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Marcadores bioquímicos do

infarto agudo do miocárdio

Profª Drª Arissa Felipe


Infarto agudo do miocárdio (IAM)

IAM – síndrome clínica resultante do fluxo arterial


coronariano deficiente para uma área do miocárdio,
ocasionando morte celular e necrose

IAM: necrose da célula (oferta inadequada).


Isquemia – se grave e prolongada – IAM
Extensão depende: artéria coronária obstruída, grau de circulação
colateral e exigências de oxigênio do tecido suprido pela artéria.

Segundo a OMS: tríade clássica


Dor no peito: pré-cordial;
Alterações eletrocardiográficas;
Elevações de marcadores bioquímicos cardio-específicos.
Infarto agudo do miocárdio (IAM)

Marcadores da lesão miocárdica: macromoléculas intracelulares


liberadas após a lesão decorrente de necrose.

Velocidade de aparecimento na circulação periférica: vários


fatores: localização intracelular, peso molecular, fluxos sanguíneo
e linfático locais e a taxa de eliminação no sangue.

Marcadores mais utilizados:


creatinoquinase fração MB,
troponinas I (cTnI) e T (cTnT) e mioglobina.

Outros: TGO, lactato desidrogenase.


Creatinoquinase – CK
Sinônimos: creatinofosfoquinase (CPK), creatina quinase, creatina
fosfoquinase
- enzima encontrada no coração, no cérebro, nos músculos
esqueléticos e em outros tecidos. Nas células musculares
esqueléticas e cardíacas, a maior parte da energia é usada para a
contração muscular.
- Catalisa a fosforilação reversível da creatina (composto de aminoácidos
presente nas fibras musculares e no cérebro) pela adenosina-trifosfato com a
formação de creatina-fosfato.
Creatina + ATP  creatina-fosfato + ADP

Em tecidos e células que consomem ATP rapidamente (músculo esquelético,


cérebro, espermatozoides, etc) a fosfocreatina serve como um reservatório de
energia para regeneração rápida in situ, bem como para transporte de
energia intracelular. Isso torna essa enzima importante para esses tecidos.
Creatinoquinase – CK

IZOENZIMAS DA CK: três formas moleculares distintas.

CK-BB ou CK-1: predominante no cérebro. Raramente no


sangue.
CK-MB ou CK-2: predominante no miocárdio. Corresponde a
menos de 6% do total. grande significado diagnóstico no
IAM.
CK-MM ou CK-3: predominante no músculo esquelético.
Corresponde a mais de 95% do total.

isoenzimas são enzimas que diferem na


sequência de aminoácidos, mas que
catalisam a mesma reação química.
Creatinoquinase – CK

• Encontrado aumento em outras desordens cardíacas – não


específico – refletem grau de isquemia cardíaca.
• Especificidade aumentada quando associada com outros
marcadores.

CK-MB – eleva acentuadamente em 4-6 h após início dos


sintomas; pico : 18-24 h;
Normaliza: 48 e 72 h
Mioglobina
Pequena proteína transportadora de oxigênio encontrada nos músculos
esqueléticos e cardíaco. Acumula oxigênio nas células musculares para
a produção de energia necessária à contração muscular.

2% da proteína total do músculo.

Lesões celulares durante IAM – liberam mioglobina.

Embora sensível, não é específico: lesões musculares, insuficiência renal


crônica, exercícios extenuantes e exposição a drogas e toxinas.

Sensibilidade diminui após 7 horas da dor torácica – necessário


marcadores mais específicos.

Elevação: 1-2 h após início dos sintomas; pico: 6-9 horas


normaliza: 12- 24 h.
Troponina
Família de proteínas encontradas nas fibras musculares esqueléticas
e cardíacas. Controlam a contração muscular.
Troponina I e troponina T têm uma forma encontrada apenas no
coração. Troponinas cardíacas são liberadas na circulação em
quantidade proporcional à extensão da lesão.

Três isoformas:
- Troponina I (subunidade inibidora da actina)
- Troponina C (subunidade ligada ao cálcio e reguladora da contração)
- Troponina T (subunidade ligada a miosina – tropomiosina).

Mais usadas: troponina T (cTnT) e a troponina I (cTnI).


*c de cálcio i de inibição
Proteína miosina se movimenta ao longo da actina e em presenta de ATP para contração
muscular

Elevação: 4-8 h; pico: 36 a 48 h; normaliza: 5 - 14 dias.


CK-MB X Troponina

• Duas principais vantagens da Troponina em relação a CK-MB:

• 1) Maior sensibilidade, qnd analisado que CK-MB é


encontrado não somente no músculo cardíaco.

• 2) Habilidade em detectar pequenas quantidades de lesão


miocárdica não mensuráveis pela CK-MB.
• CK-MB normal e troponina aumentada: micro-infartos.
Desidrogenase láctica (DHL) ou lactato
desidrogenase (LDH)
Enzima da classe das oxidorredutases  lactato a piruvato
(reversível).
Presente no fígado, coração, pâncreas, rins, músculo esquelético,
cérebro, hemácias - O aumento dessa enzima não se refere apenas ao IAM, mas
é um dos marcadores que definem esta possibilidade

Níveis teciduais: 500 x superior do que o do soro. Assim, lesões


nesses tecidos causam elevações plasmáticas significativas.
IAM: aumento em 10 vezes os valores de referência do soro.

Elevação: 8-12 h após início dos sintomas; pico: 24-48 horas


normaliza: 7- 12 dias.

Obs.: cuidado com hemólise durante a dosagem de LDH.


TGO (Transaminase glutâmico-oxalacética) ou
AST (aspartato aminotransferase)
Encontrada em todo o corpo;

Atividade mais elevada da TGO (AST): miocárdio, fígado e músculo


esquelético, com pequenas quantidades nos rins, pâncreas, no baço,
cérebro, pulmões e eritrócitos.

Útil para diagnóstico do IAM junto com dosagem de CK e LDH;

Ligada à necrose de células miocárdicas

Elevação: 6 a 8 horas; pico entre 18-24 horas, retornando ao


normal aprox. no 5º dia.
• Mioglobina – Aumento: 1-2 h; Pico: 6-9 h; Normalização: 12-24 h
• CK-MB - Aumento: 4-6 h; Pico: 18-24 h; Normalização: 48-72 h
• Troponina – Aumento: 4-8 h; Pico: 36-48 h; Normalização: 5-14 dias
• Lactato desidrogenase - Aumento: 8-12 h; Pico: 24-48 h; Normalização: 7-12 dias
• TGO – Aumento: 6-8 h; Pico: 18-24 h; Normalização: 5º dia
Marcadores cardíacos

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