sanguínea. O hemograma é solicitado quando o
objetivo é ter informações sobre as células do sangue.

Portanto, em um hemograma não é possível obter dados sobre o nível de colesterol, taxa de
glicose, pesquisa de bactérias, pesquisa de drogas, teste para HIV, etc.

O que é hemograma completo e para que serve?

No nosso sangue circulam três tipos básicos de células produzidas na medula óssea. São estas
células que estudamos através do hemograma:

Hemácias (glóbulos vermelhos ou eritrócitos).

Leucócitos (glóbulos brancos).

Plaquetas.

Qual é a diferença entre hemograma e hemograma completo?

Chamamos de hemograma completo o hemograma que contém resultados das três linhagens
de células. Na verdade, o termo hemograma completo é apenas um preciosismo, uma vez que
não existe hemograma incompleto. A palavra hemograma já engloba a dosagem das hemácias,
leucócitos e plaquetas.

Se por algum motivo o médico desejar apenas o resultado da contagem de hemácias, ele deve
solicitar um eritrograma. Se quiser os resultados apenas dos leucócitos, o exame a ser
pedido é o leucograma. Caso ele só se interesse pelas plaquetas, deve solicitar
um plaquetograma.

Quando o médico pede um hemograma, está implícito que ele quer o resultado completo, com
a avaliação das hemácias, leucócitos e plaquetas.

Como entender os resultados

Os atuais valores de referência do hemograma foram estabelecidos na década de 1960, após


observação de vários indivíduos sem doenças. O considerado normal é, na verdade, os valores
que ocorrem em 95% da população sadia. 5% das pessoas sem problemas médicos podem ter
valores do hemograma fora da faixa de referência (2,5% um pouco abaixo e outros 2,5% um
pouco acima).

Portanto, pequenas variações para mais ou para menos não necessariamente indicam alguma
doença. Obviamente, quanto mais afastado um resultado se encontra do valor de referência,
maior é a chance disso verdadeiramente representar alguma patologia.

Não me vou ater muito a valores específicos, uma vez que os laboratórios atualmente fazem
essa contagem automaticamente através de máquinas, e os valores de referência vêm sempre
impressos nos resultados. Cada laboratório tem o seu valor de referência próprio e, em geral,
são todos muito semelhantes.
Eritograma

O eritrograma é a primeira parte do hemograma. É o estudo dos eritrócitos, que também


podem ser chamados de hemácias, glóbulos vermelhos ou células vermelhas. É através da
avaliação do eritrograma que podemos saber se um paciente tem.

Vejam esse exemplo fictício abaixo. Lembre-se que os valores de referência podem variar
entre os laboratórios.

Hematócrito e hemoglobina

Os três primeiros dados, contagem de hemácias, hemoglobina e hematócrito, são analisados


em conjunto. Quando estão reduzidos, indicam anemia, isto é, baixo número de glóbulos
vermelhos no sangue. Quando estão elevados indicam policitemia, que é o excesso de
hemácias circulantes.

O hematócrito é o percentual do sangue que é ocupado pelas hemácias. Um hematócrito de


45% significa que 45% do sangue é compostos por hemácias. Os outros 55% são basicamente
água e todas as outras substâncias diluídas. Pode-se notar, portanto, que praticamente
metade do nosso sangue é composto por células vermelhas.

Se por um lado a falta de hemácias prejudica o transporte de oxigênio, por outro, células
vermelhas em excesso deixam o sangue muito espesso, atrapalhando seu fluxo e favorecendo
a formação de coágulos.

A hemoglobina é uma molécula que fica dentro da hemácia. É a responsável pelo transporte
de oxigênio. Na prática, a dosagem de hemoglobina acaba sendo a mais precisa na avaliação
de uma anemia.

O que são VCM, HCM, CHCM e RDW?

O volume globular médio (VGM) ou volume corpuscular médio (VCM), mede o tamanho
das hemácias.
Um VCM elevado indica hemácias macrocíticas, ou seja, hemácias grandes. VCM reduzidos
indicam hemácias microcíticas, isto é, de tamanho diminuído. Esse dado ajuda a diferenciar os
vários tipos de anemia.

