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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

NAS PATOLOGIAS CARDÍACAS

Prof. Enf. Vinícius Faleiros Martins


E-mail: faleirosv@yahoo.com.br
Vinicius.martins@udf.edu.br
Coeficiente Cardiovascular

Peso entre 250 e 350 gramas – 0,5% do peso


corporal;

Recebe 5% do DC;

Pratica 3 bilhões de contrações durante a vida;

Alto gasto energético;

Múltiplas fontes de energia: glicose, ácidos graxos,


ácido láctico...);

Não regenera.
Coração

Sociedade Mundial de Emergência e Resgate 11/06/23


Sistema Cardiovascular
Veias
Artérias Circulação Pulmonar

Veias Artérias Circulação Sistêmica

Capilares
Débito Cardíaco

DC = VS X FC
VS: regulado pelo volume diastólico final, pela contratilidade do
miocárdio e pela pós-carga.

FC: regulada pela ação simpática e parassimpática.

11/06/23
TERMOS SOBRE O CICLO CARDÍACO

DÉBITO CARDÍACO (DC)


Volume que o coração bombeia em 1 minuto

DC = FC x VS (volume sistólico)

depende
Contratilidade
Pré-carga
Pós- carga

11/06/23
Volume Diastólico Final
Mecanismo de Frank Starling

1. Capacidade do coração de se adaptar à quantidade de


sangue que chega até ele;

2. Dentro dos limites fisiológicos, o coração vai bombear


todo o sangue que chegar até ele, sem represar as veias.

11/06/23
FUNÇÕES DO SISTEMA
CARDIOVASCULAR
 Transporte de gases: obtenção de O2 e eliminação de CO2;
 Transporte de nutrientes: do tubo digestivo aos tecidos;
 Transporte de resíduos metabólicos: até os órgãos de excreção;
 Transporte de calor: distribuição homogênea de calor pelas
diversas partes do organismo; como também leva calor até a
superfície corporal, onde pode ser dissipado;
 Distribuição de mecanismos de defesa: circulação de
anticorpos e células fagocitárias;
 Coagulação sanguínea: circulação de plaquetas + fatores de
coagulação.
 Do peso total do corpo humano aproximadamente 7 a 10% é
constituído de sangue, ou seja, uma pessoa que pesa 70kg tem
aproximadamente 5L de sangue no corpo.
ATIVIDADE ELÉTRICA DO
CORAÇÃO
 Impulso Elétrico

 Nó Sinoatrial (AS)

 Átrio D e E
 (Contração dos átrios e relaxamento dos ventrículos)

 Nó Atrioventricular AV

 Feixe de Hiss Ramo D e E

 Fibras de Purkinje
Sistema de Condução
EXAME FÍSICO CARDIOLÓGICO
 Aspecto Geral;
 Inspeção da Pele;
 Pressão Arterial;
 Pressão de Pulso;
 Hipotensão postural (ortostática);
 Inspeção dos Membros.

 Ausculta dos focos cardíacos: aórtico, Pulmonar, Tricúspide e Mitral e Basal.


 Bulhas cardíacas:
1ª bulha: fechamento das valvas mitral e tricúspide (TUM);
2ª bulha: fechamento das valvas aórtica e pulmonar (TÁ);

 Sístole: contração ventricular;


 Diástole: relaxamento ventricular;
SINTOMAS RELACIONADOS AS
ALTERAÇÕES CARDÍACAS
Dor Precordial:  dor, peso ou opressão na face anterior do
tórax.

Palpitações: percepção incômoda dos batimentos =


arritmias;

Tosse e expectoração: congestão pulmonar devido a


insuficiência de VE;

Edema periférico, ganho de peso, distensão abdominal: IC.


