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Universidade LaSalle

Nome: Vithor Souza


Matrícula: 202311527
Disciplina: Relações de Trabalho (Direito Individual e Coletivo do Trabalho)
Docente: João Luis Kleinowski Pereira

ATIVIDADE SOBRE O PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE

Os princípios de direito do trabalho, são muito importantes, pois são eles que
norteiam a aplicação do direito, seja empírica ou teoricamente. Os princípios de
direito estão presentes em todas as áreas do direito, porém, no direito trabalhista
temos o princípio da primazia da realidade. Em síntese, neste princípio a verdade
dos fatos impera sobre qualquer contrato formal, ou seja, caso haja conflito entre o
que está escrito e o que ocorre de fato, prevalece o que ocorre de fato, segundo a
doutrinadora Vólia Bomfim. Um exemplo de princípio da primazia, seria uma
hipótese de o empregado ter registrado certo horário de entrada e saída nos cartões
de ponto, mas na verdade, fazia horas extras além do que estava registrado nos
cartões de ponto. Analisando o conceito e a competência do princípio da primazia
da realidade, podemos exercitar relacionando e aplicando ele a um caso concreto. A
partir de um documento anexado, no qual era um processo, entramos em contato
com um caso onde o princípio da primazia da realidade tentou ser aplicado. O
processo é em relação à recorrente Tânia Beatriz Heger Viegas, que, trabalhando
13 anos no cargo de Orientadora Educacional Profissional III, executava funções e
obrigações de uma professora, cargo que legalmente ela não ocupava. Foi então,
que ela entrou com recurso ordinário para o reconhecimento e o enquadramento de
sua profissão como professora com os fundamentos do art. 317 da CLT e do
princípio da primazia da realidade. Porém, o recurso foi negado pela Juíza, que
entendeu que não restou comprovado o preenchimento dos requisitos previstos no
art. 317 da CLT no que tange à habilitação legal e o registro no Ministério da
Educação, razão pela qual indeferiu o pretendido enquadramento da recorrente na
categoria dos professores e o pagamento do piso salarial e demais direitos
correlatos. Ficou claro nessa situação que, o princípio da primazia da realidade
embora esteja previsto e tenha a sua importância para o ordenamento jurídico do
país, nem sempre vai prevalecer frente às exigências legalmente previstas. É uma
situação bastante delicada, e aberta para debates. Nessa situação, Tânia Beatriz
argumentou que, apesar de não possuir uma formação formal de professora, ela
desempenhou as funções de ensino de maneira consistente e contínua por um
período significativo de tempo. Ao entrar com uma ação judicial baseada no
princípio da primazia da realidade, ela estaria buscando que a justiça reconheça a
sua verdadeira condição de professora, com base na prática e na realidade do seu
trabalho. O desenrolar dessa situação ficou dependente da análise das evidências
apresentadas, das leis trabalhistas locais e da interpretação do tribunal sobre a
aplicabilidade do princípio da primazia da realidade ao caso específico. Em alguns
casos, a justiça pode decidir a favor da dela, reconhecendo-a como professora e
garantindo-lhe os direitos trabalhistas correspondentes. Por outro lado, pode haver
argumentos contrários, especialmente se houver requisitos legais estritos para o
exercício da profissão de professor que não foram atendidos. E como bem vimos, o
princípio da primazia da realidade acabou não prevalecendo nesse caso. Porém,
esse caso não exclui de questão a verdadeira eficácia do princípio. A eficácia do
princípio da primazia da realidade também pode ser influenciada pela capacidade
das partes envolvidas em apresentar evidências sólidas e convincentes que
demonstrem a verdadeira natureza da relação de trabalho. Além disso, a
conscientização e a compreensão desse princípio por parte dos empregadores e
dos trabalhadores também desempenham um papel importante em sua aplicação
prática. Em resumo, quando aplicado de forma adequada e justa, o princípio da
primazia da realidade pode contribuir significativamente para a proteção dos direitos
trabalhistas e para a promoção de relações de trabalho justas e equitativas.

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