Por exemplo, anemias por carência de ácido fólico cursam com hemácias grandes, enquanto
que anemias por falta de ferro se apresentam com hemácias pequenas. Existem também as
anemias com hemácias de tamanho normal.

Alcoolismo é uma causa de VCM aumentado (macrocitose) sem anemia.

O CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média) ou CHGM


(concentração de hemoglobina globular média) avalia a concentração de hemoglobina dentro
da hemácia.

O HCM (hemoglobina corpuscular média) ou HGM (hemoglobina globular média) é o


peso da hemoglobina dentro das hemácias.

Os dois valores indicam basicamente a mesma coisa, a quantidade de hemoglobina nas


hemácias. Quando as hemácias têm poucas hemoglobinas, elas são ditas hipocrômicas.
Quando têm muitas, são hipercrômicas.

Assim como o VCM , o HCM e o CHCM também são usados para diferenciar os vários tipos de
anemia.

O RDW é um índice que avalia a diferença de tamanho entre as hemácias. Quando este está
elevado significa que existem muitas hemácias de tamanhos diferentes circulando. Isso pode
indicar hemácias com problemas na sua morfologia. É muito comum RDW elevado, por
exemplo, na carência de ferro, onde a falta deste elemento impede a formação da
hemoglobina normal, levando à formação de uma hemácia de tamanho reduzido.

Excetuando-se o hematócrito e a hemoglobina, que são de fácil entendimento, os outros


índices do eritrograma são mais complexos, e pessoas sem formação médica dificilmente
conseguirão interpretá-los de forma correta. É preciso conhecer bem todos os tipos de anemia
para que esses dados possam ser úteis.

Leucograma

O leucograma é a parte do hemograma que avalia os leucócitos, conhecidos também como


células brancas ou glóbulos brancos.

Os leucócitos são as células de defesa responsáveis por combater agentes invasores. Na


verdade, os leucócitos não são um tipo único de célula, mas sim um grupo de diferentes
células, com diferentes funções no sistema imune. Alguns leucócitos atacam diretamente o
invasor, outros produzem anticorpos e alguns apenas fazem a identificação do microrganismo
invasor.

O valor normal dos leucócitos varia entre 4.000 a 11.000 células por microlitro (ou milímetros
cúbicos).
Quando os leucócitos estão aumentados, damos o nome de leucocitose. Quando estão
diminuídos chamamos de leucopenia.

Quando notamos aumento ou redução dos valores dos leucócitos é importante ver qual das
seis linhagens descritas mais abaixo é a responsável por essa alteração. Como neutrófilos e
linfócitos são os tipos mais comuns de leucócitos, estes geralmente são os responsáveis pelo
aumento ou diminuição da concentração total dos leucócitos.

Grandes elevações podem ocorrer nas leucemias, que nada mais é que o câncer dos
leucócitos. Enquanto processos infecciosos podem elevar os leucócitos até 20.000-30.000
células/mm3, na leucemia, esses valores ultrapassam facilmente as 50.000 cel/mm3.

As leucopenias normalmente ocorrem por lesões na medula óssea. Podem ser por
quimioterapia, por drogas, por invasão de células cancerígenas ou por invasão por micro-
organismos.

Existem cinco tipos de leucócitos, cada um com suas particularidades, a saber:

1. Neutrófilos

O neutrófilo é o tipo de leucócito mais comum. Representa, em média, de 45% a 75% dos
leucócitos circulantes. Os neutrófilos são especializados no combate a bactérias. Quando há
uma infecção bacteriana, a medula óssea aumenta a sua produção, fazendo com que sua
concentração sanguínea se eleve. Portanto, quando temos um aumento do número de
leucócitos totais, causado basicamente pela elevação dos neutrófilos, estamos diante de um
provável quadro infeccioso bacteriano.

