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Classificação de Biomarcadores
- Lactato desidrogenase (LDH)– Enzima responsável pela conversão do piruvato para lactato.
- Troponinas cardíacas – Componentes proteicos responsável pela contratação e relaxamento
da musculatura do coração para bombeamento adequado do sangue.
- Creatinoquinase – Enzima responsável por tornar o ATP disponível para contração muscular.
O Clínico Veterinário, após verificar os principais marcadores e realizar os testes possíveis, ele
faz a interpretação dos resultados da função e lesões cardíacas do paciente.
As enzimas cardíacas são dosadas em pacientes cujos sintomas (o principal deles é a dor
torácica de início recente), eletrocardiograma, ou outro elemento clínico, levantem a
suspeita de um infarto do miocárdio.
Porém, como essas enzimas elevam-se apenas algumas horas após o início do quadro,
pacientes com dor torácica sugestiva e eletrocardiograma típico de infarto do miocárdio
devem ser encaminhados imediatamente para alguma terapia visando abrir a artéria
obstruída, e que causa o infarto do miocárdio. É a chamada terapia de reperfusão. O
objetivo da terapia de reperfusão é reduzir ao máximo o grau de necrose miocárdica,
minimizando o risco de morte e sequelas.
A terapia de reperfusão poderá ser realizada por meio de uma angioplastia coronariana,
na qual a desobstrução da artéria é feita por um cateter, ou com o uso de trombolíticos
(medicamentos que dissolvem coágulos sanguíneos).
Enzimas cardíacas
É a chamada CPK-MB massa. Esta enzima eleva-se no sangue entre 3 e 6 horas após o
início dos sintomas de infarto do miocárdio, com um pico de elevação entre 16 e 24 horas,
normalizando-se entre 48 e 72 horas.
Essa normalização costuma ser um dos critérios para alta do paciente da unidade de
terapia intensiva. A CPK-MB massa apresenta sensibilidade diagnóstica (capacidade de
identificar o infarto do miocárdio) de 50% em três horas após o início dos sintomas, e de
mais 90% cerca de 6 horas após. A CK-MB massa apresenta como principal limitação
elevar-se após dano em outros tecidos não cardíacos (falso-positivos), especialmente lesão
em músculo liso e esquelético.
– Mioglobina:
É uma enzima cardíaca cujos valores de referência variam com idade, sexo e raça. Esta
enzima é liberada rapidamente pelo miocárdio lesado, começando a elevar-se entre 1 e 2
horas após o início dos sintomas de infarto do miocárdio, com um pico de elevação entre 6
e 9 horas, e normalização entre 12 e 24 horas.
Embora pouco específica pelo seu elevado valor preditivo negativo (o qual varia de 83% a
98% ), é excelente para afastar o diagnóstico de infarto do miocárdio. A sua elevação não
confirma o diagnóstico de infarto do miocárdio, mas quando o seu valor é normal
praticamente afasta o diagnóstico da doença.
– Troponinas:
São enzimas que estão presentes no sangue sob três formas de apresentação (troponina C
ou TnC, troponina I ou TnI, troponina T ou TnT e troponina ultrassensível ou TnUS). Estas
enzimas se elevam-se entre 4 e 8 horas após o início dos sintomas, com pico de elevação
entre 36 e 72 horas e normalização entre 5 e 14 dias.
A vantagem da TnUS (troponina ultrassensível), como o seu próprio nome sugere, é sua
grande sensibilidade, sendo útil para afastar casos suspeitos de infarto do miocárdico com
boa margem de segurança.
As troponinas podem apresentar uma elevação em outras condições clínicas que não
sejam o infarto do miocárdio (veja adiante os cinco tipos de infarto do miocárdio). São
elas: insuficiência cardíaca (falência cardíaca), miocardite (inflamação do músculo
cardíaco), endocardite (inflamação das válvulas e do revestimento interno do coração),
pericardite (inflamação da membrana que envolve o coração), tumores que afetam o
coração, quimioterapia (alguns medicamentos utilizados para o tratamento de tumores
são tóxicos para o coração), exercício extremo, insuficiência renal (falência dos rins),
choque elétrico, sepse (infecção grave), acidente vascular cerebral (derrame cerebral) e
embolia pulmonar (obstrução de uma ou mais artérias do pulmão por coágulos
sanguíneos).
-Tipo 1: nesse tipo de infarto do miocárdio, que é o mais comum, ocorre um acidente da
placa de ateroma, ou seja, uma ruptura de uma placa de gordura localizada em uma
artéria do coração. Esta ruptura acarreta a formação de um trombo (coágulo) que
interrompe o fluxo sanguíneo neste local da artéria afetada.
-Tipo 3: é o infarto do miocárdio que cursa com morte súbita, chamado de “infarto
fulminante”, no qual o paciente evolui para óbito antes da instituição de qualquer tipo de
tratamento.
-Tipo 4: são os casos de infarto do miocárdio que ocorrem após uma angioplastia
coronariana (4a) ou por trombose do stent (4b). No tipo 4a observamos que após a
destruição de uma placa de gordura, durante uma angioplastia coronariana, fragmentos
podem obstruir vasos menores localizados distalmente à obstrução tratada. No tipo 4b
ocorre a formação de um trombo (coágulo) em torno do stent, uma estrutura metálica
geralmente utilizada durante uma angioplastia coronariana.
Mioglobina
A mioglobina é uma proteína constituinte das células dos músculos
esquelético e cardíaco. A determinação no soro pode ser útil para descartar
o diagnóstico de infarto agudo do miocárdio, uma vez que possui elevado
valor preditivo negativo. Por ser uma proteína presente no citoplasma e de
baixo peso molecular, é liberada para a circulação precocemente após lesão
isquêmica da fibra miocárdica. Concentrações elevadas são observadas 1 a
2 horas após o início da dor, atingindo o pico em 12 horas e, em geral,
normalizando 24 horas após um episódio único. Esta curva contribui para
que a determinação seriada seja útil no diagnóstico de re-infarto em
pacientes com dor precordial recorrente. Elevação de mioglobina circulante
não é específica de lesão cardíaca, ocorrendo no trauma da musculatura
esquelética e na insuficiência renal, por exemplo. Os métodos de dosagem
mais amplamente utilizados incluem turbidimetria e nefelometria, sendo o
limite de referência até 0,15 µg/mL de soro.
A elevação dos níveis de cTnI no soro ocorre entre 4 e 6 horas após a dor
precordial, atinge um pico em 12 horas e permanece elevada por 3 a 10
dias após um evento isquêmico único. Ocorre um segundo pico de menor
intensidade, entre o terceiro e o quarto dia após o infarto.