SINTOMAS RELACIONADOS AS
ALTERAÇÕES CARDÍACAS
Dispneia:
Constitui um dos sintomas mais importantes das cardiopatias!
Aumento da FC + uso de musculatura acessória
Indica: congestão pulmonar devido a insuficiência de VE;

Dispneia de esforço de decúbito = ortopnéia paroxística


noturna (DPN) periódica ou de Cheyne-Stokes

Síncope ou lipotimia: perda súbita ou transitória da


consciência devido perfusão cerebral inadequada = arritmias,
redução do DC e do retorno venoso, hipovolemia;
SINTOMAS RELACIONADOS AS
ALTERAÇÕES CARDÍACAS
Alterações do sono: insônia, rebaixamento do nível de
consciência

Edema: insuficiência + redução de retorno venoso =


insuficiência VD;

Astenia: redução do DC = má oxigenação muscular


esquelética;

Intolerância à esforços;

Cianose
Avaliação Diagnóstica
Avaliação Diagnóstica
Avaliação Diagnóstica
Avaliação Diagnóstica

Exames Laboratoriais;
Análise dos Biomarcadores Cardíacos;
Estudos de Coagulação;
Perfil Lipídico;
Níveis de Colesterol;
Triglicerídios;
Proteína C Reativa;
Aterosclerose
 É a doença mais comum das artérias;

 Acumulo de placa de gordura;

 Ateroma
Dados Epidemiológicos
300 mil pessoas sofrem infartos todos os anos;

40 a 60% dos óbitos ocorre na primeira hora após o


início dos sintomas;

Estima-se que a cada 5 a 7 casos ocorra 1 óbito.


Fatores de risco
Aterosclerose
Prevenção
 Modificação da dieta;

 Exercícios;

 Colesterol menor que 200 mg/dL;

 Medicamentos como sinvastatina;

 Eliminação do tabaco e álcool.


Tratamento
Modificação dos fatores de risco;

Terapia medicamentosa;

Cirúrgico: Influxo e Efluxo;

Angioplastia;

Implante de stent
SINDROMES CORONARIANAS
AGUDAS

 DEFINIÇÃO:
Relacionados a obstrução parcial ou intermitente da(s)
coronária(s):

  Angina - Desconforto substernal descrito como pressão ou


aperto, podendo irradiar para pescoço e braço esquerdo em
situação de esforço/estresse.
Sintomas associados: náuseas, vômitos, sudorese, palpitação,
dificuldade respiratória.

 Angina estável- precipitada pelo esforço, de curta duração e de


fácil alívio com repouso e nitrato;
 Angina instável – dura por mais tempo, mais severa, sem alívio
com repouso/nitrato.
SINDROMES CORONARIANAS
AGUDAS

Reinfarto: É descrito como um IAM que ocorre dentro de 28 dias do infarto


incidente;

Infarto Recorrente: É chamado assim se ocorrer após 28 dias do primeiro


infarto. Critérios enzimáticos semelhantes aos do primeiro infarto.
Diagnóstico
Quadro Clínico

Eletrocardiograma

Teste ergométrico

Eletroencefalograma
Manifestações Clínicas
Angina;
AVE;
Estenose da artéria renal;
Aneurisma;
Sudorese;
Náuseas e vômito;
Dispneia;
Palidez;
Sinais de Gravidade que devem ser observados:
Crepitações pulmonares; Hipotensão arterial (PAS <
85mmHg); Taquicardia (FC > 100 bpm).
Fatores Associados a Dor Anginosa
Estável

Esforço Físico;

Exposição ao Frio;

Fazer uma refeição pesada;

Estresse ou qualquer outra situação geradora de


emoção;
Tratamento Inicial
SINDROMES CORONARIANAS
AGUDAS

Relacionado a obstrução total ou completa da(s)


coronárias:

Infarto Agudo do Miocárdio – ruptura da placa de


ateroma instável - adesão de plaquetas – formação de
coágulo de fibrina- trombose de coronária.