Os neutrófilos têm um tempo de vida de aproximadamente 24-48 horas. Por isso, assim que o
processo infeccioso é controlado, a medula reduz a produção de novas células e seus níveis
sanguíneos retornam rapidamente aos valores basais.

Neutrofilia: é o termo usado quando há um aumento do número de neutrófilos.

Neutropenia:  é o termo usado quando há uma redução do número de neutrófilos.

2. Segmentados e bastões

Os  bastões são os neutrófilos jovens. Quando estamos infectados, a medula óssea aumenta
rapidamente a produção de leucócitos e acaba por lançar na corrente sanguínea neutrófilos
jovens recém-produzidos. A infecção deve ser controlada rapidamente, por isso, não há tempo
para esperar que essas células fiquem maduras antes de lançá-las ao combate. Em uma guerra
o exército não manda só os seus soldados mais experientes, ele manda aqueles que estão
disponíveis.

Normalmente, apenas 4% a 5% dos neutrófilos circulantes são bastões. A presença de um


percentual maior de células jovens é uma dica de que possa haver um processo infeccioso em
curso.
No meio médico, quando o hemograma apresenta muitos bastões chamamos este achado de
“desvio à esquerda”. Esta denominação deriva do fato dos laboratórios fazerem a listagem dos
diferentes tipos de leucócitos colocando seus valores um ao lado do outro. Como os bastões
costumam estar à esquerda na lista, quando há um aumento do seu número diz-se que há um
desvio para a esquerda no hemograma.

Portanto, se você ouvir o termo desvio à esquerda, significa apenas que há um aumento da
produção de neutrófilos jovens.

Os neutrófilos segmentados são os neutrófilos maduros. Quando o paciente não está doente
ou já está em fase final de doença, praticamente todos os neutrófilos são segmentados, ou
seja, células maduras.

3. Linfócitos

Os linfócitos são o segundo tipo mais comum de glóbulos brancos. Representam de 15 a 45%
dos leucócitos no sangue.

Os linfócitos são as principais linhas de defesa contra infecções por vírus e contra o surgimento
de tumores. São eles também os responsáveis pela produção dos anticorpos.

Quando temos um processo viral em curso, é comum que o número de linfócitos aumente, às
vezes, ultrapassando o número de neutrófilos e tornando-se o tipo de leucócito mais presente
na circulação.

Os linfócitos são as células que fazem o reconhecimento de organismos estranhos, iniciando o


processo de ativação do sistema imune. Os linfócitos são, por exemplo, as células que iniciam
o processo de rejeição nos transplantes de órgãos.

Os linfócitos também são as células atacadas pelo vírus HIV. Este é um dos motivos da AIDS
(SIDA) causar imunossupressão e levar a quadros de infecções oportunistas.

Linfocitose: é o termo usado quando há um aumento do número de linfócitos.

Linfopenia: é o termo usado quando há redução do número de linfócitos.

Obs: linfócitos atípicos são um grupo de linfócitos com morfologia diferente, que podem ser
encontrados no sangue. Geralmente surgem nos quadros de infecções por vírus, como
mononucleose, gripe, dengue, catapora, etc. Além das infecções, algumas drogas e doenças
auto-imunes, como lúpus, artrite reumatoide e síndrome de Guillain-Barré, também podem
estimular o aparecimento de linfócitos atípicos. Atenção, linfócitos atípicos não têm nada a ver
com câncer.

4. Monócitos
Os monócitos normalmente representam de 3 a 10% dos leucócitos circulantes. São ativados
tanto em processos virais quanto bacterianos. Quando um tecido está sendo invadido por
algum germe, o sistema imune encaminha os monócitos para o local infectado. Este se ativa,
transformando-se em macrófago, uma célula capaz de “comer” micro-organismos invasores.

Os monócitos tipicamente se elevam nos casos de infecções, principalmente naquelas mais


crônicas, como a tuberculose.

5. Eosinófilos

Os eosinófilos são os leucócitos responsáveis pelo combate de parasitas e pelo mecanismo da


alergia. Apenas de 1 a 5% dos leucócitos circulantes são eosinófilos.

