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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ


CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE FISIOTERAPIA
CAMPUS XII – SANTARÉM

FUNÇÃO HEPÁTICA: BIOMARCADORES CARDÍACOS

Docente: Daliane Ferreira


Discentes:
Anna Belle da Silva Pedroso
Érica da Silva Nascimento
Larissa de Moura Barbosa
Paulo Henrique Chaves Reis
Pedro Ítalo Sousa
FUNÇÃO HEPÁTICA (ENZIMAS HEPÁTICAS ANÁLISE DA FUNÇÃO
HEPÁTICA E IDENTIFICAÇÃO DE LESÃO HEPÁTICA PACIENTES CRÍTICOS).

Diversos exames laboratoriais demonstram a presença de alteração da função hepática


ou a ocorrência de lesão hepática estrutural e exibem marcadores virais e de inflamação
ou resistência insulínica, além de funcionarem como índices prognósticos. As provas
de lesão hepática são erroneamente interpretadas como provas de função hepática
Além disso, as medidas da funcionalidade hepática são pouco sensíveis, e as alterações
nessas variáveis somente são identificadas após uma lesão hepática avançada ou
instalação da doença hepática.

A função hepática é avaliada primeiramente pela dosagem de albumina e protrombina


séricas, duas proteínas importantes produzidas apenas no fígado. Na presença de
comprometimento da função hepatocelular, em virtude da lesão dos hepatócitos, a
síntese normal dessas proteínas está comprometida, apontando para a presença de
doença hepática. A redução do tempo de atividade protrombínica (TP) e a
hipoalbuminemia confirmam a disfunção hepatocelular.

Diversas proteínas são sintetizadas no fígado, sendo denominadas proteínas totais e


frações, e são fundamentais para manutenção da pressão oncótica, incluindo fatores de
coagulação, enzimas, hormônios, proteínas de transporte e anticorpos. Os valores de
referência para as dosagens de albumina, globulina e da relação albumina/globulina são:

● Proteínas totais: 6 a 8mg/dL;

● Albumina: 3,5 a 5,0mg/dL;

● Globulina: 1,5 a 3,0g/dL;

● Relação albumina/globulina: 1,2 a 2,2.

A transaminase glutâmico oxalacética (TGO), também chamada de aspartato


aminotransferase (AST), e a transaminase glutâmico-pirúvica (TGP), também
denominada alanina aminotransferase (ALT), são enzimas liberadas em grande
quantidade na corrente sanguínea quando ocorre lesão na membrana do hepatócito. As
doenças hepáticas e do trato biliar contribuem para o aumento da concentração sérica de
fosfatase alcalina (FA), enzima presente em alguns tecidos, incluindo o fígado. A gama
glutamiltranspeptidase (yGT) também é uma enzima originária do sistema hepatobiliar,
que se eleva nas doenças hepáticas e pancreáticas, indicando a presença de colestase,
efeito tóxico do álcool e de outras drogas ilícitas, farmacotoxicidade e metástase
hepática.

Outro marcador da função hepática é a concentração de bilirrubinas séricas.


Trata-se de produtos do metabolismo da hemoglobina no sistema reticuloendotelial.
Subdividem-se em bilirrubina não conjugada (indireta) e conjugada (direta). Sua
elevação vem acompanhada de quadros de icterícia.
BIOMARCADORES DE NECROSE MIOCÁRDICA

CREATINOQUINASE → A CK é uma enzima que desempenha importante papel na


geração de energia para o metabolismo muscular e está presente em abundância no
músculo esquelético, no cérebro e no miocárdio. É liberada em situações de dano
tecidual e está aumentada em condições, como infarto agudo do miocárdio (IAM) e a
miocardite, além de distrofia muscular, esforço muscular extenuante e traumatismo
muscular. Durante o IAM, os níveis séricos de CK aumentam rapidamente entre 3 e 5
horas após o evento , persistindo por até 2 a 3 dias . Entretanto, a CK total não é
especifica o suficiente para ser utilizada no diagnóstico do IAM.

TROPONINA → é o biomarcador de preferência para detecção da injúria miocárdica.


As Tn constituem um complexo de três proteínas formadas por finos filamentos
localizados nas fibras musculares estriadas, sendo fundamentais para a regulação dos
processos de contração dos músculos estriado e cardíaco. Contêm três subunidades,
denominadas T, C e I. Tanto a cTnl quanto a T (cTnT) são biomarcadores de necrose
miocárdica sensíveis e específicos. Entretanto, a cTnl é expressa apenas no miocárdio,
sendo liberada na circulação após necrose celular, Sua presença no soro, portanto, pode
distinguir lesão miocárdica de lesão muscular esquelética. AcTnle a cTnT aparecem no
soro cerca de 4 horas após a manifestação da dor torácica, atingindo o pico entre 8 e 12
horas, persistindo por mais 5 a 7 dias, o que confere uma sensibilidade
significativamente maior do que a da CK-MB para o diagnóstico de IAM.

MIOGLOBINA → A mioglobina é uma proteína globular encontrada em todas as


fibras musculares estriadas, sendo responsável por aproximadamente 2% da massa dos
músculos esquelético e cardíaco. É liberada rapidamente na corrente sanguínea, tanto
após lesão muscular esquelética quanto na necrose cardíaca. Tipicamente, eleva-se de 1
a 3 horas após a morte da célula miocárdica, atingindo pico entre 6 e 12 horas e
normalizando-se entre 12 e 24 horas. A mioglobina pode ser mais útil quando associada
a outros marcadores cardíacos para a rápida determinação do IAM, principalmente em
pacientes com alterações eletrocardiográficas inespecíficas ou dor torácica atípica, que
chegam ao hospital em até 4 horas após o início dos sintomas.

OUTROS BIOMARCADORES CARDÍACOS

PEPTÍDEO NATRIURÉTICO TIPO B (BNP) → é um neuro-hormônio sintetizado


predominantemente no ventrículo, sendo liberado na circulação em resposta à dilatação
ventricular e à sobrecarga de pressão na parede miocárdica, na ausência de necrose,
precedendo a angina e as alterações no segmento ST.

PROTEÍNA C - REATIVA (PCR) → é um marcador inflamatório, sintetizado


principalmente nos hepatócitos com meia-vida plasmática em torno de 19 horas. Está
associada ao aumento da mortalidade em curto e longo prazo, não só em pacientes com
doença isquêmica cardíaca aguda e crônica, mas também naqueles com risco de
aterosclerose.

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