O IAM é a morte do tecido miocárdio resultante da


deficiência do fluxo de sangue coronário aos tecidos.
INFARTO AGUDO DO
MIOCÁRDIO
 Morte ocorre 50% dos casos antes da chegada ao hospital;

 Ritmo inicial FV – Desfibrilação precoce;

 Diagnóstico e terapia de reperfusão rápida – diminui mortalidade


e tamanho da área necrosada – diminui a incidência de
insuficiência cardíaca;

 Manifestações clínicas: dor torácica (70-80%) com irradiação


para mandíbula/pescoço/MSE, náuseas, vômitos, sudorese fria e
pegajosa, anúria e dispneia

 Fatores de risco: Tabagismo, DM, HAS, estresse, alimentos


ricos em colesterol e sedentarismo.
Alteração histológica irreversível
A Célula Necrosada

Não gera potencial de ação;


Não produz vetores;
Não se despolariza e não se repolariza;
Não se contrai, apenas conduz o estímulo;
Promove reações teciduais com liberação de
mediadores da dor;
Libera proteínas celulares para o sangue:
CK-MB, Troponinas, Mioglobina.

Sintomatologia Alterações na
Alterações no Elevação de
Clínica contratilidade
ECG enzimas
cardíaca:
hipocinesia
FISIOPATOLOGIA: Infarto Agudo do Miocárdio

Epicárdio

Coronária

CKMB
Troponinas
Lesão
Radicais
ATP
Livres
PH
Histamina, NO, PGE2
K+

Inflamação,
Arritmias
dor
Endocárdio
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

Avaliação Diagnóstica
 Historia do Paciente
 ECG, Ecocardiograma
 Enzimas e Isoenzimas Séricas(CK, CK-MB, LDH).
Teste Sérico Aumento mais Tempo de PICO Retorno para o
precoce (H) realização do (H) normal
exame (MIN.)

CK 3-6 30-60 24-36 3 dias

CK:MB 4-8 30-60 12-24 3-4 dias

Mioglobina 1-3 30-60 4-12 12 horas

Troponina 1 3-4 30-60 4-24 1-3 semanas


Valores de Referência
A CK-MB: é a primeira enzima a se elevar = 240 - 600
U/L;

A CK total: pode se elevar simultaneamente com a


CK-MB 1.400-2.400 U;

Troponina:  valor de referência é de até 0,030 ng/mL;

Mioglobina: Intervalo de Referência: 10 - 92 ng/mL


[mg/L].
IAM
Pronto Atendimento (avaliação imediata< 10 minutos):

SSVV; inclusive saturação de oxigênio;


Instalar monitor cardíaco;
Obtenção de um a dois acessos venosos;
Coleta de amostra de sangue: enzimas cardíacas, eletrólitos,
coagulograma, Rx de tórax ( descartar outras causas de dor
precordial – por ex, pneumotórax espontâneo.);
ECG de 12 derivações.
TRATAMENTO CLÍNICO IMEDIATO

 Administrar O2;
Morfina 2-8 mg;
Nitratos 0,4 mg;
AAS – 325 mg;
Clopidrogel 300 mg;
Betabloqueador;
Antitrombínico – 15 mg em Bolus;
Antiarrítmico;
Hipotermia;
ECG.
TROMBOLÍTICOS
 Contraindicações de uso de trombolítico:
 Absolutas
 doença terminal;
 história prévia de coagulopatia hemorrágica;
 acidente vascular cerebral nos últimos 3 meses;
 sangramento digestivo ou urinário nos últimos 3 meses;
 cirurgia de grande porte abdominal, torácica ou craniana e oftalmológica
nos últimos 3 meses;
 biópsia de estruturas não compressíveis nos últimos 30 dias;
 outras afecções graves (coma, septicemia, etc);
 reanimação cardiopulmonar traumática; dissecção aguda de aorta; gravidez;
úlcera péptica ativa.