O aumento de eosinófilos ocorre em pessoas alérgicas, asmáticas ou em casos de infecção


intestinal por parasitas.

Eosinofilia: é o termo usado quando há aumento do número de eosinófilos.

Eosinopenia: é o termo usado quando há redução do número de eosinófilos.

6. Basófilos

Os basófilos são o tipo menos comum de leucócitos no sangue. Representam de 0 a 2% dos


glóbulos brancos. Sua elevação normalmente ocorre em processos alérgicos e estados de
inflamação crônica.

Plaquetas

As plaquetas são fragmentos de células responsáveis pelo início do processo de coagulação.


Quando um tecido de qualquer vaso sanguíneo é lesado, o organismo rapidamente encaminha
as plaquetas ao local da lesão. As plaquetas se agrupam e formam um trombo, uma espécie de
rolha ou tampão, que imediatamente estanca o sangramento. Graças à ação das plaquetas, o
organismo tem tempo de reparar os tecido lesados sem que haja muita perda de sangue.

O valor normal das plaquetas varia entre 150.000 a 450.000 por microlitro (uL). Porém, até
valores próximos de 50.000, o organismo não apresenta dificuldades em iniciar a coagulação.

Quando esses valores se encontram abaixo das 10.000 plaquetas/uL há risco de morte, uma
vez que pode haver sangramentos espontâneos.

Trombocitopenia: redução, abaixo dos valores de referência, do número de plaquetas no


sangue.

Trombocitose: aumento, acima dos valores de referência, do número de plaquetas no


sangue.

A dosagem de plaquetas é importante antes de cirurgias, para saber se o paciente não


encontra-se sob elevado risco de sangramento, e na investigação dos pacientes com quadros
de hemorragia ou com frequentes equimoses (manchas roxas na pele).
Bicitopenia e pancitopenia

Conforme já explicado, quando o paciente tem redução do número de apenas uma das
linhagens das células, nós descrevemos o problema com um termo específico para cada
linhagem. A redução do número de hemácias é chamada de anemia, a redução do número de
leucócitos é chamada de leucopenia e a redução do número de plaquetas é chamada de
trombocitopenia.

Quando temos redução de duas das três linhagens de células do sangue, como no caso do
paciente com anemia e leucopenia, dizemos que ele tem bicitopenia. Já o paciente com as três
linhagens de células do sangue abaixo dos valores de referência é dito como portador de
pancitopenia.

Tanto a pancitopenia quanto a bicitopenia costumam surgir em pacientes com algum


problema na médula óssea. De um modo geral, a redução de mais de uma linhagem das
células do sangue pode ser causada por um ou mais dos seguintes mecanismos:

Infiltração da medula óssea: neoplasias hematológicas (por exemplo: leucemia, linfoma,


mieloma múltiplo ou síndrome mielodisplásica), câncer metastático, mielofibrose e doenças
infecciosas (por exemplo: tuberculose ou infecções fúngicas) podem invadir a medula óssea e
ocupar o local de produção das células sanguíneas.

Aplasia da medula óssea: carências nutricionais (por exemplo: deficiência de vitamina


B12 ou folato), anemia aplástica, doenças infecciosas (por exemplo: HIV, hepatite
viral, parvovírus B19), doenças autoimunes e certos tipos de medicamentos podem afetar
as células tronco da medula óssea, impedindo a produção de novas células sanguíneas.

Destruição das células sanguíneas circulantes: a destruição antes do tempo das


células sanguíneas circulantes também pode causar bi ou pancitopenia. As principais causas
são: coagulação intravascular disseminada, púrpura trombocitopênica trombótica, síndromes
mielodisplásicas, distúrbios megaloblásticos e hiperesplenismo (destruição excessiva de células
no baço, que pode ocorrer nos casos de cirrose hepática, linfoma ou doenças autoimunes).

Leucocitose e neutrofilia

Leucocitose e neutrofilia são duas alterações frequentemente encontradas no exame


de hemograma, que significam, respectivamente, elevação dos leucócitos e dos
neutrófilos no sangue.

A leucocitose e a neutrofilia estão habitualmente ligadas a quadros de infecção, mas podem


também surgir em diversos outros problemas de saúde, tais como leucemias, inflamações,
estresse físico ou uso de certos medicamentos.
O que é um leucócito?

Os leucócitos, também conhecidos como glóbulos brancos, são um grupo de células do


sangue que fazem parte do sistema imunológico e que estão envolvidas com
a proteção do organismo contra germes invasores.

Existem cinco tipos de leucócitos: neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e


basófilos.

Cada um desses tipos de leucócitos é produzido na medula óssea e


desempenha funções diferentes no sistema imunológico. Alguns leucócitos atacam
diretamente o germe invasor, outros produzem anticorpos, alguns estimulam a
produção de mediadores inflamatórios e ainda há aqueles que apenas fazem a
identificação do microrganismo invasor para facilitar o trabalho das outras células do
sistema imunológico.

Em condições normais, a quantidade de leucócitos no sangue varia entre 4.000 a


11.000 células por microlitro (ou 4,0 a 11,0 x 109/L). Quando os leucócitos estão
aumentados, ou seja, acima de 11.000 cel/microL, damos o nome de leucocitose. Por
outro lado, quando os leucócitos estão em quantidade menor que 4.000 cel/microL,
dizemos que o paciente tem leucopenia.

O que é um Neutrófilo?

Como já referido acima, o neutrófilo é dos tipos de leucócitos. Na verdade, ele é tipo


mais comum, representando, em média, de 45% a 75% de todos os
leucócitos presentes no sangue. Isso significa que, se o paciente tiver
10.000 leucócitos por microlitro de sangue, a quantidade de neutrófilos esperada é de
4.500 a 7.500 cel/microL.

Os neutrófilos são especializados no combate a bactérias. Quando há uma infecção


bacteriana, a medula óssea aumenta a sua produção, fazendo com que a concentração
sanguínea se eleve.

Os neutrófilos têm um tempo de vida de apenas 48 horas. Por isso, assim que o
processo infeccioso é controlado, a medula reduz a produção de novas células e
os níveis sanguíneos retornam rapidamente aos valores basais.

Dizemos que o paciente apresenta neutrofilia quando há um aumento do número de


neutrófilos no sangue. Já a neutropenia é o termo usado quando há uma redução do
número de neutrófilos circulantes.
Por que surge a leucocitose?

A leucocitose ocorre sempre que a medula óssea aumenta a produção de um ou mais


dos 5 tipos de leucócitos. Na maioria dos casos, isso ocorre como resposta à presença
de um germe invasor, seja uma bactéria, vírus, fungo ou parasito, ou a um processo
inflamatório, como uma reação alérgica, traumas ou queimaduras.

Existem também as leucocitoses provocadas por leucemias, que serão explicadas mais


abaixo.

O tipo de leucócito que sofre aumento depende do estímulo. Qualquer uma das 5
linhagens de leucócitos pode ser a responsável pela leucocitose. Por exemplo,
infecções bacterianas estimulam a produção de neutrófilos, fazendo com que o
paciente tenha leucocitose com neutrofilia (ou leucocitose neutrofílica).

Já os pacientes com quadros graves de alergia costumam ter leucocitose provocada


por eosinofilia, ou seja, por aumento no número de eosinófilos no sangue. A eosinofilia
também costuma ocorrer nos casos de parasitoses.

A leucocitose provocada por linfocitose (aumento dos linfócitos) é bastante sugestiva


de infecções de origem viral, como gripe, mononucleose ou hepatites virais.

As leucocitoses provocadas por monócitos (monocitose) podem ocorrer por


tuberculose ou algumas infecções bacterianas.

Por fim, as leucocitoses originadas por basófilos (basofilia) são raras e geralmente são
provocadas por leucemia.

Leucocitose provocada por leucemias

A leucemia é um tipo de câncer do sangue que surge na medula óssea e é provocado


pela produção exagerada de leucócitos defeituosos e pouco desenvolvidos, o que pode
levar a uma grande elevação no número de leucócitos circulantes no sangue.