 Relativas
 Idade maior que 75 anos
 hipertensão arterial (175mmHg de máxima e/ou 120mmHg de mínima) não
responsiva às medidas terapêuticas habituais
rt-PA
09 a 100 mg
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Monitorar S.S.V.V. e queixas de dor precordial;

Sinais de Falência Ventricular Esquerda : sinais de


hipoxemia (agitação, sensação de morte iminente),
diminuição do débito urinário, congestão pulmonar, pele
fria e pegajosa, taquicardia/bradicardia, dispnéia,
hipotensão arterial, queda da saturação;

Observar presença de arritmias;

Manter repouso no leito por 72 horas;

Manter cabeceira do leito elevada.


CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Manter ambiente tranquilo e restringir visita se necessário

Auxiliar nas atividades de autocuidado

Alimentação de acordo com a tolerância – jejum/ dieta leve –


menor dispêndio de energia na digestão

Uso de emoliente fecal – evitar esforços para evacuar

Monitorar sinais de sangramento e hipotensão induzido por


medicamentos (anticoagulantes/trombolíticos /vasodilatadores)
Plano de Cuidados
 Reabilitação Cardíaca (RC);
 Retorno às atividades físicas;
 Retorno às atividades profissionais;
 Retorno às atividades sexuais;
 Retorno à direção de veículos;
 Dieta;
 Perda de peso;
 Cessação do tabagismo;
 Pacientes diabéticos;
 Vacina Influenza;
 Terapia de reposição hormonal;
 Evitar o uso de anti-inflamatórios não- esteróides
CATETERISMO

É um procedimento diagnóstico invasivo.

ANGIOGRAFIA
Exame bastante útil para visualização direta de vasos acometidos.
Permite visualizar a artéria (ou as artérias) ocluída e o grau de oclusão.
 
Um estreitamento maior que 70% do diâmetro é considerado
significante. Estreitamentos menores do que este grau não costumam
provocar alterações importantes no fluxo coronário, não sendo prováveis
causas do infarto. O procedimento costuma ser seguro, mas está sujeito a
sérias complicações
Angioplastia Coronária Transluminal
Percutânea (PTCA)
 Intervenção para desobstrução da(s) coronária(s);

 Admissão e sala de hemodinâmica < 60 minutos /trombólise está contra-


indicada /evolução grave do IAM;

 Um cateter com balão na extremidade é inserido dentro da artéria


coronária afetada e posicionado sobre a área de ateroma (placa);

 O balão é então insuflado rapidamente e desinsuflado com a pressão


controlada. O ateroma é rachado e o cateter é removido com melhora do
fluxo sanguíneo;

 Uso do stent – rede entrelaçada de aço inoxidável colocada no local de


ruptura da placa para maior estabilidade da mesma e manter as paredes
dos vasos afastadas.
(angioplastia por stent):
(angioplastia por stent):
(angioplastia por stent):
Cuidados pós-procedimento:
Observar sinais de sangramento local
Observar quanto a sinais de sangramento retroperitonial
(queda da PA, taquicardia, queda de Hb, inquietação e
agitação, dor nas costas ou no flanco)
Manter curativo oclusivo compressivo no local (femoral ou
braquial)
Examinar o local quanto a presença de massa pulsátil
palpável e sopro local - pseudoaneurisma
Manter repouso no leito e não fletir membros por
aproximadamente 12 horas
Observar perfusão do membro puncionado (cianose, edema)
Referências
1. Brunner & Suddarth, tratado de enfermagem médico-cirúrgica / [editores]
Suzanne C. Smeltzer... [et al.]. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2014.

2. World Heart Federation. The Brazil Declaration. Available from:


http://www.world-heart-federation.org/wcc-2016/theBrazil-declaration/United
Nations. Dez. 2017.

3. MAGALHÃES Leonardo Pinto et al. II Diretrizes Brasileiras de Fibrilação


Atrial. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 106, n. 4, p. 1-35.
Abr. 2016.;

4. Brasil, Ministério da Saúde. Plano de ações estratégicas para o


enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil
2011–2022. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/plano_acoes_enfrent_dcnt_2011.
pdf Acessado em 05 de setembro de 2019.

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