A leucemia é uma causa de leucocitose que pode afetar qualquer um dos 5 tipos de
leucócitos.

A grande diferença das leucocitoses provocadas pelas leucemias é a sua intensidade.


Casos de infecção bacteriana costumam provocar leucocitoses que ficam ao redor de
15.000 a 25.000 cel/microL. Raramente, uma infecção provoca uma leucocitoses que
ultrapassa o valor de 30.000 cel/microL.

Já nas leucemias, é bastante comum que a leucocitose ultrapasse as


50.000 cel/microL, chegando frequentemente a mais de 100.000 cel/microL.

Leucocitose com neutrofilia

A leucocitose neutrofílica é a forma mais comum de leucocitose. Ela ocorre sempre que
o número de leucócitos encontra-se acima de 11.000 cel/microL e o número de
neutrófilos é maior que 7.700 cel/microL.

Como já referido, as infecções bacterianas agudas são a principal causa de leucocitose


com neutrofilia. Nestes casos, a leucocitose costuma ficar entre 12.000 e
25.000 cel/microL.

Situações, como pneumonia, otite, amigdalite, meningite, sinusite, erisipela,


osteomielite e pielonefrite são causas frequentes de leucocitose com neutrofilia.

Além das infecções bacterianas também são causas de leucocitose:

 Processos inflamatórios, como uma pancreatite aguda, apendicite ou colecistite.


 Cetoacidose diabética.
 Infarto do miocárdio.
 Exercício extenuante.
 Tabagismo.
 Doenças autoimunes.
 Crise convulsiva.
 Pós-operatório de grandes cirurgias.
 Medicamentos: corticoides, epinefrina, lítio, fator de crescimento
hematopoiético, ácido retinoico…
 Cocaína.
 Tumores.
 Leucemia.
 Choque térmico.

Exceto pela leucemia ou pelo uso de fator de crescimento hematopoiético ou de ácido


retinoico, a maioria das causas citadas acima provoca uma leucocitose discreta.

Desvio à esquerda

Quando os neutrófilos são jovens, isto é, quando ainda estão em fase de


desenvolvimento, eles são chamados de bastões. Quando estão maduros, eles são
chamados de segmentados.
Quando estamos infectados por uma bactéria, o objetivo do sistema imunológico é
controlar a infecção de modo rápido. A forma como a medula responde à essa invasão
é através do aumento da produção e da liberação do maior número de neutrófilos
possíveis para a corrente sanguínea. Não há tempo para esperar que os bastões
fiquem maduros antes de lançá-los ao combate.

Em situações normais, apenas 4% a 5% dos neutrófilos circulantes são bastões. A


presença de um percentual maior dessas células jovens, associado a uma leucocitose
com neutrofilia, sugere fortemente a existência de uma infecção aguda.

Quando o paciente apresenta muitos bastões no sangue, dizemos que ele tem um


“desvio à esquerda”. Esta denominação deriva do fato dos laboratórios fazerem no
hemograma a listagem dos diferentes tipos de leucócitos colocando seus valores um
ao lado do outro. Como os bastões costumam estar à esquerda na lista, quando há um
aumento do seu número, dizemos que há um desvio para a esquerda no hemograma.

Portanto, desvio à esquerda no hemograma é um sinal de produção aumentada de


neutrófilos, o que, na maioria dos casos, indica um processo infeccioso agudo em
curso.

Tratamento

É importante destacar que a leucocitose não é o problema si, ela é apenas uma
consequência. A leucocitose é um aviso de que há uma condição que está estimulando
o sistema imunológico, seja ela inflamatória, infecciosa ou neoplásica.

Portanto, se você pretende “tratar a leucocitose”, o seu objetivo deve ser tratar a
doença ou condição que está provocando a leucocitose. Para isso é preciso fazer uma
investigação diagnóstica.

A redução progressiva do número de leucócitos é uma das formas que usamos pra
saber se o tratamento está sendo efetivo. Por exemplo, se um paciente com
pneumonia começa o tratamento com antibióticos e a leucocitose começa a cair
progressivamente aos longo dos dias, isso nos indica que o antibiótico está fazendo
efeito.
Componentes de uma gasometria:
Ph – Avalia a acidez ou a alcalose, baseado nos iões de hidrogénio presentes;
PaO2 – Pressão parcial de oxigénio dissolvido no sangue arterial (valor normal entre 80 – 100
mm Hg);
SaO2 – A saturação arterial de oxigénio;
PaCO2 – A quantidade de dióxido de carbono dissolvido no sangue arterial (valor normal entre
os 35 – 45 mm Hg);
HCO3 – O valor calculado da quantidade de bicarbonato na corrente sanguínea (valor normal
entre os 22 e os 26 mEq/L);
E.B. – Excesso de bases indica a quantidade de excesso ou insuficiência de bicarbonato no
sistema. (valor normal entre os -2 e os +3 mEq/L).

LTERAÇÕES DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO

Acidose Respiratória: é definida quando o pH está inferior a 7,35 com uma


PCO2 maior que 45 mmHg. A acidose respiratória é causada por um acúmulo
de CO2 que combina com a água para produzir ácido carbônico, diminuindo o
pH do sangue. Qualquer condição que resulta em hipoventilação pode causar
acidose respiratória.

OBSERVAÇÃO CLÍNICA: se o CO2 for muito alto, a sonolência e a falta de


responsividade pode ser notada.

Alcalose Respiratória:Alcalose Respiratória: é definida quando o pH está


superior a 7,45, com uma PCO2 inferior a 35 mmHg. Qualquer condição que
causa hiperventilação pode levar a alcalose respiratória.

OBSERVAÇÃO CLÍNICA: pacientes com alcalose respiratória aumentam


dramaticamente o trabalho da respiração e devem ser cuidadosamente
monitorados para a fadiga muscular respiratória. Quando os músculos
respiratórios tornam-se exaustos, a insuficiência respiratória aguda pode surgir.
Acidose Metabólica: é definida como um nível de bicarbonato abaixo de 22
mEq/L, com um pH menor do que 7,35. A acidose metabólica é causada por
qualquer déficit de base na corrente sanguínea ou por excesso de ácido, além
do CO2.

Alcalose Metabólica: é definida como nível de bicarbonato maior do que 26


mEq/L, com pH superior a 7,45. A alcalose metabólica é causada por excesso
de base ou perda de ácido.

A alcalose metabólica é um dos mais difíceis desequilíbrios ácido-básico para


tratar.

INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DE GASOMETRIA ARTERIAL

A gasometria arterial é usada para avaliar o equilíbrio ácido-básico e a


oxigenação, representando, cada uma, condição separada.

As faixas de referência normal para sangue arterial e venoso são mostradas no


quadro abaixo:

A avaliação ácido-básico requer foco em três componentes: pH, PCO 2 e HCO3.
Este processo envolve três etapas:
1ª Etapa
Avaliar o pH para saber se o sangue está dentro da faixa normal, ou se
alcalose ou acidose.

2ª Etapa
Se o pH é alcalino ou ácido deve-se saber se o problema é primariamente
respiratório ou metabólico. Para isso avalia-se o valor da PCO 2. Lembre-se que
alteração repiratória quando o pH diminui abaixo de 7,35, a PCO 2 deve
aumentar. Se o pH aumenta acima de 7,45, a PCO 2 deve cair. Portanto, se o
pH e a PCO2 estão se movendo em direções opostas, a alteração é
principalmente de natureza respiratória.

3ª Etapa
Avaliar o valor do HCO3. Lembre-se que em alterações metabólicas, quando o
pH aumenta, o HCO3 também deve aumentar. Se o pH diminui, o HCO3
também deveria diminuir. Portanto, se o pH e o HCO 3 estão se movendo na
mesma direção, a alteração é principalmente de natureza metabólica.

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